O ser estranho ainda o rodeava, mas não aparentava querer fazer mal, pelo contrário o mirava com o mínimo de curiosidade entretanto já estava farto de todo aquele silêncio, tentou lhe tomar pelo pescoço mas Kiran desviou com o próprio braço. E da mesma maneira que ele havia feito com [Nome] mais cedo o tomou pelo pulso virou e o jogou com a diferença da força que fez com que ele voasse alguns metros de distância retomando a posição mesmo no ar Toji voltou a ficar de pé.

-[Nome] realmente arrumou um macho forte – Kiran ergueu os braços deixando à mostra as recém crescidas garras.

Não era idiota, sabia que aquela ainda era sua recém proclamada esposa mas com algo a mais. Ele não esperou um segundo momento contra atacou, os braços cobertos de escrituras se iluminavam nas áreas acertadas e diferente de [Nome], Kiran usava do ambiente para se movimentar, os saltos eram rápidos e a mobilidade no ar exímia.

Era um bom oponente, mas estava se divertindo mais lutando com a mulher, criando uma abertura com um pouco de terra seca chutou-lhe a lateral, a princípio foi bloqueado as tatuagens brilhando de um vermelho vivo. Mas quando aumentou a força a criatura sorriu nervosamente - Merda.

O corpo foi lançado na direção das árvores fazendo com que batesse com as costas num dos altos pinheiros plantados ao redor da propriedade. O tronco se rachou pelo impacto mas não caiu.

Toji coçou a cabeça – Acho que exagerei.

Mesmo assim a figura se manteve de pé, embora a cabeça estivesse baixa não saiu da sua pose de luta até que uma mão agora sem tatuagens se levantasse em sua direção – Sou eu.

A voz saiu tremida e logo [Nome] se apresentou à sua frente colocando os dedos na lateral da cabeça e a outra nas costas resmungando algo como "raposa maldita" enquanto andava com passos arrastados em sua direção.

Toji franziu a testa em direção a mata, não parecia ter ninguém ali - Então, quem é Kiran? Ou o que é.

A mulher o encarou ainda com uma expressão de dor antes de suspirar fundo – Você é bem direto não? – vendo que Toji deu de ombros não teve outra alternativa a não ser continuar – É a minha técnica amaldiçoada, possessão de yōkai.

Famosas criaturas sobrenaturais e espirituais em todo o Japão geralmente sendo divididos em algumas classes, quando em sua forma verdadeira como: animal, planta ou fenômeno natural e outras categorias relacionadas a mente, reencarnação ou mundo material.

-Não possuo uma técnica de ataque é mais de controle, o princípio é quase o mesmo de um mestre de maldições. Seja por contrato ou submissão. – continuou falando – Kiran é uma kitsune, temos um contrato de possessão de 50%. Ela consegue usar meu corpo físico para se manifestar, mas eu ainda fico consciente. O terreno provavelmente tem uma barreira então não conseguiu entrar.

-Se é a sua técnica porque não estava com você desde o começo?

[Nome] cerrou os olhos em sua direção – Ela é um espírito livre gosta de ir e vir, é fiel a mim de alguma forma. Mas ficar presa não é uma coisa que queremos – e parecendo falar mais para si mesma completou – Ou aguentamos, temos uma acordo com muitas pontas soltas mas funciona.

-Kiran não tem a melhor das personalidades. – disse arfando e colocando a mão na lateral - Maldita, cortou a possessão antes de eu acertar a árvore, acho que quebrei uma costela.

-Não estaria falando tanto se tivesse – Toji rebateu – Onde está seu yōkai agora?

-Já foi – ela respondeu – Colocou os selos que precisava nas casas e fez uma brecha para poder entrar e sair. E não, não funciona com maldições só funciona pela minha energia amaldiçoada estar diretamente ligada com a dela.

-É de longe a última coisa que eu me preocuparia. Por mim poderiam morrer todos – grunhiu para o céu. Aquele clã maldito não servia para além de manter o nome de prestígio, alguém como ele estava longe de ter uma boa vida. Em seus planos nunca ditos pretendia sair e deixar todos para trás, isso até que arrumaram o casamento.

Achou que desistiriam quando descobrissem que ele era o prometido.

Mas não foi o que aconteceu, não mentiu sobre não precisar fazer daquilo um inferno já que se entendiam em alguns níveis diferentes, e de certa forma compartilhavam do mesmo ódio por suas respectivas famílias.

Não deixou que sua frustração transparecesse, apenas tomou [Nome] nos braços e resolveu voltar para a cara, um braço servia de apoio para suas costas enquanto o outro passava por debaixo do seu joelho. Mantendo seu corpo próximo ao dele.

Diferente da primeira vez ela não se debateu e lhe socou as costas em protesto, a pequena luta que tivera usando Kiran parecia ter tirado suas vontades.

-Você não está reclamando dessa vez.

-Você está me carregando como uma pessoa decente dessa vez e não como um saco.

Aquela boca que sempre tinha uma resposta afiada pronta para rebater a qualquer comentário – Se tivesse nascido uma Zenin nunca falaria esse tipo de coisa.

-Pode apostar que falaria – [Nome] olhou para frente enquanto Toji continuava a andar de volta para a casa – A minha família não conseguiu me corrigir, não ia ser um outro sobrenome que mudaria algo.

A mulher fez menção de se mexer mas soltou um sibilo de dor – Passe seu braço pelo meu pescoço, vai tirar um pouco do peso da sua coluna. – o homem disse e mesmo com alguma relutância ela fez o que disse.

-Obrigada – se a madrugada não estivesse tão silenciosa e [Nome] não estivesse tão perto era capaz que ele não tivesse ouvido a palavra camuflada sair de sua boca..

-Só quero voltar pra casa rápido, você não iria conseguir andar. – não voltou a encarar deixou seus olhos voltados para sua frente. Logo entrou pela parte de trás da casa a colocando no chão apenas quando chegou no quarto, ela se virou para um espelho levantando a blusa na tentativa de olhar as próprias costas deixando à mostra um pouco mais de pele do que antes.

Toji a ignorou por alguns segundos seguindo para o próprio banheiro em seguida, estava coberto de poeira e o pequeno evento tinha feito ele ficar no mínimo suado. Tirou a camiseta a jogando no canto logo em seguida fazendo o mesmo com o restante das roupas.

A água gelada bateu contra sua própria cabeça, talvez inconscientemente desejasse que fosse o suficiente para tirar alguns pensamentos da sua cabeça, mesmo que brevemente falar sobre aquele clã o tirava do sério. Mas pelo menos havia visto algo de interessante, não sabia que tipo de treinamento [Nome] havia feito, mas com certeza a colocava acima de muitos dos imbecis que se achavam apenas por terem o Zenin no nome.

Não pode deixar de imaginar a mulher coberta de sujeira e sangue, uma lutadora ágil e brutal, as cicatrizes mostravam sua experiência e o rosto vermelho pelas árduas horas de batalhas se mantinha soberano, mas com vitórias afinal das contas.

Havia sido ágil e inteligente o suficiente para que fizesse com que ele recuasse, quando Toji reparou estava sorrindo. Ela era algo, e a excitação que teve com a luta voltou a sua mente e junto delas sensações que passaram despercebidas na hora, como as mãos apesar de menores que as dele o seguraram ou como manteve suas pernas firmemente pressionadas contra ele num ataque inesperado.

Kiran também era experiente mas não se comparava com os movimentos de [Nome] uma beleza mortalmente crua.

Por mais que a água estivesse fria seu corpo se fez quente, rangeu os dentes não dando voz ao sentimento carnal que se construía dentro dele. Mas mesmo assim as imagens dela não deixaram sua mente, suas curvas, os músculos flexionados enquanto se defendia ou o atacava de volta e aquela maldita língua. Podia pensar em várias outras funções para ela.

Se viu escorregando por aquelas pernas e tomando para si os seios fartos, a dor latejante não o deixou com muitas escolhas, tomando o próprio membro com a mão se acariciou rápido e com força sem deixar que as imagens capturadas se dissipassem da sua imaginação. [Nome] era forte e provavelmente era o que mais o atraia, nunca conheceu uma como ela.

Com uma das mãos apoiadas na parede ofegou quando arrancou um orgasmo de seu corpo explodindo com tal intensidade que o fez abaixar a cabeça, um gemido áspero preso em seus lábios.

Pensar que ela estava do outro lado da porta não o ajudou, uma maldição disfarçada de esposa era isso que [Nome] era.

N/A: Eu avisei que ia abordar uma escrita madura né? Que bom, estamos cientes.

Fiquem com esse delicioso capítulo.

Vejo vocês um dia aí!

Até mais, Xx