Falsa Odisseia
Na noite da luta com o 5, onde Hades mandou Perséfone como presente para Toji, a mulher falou até que o sol raiar. Tudo que sabia sobre 2 e também sua história, quais os valores que o homem tinha e como que o assassino de feiticeiros conseguiria o convencer a pedir uma luta com o 1.
Sem poder ele mesmo desafiar o topo da cadeia de lutadores, a única chance de conseguir criar uma distração seria com um outra luta tão grande quando a sua.
Gritos ecoavam pelos corredores fantasmas, se ele não tivesse tido sucesso naquele dia, não estaria andando pelos corredores pronto para tirar a cabeça de Mundi e Hades.
— Está perdendo seu tempo.
Apenas estar no mesmo lugar que o segundo colocado no ranking da Tártaro o deixava minimamente tenso. De todos os competidores se havia alguém que seus sentidos gritavam um sinal de alerta seria o número 2.
Até mesmo antes de saber sua verdadeira identidade, o cara simplesmente passava uma vibe diferente do restante. O suficiente para o fazer se aproximar de maneira cautelosa.
— Vidência está dentre das suas habilidades? — rebateu, apesar de ter o sentimento alerta não podia deixar se mostrar.
— Não preciso para saber que tipo de pessoa que é — respondeu se virando para ir embora — consigo sentir o cheiro de sangue que seus passos deixam para trás.
Toji não esperava ser fácil desde o começo.
— [Nome] sempre teve problema em se apoiar na perna esquerda ou o mau hábito veio depois de treinar com você?
Os passos cessaram, apesar de ainda estar de costas, seus ombros caíram um pouco desmontando a fachada agressiva do homem.
— Era a perna que amarravam no pé da cama, não importa quantas vezes eu apontasse, hábitos como esses não se perde tão fácil — 2 se virou pela primeira vez o olhando no rosto. Não como um participante daquela carnificina, mas sim como uma pessoa.
— Preciso da sua ajuda.
— Não consigo imaginar o que posso fazer por você.
O assassino de feiticeiros fechou a mão em punho — Por mim não, por [Nome]. Podemos não estar nos melhores termos, mas tem um assassino indo atrás dela. Enquanto Mundi e Hades estiverem respirando, não posso sair desse buraco.
— Uma pessoa como aquela não precisa de ajuda com um assassino.
— Não é qualquer um, apesar de trabalhar no submundo por tanto tempo ela ainda acredita minimamente nas pessoas. Sabendo onde minha esposa está é só uma questão de tempo até Minori a encontrar.
— Minori? Por que aquela criança iria atrás de [Nome]?
Então ele não sabia, ele poderia fazer dessa a sua maior vantagem. Pela próxima hora ou mais Toji explicou a situação em que se encontrava. [Nome], a maldição de Amarate e a outra metade da alma que precisava para trazer a Imperatriz do Fim de volta a vida. Sendo sincero sobre suas decisões de merda — como Cérbero dizia —, também suas preocupações e motivos.
Durante todo esse tempo 2 o escutou com atenção, nada disse. Depois de contar até mais do que devia, para conseguir sua confiança, o Zenin aguardou a resposta.
— Sabe, eu entrei na Tártaro porque não tinha mais um lugar para ir, um bastardo Kamo sem uma técnica hereditária vale tanto quanto alguém sem energia amaldiçoada — apontou para Toji. — De alguma forma sobrevivi nos cortiços e vielas, entrei pro submundo e vivi da mesma forma miserável que o resto, sempre coberto de sangue.
Honestamente, saber da vida dele não era do interesse de Toji, porém manteve a boca fechada.
— Fiquei sabendo num serviço sobre a família de [Nome], que queriam casar um dos herdeiros Kamo com a filha de uma família secundária. Para manter o sangue ou qualquer idiotice como essa.
— Honestamente fui até sua casa de curioso — confessou —, apenas para descobrir serem gêmeas. E que uma delas estava vivendo como se não existisse. Minori fugiu não muito depois daquilo, e [Nome] em encontrou logo em seguida.
— Era uma coisinha magra e desengonçada, mas tinha vontade de viver — 2, tinha os olhos longes lembranças passando por seus olhos escuros. — Ensinei o que podia, e então segui meu próprio caminho. Depois que a Yokai ficou famosa no submundo, pensei que me esconder aqui e viver uma vida semi-confortável seria o suficiente. Diferente dela, não existe em mim uma vontade mudança.
— Isso quer dizer que vai desafiar o 1?
2 olhou para o chão — Faz anos que não luto com ninguém por aqui, minha posição é confortável o suficiente para a desperdiçar. Você não parece ser o tipo de pessoa que pede aos outros por favores, por que de repente veio atrás de mim?
— Não o faria se não fosse necessário, não para mim. Por ela.
— Que garantia tenho que depois de sair daqui não vá fazer alguma merda novamente? Está pedindo muito de mim, sem dar nada além da sua palavra em troca.
— Se não estivesse sério sobre o assunto não estaria nesse buraco em primeiro lugar.
2 soltou um riso — Sempre dizem todo tipo de coisa sobre você, ao menos a sinceridade parece ser verdade. Não se preocupe, vou fazer o que me pediu.
O homem estendeu a mão para fechar o acordo — Aquela criança merece viver mais do que eu.
E foi assim, que uma conversa honesta, se provou ser mais útil do que uma ameaça regada a violência.
No mesmo dia, 2 pediu para que 1 o enfrentasse. E a luta foi marcada para aquele mesmo fim se semana, parece que o primeiro do ranking também esteve esperando pelo momento por muito tempo. As línguas diziam que Hades estava eufórico por ter a primeira luta entre os dois melhores em anos.
A arena parecia mais cheia do que o comum, os camarotes estavam todos repletos de executivos prontos para verem pessoas se matarem como animais.
Kon devia estar em algum lugar monitorando os peixes grandes, Cérbero estava na plateia comum fazendo os negócios deles, e Perséfone estava encarregada de passar para ele o sinal de que Mundi e Hades estariam juntos.
A luta principal era uma das últimas da noite, outras pequenas não tão esperadas aconteceriam antes para elevar o desejo por sangue. Ainda pelos corredores outros participantes andavam. Toji passou por um grupo deles e imediatamente sentiu uma mudança no ar, parecia que eles estavam o esperando. Não se deu ao trabalho de olhar para trás, sentiu o grupo o seguir.
Do início, do primeiro dia em que chegou naquele inferno o assassino de feiticeiro teve que lidar com as emboscadas, por esse motivo conhecia a planta do subterrâneo como ninguém. Seria uma boa chance, ninguém iria se preocupar com uma morte num dia como o de hoje, poderiam apenas jogar seu corpo desfalecido numa pilha que seria apenas mais um.
O homem saiu da via principal seguindo para um local mais afastado com níveis diferentes, assim que saiu da vista dos perseguidores tomou impulso no corrimão de uma escada apenas para passar ao andar de cima e observar quem eram os idiotas.
— Merda, o Zenin não veio por aqui?
— Deve ter saído para uma das laterais.
— Droga, temos que resolver isso antes da luta da noite.
Ele nem se lembrava daqueles caras, o implica sua insignificância, contudo suas ações não podiam ser ignoradas.
— Antes, durante, depois, não importa o momento — um deles que parecia se destacar disse —, Mundi está nos pagando bem demais para não completar o serviço.
Claro que uma hora ele viria atrás, quebrou o esquema de Minori — que aparentemente esteve atuando com o velho nas sombras —, e gastou uma boa parte do seu dinheiro com o contrato de proteger [Nome].
— Olhem os andares superiores, ele não deve estar longe.
Toji olhou o celular para verificar se havia alguma mensagem de Perséfone, ainda nada, tinha tempo de realizar um aquecimento. Os deixar andando por aí seria... Contraproducente.
Sua fiel companheira, a lâmina invertida do paraíso, estava presa nas costas. A puxou do cinto ainda abaixado e quando confirmou a posição dos homens atacou, os dois que estavam abaixo de si morreram sem nem ver o que os atingiu. O terceiro que estava um pouco mais distante ainda tentou de maneira falha atirar em sua direção.
Toji arremessou a lâmina que acabou cravada do ombro dele, a força do impacto o forçando a dar alguns passos para trás. Flexionando as pernas rapidamente o assassino de feiticeiros se aproximou, segurou o cabo com força e puxou dilacerando a frente do homem até que as entranhas se derramasse pelo chão.
A arma ainda tinha algumas balas, quando os outros capangas de aproximaram usou o restante delas com precisão.
Apenas um deles não estava por perto, o que parecia ser o chefe. Aqueles que estavam aos seus pés não deviam saber sobre o mundo jujutsu. Não tinham técnicas e se apoiavam em armas humanas.
Uma sensação de agouro se instalou em suas costas, fazia algum tempo que não se deparava com uma maldição. Olhando um pouco mais atentamente descobriu estar dentro de uma cortina.
— Nada contra você assassino — disse o sobrevivente do grupo —, sabe como funciona o trabalho.
— Eu sei — respondeu sacudindo a lâmina para se livrar do restante do sangue —, claramente você não.
Seu nome não era conhecido apenas por ser um renegado das três grandes famílias, bem longe disso, sua figura notória carregava junto ao título de assassino de feiticeiros as habilidades de um ceifador. Pessoas não se aproximam para o matar, e quem o faz, é tolice. Duas únicas pessoas que o golpearam, viveram para contar história. Aquele que lhe deu a cicatriz no canto da boca, e sua esposa.
O véu turvo se desfez, bem a tempo da aguardada mensagem chegar, Mundi e Hades estavam juntos.
Há algum tempo que não se animava para um serviço, poder acabar com a escória que esteve caçando os últimos quatro meses fez surgir alguma adrenalina em suas veias. Rapidamente ele sumiu para os camarotes, o egocentrismo do senhor do submundo não o permitia dividir o andar com mais ninguém. Estar isolado é uma carta a seu favor.
No caminho, próximo à porta, já se deparou com alguns dos seguranças no chão. O ex-detetive Kon, revistava seus bolsos em busca de algo útil.
— Achei ter roubado um pouco da sua diversão, mas vendo o sangue em suas roupas não parece o caso — ele jogou uma arma limpa em sua direção seguida de um cartucho.
— Longe disso — Toji pegou objeto olhando a quantidade de balas e destravando o pino de segurança — apenas ganhou tempo.
— Faça seu trabalho — o homem girou a mão em sua direção e se afastou.
A luta que acontecia naquele momento no centro da arena abafou o som dos tiros disparados. Os seguranças de dentro da cabine se foram restando apenas três pessoas vivas ali dentro.
— Já andou mais protegido velho Mundi, agora que não sou mais funcionário está descuidado — Toji disse mantendo a arma em sua direção, mas atento aos movimentos ao seu redor —, não se mexa Hades. Descobrirá que tenho uma ótima mira e algumas balas.
Mundi estava exatamente como ele se lembrava, uma bola de natal vestida de ternos caros. O rosto rosado apertava os olhos em linhas, os cabelos completamente brancos e os dedos repletos de anéis caros, apesar da movimentação ele não soltou o charuto que tinha em mãos. Levou o fumo até a boca, soltando a fumaça em seguida.
— Parece que meus garotos falharam na missão — comentou —, o que já era esperado considerando que você, é você. Já faz um tempo que não nos vemos, após fugir com o dinheiro do contrato só apareceu nesse buraco.
O velho apontou para ele — Você me deixou em maus lençóis sabia? Minori esteve a um passo de arrancar a minha cabeça, aquela vadia maluca, se não fosse por Amarate já teria a mandado para vala. Mas veja, o meu acordo com a Imperatriz do Fim é maior do que certos imprevistos.
Mais uma vez ele levou o charuto a boca — Não o condeno por me trair, a Yokai pode colocar qualquer homem aos seus pés. Estou disposto a colocar tudo isso para trás, sou um homem benevolente.
Toji odiava essa confiança absoluta, como se ainda tivessem algum vínculo, como se ele estivesse ali para negociar. Na cabeça redonda de Mundi, o Zenin devia ser o seu capacho e desprezado pelos outros viria correndo para ele no momento em que precisasse.
Até poderia ter sido assim um dia, não mais.
Ele se aproximou de Mundi com passos lentos, colocou a mão em seu ombro. O velho se virou para Hades com um sorrindo confiante, o assassino acabara de voltar para sua posse.
Toji firmou a mão, e sem dizer uma única palavra forçou o corpo do velho para frente fazendo a cabeça se chocar contra a mesa de vidro a estilhaçando em milhares de pedaços. O charuto rolou para o chão e os gritos histéricos ecoaram pelo camarote.
— Eu não vi aqui para negociar — o Zenin puxou o cabelo ensebado para olhar o rosto cheio de cortes —, e também não trabalho mais pra você.
Novamente o movimento foi feito dessa vez a cabeça batendo diretamente na estrutura de ferro que sustentava o vidro quebrado. Do jeito que Mundi caiu, ficou. Uma poça avermelhada se formando ao seu redor.
Hades que não era nem um pouco estúpido, correu até uma mesa puxando debaixo uma arma. Toji desviou, mas logo outro obstáculo surgiu, seguranças — que não eram aqueles derrubados por Kon —, entraram no camarote.
O primeiro veio direto em sua direção com os punhos, Toji realizou uma esquiva para o lado evitando o golpe. Pegando um item de decoração inútil em seguida e jogando no atacante, na distração segurou as vestes do homem e o arremessou contra a parede.
Um segundo se aproximou com uma faca, tendo crescido numa família de lixo como a sua, saber lidar com uma situação daquela é praticamente uma questão de sobrevivência. Cruzou golpes com o homem, acertou-o no estômago e num giro coordenado pegou o pulso que segurava a arma, bateu com a mão livre na junta do cotovelo. Com a junta estourada virou o braço o esfaqueando com a própria lâmina.
O terceiro entrou no camarote e foi usado de escudo contra Hades, alvejado no mesmo instante, patético o homem se manteve parado apenas esperando para ser salvo.
Se Toji não estivesse na porta, é capaz que tivesse fugido na primeira chance.
— Eu sabia que tinha um motivo para você se interessar na Tártaros, alguém como o assassino de feiticeiros não aparece na minha porta dessa maneira.
— Parabéns, quer um prêmio? — Toji voltou a pegar a sua arma favorita — Dou alguns segundos a mais de vida, se tem algum deus em que acredita comece a pedir perdão por seus pecados.
Hades tomou o braço de Perséfone, que era a terceira pessoa presente na sala, a usando como uma forma de escudo. Tolamente acreditando que seria um empecilho.
Toji queria ser aquele que ceifou a vida do senhor do submundo. Porém, havia alguém mais qualificado para o serviço do que ele.
A deusa da primavera.
Perséfone esteve esperando o momento certo, a abertura perfeita. Enquanto Hades tentava achar um meio de se livrar da situação, foi presenteado com uma adaga cravada em seu pescoço, os olhos esbugalhados buscavam compreensão os fios de cabelos estavam completamente bagunçados.
Assustado com a mão na ferida tentando evitar o sangramento o homem deu alguns passos para trás antes de se apoiar e escorregar até o chão. Havia uma pressão em seu peito que impedia o homem de respirar, combinado com o sangue que saia de sua boca só criava a sensação de mais puro desespero.
Seu algoz estava calmo como nunca, não importava o líquido viscoso e denso que vestia sua mão como uma luva. Os olhos encaravam com atenção as veias que saltavam pelo rosto daquele que foi por muito tempo seu maior pesadelo.
— Preste bem atenção enquanto está morrendo, quero que meu rosto seja a última coisa que vê — Hades tentou ainda levantar as mãos e a segurar pelos pulsos, porém sem força, a tentativa foi em vão.
— Você que sempre agiu como se fosse um deus, brincando de vida e morte com as outras pessoas, como se sente tendo a sua própria escapando pelos seus dedos? É sufocante? Dói? Não é uma fração do que você merece sofrer.
A mulher torceu a adaga também aproximando seu rosto.
— Pobre Hades, podre Hades. Viveu como um rei, mas vai morrer aqui. Num mundo de ninguém, sendo pior do que os vermes que vão comer sua carne. Já que a luz parece estar deixando seus olhos, e o sangue, o corpo; me despeço. Só mais duas coisas... — as unhas da mão livre cravaram na pele do rosto o forçando a olhar para ela. — Primeiro, você nunca soube usar isso que tem no meio das pernas. Segundo, seu maior erro foi ter matado meu irmão.
Num último movimento nascido da fúria e desejo de resolução Perséfone puxou a lâmina rasgando brutalmente a carne cumprindo a promessa que fez para si mesma e para a lembrança de seu irmão.
Toji olhou de longe a cena, com o cadáver do velho Mundi já frio aos seus pés.
Aquela não foi a resolução que imaginou ter quando começou a trabalhar com Kon, porém não podia reclamar. Descobriu no caminho informações que nunca teria, conheceu pessoas que nunca ouviu falar antes e pela primeira vez sentiu um orgulho de justiceiro deturpado. O anti-herói que ocasionalmente faz algo que não é tão ruim.
— Continua aqui? Já devia estar a caminho da Grécia.
— Não sei se sabe, mas existe uma coisa chamada oceano entre nós.
Um riso ecoou, a mulher mesmo coberta de sangue parecia estar tendo o melhor momento de sua vida.
— Cérbero está te esperando no estacionamento. Tem passagens, documentos falsos e dinheiro no porta-malas do carro — explicou —, o assassino de feiticeiros nunca falha uma missão. Não havia motivos para não fazer preparações antecipadas.
— E você?
— Mesmo com esses dois imbecis mortos, as coisas por aqui ainda precisam de ordem. Até os clientes de Kon assumirem os negócios, vou me coroar rainha.
Toji ficou surpreso pela mudança repentina de personalidade, porém não perdeu tempo em andar na direção da porta. Parando apenas um segundo antes de sumir completamente.
— Perséfone, obrigado.
— Haruna, meu nome verdadeiro é Haruna. — respondeu sorrindo gentilmente em seguida — Quando encontrar sua esposa, mande meus cumprimentos. Se ela quiser uma experiência nova, meus braços estão abertos.
— Isso não vai acontecer — Toji se virou para ir embora, não deixando de ouvir uma resposta abafada pelos gritos de comemoração à vitória de 2.
— Nunca se sabe.
N/A: Pronto! Acabou o arco de "redenção" do Toji! O homi vai pra Grécia encontrar o mô dele exatamente no capítulo 50. Olha que romântico, foi mais longo do que eu esperava, não vou mentir.
A vida tem dessas.
Pra você que acompanhou e não dropou a história quando esse delírio começou, muito obrigada!
Pra você que leu até aqui, obrigada!
Próximo capítulo voltamos com POV da patroa e o esperado reencontro, tan dan dan.
Até mais, amo vocês, Xx!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top