Apesar de não ter mais visto Perséfone, através do ex-detetive ela havia enviado a localização correta de onde seria aberto as inscrições. Muitos recebiam convites para o Tártaro, porém, apenas um grupo seleto poderia entrar. Num momento como esse, é comum até mesmo os participantes se matarem durante o caminho e eliminar a concorrência, já que estar na competição é sinônimo de ganhar dinheiro. Seriam dadas 24 horas para os convidados chegarem ao lugar marcado depois da revelação no mapa, tornando a região uma verdadeira carnificina.

Toji não estava na cidade exata, mas estrategicamente em uma que ficava apenas algumas horas de distância do suposto local. Pegar uma linha de trem seria mais que suficiente.

Kon se manteve longe nos últimos tempos, uma vez que esteve no restaurante no dia do ataque de Minos não podia arriscar ser reconhecido pela equipe de Hades. O mais velho também estava tentando seu melhor para manejar a crise instaurada no cliente.

Como esperado, a mulher misteriosa que esteve na reunião estava diretamente ligada com Minori. Com algumas pesquisas e o material encontrado no consultório do Corvo o grupo conseguiu um pouco mais de informação sobre Amarate.

A chamada 'Imperatriz do Fim' um dia fora uma humana, uma feiticeira jujutsu que após cometer um pecado contra um dos tabus do mundo foi amaldiçoada. Só que com o poder de uma das grandes famílias correndo em suas veias só a tornou ainda mais poderosa, uma situação similar a de Ryomen Sukuna, embora fosse anterior ao tempo do rei das maldições.

Sem ter alguém para realmente a eliminar desse mundo, foi cultuada como uma deusa. Uma criatura persuasiva que creditava desejos aqueles que lhe fazem oferendas, a busca pelos prazeres amaldiçoa a carne e cria escravos.

Confirmando a hipótese inicial, Minori se tornou um receptáculo para Amarate, porém incompleto por dividir a alma com a irmã gêmea, estava definhando. A história também foi revelada, a Imperatriz do Fim havia prometido cumprir os desejos de Mundi, se ele entregasse [Nome].

Simultaneamente, surgiu a recompensa pela cabeça da esposa, colocada no mercado por Hades e aceito por Corvo. Toji não sabia dizer porque o homem não a matou, sendo que houveram muitas chances de o fazer, especialmente durante as visitas no consultório.

Continuando a trama de vingança e serviços milionários. Para a proteger de qualquer tentativa de assassinato, Toji foi contratado por Mundi, a mando da cunhada louca, para proteger [Nome] até o dia em que Minori viria para tomar sua alma.

Duas coisas desencadearam os eventos que mandaram [Nome] para a Grécia para se proteger. Hades sendo um traidor, e a paixão que surgiu entre Toji e a esposa, ele não sabia dizer se poderia chamar de amor. É um sentimento desconhecido que queima seu coração, e o faz ter arrependimentos, e isso é tudo que sabe sobre ele.

— Hades é realmente um filho da puta — Cérbero comentou —, não consigo parar de pensar no que ele fez. Além de mandar alguém matar a Yokai, avisou Minori que vocês estavam tendo um caso e todo o plano poderia ruir.

O homem rechonchudo bateu a mão na mesa abaixando o jornal com as notícias do dia — Para ele [Nome] apenas devia morrer, não importa se for pela recompensa ou pela irmã sádica. Eles tiveram um caso? Porque não consigo encontrar uma explicação mais forte pra isso acontecer.

Toji resmungou — Não sabia sobre a família dela, realmente acredita que teria informações dos outros imbecis com que ela se deitou?

— Percebeu que você se incluiu nesse meio não é?

— Se não fosse, minha esposa ainda estaria ao meu lado.

Cérbero se virou devagar para Toji, curioso — Mas deve ter algum motivo.

Tirando o olhar do teto, o assassino de feiticeiros de curvou para frente desencostando do sofá. Mirando o mapa na mesa, ainda inalterado.

— Já que eu matei o irmão de Perséfone ele deve ter achado que seria uma boa ideia dar um presente equivalente. Realmente não me importa já aconteceu mesmo.

— Sobre isso é verdade, e é uma boa opinião. Parece ser uma boa motivação.

Toji o olhou de soslaio — Pare de tentar imitar o detetive, não é como se tivesse um bom senso de dedução para começo de conversa.

— Sempre me diminuindo, mas sabe de uma coisa. Depois de três meses convivendo com esse seu mau-humor. Já me tornei praticamente imune, mesmo se me chamar de cão de guarda, serei o melhor deles.

— Vai latir se eu mandar?

— Não — respondeu à besta voltando a pegar o jornal —, já é exagero.

Um riso ecoou — E posso saber o que motivou essa mudança de pensamento? Tinha bons momentos vendo você se irritar por ser chamado de cachorro.

— Vendo essa sua pequena jornada de redenção me fez ter algumas mudanças de pensamentos — a sinceridade na voz dele o surpreendeu —, depois que sairmos dessa com todo o dinheiro que vamos receber. Talvez eu abra um restaurante medíocre para passar o tempo, já vi pessoas demais morrerem nessa minha vida velha e também já cometi erros demais.

— E como um restaurante vai fazer a diferença? — questionou Toji.

— Não vou ter com o que gastar o meu dinheiro, ou para quem deixar a herança, vou distribuir comida abaixo do preço até a fortuna de desfazer. Pelo menos vou deixar no caixão sabendo que uma coisa boa eu fiz.

Ele levantou a cabeça — Mas se você parar para comer no meu restaurante, vou cobrar o dobro, o triplo!. Por danos morais, os traumas que colocou na minha cabeça, nunca vão se curar.

— Está exagerando.

— Meu nariz não é tão reto quanto já foi um dia!

No meio da discussão da dupla dinâmica e inesperada, marcações se formaram no mapa aberto. Era a localização do ponto de encontro, a mesma que Perséfone dissera, porém, havia algo de diferente.

Os números marcados eram de apenas 6 horas, e não 24 como o de costume.

— Hades deve ter alterado pensando que você não iria conseguir — Cérbero comentou —, mas estamos perto.

— Não — Toji interrompeu —, ele está desconfiando de Perséfone. Não estamos numa região com muito jujutsu, não teria o porquê estarmos aqui, se chegarmos rápido ele vai saber que houve um vazamento de informações.

— 6 horas é exatamente o tempo que levaríamos de Tóquio até lá. O que faremos?

— Entrar no jogo dele — Toji pegou a mochila e se levantou —, mas antes disso. Vamos voltar algumas casas.

N/A: Obrigada por não desistirem de mim! Não vou me estender muito no final do arco de redenção, acho que 3 acaba.

Vejo vocês na próxima! Até mais, Xx!