Primeiro passo para a eternidade.


Logo depois de Izobel nos dispensar do refeitório, tratei de pegar a mão de Brenda e puxa-la comigo. Eu poderia partir a qualquer momento e eu não queria simplesmente sumir sem dar uma explicação para a minha melhor amiga, mesmo que eu ainda não soubesse o que eu iria falar. Procurei chamar a atenção de Izobel e quando ela nos encarou, olhei sugestivamente para ela. O pequeno aceno que recebi em troca, me deixou saber que ela tinha me entendido, mesmo que eu não tivesse proferido uma única palavra.

Continuei puxando Brenda pela mão até o quarto de Izobel. Eu tinha esquecido de lhe entregar as chaves naquela manhã e isso se tornou uma tremenda sorte. Afinal, eu ainda precisava de um local para revelar que estava deixando o convento. Empurrei Brenda para dentro do quarto e passei o trinco na porta, virando-me para ela com o coração aos pulos. Era agora.

Brenda me encarava com os braços cruzados, sua expressão impassível não revelava o que ela estava achando daquilo tudo, mas ela não conseguia esconder a curiosidade por trás de seus olhos azuis. Senti o toque quente de Nathaniel na ponta de meus dedos e mordi o lábio inferior. Eu não sabia exatamente o que falar e principalmente eu não sabia se o queria ali ouvindo tudo.

— Desembucha, Rose! — Brenda se sentou na cama e cruzou as pernas enquanto olhava despretensiosamente para suas unhas. — Vai finalmente me dizer o que está acontecendo com você? — abri a boca, mas nada saiu. As palavras pareciam travadas na minha garganta. Eu podia sentir meus olhos começarem a lacrimejar, denunciando que eu iria acabar chorando. — Pelo amor de Deus, Rose! Está me assustando. — a voz de Brenda já tinha subido algumas oitavas e ela já tinha se levantado e se aproximando de mim. — Amiga, o que está acontecendo?

— Eu não consigo, eu não consigo Nathaniel. — sussurrei balançando a cabeça e vendo a expressão da minha amiga mudar de medo para dúvida. Na certa ela estava pensando que Linda não era a única louca do convento. — Eu não sei como explicar isso. — sussurrei deixando duas lágrimas grossas caírem e senti a mão dele apertar a minha. Eu não tinha percebido que tinha fechado os olhos tamanha era minha angustia, até que os abri e vi minha amiga com os olhos arregalados. Olhei para meu lado, somente para ver Nathaniel em carne e osso, então rapidamente voltei minha atenção para Brenda, correndo para colocar uma mão em sua boca e a outra apertar sua nuca. Eu podia ouvir os gritos dela saírem e serem abafados pela minha mão. — Não grita, por favor. Eu vou tirar a mão, mas não grita. — murmurei próximo ao seu ouvido e vi sua cabeça balançar confirmando.

— Mas que porra é... — tapei sua boca novamente, porque mais uma vez ela estava gritando. Nathaniel rolou os olhos e estalou os dedos.

— Tira a mão da boca dela. — obedeci a sua ordem e olhei espantada para Brenda que movia sua boca, mas nenhum som saia.

— Nathaniel! — olhei para ele, que se limitou a rolar os olhos mais uma vez e se encaminhar para a porta, encostando-se ali.

— Ela não calava a boca. Você queria o que?! — ignorei aquilo e voltei a encarar minha amiga, que agora me olhava com olhos marejados.

— Brenda, calma. Ele vai fazer sua voz voltar, mas primeiro você tem que me escutar e prometer que não irá gritar. — esperei que ela confirmasse com a cabeça e quando ela o fez eu suspirei. Era agora e eu não poderia enrolar mais. — Quando jogamos aquele jogo no porão, abrimos um tipo de portão para o...

— Rose! — Nathaniel tinha se desencostado e agora estava ao meu lado. Seus olhos vermelhos estavam arregalados em minha direção.

— Eu preciso explicar, Nathaniel. Preciso começar desde o início para que ela entenda. É a minha melhor amiga e eu confio nela. — seus olhos ainda estavam duvidosos, mas ele assentiu voltando a se encostar na porta. — Abrimos uma passagem para seres.... sobrenaturais. — murmurei a última palavra baixinho. — Linda não estava totalmente errada. Atraímos sim, alguma coisa naquela noite. Era ele. — apontei para Nathaniel com a cabeça e vi seu olhar arregalado se prender nele por um momento. — Mas ele não me possuiu. Ele não me fez nenhum mal, pelo contrário, ele cuidou das minhas feridas quando irmã Maria me bateu. — levantei a manga da blusa e mostrei meus braços sem nenhuma cicatriz. — Ela abriu minha pele com as pancadas daquela vara. Nathaniel fez desaparecer as cicatrizes, junto com a dor. — expliquei e vi sua boca se mover, mas nenhum som saiu. Nathaniel somente suspirou quando o olhei e ouvi seus dedos estalarem novamente.

— O que ele é? — a voz de Brenda ecoou rouca, o traço de curiosidade implícito no tom de voz trêmulo.

— Eu sou um demônio. Meio demônio, para falar a verdade. – foi Nathaniel quem respondeu aquela pergunta. Brenda olhou para mim e depois para ele, e novamente seu olhar recaiu em mim. Seus olhos azuis estavam se arregalando novamente. — Não grite! — Nathaniel estava com os dentes trincados ao murmurar aquilo e vi com pesar minha amiga engolir em seco, antes de assentir com a cabeça.

— Brenda, amiga... Sou eu. Não estou possuída. Eu sei que vai parecer loucura, mas... Mas a gente acabou... — olhei para Nathaniel com o rosto pegando fogo e ele assentiu me encorajando a continuar. Voltei a olhar para Brenda que tinha as mãos trêmulas sobre os lábios.

— Ai meu Deus... — sua voz não passava de um sussurro.

— A gente acabou se envolvendo e...

— Eu amo a Rose, Brenda. — Nathaniel, enfim, se aproximou pegando na minha mão e dando um pequeno aperto. — E é só por isso que estamos aqui lhe contando isso. Você é a melhor amiga dela e ela iria sofrer muito se fossemos embora sem que ela te explicasse o porquê.

— Embora? — sua voz ecoou tão fraquinha que despedaçou meu coração. Seus lindos olhos azuis agora estavam marejados em minha direção, e não mais amedrontados, mas sim tristes. — Rose?

— Brenda... — puxei-a para um abraço apertado e senti Nathaniel nos dando um pouquinho de espaço. — Eu te amo tanto e eu te levaria comigo se eu pudesse. Mas só esse pouco que eu te contei já é o suficiente para te colocar em perigo. Estamos fugindo, amiga. Eu fiz a minha escolha. Eu o amo. Mas eu não podia ir embora sem me despedir de você. — sussurrei em seu ouvido e senti sua cabeça movimentar para cima e para baixo, enquanto ela fungava contra meu pescoço. — Eu queria poder te contar tudo, mas não posso. Não é seguro pra você. Mas eu estou bem e estou feliz de ir embora com ele. — eu pude sentir a cabeça de Brenda se levantar do meu pescoço e observar o lugar onde Nathaniel estava.

— Se você está feliz é o suficiente para mim. Não irei fazer perguntas ou me opor a sua decisão. — sua voz era firme, mas seus braços me seguram forte em nosso abraço. Disfarcei um soluço com uma risada e apertei-a mais em meus braços. — Foi o chifrudo que deu uma lição em Linda e irmã Maria? — engasguei-me com sua pergunta sussurrada em meu ouvido. Eu sabia que Nathaniel podia escutá-la, mas ele se manteve em silêncio e preferiu não comentar o apelido que minha louca amiga o tinha dado. Assenti com a cabeça e ela riu baixinho. — Okay, ele tem um ponto comigo. — rolei os olhos sorrindo e nos afastei. — Okay, okay, chega de choradeira. As coisas vão ficar melhores sem a irmã Maria e sem a Linda. Vou aguentar esse ano sem você.

Era completamente normal eu esquecer que Brenda tinha somente dezessete anos. Éramos amigas a tanto tempo, pensávamos tão parecido que muitas vezes eu me esquecia que eu já tinha atingido a maioridade e que precisaria escolher entre ficar aqui para sempre ou tentar a vida no mundo real. Das duas alternativas, não ficaríamos juntas por muito tempo, pois se eu saísse para o mundo afora, não poderia leva-la comigo e se eu escolhesse ficar, Brenda iria embora assim que completasse seus dezoito anos e eu estaria presa aqui por conta dos votos.

A família de Brenda sempre foi muito rica, e quando os pais de Brenda morreram em um acidente de carro, os familiares que sobraram não pensaram duas vezes antes de joga-la aqui. O lado bom de toda essa desgraça, era que ela estaria livre para sair assim que completasse dezoito anos, afinal, seus pais tinham lhe deixado uma boa grana em uma conta que somente ela poderia movimentar.

— Vamos nos ver ainda. Me prometa! — sua voz me tirou de meus devaneios e me peguei assentindo, mesmo que seu tom de voz deixasse implícito que aquilo não era uma pergunta. — Eu não quero saber o que teremos de fazer, eu só quero que me prometa que nos veremos novamente. Você é a única pessoa que tenho nesse mundo Rose, não quero te perder pra sempre.

— Prometo. — eu não sabia se eu conseguiria cumprir essa promessa, mas eu sabia que eu iria tentar nem que me custasse a vida. Eu não esqueceria da minha melhor amiga, minha irmã. — Eu amo você Brenda.

— Eu amo você, Rose. — ela me puxou para um último abraço e saiu do quarto sem olhar para trás.

Éramos assim. Mesmo inseparáveis, mesmo nos amando profundamente, não gostávamos de despedidas longas. Se passássemos o resto do dia grudadas seria a maior choradeira.

E foi assim que eu me despedi da minha louca amiga. Minha irmã. A única pessoa que foi capaz de me acalmar, quando eu pensei que enlouqueceria nesse lugar que não era nada do que parecia para o mundo lá fora. Me apeguei à promessa que lhe fiz e consegui passar o resto do dia em absoluto silêncio e em uma falsa calma. Nathaniel tinha se despedido com poucas palavras dizendo que iria arrumar tudo para que não acontecesse nenhum imprevisto. O plano estava traçado e era bem simples. Eu iria me encontrar com ele no terraço do convento e de lá iríamos embora. Acreditamos que não teríamos maiores problemas, afinal, Nathaniel tinha dado um fim na irmã Maria. Eu não perguntei, mas tinha plena certeza de que tinha dedo dele nisso.

...

— Rose, você tem certeza disso? — eu sabia que Brenda não estava dormindo, e a voz dela ecoando no breu do nosso quarto confirmou isso.

— Meu lugar não é aqui Brenda. — sussurrei tão baixinho que eu duvidei por um momento que ela tivesse escutado, mas suas orbes azuis aparecendo na escuridão e mexendo-se para cima e para baixo me confirmou que ela tinha escutado. — Eu confio a minha vida a Nathaniel. Ele me deu o direito de escolher. Coisa que eu imaginei que nunca teria. Por ele isso não aconteceria assim, mas as coisas saíram do nosso controle. Esse tipo de relacionamento é proibido no mundo dele, e parece que eles levam essa regra a sério. — segredei baixinho em sua direção e nos aproximamos mais da ponta de nossas camas. Não comentei que estávamos correndo risco de vida, mas eu sabia que Brenda chegaria a essa conclusão sozinha. — O único motivo de eu não te levar comigo nesse momento é que eu não posso suportar a ideia de algo acontecendo com você. Eu não conseguiria conviver comigo mesma se algo... — me interrompi, pois somente imaginar isso doía. — Eu juro que nos veremos novamente. Daremos um jeito! Isso não é um adeus. - sussurrei me sentando na cama e vendo Brenda fazer o mesmo. — Se cuida! Eu irei mais tranquila sabendo que as coisas serão melhores com Izobel na direção do convento. E amiga, por favor, não brinque mais com tabuleiros Ouija. — sussurrei em seu ouvido ao puxá-la para um abraço. Senti sua cabeça se mover em uma confirmação. — Eu te amo.

— Eu te amo. — seu sussurro ecoou rouco por conta das lágrimas que ela segurava. — Agora vai, antes que seu chifrudo venha aqui e te arraste a força. — ri baixinho em seu ouvido e nos separei.

— Brenda, ele te escutou da primeira vez. — revelei com um sorriso de lado e vi seus lindos olhos azuis se arregalaram. Pisquei em sua direção, antes de lhe dar as costas e correr porta afora.

Não olhei para trás ao sair. Eu tinha feito minha escolha e não iria me arrepender. Rapidamente eu cheguei ao terraço e encontrei Nathaniel com os braços ocupados com algumas peças de roupas.

— Você roubou essas roupas? — perguntei assim que nossos olhos se encontram. A noite estava fria, o vento bagunçava meus cabelos e fazia com que a barra da minha camisola se movesse com brusquidão.

— As suas sim. — ele deu de ombros se aproximando de mim e me estendendo uma calça jeans escura e um casaco grosso e preto. — Por mais que seja tarde, não quero correr o risco de sermos vistos. Então vamos tentar nos camuflar na escuridão. — sorriu colocando as mãos na barra da minha camisola. Levantei os braços e ele puxou-a pela minha cabeça. Seu olhar se direcionou por um momento para meus seios desnudos e depois se fixou entre minhas pernas, corei ao vê-lo sorrir de lado. Eu tinha certeza de que ele estava lembrando do episódio da calcinha. — Só checando. — murmurou piscando e eu tratei de vestir a calça e a blusa apressadamente, enquanto ele ria.

— Estou pronta. — sussurrei a sua frente e ele assentiu. Observei maravilhada as enormes asas negras surgirem de suas costas e aceitei a mão que ele estendia em minha direção. Nathaniel entrelaçou nossos dedos por um momento e logo depois me puxou para seus braços, colocando minhas mãos em volta de seus ombros.

Prendi a respiração ao senti-lo enlaçar minha cintura e enfiar seu rosto em meu pescoço. Mesmo tendo seu corpo junto ao meu diversas vezes, a sensação gostosa da expectativa era a mesma, sempre como o primeiro toque, e eu gostava disso. Gostava da sensação de arrepio gostoso ao senti-lo próximo de mim. Suspirei em seu ouvido e pude sentir seus lábios sorrirem contra minha pele, para logo depois sentir o cálido beijo sendo depositado ali.

Nathaniel me apertou contra seu corpo e bateu suas grandes asas, nos impulsionando para cima em uma velocidade absurda. Agarrei seus ombros com força, sentindo meu coração acelerar dentro do peito. Aquilo era outra coisa que eu nunca iria conseguir controlar; o frio na barriga ao sentir meu corpo ser impulsionado no ar, os cabelos revoltos e o vento no rosto, enquanto voávamos velozmente pelo nosso destino.

Não demorou muito e chegamos ao nosso destino. Bom, pelo menos bem próximo dele, pois eu acreditava que nosso destino não era um beco escuro e fedido.

— Desculpe parar aqui, eu não quero arriscar ser visto. Se eu pudesse nos teletransportar direto para casa. — disparou assim que nossos pés tocaram o chão. Nathaniel rapidamente recolheu suas asas e segurou em minha mão, nos puxando para fora do beco suspeito.

Andamos um pouco pelas ruas, que por incrível que pareça, estava movimentada e logo chegamos à frente de um prédio com a pintura amarela meio desgastada. Nathaniel tirou uma chave do bolso de sua calça e eu tive a confirmação que ali seria onde ficaríamos. Ele voltou a trancar a porta de entrada do prédio e começou a me puxar em direção as escadas. Subimos dois lances de escadas, antes de pararmos em uma porta marrom com o número 4 pregado na casa.

Pisquei os olhos quando a luz amarelada iluminou o ambiente. Entrei observando a pequena sala em tons de cinza. Nathaniel adentrou no cômodo, jogando o molho de chaves em cima de uma mesinha ao lado da porta. Observei o sofá cinza de três lugares em frente a uma televisão pregada à parede. Um pequeno tapete peludo, também na cor cinza, estava ao chão e eu senti uma enorme vontade de pisar ali para sentir a maciez. Um longo Rack marrom com duas portas pretas de correr estava embaixo da televisão. Do outro lado do cômodo, se encontrava uma mesa de jantar com quatro lugares, e um pouco mais para frente estava o resto da pequena cozinha onde eu podia ver uma geladeira inox, uma pia em mármore preta com um cooktop. Adentrando mais o local eu pude ver um forno elétrico e um micro-ondas embutido.

— Está com fome? — a voz suave de Nathaniel me distraiu da inspeção por um momento. Olhei para ele vendo-o parado ainda próximo da porta, com as mãos dentro dos bolsos laterais de sua calça. Seu peito desnudo atraia meu olhar constantemente. Balancei a cabeça negando e o vi suspirar e passar a mão nos fios negros de seus cabelos. — Essa casa era da minha mãe. — confessou depois de um tempo aproximando-se do sofá e sentando-se no mesmo. — Eu comprei a casa quando soube que ela morava aqui. Os pais dela ficaram felizes em se desfazer do único bem material de sua filha. — notei que ele não os chamou de avós.

— Ela tinha bom gosto. — murmurei olhando em volta e logo depois me aproximei dele. Seus braços automaticamente rodearam minha cintura. — Você conheceu os...

— Não fiz questão. Um amigo próximo da minha mãe resolveu tudo. Eu não queria estar no mesmo lugar das pessoas que abandonaram sua única filha grávida. — seu tom de voz deixava claro o que ele achava dos avós maternos. — Então eu comprei a casa, era um jeito de ter algo dela comigo. Fiz questão de que eles deixassem os móveis e os pertences dela. E eles não se importaram. Eles não se importaram com nada, depois que o dinheiro caiu na conta. — passei os dedos nos fios sedosos de seus cabelos e Nathaniel encostou sua testa em minha barriga. — Estaremos seguros aqui. Nem Lúcifer, nem nenhum outro demônio pode invadir a casa. — assenti mesmo sem ele ver e continuei com o carinho em seus cabelos. Prendi a respiração ao senti-lo levantar minha blusa e passar o nariz na minha pele desnuda. — Já disse que adoro o seu cheiro?

— Hoje não. — murmurei sentindo minha pele formigar. Nathaniel deu uma mordidinha de leve em meu quadril me fazendo suspirar e prender meus dedos em seus cabelos. Senti o sorriso se formar em seus lábios e logo depois suas mãos pousaram no botão da calça jeans. Deixei que ela abrisse a calça e abaixasse a mesma, revelando uma calcinha rosa. — Nathaniel. — seu nome saiu como um gemido de meus lábios, ao senti-lo passar o rosto pelo meio das minhas pernas.

— Eu quero você agora, Rose. — sua voz estava baixa e rouca pela excitação. Fechei os olhos aproveitando a carícia e deixei que ele deslizasse a peça íntima pelas minhas pernas. Sua língua se enfiou entre minhas pernas sem nenhuma cerimônia. Nathaniel estava apressado, prova disso era sua língua deslizando avida sobre minha vagina, exatamente sobre o ponto mais necessitado de suas caricias. — Eu não me canso do seu gosto. — murmurou ainda sobre meu sexo e seu hálito quente me fez fechar os olhos e gemer, enquanto agarrava em seus chifres e pressionava-o ali. Ele riu suavemente erguendo minha perna e colocando sobre o sofá, enquanto deslizava seu corpo ajeitando-se de um modo que ficasse confortável. Sua boca voltou a descer entre minhas pernas e eu gemi alto chamando seu nome. Ambas as mãos dele agarraram minha bunda e ele me puxou para seu rosto.

Me separei de seu corpo, com o rosto pegando fogo e com uma ideia maliciosa em mente. Eu não queria pensar mais em como parecia errado me entregar. Eu não queria me repreender pela simples ideia de lhe proporcionar tanto prazer, quanto ele me dava. Então por isso mesmo, afaguei seus cabelos, antes de me ajoelhar a sua frente e olhei para seu rosto, sorrindo ao vê-lo respirar ofegante, tão afetado quanto eu.

— Você não precisa fazer isso. — Eu sabia que não precisava, mas eu queria. E ter seus olhos me encarando em expectativa, enquanto eu abri o botão de sua calça e descia o zíper, aquilo era muito bom para que eu sequer pensasse em nos negar esse prazer.

— Você só precisa me ensinar como você gosta. — murmurei tentando não deixar as mãos tremulas e liberei seu pênis de dentro da calça. Nathaniel levantou um pouco o quadril e terminou de abaixar a calça até a altura do calcanhar. Segurei o sorriso ao pensar nele ansioso pelo que está por vim.

— Então abre a boca, Rose. — sua voz não passava de um murmúrio baixo, enquanto seus olhos me hipnotizavam. Fiz o que ele pediu e não consegui quebrar o contato nem se eu quisesse, quando ele se aproximou da ponta do sofá e encostou seu pênis em minha língua. — Se continuar me olhando isso não vai durar muito. — eu ri de suas palavras, mas diante do seu gemido agoniado preferi quebrar o contato dos nossos olhos e deixar que ele abaixasse minha cabeça lentamente.

Eu logo descobri que aquilo não tinha nenhum segredo. Eu só precisava tomar cuidado com os dentes, então tratei de envolve-lo com meus lábios e segurei em sua base, tentando colocar o máximo dele dentro da boca e voltando a ponta, sugando como se estivesse saboreando um pirulito. Nathaniel gemia mais alto quando eu dava mais atenção a cabeça rosada do seu pênis, então pressionei os lábios ali e dei uma espiada nele, somente para encontra-lo com os lábios entre abertos e me olhando atentamente.

— Porra... — minha cabeça foi tirada dali de repente e eu franzi a testa, vendo-o respirar com dificuldade.

— Eu fiz algo errado? — voltei a olhar para seu membro, preocupada que tivesse o machucado e ouvi seu riso tremulo ecoar, antes que ele me colocasse de pé e terminasse de retirar sua calça.

— Você foi perfeita. Eu que não estou aguentando te ver daquele jeito. Sua boca é perfeita e você teria me feito gozar antes do que eu pretendia. — desviei o olhar com vergonha de suas palavras e ouvi seu riso. — Vem cá, senta aqui. — eu não tinha percebido, mas Nathaniel já tinha colocado até uma camisinha e somente esperava por uma reação minha.

Aproximei-me extremamente quente e passei minhas pernas sobre seu corpo, deixando-as uma de cada lado de sua coxa. Sua mão se fechou em minha cintura e Nathaniel me sustentou ali, a ponta de seu pênis pairando na minha entrada, me fazendo fechar os olhos e estremecer com o prazer antecipado. Ele colocou ambas as mãos na barra do casaco e puxou-o pela minha cabeça com pressa, deixando meus seios à mostra na altura de seu rosto.

Nathaniel aproximou a boca do meu seio direito e passou a língua ali, deixando-o duro no mesmo momento, seus dentes se prenderam de leve no bico do meu peito e ele esfregou a cabeça de seu pênis na minha entrada, somente para ter o prazer de me torturar um pouquinho. Deixei um gemido longo sair de meus lábios ao sentir o prazer invadir meu corpo. Ele ainda ficou nessa carícia por um tempo, esfregando a ponta de seu pênis no ponto exato que me fazia suspirar e estremecer, antes de me abaixar de uma vez e se enterrar completamente dentro de mim.

— Ah... — gemi descontroladamente, enquanto agarrava em seus cabelos. Sua boca ainda estava em meus seios e suas mãos se direcionaram para minha bunda, apertando-as e me fazendo subir e descer. — Nathan... — engasguei quando sua mão direita se enfiou de repente entre meus cabelos e sua boca foi exigente em meu pescoço. Ali era meu ponto fraco e ele sabia disso. Nathaniel aproveitava dando pequenas mordidas em meu pescoço, enquanto seus dedos apertavam meus cabelos. Chegava a doer, mas era uma dor gostosa. — Ah meu de...

— Nathaniel. — ele rosnou em meu ouvido calando-me. Sua mão esquerda desceu em minha bunda em um tapa estalado ao mesmo tempo em que ele levantava os quadris afundando-se ainda mais em meu interior. — Se vai gemer algum nome, que seja o meu. — murmurou ainda com a mão direita infiltrada em meus cabelos e eu assenti fechando os olhos, sentindo minha vagina pulsar e apertá-lo. Nathaniel se transformava ao fazermos sexo e aquilo me deixava louca. Suas mãos sempre delicadas e cuidadosas ao me tocar, agora eram exigentes e me apertavam gostosamente contra seu corpo, tomando-me para si de um jeito selvagem que me fazia estremecer de prazer. Meu corpo começou a se mover sem controle sobre o dele. De repente era eu quem comandava, era eu que subia e descia sobre seu colo demarcando um ritmo frenético e incessante. — Isso, Rose. — meu nome saiu de seus lábios como um gemido, despertando algo em mim que nem eu sabia explicar. Era um prazer diferente. Eu definitivamente tinha gostado de ouvi-lo gemer em meu ouvido. Agarrei os cabelos de sua nuca, puxando a cabeça dele para trás e direcionei meu rosto para seu pescoço. A pele de Nathaniel estava quente e úmida e sem pensar no que eu estava fazendo passei minha língua ali, sentindo-o estremecer violentamente e agarrar minha cintura com força. — Puta que pariu. — soltou com a voz trincada e começou a me ajudar com os movimentos.

— Nathaniel... — gemi em seu ouvido enquanto sentia o prazer invadir meu corpo e minha vagina se apertar com força em volta dele. Nathaniel jogou a cabeça para trás, gemendo meu nome novamente e movimentando meu corpo mais rápido sobre o seu. Pressionei meus seios em seu peito e trinquei os dentes ao estremecer violentamente. Meus dedos se enfiaram nos fios de seus cabelos sem minha permissão e eu os torci ao atingir o máximo do meu prazer. Nathaniel assumiu o comando e moveu meu corpo sobre o seu, até que chegasse ao seu orgasmo, um tanto quanto mais contido que o meu. — Isso foi...

— Sim. — concordou em um suspiro. Seus braços estavam em volta de mim, como sempre protetores. Nathaniel tinha voltado ao seu estado normal. Sorri escondido ao constatar que eu tinha esses dois tipos de Nathaniel e adorava.

— Você me deu um tapa...

— E você gostou. — a resposta como sempre na ponta da língua. Escondi meu rosto em seu pescoço e o senti rir. — Você não me engana Rose. Sempre que a gente transa, você mostra o que você realmente é. — tirei meu rosto de seu pescoço e encarei os olhos vermelhos que brilhavam divertidos. — Uma grande safada. Quase fiquei sem cabelos, sabia?! — senti meu rosto esquentar e ouvi sua gargalhada ecoando, denunciando que ele estava tirando sarro da minha cara. Puxei os cabelos da sua nuca de leve e Nathaniel jogou sua cabeça para trás, seu corpo balançando conforme ele gargalhava e me arrancava um sorriso.

Nathaniel se levantou comigo ainda em seus braços e nos levou em direção ao único banheiro da casa. O banheiro não era tão grande e nem muito pequeno, era o tamanho ideal para que duas pessoas tomassem banho confortavelmente. Não que tenha sido isso que fizemos. Por conta de seu sangue demoníaco, Nathaniel era insaciável e eu... bom, eu mais uma vez tentei deixar a vergonha e fazer o que estivesse com vontade naquele momento. Nathaniel me conhecia melhor do que eu mesma, então não teria o porquê eu esconder que eu o queria.

Acabei surpreendendo a nós dois ao acabar ajoelhada ao chão do banheiro e dessa vez fomos até o final.

O som da campainha ecoou interrompendo os nossos planos de continuar a brincadeira no quarto. Nathaniel se secou rapidamente e vestiu a roupa que estava jogada na sala. Ele entregou minhas roupas e eu as vesti depois de me secar, enquanto ele aguardava pacientemente eu terminar de me vestir, para assim abrir a porta.

— O que faz aqui? — a voz dele ecoou da porta. Eu me encontrava parada próxima ao corredor do banheiro, não conseguia ver quem estava ali com Nathaniel e de repente fiquei com medo de quem poderia ser.

— Olá para você também. — a voz grave ecoou. Era uma voz masculina e o dono dela logo apareceu em meu campo de visão, pois adentrou a casa sem esperar por um convite. — Ora, ora... agora consigo entender o motivo de você ter desencadeado uma guerra. — seus olhos negros se detiveram em mim por um momento. — Atrapalho algo? — sua cabeça se inclinou para o lado e um sorriso um tanto malicioso desenhou seus lábios. 


...

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