Assim que os meninos foram levados pelas lhamas ( se é que eu posso dizer isso), todos ficamos em pânico.
   As outras crianças ficaram completamente desesperadas. Henrrique, Melissa e Juliana tentavam acalmar Edu, Sabrina e Tiago, mas estava na cara que todo mundo estava em pânico.
   Uns 15 minutos depois dos meninos desaparecerem, o celular da minha mãe tocou. Era um número completamente desconhecido, e era um milagre ter sinal de celular ali.
   Imediatamente, minha mae atendeu e colocou no viva-vós. Eu estava meio longe, por isso não ouvi bem o que dizia.
   _ Fernando!!!_ Mamãe gritou._ Clara! Bruna! Luana! Marina! Os meninos estão na linha!!!
   Todos nós corremos para mamãe. Durante uma breve conversa com eles, Daniel, Fernando, Gabriel e Yasmim disseram que estavam bem, mas que não faziam ideia de onde estavam. Pediram para marcarmos um ponto de encontro, e Marina escolheu Quijarro, uma cidade boliviana perto de onde estávamos. Desligamos, esperando encontrar os 4 lá.
   Fiquei um pouco surpresa com a responsabilidade deles. Ligar dizendo que estão bem, achar uma solução e marcar um ponto de encontro. Muito bem pensado.
   Com a mente aliviada, fizemos um almoço rápido para todos. Enquanto eu comia, nao conseguia parar de pensar se eles tinham o que comer ate chegarem em Quijarro.
   Eu me preocupava se eles conseguiriam chegar em Quijarro.
   Imagina. Quatro crianças sozinhas em meio a morros semi-deserticos com pouca vegetação e Sol forte, com Zeloides perambulando por ai, querendo come-los. Nao sabia nem se tinham comida e água... Me obriguei a ficar calma.
   Eu já havia visto do que os meninos eram capazes. Sabia que Fernando e Daniel conseguiriam a proteger se tivessem armas. E eles tinham a pistola da Yasmim e seis balas.
   Me convenci que eles iriam ficar bem e entrei no carro, agora vazia com apenas a minha mãe para me acompanhar. Tinhamos um destino para ir e pessoas para encontrar.
   Assim que comecei a dirigir novamente, mamãe virou para mim e disse:
   _ Me sinto tão culpada, isso é tudo culpa minha... Se eu não tivesse dito para eles subirem, os 4 ainda estariam aqui._ Mamãe disse, começando a chorar.
   _ Não se culpe! Se for para culpar alguém, culpe a mim. Fui eu quem deu a ideia de subir nas lhamas._ Eu disse.
   _ Não consigo acreditar._ Mamãe continuou._ Nossas crianças, sozinhas nesse mundo horrível! Eles estão a mercê de toda e qualquer coisa... Fome, sede, Zeloides... Me dói imaginar que eles talves não...
   _ Não diga._ Eu a interrompo e dou um suspiro longo._ Os meninos não são mais crianças mãe... Em mais ou menos um mês é o aniversário de 12 anos dos dois. Eu acho até que eles mesmos esqueceram disso. Quero poder dar algo digno para eles, mesmo nesse apocalipse. Algo que eles se lembrem com carinho.
   _ Clara... Filha... Você ja pensou que palavras podem ser o melhor presente?_ Minha mãe perguntou.
   _ Como assim?_ Eu disse curiosa.
   _ Os dois não se lembram da mãe._ Mamãe continuou._ De repente, contar tudo a eles pode ser a melhor coisa. Saber do seu passado ajuda a encontrar seu futuro.
   _ Isso foi poético mãe!_ Sorri, voltando minha atenção para a estrada.
   Ela deve estar certa. Esta na hora de eu contar tudo a eles.
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   Oieeee pessoas!!! Td bem com vcs? Espero que sim!
   Esse capítulo não teve ação nenhuma, mas o próximo com os meninos terá, e muita!!!
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