Quatorze - Daniel
Minas gerais passou realmente voando. Pegamos apenas um pedacinho e ainda de noite, da estrada que levava a Goias.
Clara estava dirigindo e eu e meu irmão estávamos, completamente, totalmente, entediados. Ela seguia por uma rodovia estreita, com apenas duas faixas de cada lado, bem calmamente. O carro estava em silencio, o que me deixava com ainda mais tédio, assim como o maldito por do Sol.
Então, do nada, a Clara deu um gritão e parou o carro bruscamente, fazendo com que eu e meus irmão dessemos um pulo. Tia Fabiana bateu a cabeça no vidro, e soltou um ai, bem alto.
_ POR QUE PAROU ANA CLARA?!!!_ Tia Fabiana gritou com a filha, esfregando a cabeça com uma das mãos.
_ Olha ali!_ Ela apontou para frente.
Eu fiquei curioso, e olhei por aquele meio entre os dois bancos. Lá estava uma gigantesca horda de Zeloides, todos indo na direção em que deveria-mos seguir. Que verdadeira bosta!
_ E agora?_ Fernando disse.
_ Tem um desvio por outra rodovia, que não é muito longe._ Clara colocou a ré do carro._ Mas vai demorar mais meio dia no total da viagem. Não temos muita coisa pra fazer mesmo...
Atrás do carro, cinco Zeloides vinham correndo, e três deles pularam no capô. Duas mulheres e um homem, os três não deviam ter nem 20 anos, ficando agarrados no limpa para brisas de trás. Tudo o que nos separava era o vidro, e eu estava morrendo de medo. Até deu um gritinho ao ver aqueles olhos me olhando e a boca aberta, cheia de dentes pontudos, em dose tripla.
_ Será que dá para ir mais rápido karai?_ Fernando gritou, dando almofadadas no vidro, como se quisesse acertar os Zeloides. Super que aquilo ia funcionar.
_ Tô indo Nando!!! Será que dá pra segurar a barra aí?!_ Clara berrou, mudando a marcha.
_ Estamos atrás de você, pra que todo esse berro?!_ Eu disse irritado. Uma mão ensanguentada entrou pela minha janela aberta, ficou a centímetros do meu rosto.
Eu peguei a minha almofada, e dei uma almofadada na cara do Zeloide, que tentava entrar pela minha janela, que era uma das mulheres.
Ela voou para trás do carro, e Clara conseguiu que os outros dois fizessem a mesma coisa.
Quando já estávamos salvos, eu dei o maior suspiro da minha vida, e relaxei no banco.
Havia se passado um dia. Tia Fabiana nos ensinou a descer o banco de trás, até formar uma cama plana, para mim e para o Fernando. Ficava um vão com o que restou do porta malas, reduzido, onde estavam água e um pouco da comida. Tivemos que realocar boa parte dos suprimentos para frente.
Era bem tarde. De acordo com o relógio do carro, 1:37 da manhã. Eu e Fernando estávamos deitados, com as duas mantas cobrindo nós dois, e o travesseiros. Fernando (Aquele maldito), estava roncando feito um condenado(ou uma foca com dor de dente).
Meu irmão pegou uma gripe ontem, está tossindo, com expeturação, quase morrendo toda vez que dava um espirro. Ele estava roncando, com expeturação no pulmão. Dava raiva de ouvir.
Eu estava sentado, de braços cruzados, olhando para a escuridão do lado de fora da janela, e para a paisagem escura e rápida. Olhando para Minas Gerais.
_ Você está bem Daniel?_ Clara me olhou.
_ Acho que essa pergunta era pro Fernando._ Eu disse.
_ Não, é pra você mesmo.
_ Estou bem. Por que não estaria?_ Descruzei os braços, encarando as costas do banco sa Clara.
_ Porque sua cara carrancuda está me dizendo muita coisa._ Ela respondeu, olhando pelo retrovisor._ E os roncos de Fernando também... Argh!!! Manda ele virar de lado!
Eu cutuquei meu irmão, que fez grunhidos estranhos. Depois, o empurrei para o lado, e ele virou, melhorando instantaneamente o barulho dos roncos.
_ Agora já pode dormir._ Clara disse._ Eu vou parar em algum lugar da estrada, e dormir um pouco também. Não tenho a capacidade da sua mãe de virar noites dirigindo, e ficar feliz da vida.
_ Minha mãe... Fazia isso?_ Eu nunca conversava sobre a mamãe com ninguém. Meu pai não falava muito dela, e depois que... Ele foi embora... Nunca mais falei da minha mãe.
_ Fazia. Foi assim que ela nos conduzia pela América, quase sempre feliz e radiante._ Clara sorriu.
_ Como ela era Clara?_ Eu perguntei.
Clara olhou para Tia Fabiana, que dormia com o banco abaixado. Depois voltou os olhos para a estrada e disse.
_ Sua mãe era muitas coisas... Ela foi uma ótima pessoa. Claro, ninguém é perfeito, a Hanna cometeu erros mas... Eu gostaria de contar essa história com Fernando acordado._ Clara parou por um segundo._ Sua mãe não descansou até ver eu, minhas irmãs e a minha mãe juntas. Até ver que o mundo estava bem... Ela não pode estar aqui com a gente, mas sei, que estaria fazendo o mesmo que nós...
Clara encostou o carro no acostamento, pediu para subirmos todos os vidros e ela trancou as portas.
Eu cheguei mais para perto de Fernando, encostando minhas costas na dele, para que a Clara pudesse descer o banco. Me cobri com a manta de Fernando, que dava para os dois e dei a minha para Clara usar.
Nós sorrimos um para o outro, e então, eu e Clara fechamos os olhos e adormeçemos.
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Oieee pessoas!!! Td bem com vcs? Espero que sim.
Um pequeno susto, e a lembrança da nossa querida Hanna. Eu mesma estou com saudade dela.
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