CAPÍTULO 01 -SEXTA-FEIRA

Onde Você Está, Isabel?

      Bryan olhava o celular, impaciente. Resmungou algo e enfiou o celular no bolso da calça jeans, pela terceira vez. Estava sozinho, esperando a chegada dos outros amigos, na pista de skate, que ficava mais afastado do centro, portanto longe dos olhos dos pais. Todas as noites de sexta eles se reuniam lá, para conversar, escutar música ou só matar tempo, antes do jantar. Mas, pelo jeito, todos os três resolveram se atrasar. Foi quando viu a bicicleta do amigo Joaquim se aproximando.

— E então? Só tá você, aqui? — Perguntou, encostando a bike contra uma parede de concreto.

— Só eu, por enquanto. Mandei mensagem pra Isa e ela confirmou, mas até agora, não consegui falar com ela. — Fez um muxoxo.

— E a Meg? — Falou, cumprimentando o amigo.

— Ela disse que já estava chegando, parceiro. —  Falou, sentando no próprio skate. –
— Com certeza a Isa vem com ela.

Não demorou muito, a amiga ruiva chegou, manobrando seu skate e indo com um sorriso largo até os dois garotos.

— E aí, seus otários! — Riu, abraçando os dois. — Cadê a Isabel?

— A gente pensou que ela tava com você! — Bryan disse, tentando não demonstrar sua preocupação.

— Ela disse que viria? — Perguntou Meg.

— E ela, alguma vez faltou? — Bryan ergueu os braços. — Deve tá chegando. Sei lá!

— Mas, mudando de assunto! O que foi aquela prova de física? Pelo amor!

— Nem tava assim tão difícil, Meg! — Disse, Joaquim, empurrando a amiga.

Riram.

Ficaram conversando e, quando se passou uma hora, eles começaram a se preocupar com a ausência de Isabel, já que havia se passado muito tempo, desde a mensagem no celular do Bryan e agora não tinha como esconder a apreensão.

— Será que ela tá de castigo? — Disse, Joaquim, um tempo depois.

— A Isa? De castigo? Fala sério...

Bryan, por algum motivo, sentia que poderia ter acontecido alguma coisa, já que dos quatro, ela nunca havia faltado ou sequer se atrasa sem avisar antes, desde que eram crianças.

— Cara! Tá muito estranho essa falta da Isabel, sem nenhum retorno! — Falou, exasperado, para o amigo a sua frente.

A reação de Bryan, fez com que Joaquim tomasse uma resolução.  Ligar para a casa dela e perguntar para os pais, o motivo dela não ter aparecido.

— Beleza! Vou ligar pra casa dela. — Pegou o celular digitando.

Esperou alguns instantes, quando o pai da jovem atendeu.

— Boa noite, senhor Pedro? É o Quim, tudo bom? É que eu tô meio preocupado com a Isa.

Do outro lado da linha, o pai da garota ouve aquilo e contraiu o corpo pra frente onde estava sentado. Até aquele momento, para eles, a filha estava em segurança com os amigos, como era de costume. Um alarme interno soou, olhando na direção da esposa, que olhava distraída para tv. Levantou-se num salto, correndo na direção da escada, indo até o quarto da filha. Levava o celular junto a orelha, abrindo a porta do quarto, vendo tudo perfeitamente arrumado.

— Como assim, Joaquim?! — Berrou. —  Ela não está com vocês??

— Não! A gente pensou que ela estava em casa, ainda!  — A voz do jovem estava trêmula.

Pedro correu até o banheiro, verificando se ela não estaria desmaiada ou algo semelhante. Parecia uma ideia ridícula, mas naquele momento, nada estava fazendo qualquer sentido para ele. Se voltou para a esposa que o seguiu, sem entender, mas um terror tomou conta da mulher, pressentindo o pior.

— O que está acontecendo, Pedro? — Gritou, agarrando o braço do marido. — O que houve com a Isabel? Onde está nossa filha?

A mulher sentia que alguma coisa tinha acontecido com sua filha. Sentia seu coração bater mais forte e os pelos da nuca arrepiar. Um medo invisível tomava conta do casal, naquele momento. O homem, tentava processar aquela informação ao mesmo tempo que abraçava a esposa, para acalmá-la.

— Joaquim, presta atenção. Nossa filha não está em casa, desde que saímos para a reunião na igreja. Ela não está em casa. — Ele tentava controlar o tom de voz, para não os assustar.

— Como assim, ela não está em casa? – Joaquim se agitou. — Ela disse que só se atrasaria! Onde ela está?

— É isto que queremos saber, também! Agora, vão pra casa, filho! Preciso procurar pela minha filha!

— Queremos ajudar! — Disse, num fio de voz.

— Vão pra casa, agora, ok? Eu vou entrar em contato com a polícia e ajudar a procurá-la. — Respirou fundo.

— Não, senhor Pedro! Nós estamos indo agora pra sua casa, ajudar no que for preciso!

— Joaquim! Vão pra casa! — Gritou. — Fiquem lá e avisem seus pais. Fiquem perto dos telefones, dos celulares. Ela pode entrar em contato com um de vocês e me avisar qualquer coisa, ok?

— Queremos ajudar... — Suspirou, antes de continuar.

— Eu vou dar o recado para a Meg e o Bryan, seu Pedro. — Fungou. — Vamos avisar, sim senhor!

Joaquim desligou, após um breve tchau, ficando estático, sem conseguir reagir. Olhou os amigos, sem saber o que dizer. Foi Megan, que cortou o silêncio:

— Quim? O que houve com a Isa? – Sacudia o amigo. — Fala, inferno??

— Fala logo, porra! — Disse em seguida Bryan, nervoso.

Ele alternava o olhar em Megan e Bryan, sem saber como dizer aquilo. Passou a língua nos lábios ressequidos, puxando o ar, antes de falar para os dois amigos que o encaravam, assustados.

— A Isabel. Ela sumiu de casa, galera. A Isa desapareceu!  — Passou as mãos pelos cabelos.

— Como assim, sumiu de casa, cara? Que palhaçada é esta? — Disse, enrugando a testa, se agitando. — A nossa Isa? Ah, Fala sério!

— É muito sério, cara! Ela deixou um bilhete pros pais dela, dizendo que vinha pra cá!

— Ou seja, ela sumiu vindo pra cá? — Choramingou a ruiva, sentando no chão. — Nossa...Não consigo acreditar!

— Nem eu, Meg. Nem eu! — Bryan falou, lembrando da última mensagem — Alguém pensou em ligar pro celular dela? — Disse, olhando os outros dois.

Os três se olharam, ligando e deixando mensagens para o número da amiga. Nada. Nenhuma retorno.

— É o seguinte, turma! Vamos ligar para casa, cada um de nós e, iremos pra minha casa, esperar alguma notícia dela.

— O que os pais dela vão fazer, agora? — Perguntou Meg, secando o rosto na manga da camisa.

— O que todo pai e mãe faz. Chamar a polícia! É o certo a se fazer, numa situação destas. — Pegou o celular e se afastou, para avisar seu pai.

— Certo, Quim! Vou avisar lá em casa também. — Bryan foi pegando o celular.

Megan olhou os dois jovens, suspirando profundamente. Levantou do chão, limpando seu jeans com as mãos. Pegou seu celular, dando a notícia para seus pais e avisando que estaria na casa de Joaquim com Bryan, caso a amiga entrasse em contato com um deles.

Após isto, os três foram na mesma direção, completamente atordoados com tudo que estava acontecendo. O silêncio dominava e cada um deles, com seus pensamentos e medos. Foi Bryan quem puxou conversa com a ruiva, que carregava o skate debaixo do braço.

— Meg?

— Oi? — Murmurou.

— Você acha que ela fugiu de casa? — Engoliu seco.

— Não a Isa, B. — Olhou na direção do amigo. — Ela jamais daria este desgosto para os pais. É o que eu acho. — Encolheu os ombros.

Joaquim, que empurrava a sua bike, ia logo atrás dos dois.

— Ela contaria pra um de nós, caso tomasse alguma decisão. —Falou, sendo o mais sensato dos amigos.

— Sim! Isto é verdade — Disse, a amiga, atrasando o passo para acompanhá-lo. — Ela diria algo... — O encarou.

Bryan ficou calado, pensando se eles realmente conheciam Isabel, assim como ele. Sabia bem que ela estava estranha já alguns dias, com algum problema. Mas sempre pensou ser alguma matéria ou problema com os pais. Ele sabia que Isabel sempre era cobrada para manter a imagem de menina bonita e perfeita. Mas de uma coisa ele tinha certeza. Ela jamais faria algo para magoar alguém.

— No que está pensando, B? — Falou a garota, enlaçando o braço na cintura do amigo.

— Sei lá, viu! Ela nunca sumiu assim! — Falou, desalentado. - Quem sabe encontrou alguma paquera?

— Se fosse isso, ela teria contado pra um de nós. Só espero que ela esteja bem.

— Também espero que seja só isto, turma. Não consigo imaginar nem a mínima possibilidade de perder minha melhor amiga. — Falou Megan, quase chorando - Será que ela foi raptada?

— Não pense o pior, Meg! — Falou, Bryan, passando o braço por sobre os ombros da amiga, puxando-a pra mais perto dele.

O resto do trajeto foi em silêncio.

Os três sabiam bem que não era a personalidade da amiga fazer este tipo de coisa. Sabiam que algo estava errado naquela história, mas temiam até falar sobre isto, para não atrair o pior, como se evitar de falar aliviasse o medo que crescia dentro deles.

Já estavam próximo à casa do Joaquim, quando este apurou o passo, ficando à frente dos dois, pedindo que mantivessem a calma.  Ao sinal dele, os outros assentiram, então tocou a campainha. O som penetrou, como um mau agouro. Como um grito de socorro.

A porta foi aberta e João, pai de Joaquim, surgiu com um semblante pesado. Os amigos se entreolharam, entrando para o interior da casa, ouvindo a porta se fechar atrás deles. A sensação que Joaquim sentiu, subiu pela espinha, fazendo-o estremecer.

— O pai da menina Isabel ligou para cá e deve ter ligado pra casa de cada um de vocês, explicando tudo. —  Falou, por fim, com as mãos cruzadas contra o peito.

Se aproximou do trio, que sentaram na sala, cabisbaixos, na esperança de descobrir alguma coisa, que pudesse ajudar a encontrar a garota.

— Quem falou com ela por último, hoje? — Disse.

Bryan fez sinal com a mão, na intenção de chamar atenção do homem, dizendo que havia mandado o convite, como sempre o fazia, para ela se encontrar com eles no mesmo lugar. Procurou no bolso da calça o aparelho. Pegou o celular, procurando a mensagem e, ao encontrá-lo, mostrou para o pai do amigo.

— Todos os três. Ligamos e deixamos recados, mas as ligações caíram na caixa postal. Olhe o senhor mesmo, por favor! — Alcançou para ele.

Ele esticou a mão, pegando o celular do jovem. Leu devagar, na tentativa de descobrir se tinha alguma coisa nas palavras da menina, que pudessem ajudar a encontrá-la. Soltou um longo suspiro, estalando a língua no céu da boca.

— É... Não tem nada aí, que ajude em alguma coisa... — Sentou, baixando a cabeça. — Nenhum de vocês sabem se ela tinha um namoradinho escondido dos pais? — Disse, olhando os três, que se entreolharam, assustados.

— Não, pai! Pelo amor!  Ela contaria pra gente. Não é mesmo galera? — Olhou os outros dois, que confirmaram, assentindo em silêncio.

— Era para estarmos na rua, circulando a cidade, indo em outros bairros. Sei lá, mano! Ficar parado, chorando e surtando é que não resolve! — Disse Joaquim, indignado.

Megan cochichou para eles, com a mão espalmada na boca:

— Concordo. Acho que não estamos ajudando, só falando, sentados na sala, enquanto ela está lá fora.

—Meg tem razão, Quim. — Falou, Bryan, visivelmente incomodado.

— Eu vou pra casa e falo com vocês pelo chat. Beleza? —  Disse Bryan, baixinho.

— Seu Pedro, nós não estamos ajudando muito, aqui.
— Falou, a ruiva, que se preparava para se despedir.

— Vamos pra casa e tentar entrar em contato com outros amigos da escola. Quem sabe alguém tem alguma novidade, Quim. — Disse Bryan, imitando Meg, que já estava se despedindo de Joaquim, que foi até a frente de casa, com eles dois.

— Que faremos, agora? — Disse Bryan.

— Primeiro, vamos pra casa, depois eu entro online e chamo vocês. — A amiga disse, abraçando o skate.

— Beleza, então! — Bryan falou, impaciente. — Eu preciso ir pra casa, galera.

— Bora, então!

— Assim que vocês chegarem em casa, me chamem no chat.

— Pode deixar, Quim! Vamos, Meg?

Se despediram ali mesmo. Joaquim esperou que os amigos seguissem em passos largos e retornou para o interior da sua casa.

— O que você acha que aconteceu com ela, B.? — Perguntou a amiga, já alguns metros da casa de Joaquim.

— Não sei Meg. Eu estou mesmo preocupado com isto. Ela nunca faria nada do tipo.

— Pois é! A Isa não sumiria desta forma, cara!

— E o bonitão do último ano? Ele comentou no Facebook que achava ela gostosinha. Eu quase fui até a casa dele e encher de porrada!

— Onde isto? Como nunca soube?? — Tentou controlar a vontade de rir.

— Naquele grupo da universidade.

— Que grupo?! — Ela o encarou, confusa
— Ah! Um grupo de caras que jogam pelo time da escola.

Ela continuou olhando para ele, séria, enquanto desciam a rua.

— Assuntos de homem, Meg! — Falou, para diminuir a tensão.

— "Assuntos de homem, Meg!" — Fez uma careta, imitando -o. — Que coisa mais retrógrada! E nem tente rir, porque a situação já tá tensa o suficiente!

— Estou só brincando, Meg! Pra gente relaxar um pouco. — Ria, fugindo dos tapas da ruiva.

Ao chegar na frente da casa da amiga, se despediram, combinando de se falar pela webcam, com Joaquim. Ela agradeceu, abraçando-o e dando boa noite.

— Beleza! Boa noite, Meg!

— Boa noite, Bryan! Tchau!

— Tchau!

A menina ruiva ficou olhando o amigo, até este dobrar a esquina, antes de entrar em casa.

Já online, os amigos foram se cumprimentando, perguntando se alguém conseguiu alguma novidade.

Com a negação dos três, resolveram dividir as várias hipóteses e colar as últimas conversas que tiveram com Isabel.

Meg lia o trecho da conversa com um deles, onde ela comentava a vontade de ir embora de Blue River, de odiar aquela cidade e não aguentar mais ir à missa dominical. Foi ela que decidiu mostrar a conversa que teve com a amiga, um dia antes dela desaparecer.

Nas conversas com Joaquim, A jovem confessava que se sentia vazia, sem vontade de encarar o primeiro ano na faculdade. Que estava cansada da imagem de menina boazinha e perfeitinha. Com Meg, mostrava o quanto amava os pais e a vontade de dar muito orgulho pra eles, do quanto adorava ser voluntária e ser babá.  Já com Bryan, falava muito em procurar um emprego, após se formar e estar cansada de cuidar dos filhos dos outros.

— Uau... — Joaquim soltou um assobio.

— Parece que cada um falava com uma Isabel diferente. Ou foi só eu que tive esta impressão louca?  — Disse Bryan.

Criou-se um clima tenso, entre eles e o silêncio foi quebrado pelo último dos três, Joaquim.

— Ela não falou comigo pelo chat. Nos encontramos sem querer, na saída do cinema e fomos tomar um sorvete juntos. Ela parecia bem triste mesmo, mas como estava bem na época das provas, não dei muita importância. Conversava e olhava em redor da gente, como se estivesse procurando alguém ou tentando não ser vista, então puxei assunto, porque aquilo já estava me incomodando demais! Perguntei logo de cara o que estava rolando e ela olhou pra mim calada por um tempão e só disse que estava tudo bem e desconversou em seguida. Foi isso, galera.

— Ou seja. Nada! Ela estava com problemas em casa ou fora dela? Eu acho que aconteceu algo muito sério, muito particular, pra ela sugerir ir embora. Que acha, B?

— Não sei, Meg. Tudo está tão nebuloso!

— O que faremos agora? — Perguntou a ruiva.

— Que tal continuar procurando algo que nos leve até ela? Que acham?

— Boa, Quim! A gente pode perguntar pra galera da escola ou da faculdade. Ela era bem popular.

— Certo, Meg! E eu pergunto para o carinha que estava afim dela.

— Tem também a turma que ela era voluntária. Da casa de repouso ou algum casal que ela tenha cuidado do filho. — Falou Joaquim.

Ficaram por um tempo, anotando o que poderiam fazer, pra ajudar. Até que Megan bocejou.

— Bora desligar e ir dormir! Fui, meninos!

— Boa noite, Meg! — Disseram em uníssono.

Desligaram as webcams, indo dormir em seguida.

Joaquim ainda ficou um tempo acordado em sua cama, pensando em tudo que foi dito e suas lembranças o levaram até o último dia que conversou com Isabel. A tristeza dominou seu coração, deixando-o inquieto, sem saber onde ela estava naquele momento.

— Onde você está, Isabel? Onde você está? — Sussurrou, antes de apagar a luz do quarto.

Enquanto isso, na casa dos Palmas, Pedro andava de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos, totalmente estressado. Olhava para a esposa, sem entender exatamente o que tinha acontecido. Nenhum dos amigos ligaram de volta, portanto ela não entrou em contato com ninguém. Era chegada a hora de falar com a polícia.

— Vamos ligar pra polícia, meu bem. Ela deve estar correndo perigo! — Falou, temendo o pior.

Pedro apressou os passos, até o telefone e ligou para a polícia. Sua mão escorregava, pelo suor, devido ao nervosismo. Aguardou por alguns instantes, que mais pareciam uma eternidade.

— Alô? É do departamento de polícia? Boa noite. Eu preciso da ajuda de vocês! Minha filha sumiu! — Sua voz ficou embargada, engolindo com dificuldade.

— Boa noite, senhor. Poderia ser mais especifico, por gentileza?

— Boa noite, policial. Aqui é Pedro Palmas, da rua 33. Minha filha Isabel está desaparecida desde às cinco da tarde e estamos aflitos que ela esteja precisando de ajuda! Vocês precisam nos ajudar!

— Por favor, senhor. Precisamos nos acalmar. Poderia me passar alguns detalhes, sim?

A voz mecânica e impessoal, irritou o homem, que estava até o momento tentando controlar sua raiva.

— Nos acalmar? Como vamos nos acalmar? Minha filha sumiu já faz horas!

— Senhor, eu preciso que se acalme e me passe todas as características e a idade da menina. Após isto, aconselho que procure a delegacia de manhã e dê todos os detalhes e faça um boletim de ocorrência, com o desaparecimento dela.

— Ela tem cabelos negros, olhos cinzas. Tem 18 anos, acho que tem 1,65. É nossa filha única, estuda na Universidade Pública de Blue River. Ela pode estar em perigo!

— Ok, senhor. Por favor, o senhor precisa fazer um boletim de ocorrência, amanhã na delegacia. Pedirei que um policial vá agora, colher algumas informações e um investigador policial irá até a sua casa, para auxiliá-los, amanhã na primeira hora.

— Certo... Certo... – Disse, automaticamente. — Mas, só amanhã? Até lá, vamos ficar sem saber o que fazer?

— O policial irá ajudá-los. Espero ajudá-los. Boa noite.

— Só isto? Como boa noite?!- Pedro olhou o telefone, incrédulo. Olhou pra esposa, derrotado, desligando em seguida.

— E então, Pedro? — Perguntou, aflita.

— Vão mandar um policial, agora e amanhã, um investigador. — Passou as mãos pelo rosto, exausto.

Maria correu na direção do esposo, aceitando os braços do marido. Ambos se deixaram levar pelas lágrimas e incertezas, sem saber por onde Isabel andava.

(3136 palavras)

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