Memories about the past
Jungkook levantou durante a madrugada. Não tinha tido “sonhos”, mas ainda assim estava ansioso e incomodado, como sempre ficava quando acordava.
Ele tentou sair do quarto sem fazer barulho para não acordar Jimin e foi até a sala. Os pés descalços contra o piso causando calafrios pelo corpo, mas acho que pior que isso, era a sensação de olhar aqueles recortes de jornais e cópias de documentos jogados no lixo da escrivaninha.
Talvez fosse insano pensar assim, mas mesmo se era ele quem havia cometido todas aquelas coisas horríveis, ele ainda queria saber a verdade por trás de tudo aquilo.
Algo dentro dele exigia saber a verdade, mesmo que essa o desagradasse.
Foi talvez por isso que a ideia que tinha acabado de ter não parecesse tão ruim assim a ponto de assustá-lo.
Ele já se achava um monstro desalmado, não é como se a comprovação de que era realmente um, fosse causar algum tipo de choque ou algo assim.
Ele chegou a um ponto, em que nada mais o surpreendia.
Jungkook correu para o quarto de hóspedes onde costumava dormir, tomou um banho, vestiu a primeira roupa que achou na cômoda e pegou os papéis do lixo antes de sair pela porta do apartamento às pressas.
Seu corpo inteiro tremia enquanto segurava aqueles papéis, que agora pareciam pesar o dobro de antes.
O prédio da delegacia de Seul era antigo, porém imponente.
Alguns policiais transitavam por ali, viaturas entrando e saindo pelo estacionamento lateral, ninguém notou sua presença.
Seus olhos encheram de lágrimas, porque ele devia ter se despedido de Jimin antes de ir até ali, mas algo precisava ser feito. Jungkook não queria ser um assassino, mas se fosse, ele sabia que precisava ser detido antes que sua memória voltasse e mais alguém acabasse se machucando.
- Pois não?! - Uma oficial interrompeu seus passos com sua voz, indicando que precisava passar por ela antes de entrar mais na delegacia.
- Bom dia. Eu procuro um detetive. - Jungkook disse inseguro, pois não havia pensado como fazer aquilo exatamente.
- Qual o nome dele? - A policial perguntou enquanto pegava o telefone para ligar no ramal de quem quer que fosse.
- Dele?
- Sim, você disse que queria falar com um detetive. Qual o nome dele?
- Hamm...
Jungkook olhou ao redor ainda mais inseguro.
O lugar estava um pandemônio, a agitação era terrivelmente incômoda no momento.
- Eu não...na...não sei, quero dizer, qualquer um serve?!
A policial encarou Jungkook por um momento enquanto colocava o telefone de volta no gancho.
- O que está acontecendo? - Ela perguntou, agora um pouco irritada.
- Eu…
- Kookie? - Uma voz o chamou detrás dele.
Jungkook virou confuso, dando de cara com seu irmão mais velho, no qual ele jurava ainda estar no exército.
- Jung Hyun? - Jungkook perguntou mais confuso ainda. - O que faz aqui?
Hyun foi até Jungkook analisando a expressão confusa do seu irmão mais novo.
- Kook, eu trabalho aqui.
- Eu...eu achei que estava no exército. - Jungkook franziu a testa com suas próprias conclusões.
- Eu estava, há três anos. Vem comigo! Pode deixar que eu resolvo daqui, Coonie. Obrigado. - Hyun disse para policial ainda confusa enquanto arrastava Jungkook para longe dela.
Jungkook foi guiado para uma sala isolada. Hyun se sentou de frente pra ele, o olhando inquisitivo e foi quando percebeu que estava numa sala de interrogatório.
- Desculpa te trazer aqui, mas é o único lugar onde podemos conversar tranquilamente. - Hyun disse enquanto analisava a expressão confusa do irmão. - Kookie, desculpa não ter ido te visitar no hospital. A mãe disse sobre a perda de memória, mas achei que era algo temporário, então…
- Não. Ela estava certa, quero dizer, minha memória está voltando aos poucos. - Jungkook disse distraído.
Hyun concordou com a cabeça.
- Por que Jimin não me falou que você estava de volta na cidade, ou a mãe, qualquer um ?
Hyun deu de ombros, soltando uma risada seca e debochada.
- Então do Jimin você lembra.
- Estou começando a lembrar. - Jungkook olhou nos olhos de Hyun, tentando entender tudo. - Você não parece gostar de Jimin. - Jungkook afirmou o analisando.
- Nós paramos de nos falar, depois que você… você sabe, se casou com o Park.
- Você não queria um irmão gay ou…
- Que?! Não. Não é nada disso. Eu e Jimin não, como eu posso dizer, não nos dávamos muito bem e você escolheu o lado dele no final.
Jungkook enrugou a testa confuso.
- A mãe também não parece gostar muito dele.
Hyun deu uma risada larga.
- Não gostar é um eufemismo. A mãe odeia a família de Jimin.
Jungkook concordou distraído. Ele nunca havia pensado na família de Jimin antes e agora se achava um egoísta narcisista também.
- Eu sinto muito, eu não sabia que estava em Seul ou tinha vindo de ver antes. - Ele falou sem pensar muito no assunto.
- Está tudo bem. - Hyun riu um pouco sem graça.
Ele sentia falta do seu irmão mais novo, mas ainda não estava pronto para perdoá-lo por ter escolhido Jimin ao invés da própria família.
- Mas, se não sabia que eu era um detetive nesse departamento, porque veio?
Jungkook finalmente colocou os papéis nas suas mãos em cima da mesa, mordendo o lábio inferior com a nova onda de medo.
- Vim me entregar. - Jungkook disse baixo.
Hyun olhou em volta , correndo até o canto superior da sala para desligar uma câmera que Jungkook não havia notado antes.
- O que quer dizer maninho?
Jungkook espalhou as folhas na mesa de metal, enquanto Hyun se aproximava.
- Jimin tem todos esses recortes guardados de acidentes causados por pessoas realmente próximas à ele. Nas minhas memórias, em praticamente todas elas, eu sou obcecado por Jimin, talvez eu tenha sido o causador dessas mortes, como ele mesmo acha.
Hyun pegou os papéis, negando com a cabeça enquanto ria sem humor.
- Jimin disse que você era um assassino?
- Não. Ele não disse nada. - Jungkook disse se irritando um pouco. - Olha. Jimin não é o problema aqui, eu sou.
- O que quer que a polícia faça exatamente? Prenda um cara que não sabe se cometeu ou não, crimes comprovados pelo sistema que foram acidentais?
Jungkook deu de ombros se sentindo ainda mais confuso e perdido com tudo aquilo.
- Maninho, escuta. - Hyun sentou novamente na mesa. - Você teve sorte por ter sido eu a te achar. Qualquer um aqui, te veria como louco. Você não tem noção de quantos loucos vem aqui dizer que cometeram um crime, principalmente os famosos por causa da mídia. - Hyun apontou para as reportagens na mesa.
- Você acha que sou louco?
- Não. Eu não acho. - Hyun sorriu tentando acalmar seu irmão. - Eu só acho que se esses crimes estiverem interligados, as chances de estarem relacionadas ao Jimin é muito maior do que à você. Ciúmes não é crime afinal e você sempre teve essa mania de ajudar todo mundo, mas não precisa defendê-lo para sempre, irmão. Uma hora vai ter que deixar os casos sem solução pra lá. Olha! Acredite, eu sou obcecado em ajudar as pessoas também, mas você. Irmão, você já é outro nível.
- Do que você está falando? - Jungkook olhou confuso para o irmão.
- Jimin provavelmente passa por isso desde antes de você.
- O que te faz pensar isso?
- A família de Jimin. Ele não te contou?
Jungkook negou com a cabeça enrugando a testa.
- A família Park é muito poderosa em Seul Jungkook. Jimin pode parecer diferente, mas ele foi criado com aqueles monstros. Não se engane. O sangue daquela família corre nas veias dele também.
- Que? Eu não entendo.
- Eles estão no ramo de tráfico de humanos pela costa de Busan, tráfico de drogas por toda região norte, assassinatos encomendados, escravos sexuais, a lista é gigantesca. Eu estou na força tarefa tentando montar um caso contra os Park's desde que entrei para o departamento. Jimin é o único da família que aparentemente não seguiu o caminho da família e todos na cidade sabe o quanto os Park's tentam trazê-lo de volta para os negócios.
- Isso é insano e não pode ser verdade. Se Jimin fosse realmente o que está falando. Por que sua família simplesmente não me matou então?
- Se os Park's ferirem qualquer um que Jimin ama, eles só vão afastá-lo ainda mais, agora se Jimin pensar que alguém que ele ama é uma pessoa ruim, Jimin não teria outra opção que não fosse voltar para casa de coração partido.
- Isso não faz sentido. - Jungkook resmungou enquanto tentava lembrar de algo que preenchesse aquela lacuna de alguma forma que não fosse o que seu irmão estava tentando lhe dizer.
- Eu já volto. - Hyun disse, mas Jungkook mal o escutou.
Não é como se Jimin tivesse falado de sua família para ele, além de algum comentário distante sobre sua avó, mas o pequeno não parecia alguém que escondia um segredo tão sério.
Hyun abriu a porta novamente, com pastas e mais pastas nas mãos.
- Você veio até mim com algumas desconfianças há um tempo atrás e juntos descobrimos que não eram só acidentes tentando incriminar você, mas também o melhor amigo do Park, Min Yoongi. Nós não nos falávamos direito na época, mas eu fiz isso por você mesmo assim, na esperança de que isso finalmente o convencesse a se separar daquele garoto que só te fazia mal. E você fez exatamente isso, por um tempo pelo menos, até voltar rastejando para ele, como um perdedor.
Jungkook revirou os olhos. Hyun sempre era agressivo quando se frustrava.
Ele analisou as pastas documentadas nas suas mãos, realmente mais incidentes do gênero, porém com uma pesquisa bem mais elaborada, cheia de relatórios de especialistas e fotos de evidências nos locais do acidente.
- Infelizmente, quem quer que seja o causador desses incidentes, é muito bom no que faz. Não conseguimos encontrar nada criminoso ou sequer suspeito, além da coincidências de todos os casos serem associados a um Park. Recebemos ordem de parar com a investigação depois do seu acidente e de um advogado de Granfino nos ameaçar com um processo por assédio, já que não tínhamos evidências suficientes para realmente acusar o Park.
Jungkook concordou em silêncio.
- Kookie, eu vou te dar um conselho, que na verdade é o mesmo conselho que eu te dei quando você saiu da casa da mãe para se casar com aquele cara. Se afasta enquanto há tempo, esse garoto é problema e a família dele nunca vai desistir de tê-lo de volta, ele pode estar nessa missão suicida há um tempo, mas é quem se aproxima dele que paga o preço. Jimin vai acabar cedendo eventualmente e você vai perceber que ter amado aquele cara, foi sua condenação, ele é um Park afinal. Você pode até ter sobrevivido dessa vez, mas não pense que eles vão parar até te ver à sete palmos do chão.
Então Hyun pensava que o acidente dele foi criminoso?!
- Preciso ir. - Jungkook disse afobado enquanto saia correndo da sala de interrogatório, só parando de correr quando respirou ar puro do lado de fora da delegacia.
Ele não queria voltar para casa. Simplesmente não queria.
Olhar para Jimin, sem saber o que ou como perguntar sobre tudo aquilo que ele ouviu do seu irmão, era a pior coisa que ele já enfrentou. Pelo menos de tudo que ele lembra.
Eventualmente Jungkook cansou de perambular pela cidade e acabou voltando para o apartamento.
Já era de tarde, porém ele encontrou o apartamento vazio, Jimin estava provavelmente trabalhando ainda. Ele poderia pegar o notebook e simplesmente pesquisar sobre a família de Jimin, mas ao invés disso, ele se pegou saindo do apartamento mais uma vez e indo direto para a escola de dança infantil onde Jimin trabalhava.
Era um longo caminho, o que deu a chance dele pensar no que perguntar ou em como contar sobre as suspeitas do seu irmão para o pequeno.
Fosse o que fosse, Jungkook sabia que Jimin não tinha culpa de nada que estava acontecendo em sua vida.
Era sua única certeza.
Ele passou pela secretaria e foi direto para a sala de Jimin, sorrindo assim que avistou pelo vidro da porta o mais velho ensinando um passo de dança para algumas crianças.
Jungkook entrou e ficou no canto da sala, sorrindo admirado em como Jimin era ainda mais lindo e talentoso quando dançava. Seu sorriso era ainda mais radiante, sua pele brilhava com o reflexo da luz baixa da sala e seus pés pareciam ágeis e quase mágicos dentro da sapatilha de ballet.
Jimin era lindo do seu próprio jeito. Era uma beleza única e só dele.
O mais velho finalmente notou o intruso na sala, dispensando os alunos um pouco mais cedo por causa disso.
- Eih! Você me preocupou hoje cedo, saiu sem avisar, deixou o celular na mesa da cozinha. - Jimin disse um pouco sem graça por parecer invasivo demais. - Você foi ver Taehyung, não foi? - Jimin perguntou tímido, fazendo exatamente o que não queria.
- Que? Não. Eu fui ver meu irmão.
Jimin olhou incrédulo para Jungkook.
- Mas, vocês não se falam.
- Esqueceram de me avisar essa parte. - Jungkook disse rindo exageradamente enquanto escondia o fato de que encontrar seu irmão foi na verdade uma baita de uma coincidência.
- Oh! Sim. Claro, você não se lembrava. - Jimin disse atropelado enquanto parecia realmente incomodado com o assunto.
- Vamos pra casa? - Jungkook perguntou baixo, analisando o pomo de adão de Jimin, subir e descer com o nervosismo.
Ele tinha ido lá para tirar suas dúvidas, em um lugar público, onde Jimin não se sentisse amedrontado em respondê-lo, mas agora, olhando o pequeno na sua frente, tão indefeso, inseguro e carente. Tudo que ele queria era parar de pensar mais nisso por hora e ficar com aquele garoto incrível que ele ainda estava conhecendo, mas já se sentia perdidamente apaixonado pelo que conhecia dele.
- Primeiro eu preciso tomar um banho e trocar de roupa. - Jimin disse sorrindo pequeno.
- Precisa mesmo? Eu adorei essa roupa.
- Jungkook, eu não vou sair com roupa de dança na rua. - Jimin bateu no braço de Jungkook, rindo da cara indignada do mais novo.
- Talvez seja melhor mesmo. - Jungkook riu tentando olhar a bunda marcada de Jimin na calça colada.
- Eih! Pervertido. - Jimin foi bater em Jungkook mais uma vez, mas o mais novo foi mais esperto, pegando sua mão no ar e o puxando pra si.
- Você fica lindo com essa roupa. - Jungkook sussurrou em seu ouvido.
Ele sentiu Jimin tremer em seus braços enquanto o direcionava para mais perto do espelho, arriscando um passo de dança lento.
Ele puxou o ar no pescoço de Jimin, sentindo seu perfume misturar com o cheiro natural do seu corpo.
- Jimin. - Jungkook sussurrou enchendo o menor de beijos.
Jimin suspirou com os toques dos lábios de Jungkook, se apertando mais ainda à ele enquanto a dança perdia ainda mais o sentido, já que suas pernas estavam bambas demais para conseguirem fazer algo além de se manter em pé da melhor maneira possível.
Se Jungkook estava falando com o irmão novamente, o certo seria ele abrir o jogo e contar tudo para ele, antes que Hyun abrisse a boca e falasse tudo de maneira distorcida. O medo de que Jungkook o deixasse por causa do seu passado ou de onde veio, como fez da última vez, era assustador, mas se ele queria ter uma chance de recomeçar, precisaria ser honesto com o mais novo.
- Eu preciso te contar uma coisa. - Jimin falou com dificuldade.
- Eu também. - Jungkook sorriu, se afastando a contragosto do pescoço do menor.
- Você primeiro. - Jimin disse baixinho, corando com o olhar penetrante do maior.
- Estou fodidamente apaixonado por você. - Jungkook disse tocando na bochecha vermelha de Jimin com a ponta de seus dedos.
O choque que normalmente acontecia quando eles se tocavam se fez presente, não deixando nenhum dos dois surpresos.
Jungkook se aproximou e beijou os lábios obscenamente chamativos de Jimin, sentindo o corpo esquentar a cada toque do menor.
Jimin pulou no colo de Jungkook que precisou apoiar Jimin numa mesa no canto da sala, já que suas pernas estavam instáveis.
- O que ia me contar? - Jungkook perguntou voltando a beijar o pescoço de Jimin.
Ele sentiu o menor se enrijecer com sua pergunta, mas não parecia algo ruim, afinal uma das mãos de Jungkook estavam dentro da calça colada de Jimin, então a tensão era explicável.
- Eu… - Jimin engoliu em seco, gemendo baixo quando Jungkook tocou na cabeça do seu pau já toda melecada com pré gozo.
- Você? - Jungkook perguntou sedutor enquanto sugava a pele do pescoço e ombro do menor.
- Eu amo você. - Jimin sussurrou arrepiando os pêlos de Jungkook e o descontrolando, a ponto das chupadas se transformarem em mordidas dolorosas, mas ainda assim gostosas.
- Jimin, você entregou o relatório de cham… Oh! Desculpem-me. - Uma mulher disse fechando a porta com tudo, pouco tempo depois de ter aberto.
Os passos apressados com saltos baratos era ouvido de dentro da sala.
Jimin estava encolhido em Jungkook, em busca de proteção, enquanto Jungkook o abraçava de forma que o protegesse também.
Os dois se afastaram, percebendo que a intenção de ambos foi automática e em perfeita sintonia, mostrando que Jungkook queria proteger Jimin, tanto quanto ele se sentia protegido com o mais novo.
Os dois começaram a rir ao mesmo tempo, explodindo em vergonha e contentamento, depois da cena constrangedora que tiveram.
- Lina é uma fofoqueira, a escola inteira vai saber que eu estava aos amassos com você na sala de aula agora.
- Isso te incomoda? - Jungkook perguntou enquanto ajudava arrumar os cabelos de Jimin e sua camisa amarrotada.
- Quem sabe isso faça ela parar de olhar pra minha bunda.
- Hmmm. Eu duvido que isso seja possível. - Jungkook disse olhando a bunda de Jimin e lambendo os lábios.
- Jeon Jungkook. - Jimin disse ríspido, mas gargalhou logo em seguida.
- Desculpa, não é minha culpa. É como se existisse um campo gravitacional que prende os olhos de pessoas inocentes.
- Inocente é meu cú.
- Park Jimin. Que boquinha suja. - Jungkook abriu um sorriso largo fazendo cócegas no menor ao mesmo tempo que tentava beijá-lo.
- Vou ter que limpar essa boca com sabão. - Jungkook resmungou entre um beijo brincalhão que aos poucos se tornou lento e intenso.
Jimin suspirou dentro da boca de Jungkook amolecendo mais uma vez o corpo nos braços do mais novo.
- Tenho uma ideia melhor para você fazer com a minha boca. - Jimin disse tentando empregar um tom de inocência em um pensamento pervertido.
Jungkook sentiu seu pau pulsar na boxer apertada enquanto puxava Jimin ainda mais pra perto.
- Vamos pra casa amor. - Ele disse baixinho, enchendo o rosto de Jimin de beijos.
Jimin sentiu o coração pular no peito, desprevenido com o apelido carinhoso que acabara de ouvir.
- Vamos. - ele disse batendo na bunda de Jungkook antes de sair correndo para não ganhar um tapa também.
…
Hoseok estava há quase duas horas encarando a porta da sala enquanto fingia assistir qualquer coisa aleatória na tv.
Quando a porta finalmente foi aberta ele não conseguiu não pular em resposta, ficando em pé em questão de segundos.
- Yoongi. - ele disse um pouco afobado.
Yoongi jogou a chave na mesa, levantando uma sobrancelha na direção de Hoseok.
- Onde esteve? - Hoseok perguntou apreensivo.
Yoongi apontou o próprio rosto cheio de hematomas roxos.
- Por que ? - Hoseok perguntou distraído enquanto pensava no porque não pensou no clube de luta antes.
Era óbvio que ele iria pra lá.
- Por que o que ? - Yoongi perguntou mal humorado.
- Por que você não me falou nada, fiquei preocupado.
Yoongi deu de ombros, indo na direção da cozinha.
Hoseok tentou respirar com calma enquanto o seguia pelo cômodo.
- Yoon. Eu não sei porque você tá assim comigo…
- Não sabe ? - Yoongi colocou o copo de água com violência na pia, quase o quebrando, mas não se virou. - Porque algo me diz que você sabe exatamente o motivo do meu comportamento.
- Eu não sei, eu juro. - Hoseok tentou se aproximar, mas desistiu assim que Yoongi se virou para o fuzilar com seus olhos assassinos.
- Olha! Eu já me apaixonei por um cara que estava envolvido com Jungkook antes e prometi que isso não aconteceria de novo. Eu não sei o que vocês tiveram no passado, mas seja o que for, não me agrada.
- Nunca tive nada com Jungkook.
Yoongi sorriu com escárnio arrepiando os pêlos da nuca de Hoseok.
- Você pensa que eu sou otário?
Hoseok soltou o ar pela boca mais uma vez, as mãos trêmulas.
- Não fala assim comigo. - Hoseok falou entre dentes revoltado com a falta de respeito do mais velho.
- Me fala a verdade. - Yoongi gritou.
- Eu já falei, nós frequentamos as mesmas baladas, só isso.
- E vocês já transaram.
- Não. - Hoseok trocou o peso dos pés, se sentindo desconfortável com o interrogatório.
- Olha para sua cara. É óbvio que está escondendo algo.
- Ta. Você tem razão. - Hoseok gritou por cima da voz de Yoongi, o calando. - Mas, não é o que está pensando.
- Então o que é?
Hoseok pensou em que parte do seu passado doentio ele estava disposto expôr, descobriu que muito pouco.
- Taehyung. - Ele disse baixo, ainda incomodado em chamar V pelo verdadeiro nome.
- O que tem ele?
- Nós transamos.
Yoongi arregalou os olhos, sem saber muito bem o que pensar.
- Por isso Jungkook me conhece, eles andavam sempre juntos, me surpreendeu o fato de Jungkook ser casado. - Hoseok contou, pelo menos aquela parte era verdade.
Yoongi bufou.
- Jungkook é um otário.
Hoseok deu de ombros, sem concordar nem discordar.
- Taehyung, ham? - Yoongi mordeu o canto da unha já destruído enquanto encarava o chão da cozinha.
- Vocês tiveram algo sério ou coisa assim? - Yoongi perguntou sem perceber que um bico se formava em seus lábios vermelhos e inchados pelo soco que levou na boca mais cedo durante a luta.
- Ciúmes? - Hoseok perguntou se aproximando aos poucos.
- Taehyung é lindo. - Yoongi esclareceu inocente.
- Sim. Ele é. - Hoseok alisou a cintura fina de Yoongi para depois apertá-la forte. - Você também é. - Ele sussurrou subindo uma das mãos para tocar o olho roxo do mais velho.
O negócio com Yoongi é que a vida inteira ele agiu na defensiva, tentando mostrar que não existia um lado sensível e torturado dentro daquela armadura que havia criado para o mundo ver, no entanto, quando Hoseok apareceu, algo mudou. De algumas forma, o garoto de cabelos vermelhos e sorriso fácil conseguiu conhecer esse lado de Min Yoongi que nem mesmo Jimin sabia que existia.
Era exatamente por isso que sua insegurança à respeito de Hoseok começou a ficar sem controle, ele nunca confiou em alguém antes e agora que ele tinha acabado de confiar pela primeira vez, ele se sentia assustado e desconfiado de basicamente tudo à respeito.
Hoseok mordeu a ponta da orelha de Yoongi, ouvindo o menor gemer em resposta.
- Estou todo dolorido. - Yoongi reclamou falando mole, em meio à suspiros.
- Está prestes a ficar mais. - Hoseok disse, assistindo Yoongi mostrar seu lado sensível e necessitado.
- Hobi. - Yoongi chamou dengoso, mas não falou mais nada, se apressando para abrir a própria calça, tirando quase toda roupa.
Hoseok olhou o moletom preto que Yoongi vestia, as pernas brancas expostas e livres para que suas mãos as apertassem.
- Você acha que merece minha atenção, depois de todo esse ataque desproposital? - Hoseok ficou de frente para Yoongi, assumindo uma postura um pouco menos preocupada agora - Depois de sumir por horas, sem responder minhas mensagens ou ao menos tentar conversar comigo, antes de sair por aí, socando pessoas desconhecidas ao invés de lidar com o problema.
- Desculpa Seok. Tive medo que falasse algo ruim e eu tivesse que me afastar. - Yoongi suspirou olhando Hoseok com seus olhos brilhantes e completamente apaixonados.
- Você não quer que eu me afaste de você? - Hoseok perguntou enquanto admirava as coxas do mais velho.
- Nunca. - Yoongi sussurrou entre suspiros, se aproximando ainda mais.
Hoseok passou as mãos pelas coxas de Yoongi, parando com elas em sua bunda durinha.
- Por favor, não fica bravo. - Yoongi implorou, como se não soubesse o que fazer caso Hoseok fizesse exatamente o oposto.
- Não estou bravo. - Hoseok disse, mas suas mãos formigavam para dar umas palmadas naquela pele branca, em busca de alívio pelo abismo de preocupação que o menor causou.
Yoongi nunca havia entendido o que Jimin queria dizer, quando dizia que gostava da agressividade nos olhos de Jungkook. Ele achava aquilo um absurdo, até conhecer Hoseok e saber exatamente o que o menor falava.
Se sentir indefeso e desprotegido diante olhos intensos, dava uma sensação de alívio, como se aquela pessoa fosse capaz de lavar todos seus pecados e te guiar para o caminho correto através do som da sua voz ou a forma de te olhar.
Yoongi ajoelhou sem aviso e abriu o zíper da calça de Hoseok, pegando seu pau ereto quase que de imediato antes de começar a chupá-lo como se sua vida dependesse disso.
- Você parece frustrado. - Hoseok disse acariciando os cabelos de Yoongi, o incentivando a abrir ainda mais os lábios para caber todo seu pau dentro daquela boca quente e convidativa.
Yoongi engasgou, gemendo com a sensação da sua garganta, agora arranhada e dolorida.
Hoseok entendeu que ele tinha gostado disso, então o puxou pelos cabelos, enfiando seu pau ainda mais fundo na garganta do menor.
- Você gosta disso? - ele perguntou quando Yoongi começou a se forçar ainda mais pra frente, lambendo com a ponta da língua, as bolas de Hoseok sempre que conseguia.
Yoongi gemeu em resposta.
Hoseok tirou seu pau da boca do menor que começou a tossir engasgado.
Ele esperou a crise do menor acabar e sorriu em resposta do sorriso gengival de Yoongi na sua direção.
- Tsc. Tsc. Você me deixou todo babado. - Hoseok disse em tom de desaprovação, mas Yoongi levantou as pressas, parecendo animado com aquilo.
- Foi de propósito. - ele disse um pouco sem graça pela própria confissão, apertando os dedos em sinal de nervoso.
Hoseok concordou com a cabeça o puxando até a sala.
- Espero que seja o suficiente então. - Hoseok disse sentando no sofá. - Porque é tudo que vai ter. - ele completou, batendo com as mãos nas coxas para que Yoongi sentasse ali.
Yoongi torceu as mãos juntas, se aproximando devagar. Suas pernas se acomodaram uma de cada lado das coxas de Hoseok e ele agachou, até que a glande do mais novo estivesse na sua entrada.
- Vai doer. - ele disse inseguro.
Hoseok também tinha sido sua primeira experiência como passivo e até agora ele estava adorando, mas ainda não conhecia bem seus limites.
- Eu vou ser cuidadoso. - Hoseok sorriu tentando acalmar seu garoto todo nervoso enquanto acariciava sua cintura, o sustentando para que ele não perdesse o equilíbrio.
- Não quero que seja cuidadoso. - Yoongi rebolou timidamente, colocando Hoseok um pouco mais pra dentro.
O maior gemeu com a sensação, precisando soltar o ar pela boca para não ver estrelas com a sensação.
- Tem certeza? - Hoseok perguntou sério, apesar da voz falha.
- Por favor, não seja cuidadoso comigo. - Yoongi repetiu.
- Ok. - Hoseok respondeu ao mesmo tempo que impulsionava o quadril pra cima, enfiando todo seu pau dentro de Yoongi.
- Porra. - Yoongi gritou com lágrimas nos olhos, suas pernas tremiam com as pontadas de dor que estava sentindo.
Hoseok começou a se movimentar sem aviso, fodendo Yoongi forte e constante.
Eventualmente o choro diminuiu e o menor passou a gemer baixinho. O suor pingando por seu cabelo prateado como gotas de orvalho, seus olhos nublaram e sua boca tremia.
- Você é tão apertado. - Hoseok disse levantando com Yoongi no colo.
Ele saiu de dentro do menor, o colocou de pé, atravessou o sofá e o deitou no encosto do sofá, deixando que sua cabeça caísse no assento.
Sua bunda estava empinada para cima e ele apoiava seu peso com apenas as pontas dos pés no chão.
Hoseok colocou as mãos do menor para trás, apertando seus punhos e Yoongi precisou virar o rosto para respirar, já que estava com a cara enfiada no sofá.
Hoseok dobrou os braços do menor nas costas e as segurou com apenas uma mão enquanto cuspia na entrada de Yoongi e posicionava sua glande mais uma vez.
Ele entrou no menor com mais calma dessa vez, o ouvindo gemer a cada investida, mas conforme Yoongi apertava seu pau cada vez mais forte, ele não foi perdendo a capacidade de ir com calma. Ao invés disso, agarrou os punhos do Yoongi para trás mais uma vez, fazendo com que seu corpo levantasse um pouco do sofá e ficasse suspenso no ar.
Seus pés perderam contato com o chão enquanto Hoseok passou a foder o menor com força e rápido.
O quadril de Yoongi batia contra madeira de estrutura do sofá, mas seu pau também tocava o tecido macio do sofá com violência, transformando a dor em prazer e vice versa.
Yoongi gozou não muito tempo depois, mas Hoseok se segurou por muito mais tempo. Quando ele gozou, Yoongi estava sem forças para falar qualquer coisa ou sentir.
Hoseok saiu de dentro do garoto que choramingou com o movimento e o levou para o quarto, assistindo Yoongi mancar e gemer toda vez que dava um passo pra frente.
- Você é um cavalo. - Yoongi resmungou, mas o bico de mau humor se transformou num sorriso no canto dos lábios rachados.
- É o que dizem. - Hoseok disse distraído antes de entrar no banheiro para preparar o banho do Yoongi.
- Aposto que sim. - Yoongi resmungou voltando com seu mau humor, mas Hoseok não estava mais no quarto para poder falar algo em resposta.
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