Subestimada

Hey sugarcubes, como estão??

Espero que estejam gostando da fanfic!

Deixem suas estrelinhas e comentem, até a próxima!!

Clay faz um som de escárnio e eu olho para ele.

— Não sei se você consegue fazer muita coisa, baixinha... — ele me dá um sorriso ladino — Mas quem sabe eu não convença os outros Carreiristas a te aceitarem no grupo, vai ser bom ter um rostinho bonito para olhar dentro daquela arena.

Vejo Finnick se inclinar, mas antes que ele diga qualquer coisa eu sorrio largamente para o garoto que acabou de assinar sua sentença de morte.

— Você realmente faria isso, Clay? — coloco minha mão por cima da sua que está apoiada no encosto da sua poltrona.

— Claro... Mas tudo tem um preço, baixinha.— ele se volta para Finnick que me encara como se outra cabeça tivesse crescido em mim. — Deveríamos ver os outros tributos, certo?

— Seria um bom começo — Finnick fala me olhando antes de olhar para Clay — Mas só recebemos a gravação da Colheita depois da Parada, então não preocupem suas cabecinhas ainda... Eu recomendaria que vocês descansassem ates de chegarmos à Capital, vai levar apenas algumas horas.

Dito isso, Finnick se levanta e sai do vagão.

— Acho que a fama subiu a cabeça desse ai... — Clay se levanta também — Que seja, estarei no meu quarto.

Depois que ele sai do vagão me viro para Mags.

— Como foi minha atuação? — sinalizo a pergunta.

— Perfeita... O que está planejando? — ela me pergunta.

— Ser subestimada... — não consigo conter o sorriso diabólico que nasce no meu rosto — Mas preciso falar com Finnick ou ele vai destruir o meu disfarce.

— Realmente... Ele está um pouco irritado desde o seu aniversário, alguma ideia? — ela me olha como se já soubesse a resposta.

— Hmm... Nós discutimos, eu meio que descobri o que eles estão fazendo com ele na Capital... — eu olho para minhas mãos sem conseguir mascarar minha tristeza por ele estar sofrendo sozinho e minha fúria crescente pela pessoa que tenho certeza que lhe deu essa sentença. — Ele disse para esquecer o assunto ou nunca mais nos veríamos.

— Oh, querida... A vida de um Vitorioso não é toda a glória que eles espalham por ai. — ela pega minhas mãos e as aperta — Você deveria descansar um pouco.

Aceno com a cabeça e saio do vagão ando pelo trem até ver a luz que passa por baixo da porta do quarto de Finnick, acho que agora seria a melhor hora para conversarmos então bato na porta. Conto até oito quando ele finalmente abre a porta, por um momento vejo surpresa em seu rosto, em seguida arrependimento, talvez?

— Hmm... Oi. — eu falo como uma idiota, por que estou nervosa de repente? — Podemos conversar?

— Claro, entre. — ele me dá espaço para entrar em seu quarto e fecha a porta assim que passo por ele. — Então, vai me contar o motivo de estar fingindo ser quem não é? Ou talvez a resposta para a primeira pergunta que eu fiz pra você mais cedo?

— Para a sua primeira pergunta, você acha mesmo que eu deixaria Kara ir para aquele inferno? Para que morra em menos de dois minutos dentro daquela arena? — meus olhos ardem com as lágrimas que segurei o dia todo — Ela é uma pessoa boa, e eu não me arrependo de dar à ela mais tempo para viver a vida maravilhosa que ela merece, apesar do mundo em que vivemos, Finnick.

— Não é seu dever protegê-la, Pearl. — ele passa as mãos pelo cabelo, frustrado - Não deveria perder a sua chance de viver também...

— Aí é que está, eu sei que tenho uma chance... E nós dois sabemos que ela apenas morreria por nada. — eu dou um passo em sua direção  — Mas eu preciso da sua colaboração, ou todo o plano que estou colocando em prática vai ir pelo ralo.

— O que você quer dizer? — ele me olha confuso.

— Estou falando de ser quem não sou, como você mesmo disse. — solto um longo suspiro. — Você deveria me conhecer melhor, Finnick...

Ele me olha com tristeza e eu automaticamente ergo minha mão para pegar a sua, mas paro, me lembrando de como ele reagiu quando o toquei duas semanas atrás.

— Deveria saber que eu sempre tenho algum plano em mente. — me viro de costas para ele, passando as mãos pelo meu rosto — E meu plano é ser a garota mimada que alguns no distrito achavam que eu era, vou fazer a Capital me amar e fazer os outros tributos não me verem como uma ameaça, quero que me subestimem, Finnick, isso será a desgraça deles. Todos eles.

Escuto quando ele dá um passo e seus braços me rodeiam e ele me aperta, sua cabeça em meu ombro.

— Eu fiquei desesperado quando se voluntariou, como é que eu vou te proteger lá dentro? — ele confessa baixo e eu coloco minha mão em seu braço.

— Você terá que confiar em mim...

— Me desculpe... Por ter agido como um idiota mais cedo e pelo que eu falei na floresta. — ele me solta e me faz ficar de frente para ele — É algo que fui obrigado a aceitar para proteger todos aqueles que amo.

— Eu sinto muito... Por ter que passar por isso sozinho, e por agora ter que se preocupar comigo. — sou eu quem fala baixo agora.

— Sei que você é capaz e inteligente, mas não consigo não me preocupar... — ele coloca a mão em minha bochecha, e sinto quando ele seca uma lágrima que caiu sem minha permissão — Você é importante demais, para mim e para todos em sua vida.

— Sou é? — dou uma risada baixa e seus olhos baixam até meus lábios — Hmm... Eu deveria ir...

Ele parece perceber a situação em que estamos e me solta, se afastando. Ele coça a nuca e vejo suas bochechas vermelhas, que me fazem perceber o quanto sinto as minhas quentes.

— Sim... Descanse um pouco, logo chegaremos. — ele fala, olhando para todos os lugares, menos para meus olhos. — Sobre seu plano, vou ajudar como puder, e tentar não rir da sua atuação...

— Vou descansar, então. — ando devagar até colocar minha mão na maçaneta — E se rir da minha cara, eu quebro a sua.

Saio do seu quarto e vou para o meu, apesar de toda a comoção do dia, não consigo relaxar e fico pensando em tudo o que posso fazer para conseguir voltar para minha família.

Depois de quase uma hora, volto para o vagão principal e me apoio perto da janela observando a paisagem mudar quando nos aproximamos da Capital, fico sozinha por alguns minutos até que Mags entra junto de Finnick, eles conversam sentados nas poltronas e depois de mais alguns minutos Clay aparece.

— Clay!! - falo com a voz doce e animada — Estamos chegando, vem ver!

Ele me dá um sorriso viperino e eu me seguro para não revirar os olhos, passamos por um túnel e a Capital se estende ao nosso redor, e então o trem desacelera e passamos por milhares de pessoas que acenam e gritam para nós, sorrio para eles e aceno de volta.

O processo de embelezamento é no mínimo torturante, eles me esfregam como se eu nunca tivesse tomado banho na vida. Seguro um xingamento quando a mulher de cabelos rosa claros chamada Tessa puxa outra vez o tecido, depilando minha perna.

— Você é tão branquinha, teremos que passar uma loção para sua pele não ficar tão vermelha... — sua voz aguda me irrita, mas seu sorriso de desculpas parece sincero.

— E olha esse cabelo lindo. — o homem alto de pele escura que lavou meu cabelo e agora o escova fala com uma animação que duvido que seja genuína, Darius é o seu nome — Victoria vai te deixar perfeita.

A terceira pessoa no meu time de preparação é Lisa, uma mulher de longos cabelos dourados, ela é magra e alta, com uma pele tão pálida que me pergunto qual o tratamento ou cirurgia feita para deixar a pele daquela forma. Ela é a mais quieta, fazendo apenas alguns comentários aqui e ali enquanto cuidava das minhas unhas.

Depois de quase três horas, eles me fazem ficar em pé e tiram o roupão fino que vesti e me analisam, tento imaginá-los como bonecas para não ficar com vergonha. Eles batem palmas e Darius solta um gritinho.

— Ah, até que não foi difícil desenterrar sua beleza, querida. — ele coloca as mãos na cintura com um sorriso afetado no rosto — Por baixo de alguns metros de areia da praia.

— Vamos chamar Victoria — Lisa fala calmamente.

— Obrigada por cuidarem de mim. — falo com a voz doce e sorrio para eles.

— Ela é uma graça, não é? — Tessa fala. — Vamos torcer por você, lindinha.

Eles saem cochichando e eu fico onde me deixaram, nua. Encaro as paredes do quarto e conto mentalmente, apenas para me distrair. 173. 174. 175... A porta se abre e uma mulher jovem entra, ela usa um vestido branco, sua pele morena clara tem um tom lindo que contrasta com seu cabelo loiro levemente dourado, suas pulseiras douradas tilintam quando ela anda em minha direção.

— Olá  Pearl, sou Victoria, sua estilista. — sua voz tem um tom sedutor e calmo que eu não esperava.

— Olá, Victoria. — falo calmamente.

— Me dê alguns minutos, tudo bem? — apenas aceno com a cabeça enquanto ela me mede com os olhos cor de mel — Bem que me falaram que você é uma beleza perdida no distrito quatro.

— Hmm... — acho que me lembro dela dos jogos do ano passado, ela tinha uma aparência diferente, um pouco menos artificial e definitivamente menos afetada que os outros estilistas mais velhos. — Ah, me lembrei, Distrito 7.

— Sim, ano passado fui estilista do tributo masculino do distrito 7, esse é meu segundo ano. — ela me entrega o roupão — Pode se vestir, que tal almoçarmos enquanto conversamos?

— Claro. — sigo ela até outro cômodo e nos sentamos em sofás pretos e dourados, eu diria que deve ser quase meio-dia pelo ângulo em que a luz do sol ilumina a parede de vidro que tem a vista para a Capital.

Depois de comer um bife generoso com molho e alguns vegetais e grãos ela me entrega uma taça com um conteúdo cremoso e uma colher.

— Isso é mousse, uma sobremesa que eu particularmente gosto muito. — analiso o mousse branco tentando imaginar que gosto tem. — Espero que goste do sabor que escolhi.

Pego um pouco com a colher e levo até a boca, me surpreendendo com o sabor azedo de limão, mas também é doce, uma combinação perfeita. Comemos enquanto ela me pergunta alguns detalhes da minha vida no distrito 4.

— Então você vive bem, dentro dos padrões para os distritos, quero dizer. — aceno levemente e olhando pela janela — E você se voluntariou pela sua melhor amiga.

— Basicamente... — falo, voltando meu olhar para ela.

— Espero que você possa se abrir comigo Pearl, afinal, eu pedi para trabalhar com você. — ela fala casualmente.

— Você pediu? — pergunto, a surpresa na minha voz é notável.

— Sim, conheço Finnick e ele me falou sobre você. — ela sorri para mim pela primeira vez — Quando disse seu nome para Sapphire na Colheita, quis te conhecer imediatamente.

— Entendi... — tento não demonstrar o ciúme que mancha meus pensamentos quando ela diz que conhece Finnick, não consigo deixar de me perguntar até que ponto se conhecem — Espero não ter te decepcionado...

— Nem um pouco... Agora, sobre sua roupa para a Cerimônia de Abertura... — ela começa.

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