Happy 15!!

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Desde a primeira vez que falei com Mags, comecei a ver Finnick vez ou outra, ele não parecia mais fugir, não de mim pelo menos... Na maioria das vezes nos encontrávamos numa das piscinas naturais escondidas pelas praias do distrito. No começo não conversávamos muito, apenas ficávamos em silêncio observando a vista. 

Desde que fez 16 anos, ele ficava cada vez mais tempo na Capital, e voltava apenas por algumas semanas para a Colheita, quando chegava, a expressão em seu rosto fazia meu peito doer, era como se aquele lugar estivesse aos poucos sugando cada gota de sua essência.

Agora ele tinha 18 anos e estava no distrito para a Colheita que seria em duas semanas, estávamos caminhando entre as árvores até uma piscina na costa oeste, onde no horizonte o sol começava a se por.

— Você está com uma cara péssima... — eu falei, enquanto me equilibrava em uma árvore caída — O que estão fazendo com você lá?

— Você não quer imaginar... Enfim, estou apenas cansado. — ele solta um longo suspiro e eu reviro os olhos. 

Chegamos até a piscina e sentamos na beirada da água, tiro meus sapatos e enfio meus pés na água, balançando para frente e para trás. Finnick observava calado, era sempre assim ultimamente, ele voltava e ficava calado por algum tempo, até começar a falar novamente. Mas eu sabia que isso era apenas ele tentando parecer normal perto de mim. 

— Fiz uma coisa para você... — ele enfiou a mão no bolso e tirou uma pulseira feita com fios azuis e dourados e bem no meio uma pérola esverdeada, quase da cor de seus olhos — Treinei bastante até conseguir que ficasse bonita... Feliz aniversário, Pearl.

Ele me entregou o acessório e eu observei de perto, era linda, e meus olhos se encheram de lágrimas. Passei as mãos nos olhos antes que qualquer lágrima caísse e sorri para ele.

— Obrigada, é perfeita... — estendi a pulseira para ele que me olhou sem entender — Coloca em mim, cabeça de alga.

Demos risada e ele pegou o objeto enquanto estendi o braço para ele, ele a amarrou em meu pulso com cuidado, e quando terminou, ele segurou minha mão e deu um beijo onde a pulseira estava. Senti meu rosto esquentar e virei para olhar o horizonte esperando que o rapaz não visse o tom rosado nas minhas bochechas. Ele deu uma leve risada e voltou seu olhar para o mesmo ponto em que eu olhava.

Ficamos lá até que o sol se pôs completamente e então Finnick se levantou.

— É melhor irmos, não quer perder sua própria festa de aniversário, né? — ele disse me ajudando a me levantar, mas me puxando com força demais, então acabei dando de cara com seu peitoral. — Me desculpe, você está bem?

— Ouch!! — esfreguei meu nariz — Acho que seus músculos quebraram meu nariz.

Olhei para cima, ainda estávamos muito perto, Finnick me encarava em silêncio e como se meu corpo tivesse vontade própria, levei minha mão até seu rosto. Quando meus dedos tocaram sua bochecha, senti o corpo de Finnick congelar e quando os desci até a linha de seu maxilar, Finnick se afastou, os olhos arregalados, a respiração irregular.

— Você está bem? — perguntei, dando um passo para me aproximar dele e ele deu outro para se afastar — Finnick?

Ele pareceu acordar do que obviamente foi um ataque de pânico e passou as mão pelos cabelos cor de bronze. Ele olho ao redor, então para mim. 

— Vamos, te acompanho... — sem esperar resposta, ele começou a andar e não tive opção se não, acompanhá-lo.

Enquanto andávamos, as engrenagens na minha cabeça giravam a todo vapor, então me lembrei das palavras que trocamos "O que estão fazendo com você lá? ... Você não quer imaginar..." e o horror tomou conta de mim, não queria acreditar no que minha mente me dizia que estava acontecendo com ele, era o que eu imaginava. Mas parei no limite das árvores, antes de chegarmos à praia.

— Finnick. — chamei ele baixinho, ele se virou e me encarou questionador. — Finnick... Eles não estão fazendo você...

Não consegui terminar, lágrimas escorriam pelo meu rosto e ele me olhou em choque.

— Não diga outra palavra. — seu tom era duro — Esqueça o que aconteceu, esqueça o que aconteceu e nunca mais fale nisso, para ninguém.

— Finn...

— Se não fizer isso, nunca mais nos veremos. — ele disse por fim, antes de se virar e sair correndo.

Chego em casa em poucos minutos e tento limpar meu rosto antes de entrar. Abro a porta devagar e deixo meus sapatos ali, escuto sons vindo da cozinha. Ando com cuidado até as escadas e então grito para quem quer que já esteja em casa.

— Cheguei! Estou indo tomar banho! — e subo correndo as escadas, pego um short e uma blusa simples e vou correndo para o banheiro.

Meu rosto no reflexo do espelho está uma bagunça, meus olhos e bochechas vermelhos. Fico pelo menos vinte minutos lá dentro, tentando não deixar nenhuma evidência de lágrimas. Quando saio e vou para o andar de baixo, meu pai, meu tio e meu irmão estão chegando do trabalho.

— Hey pequena, como você está? — meu pai pergunta enquanto os três deixam os sapatos na entrada de casa.

— Bem e o senhor? — dou um sorriso largo para meu pai que passa seu braço pelos meus ombros e anda comigo até a sala de jantar, onde minha mãe e Nico estão terminando de colocar a mesa.

— Estou bem... — ele dá um beijo na bochecha de mamãe, assim como faz todos os dias — Temos uma surpresa para você.

— É sério gente, é só uma data como outra qualquer — falo me referindo ao meu aniversário — É só mais um ano...

— Não seja estraga prazeres. — meu irmão me dá um beijo na bochecha quando passa por mim para cumprimentar nossa mãe — Apenas sorria e aproveite!

— Isso ai, pirralha. — meu tio coloca a mão em meu ombro e aperta levemente. — E ai, filhão.

Meu tio ergue a mão para que Nico faça um high-five e o garoto de 12 anos olha para o pai com vergonha, mas acaba batendo na mão do pai.

Ouvimos batidas na porta e eu vou atender, Kara, Keelan e Mags aparentemente foram convidados para a pequena reunião e quando eles estão entrando, Mareen atravessa a rua e também se junta ao grupo. Todos me abraçam e desejam felicitações que eu apenas sorrio sem responder. Guio eles até a sala de jantar e minha mãe bate palmas.

— Parece que todos estão aqui. — ela aponta para a mesa — Vamos comer!!

Comemos, conversamos e damos muitas risadas, no fim do jantar, minha mãe traz um bolo  com algumas velas.

— Não é nada comparado aos bolos da padaria em que trabalha, Mareen, mas fiz o meu melhor! — minha mãe brinca com a melhor amiga do meu irmão que sorri para minha mãe.

— Tenho certeza que está uma delícia, Sra. Marcet, assim como tudo o que faz... — Mareen responde gentilmente, sorrindo.

Depois de tirarmos as louças do jantar, meu pai acende as velas e todos se unem para cantar os parabéns para mim. Apenas sorrio desconfortável até que a música termina e eu apago as velas.

— O que você pediu? — Kara me pergunta.

— Se ela falar, não se realiza — Keelan fala para a gêmea — Cabeça oca.

— Não desejei nada... 

Todos na sala me olham como se isso não fosse novidade vindo de mim.

— Tenho tudo o que preciso bem aqui. — completo minha fala.

E assim todos sorriem, vejo minha mãe secando uma lágrima que escorre em sua bochecha, meu pai nunca deixa seu lado e por um momento me pergunto se algum dia terei algo assim com alguém.

— PRESENTES!!!! — Wade grita e meu pai dá um tapa na parte de trás da sua cabeça e todos nós rimos.

Kara e Keelan me dão o que parece ser uma rede de pesca, e eu olho desconfiada para meus amigos.

— Apenas abra ela, mulher de pouca fé! — Kara diz e minha mãe me ajuda a abrir a peça que é feita de fios finos, com conchas, pérolas e outras coisinhas que a decoram, é linda, preciso admitir — Você pode pendurar na parede do seu quarto...

— Obrigada, gente...

Nico me entrega um pequena escultura, uma concha aberta com uma pérola no meio, o garoto introvertido sempre foi criativo e talentoso. Os detalhes são impressionantes.

— Nico... É linda! — eu abraço o garoto que quase já me passa em altura, mesmo sendo 3 anos mais novo, ele me abraça apertado e fala baixinho no meu ouvido "Te amo, Pearl" e eu sussurro as mesmas palavras de volta para ele.

Mareen me dá uma presilha de cabelo com pequenas pérolas. Agradeço a ela que sorri gentilmente. Mags vem até mim, e coloca algo em minha mão.

— Para combinar — ela sinaliza e me dá uma piscadela.

Quando olho para o objeto, fico sem palavras, uma pulseira feita com fios verdes e bronze com uma concha pequenina no centro, olho para a mais velha que me dá um sorriso carinhoso e ela pega a pulseira, amarrando-a ao lado da que Finnick me deu mais cedo.

Meu irmão me dá um sorriso diabólico quando se aproxima, ele levanta a mão e deixa que uma correntinha escorregue e fique pendurada na minha frente, dois pingentes adornam a corrente, uma pequena pérola e um pingente em formato de ondas, idêntico ao que dei para ele em seu aniversário dois meses atrás.

— Você me copiou? — pergunto levantando uma sobrancelha para ele. — Não sei se isso vale...

— Boba, agora é um par, como nós somos... — ele me abraça apertado e coloca o colar em meu pescoço — Inseparáveis.

— Obrigada, ouriço do mar...

— Sempre, cabeça de molusco...

Meu pai sorri para minha mãe e para meu tio e então ele vem me abraçar.

— Sente-se, querida... — ele me faz sentar no sofá e se senta na poltrona, minha mãe se senta no braço de sua poltrona, enquanto meu tio ocupa a outra poltrona.

Mags e Wade se sentam ao meu lado no sofá e o restante dos meus amigos se sentam no tapete.

— Nós conversamos bastante, sobre como sua ideia de doar os peixes que sobram todos os dias para as famílias mais necessitadas tem ajudado tanta gente nos últimos dois anos e decidimos lhe dar um pouco mais de autonomia e autoridade... — meu pai sorri — O galpão 4 que era usado como depósito para as tralhas, foi esvaziado e será equipado para que você possa usá-lo, contrataremos alguns jovens de início, a maioria que precisa de uma renda para ajudar a família. Lá você poderá fazer a separação dos peixes, salgá-los para a conservação e depois disso, a organização para a entrega.

Fico em silêncio encarando meu pai e minha mãe dá risada.

— Você fez por merecer, minha pequena joia do mar. — ela coloca a mão no ombro do meu pai — Estamos orgulhosos por você ter escolhido ajudar pessoas, e sabemos que você conseguirá fazer disso algo ainda melhor.

— Fale alguma coisa! — Wade me cutuca.

— Não irei desapontá-los, eu prometo!! — falo e lágrimas de felicidade escorrem por minhas bochechas, e eu sorrio abertamente.

Todos batem palmas e dão risada.

— Tenho mais uma coisa para falar antes de encerrarmos a noite. — minha mãe se levanta — A família Marcet vai ganhar mais um membro...

Todos ficamos em silêncio encarando minha mãe. O silêncio dura alguns segundos até que meu pai grita e pula de onde está sentado.

— Você está grávida? — ele segura minha mãe como se ela fosse quebrar a qualquer momento, ela acena positivamente. — Eu vou ser pai!!!

— Você já é pai... — meu tio diz sorrindo indo abraçar o irmão e a cunhada — Parabéns cara, parabéns Eve...

Eu e meu irmão nos olhamos e ao mesmo tempo gritamos, corremos até minha mãe e a abraçamos. 

Todos dão os parabéns aos meus pais e aos poucos a casa se esvazia, restando apenas nós quatro. Arrumamos tudo, recusando a ajuda de mamãe que argumenta estar grávida, não aleijada. Mas mesmo assim, não deixamos ela fazer nada.

Quando me deito na minha cama, penso em todas as surpresas do dia, apesar do que aconteceu com Finnick, a felicidade da noite me faz desejar que esse momento dure o máximo possível e adormeço sorrindo.

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