A Concorrência

Hey sugarcubes, deixem seus comentários sobre a fic e a estrelinha!!

Até a próxima!

Passamos por todos os tributos até chegar no Distrito Doze.

— Acho que temos bons competidores esse ano... — Mags sinaliza e eu olho para Clay que parece pela primeira vez estar confuso.

— O que ela disse? — ele pergunta para Finnick.

— Que os competidores são bons esse ano... Realmente, Um e Dois não é surpresa terem tributos que parecem experientes, o sete também traz tributos fortes. — fico quieta, absorvendo todas as coisas que Finnick e Mags dizem sobre a aparência dos tributos — Fiquem de olho no treinamento, o que eles ensinam são coisas que realmente irão precisar dentro da arena.

— Como assim? — Clay pergunta.

— Bom, acho que não faria sentido ensinar como sobreviver em um deserto e ter uma arena com rios e florestas, certo? — confirmo com Finnick, e só então percebo que deixei os anos analisando os Jogos e o que Finnick contou sobre os seus Jogos, falarem mais alto.

— Exatamente... — ele me olha e então muda sutilmente a conversa, dando mais dicas — Analisem os tributos, em quais treinamentos eles são melhores e piores.

— Quanto à aliados... — eu começo e paro.

— Acho que podemos nos juntar ao Um e ao Dois, o cara do Sete também parece bom... — Clay fala com a mão no queixo.

— Pensei na garota do cinco, também... — me lembro do olhar frio que a garota loira ao ser chamada, e de como ela parecia analisar seu colega de Distrito. — Ela parece ser inteligente, vamos ver como ela treina...

— Certo... — Finnick chama nossa atenção — Depois de todo dia de treinamento, vamos nos reunir aqui e vocês me farão um relatório sobre o treinamento do dia, ok?

— Ok. — respondemos juntos.

— Vamos descansar, o dia foi longo e quero vocês preparados. — Finnick encerra a noite e nos separamos.

Vou para o meu quarto e me deito, pensando em toda a comoção que foi minha vida no último dia e meio. Solto um longo suspiro e cubro meu rosto com o braço.

— Ficar remoendo o que já foi não vai mudar nada. Papai diria que o melhor a fazer é descansar e amanhã estar preparada para começar a observar os oponentes. — resmungo para mim mesma.

Estou sentada na mesa comendo um prato de frutas com uma xícara de chá quando Finnick aparece seguido de Clay. Eles se sentam e se servem, comemos em silêncio por alguns minutos até Finnick limpar a garganta chamando nossa atenção.

— Quero que inicialmente foquem nas técnicas de sobrevivência e deixem para lutar e pegar em armas para a avaliação com os Idealizadores. — ele começa e então observa nós dois — Vamos treinar separadamente depois do treino com os outros tributos, primeiro Clay depois que chegarem e com Pearl antes do jantar, ok?

— Ok. — Clay concorda e eu o observo discretamente, ele aperta o talher em sua mão com força e desvio o olhar antes que ele perceba.

— Tudo bem. — falo olhando para Finnick que parece ter visto o mesmo que eu. — Já terminei de comer, vou encontrar Victoria para me vestir. Até já.

Vou até a sala e encontro Victoria sentada no sofá junto de Rhian, cada um segura uma tela e eles conversam e escrevem nelas. Eles sorriem quando me veem e Victoria acena para que eu vá até eles.

— Vem cá, linda. — ela me faz sentar entre eles e passa a mão pelo meu cabelo — Estávamos dando os toques finais nas roupas que vão usar na entrevistar com Caesar.

— Posso ver?

Tento olhar para a tela que ela segura só para receber um dedo na testa e sua exclamação esganiçada.

— NÃO!!! —  nós três rimos e então ela se ajeita ao meu lado — É surpresa. Venha, vamos te preparar para o treino.

— Até mais, Rhian. — aceno para o homem que sorri para mim e deixo Victoria me puxar pelo braço até meu quarto. — Você sabe que preciso do meu braço na arena, né?

Ela me faz sentar na cama e abre o armário, tirando vários conjuntos de treino.

— Ele não vai cair tão fácil assim, linda. — ela fala concentrada e não deixo de ainda me surpreender com sua voz sedutora — Acho que esse vai ficar bom, aqui.

Pego o conjunto azul escuro com detalhes brancos que ela me entrega e me troco ali mesmo, não há razão para me esconder quando ela já me viu nua. O conjunto abraça meu corpo como uma segunda camada de pele.

— É um tecido respirável, você tem um corpo maravilhoso... — ela fica atrás de mim e trança meu cabelo — Vamos tirar proveito disso e fazer todos te desejarem ou te invejarem.

Ela pisca para mim através do espelho. 

— Obrigada, por tudo o que tem feito para me ajudar... — passo as pontas dos dedos pela trança que ela colocou no meu ombro.

— Não precisa agradecer, linda. 

Depois de pronta, saímos do quarto e encontramos os rapazes próximos ao elevador.

— Finalmente, estava quase indo buscar vocês... — Finnick fala revirando os olhos.

— Não exagere, querido. — Victoria da uma leve cotovelada nele.

— Enfim, lembre-se do que conversamos, prestem atenção nos outros tributos e no que eles fazem. — ele chama o elevador e assim que ele chegar, eu e Clay entramos. — Bom treino.

Descemos em silêncio até o subsolo onde fica a área de treinamento, desde que Finnick mencionou que treinaríamos separados no café da manhã, Clay parece estar mais distante e me pergunto se tem algo que ele gostaria de esconder. Não é como se fossemos revelar todas as nossas técnicas um para o outro só porque viemos do mesmo distrito, somos concorrentes afinal de contas. Mas ficar em silêncio não vai ajudar nos meus planos.

— Então, o que pretende fazer nos treinos com os outros tributos? Vai focar somente nas técnicas de sobrevivência? — puxo assunto enquanto acompanhamos um Avox pelo corredor longo. 

— Acho que seria interessante ficarmos perto um do outro e observar todos eles. — ele fala concentrado — Mas acho que seria bom mostrarmos um pouco do que somos capazes, ou não conseguiremos aliados...

— É, faz sentido. — sorrio para ele e observo os tributos que formam uma meia lua ao redor do treinador principal.

Nem todos os tributos chegaram ainda, então esperamos em silêncio. O número do nosso distrito é preso em nossas costas por um assistente e todos nos entreolhamos, observando cada tributo ali que pode possivelmente causar nossas mortes. Vejo mais de um tributo me olhando de cima a baixo e me aproximo de Clay, falando baixo para que só ele possa ouvir.

— Me sinto como um pedaço do carne na vitrine do velho Mason...

— Não sei se as carnes do velho Mason seriam tão bonitinhas como você. — ele me dá um dos seus sorrisos maliciosos.

Continuo olhando ao redor, o olhar da garota do Cinco encontra o meu e eu dou um leve aceno de cabeça para ela, que repete o gesto. Os últimos a chegar são o distrito Onze e o garoto magricela parece meio verde quando se juntam ao restante de nós. 

O treinador explica como será dividido o treinamento em técnicas de sobrevivência e técnicas de combate e que estamos livres para transitar entre as estações como quisermos e de acordo com o que foi instruído pelo nosso mentor.

Ele ressalta que não deveríamos ignorar as técnicas de sobrevivência, pois uma arma pode nos dar a vantagem, mas o que vai matar a maioria dentro da arena é o próprio ambiente, a desidratação sendo nosso pior inimigo, animais e plantas venenosas também podem ser um problema.

Quando ele nos libera, passamos pelas estações para ver o que estão ensinando, vejo a garota do Cinco parar na estação que provavelmente ensina sobre plantas venenosas e medicinais e cutuco Clay.

— Hey, vou até aquela estação, por que não tenta se aproximar do Um e do Dois?


— Ok.

Caminho tranquilamente, passando por uma estação em que o treinador ensina a fazer nós, pelo menos essa eu posso pular. Quando chego na estação das plantas, olho atenta para as plantas que estão sendo mostradas, uma delas me chama a atenção e me agacho na frente dela, tomando cuidado para não tocá-la.

— Conhece essa planta, querida? — a treinadora fica ao meu lado e se curva para olhar para a planta também.

— Sim, acho que ela pode ser útil, não é mesmo? — eu sorrio e me levanto, ficando de frente para a mulher.

— Perigosa é a palavra que eu usaria... — ela fala séria e indica a bancada com várias plantas em exposição — Junte-se a nós, senhorita Marcet, certo?

Aceno com a cabeça e a sigo, ficando ao lado da garota loira que se me lembro bem tem 16 anos, um ano mais velha do que eu, ela me olha séria e sei que está me analisando, pesando possíveis fraquezas. 

— Olá, meu nome é Pearl, distrito Quatro. — estendo a mão para ela, que aceita educadamente.

— Maddy, distrito Cinco. — ela me olha nos olhos e eu não desvio o olhar até que a treinadora chama nossa atenção.

— Muito bem, saber diferenciar plantas venenosas e plantas medicinais pode ser a diferença entre a vida e a morte. Aqui na bancada temos várias espécies que podem ser úteis para vocês, podendo ajudar com queimaduras, picadas de insetos, entre outras coisas... — ela nos mostra uma por uma e explica para o que serve e como usá-las.

Passamos pelo menos uma hora falando de plantas, a maioria sendo conhecida para mim. Maddy é inteligente e tem uma memória surpreendente, depois que terminamos na estação das plantas ela pergunta se pode me acompanhar.

— Então você se voluntariou pela sua melhor amiga? Eu entenderia se ela fosse da sua família, mas uma amiga, não é algo lógico de se fazer... — ela faz uma careta, como se eu tivesse dado a ela um quebra-cabeças impossível de resolver e eu dou risada.

— Bom, Kara é praticamente uma irmã para mim e eu sei que ela morreria nos primeiros dois minutos... — dou de ombros olhando para as estações em que passamos — Quero que ela tenha uma vida longa e seja o mais feliz que possa ser, na realidade em que vivemos.

— Hmm... Você é mais inteligente do que aparenta... — ela encara uma estação com árvores onde dois tributos tentam fazer uma fogueira. — Estou vendo muita vegetação densa por aqui.

— Provavelmente porque a arena é uma área de floresta, eu diria... — falo e então indico uma estação que parece ensinar a fazer armadilhas — Que tal aquela, pode ser útil para conseguir comida.

— Como sabe que arena terá florestas? — andamos lado a lado até a bancada onde o treinador ensina o garoto esverdeado do Onze a fazer uma simples armadilha para coelhos. 

— Meu mentor falou que eles não perderiam tempo ensinando coisas que nunca usaríamos, que deveríamos prestar atenção no ambiente e nas lições para que pudéssemos ao menos ter uma ideia de como será a arena...

— Finnick Odair, né? Ele é tudo o que dizem mesmo? — ela não parece verdadeiramente curiosa, mas tenta manter a conversa fluindo.

— E o que é que dizem sobre ele? — vejo o garoto dar um nó tão frouxo na armadilha que sei que no momento em que ele tentar prender o graveto ali, vai estourar na sua cara — Isso vai estourar na cara dele.

Aponto para o garoto e nós duas ficamos em silêncio observando. Dito e feito, no momento em que ele tenta prender o graveto curvado com a corda, a armadilha fica inteira por três segundo antes do nó se desfazer e o graveto estalar no rosto do garoto que olhava de perto sua obra. Maddy cobre a boca e engasga tentando segurar a risada, eu não tento esconder o sorriso que curva meus lábios, então me aproximo mais da bancada.

— Seu nó estava muito frouxo, Onze. — coloco as mãos na mesa de metal.

— S-sim, não s-sou muito b-bom com atividades m-manuais... — ele tropeça nas palavras, enquanto passa a mão na testa que carrega a marca em relevo do graveto.

— Você é gago? — Maddy pergunta séria e é minha vez de engasgar com a risada.

— N-não sou ga-ago. — ele fica vermelho e encara o chão.

— Enfim, também queremos aprender a fazer armadilhas... — ela continua como se a resposta do garoto não fizesse diferença.

Aprendemos a fazer armadilhas para coelhos e esquilos e observamos várias outras estações. Maddy me conta que mora só com o pai, desde que a mãe morreu por conta de uma epidemia que matou muitas pessoas no Cinco há dois anos. Conto para ela sobre minha família e ela pergunta como é ter uma família grande e unida, damos boas risadas.

No fim do primeiro dia de treinamento, ela diz que deveríamos ficar juntas na arena, e eu falo que ela deveria se juntar ao pequeno grupo que Clay está reunindo, mostro para ela os cinco tributos perto da área para combate, os tributos do Um e do Dois riem junto com Clay. Inicialmente ela parece pronta para recusar, mas falo para ela que é apenas uma questão de sobrevivência e ela concorda relutantemente. Nos separamos nos elevadores, ela entra junto com o tributo masculino do seu distrito, um garoto alto, meio raquítico, tudo dentro dos padrões de subnutrição de todos os jovens dos distritos.

— Nos vemos amanhã, Pearl! — ela acena e eu faço o mesmo, entrando no elevador ao lado de Clay.

— Parece que você fez uma amiga, baixinha. — ele diz rindo — Ela é  boa?

— Sim, acho que tem potencial... E os Carreiristas? — olho para ele e vejo um sorriso se formar em seus lábios.

— Eles são demais, podemos matar todos os outros tributos na arena e depois cada um segue seu caminho... 

— Parece que temos um plano então. — dou um sorriso doce para ele.

— Sim, parece que temos.

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