09.

Uns dois minutos depois, vários tiros saíram do lado escuro do prédio numa velocidade surreal, você foi atingido no ombro esquerdo. Sentia uma dor dilacerando seu braço já imóvel; uma agonia insuportável.

Com o impacto você caiu no chão, e graças a queda não foi atingido pela outras dezenas de balas atingindo a parede e passando sob seu olhos. O homem começou a gritar, encolhendo-se entre os braços e escondendo seu corpo nu.

Os tiros finalmente cessaram, e então, um gás branco tomou conta do ar, um gás maravilhoso que expulsou toda a sua dor e o fez dormir.

×××

Quando você acordou, encontrava-se imóvel numa sala escura, com os braços e pernas amarrados numa cama. Por instinto você tentou se soltar, colocou o máximo de força para tirar seu braço dalí, mas não foi possível. Sentiu o desespero te cercar e tentou se manter controlado.

— Alguém está aí? — Você perguntou, ouvindo sua voz fazer um eco em meio ao vão.

Ninguém respondeu.

— Tem alguém aí!? — Você gritou, tão alto que o eco de sua voz se repetiu umas quatro vezes.

Mas, novamente, ninguém respondeu.

Bruscamente, você começou gritar e se debater na cama, como se fosse um louco no hospício. Mas ao invés de alguém chegar e acender a luz para te acalmar, uma onda de choque saiu pelo colchão, fazendo você sentir cada partícula de eletricidade correr pelo seu corpo de uma só vez, impulsionando seus peitos para cima com dor e ferocidade, lágrimas escorreram pelo seu rosto e uma espuma produzida pela sua saliva começou sair de sua boca; você sentiu-se descartável.

Chorando em silêncio, fungando a cada dois segundos e imaginando-se encolhido em algum cantinho feito especialmente para pessoas tristes. Você viu o tempo passar lentamente e só assim pôde pensar em algo…

— Eu não sei o que vocês querem! — você gritou. — Mas sei que, como qualquer pessoa, vocês gostam de dinheiro! Muito dinheiro! Se me tirarem daqui, vocês serão os homens mais ricos desta cidade!

Mais uma vez, não houve resposta.

— Estou falando de bilhões...

E, então, a luz se acendeu, fazendo-o engolir em seco e sentir o amargo doce da morte.

×××

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