Estresse

Franz sente um peso sobre seu quadril e, logo após, beijinhos doces sobre sua pele. Geme sonolento, em protesto, e ouve uma risadinha feliz.

- Leon, para com isso, me deixa - franze a testa, com mau-humor.

- Vamos, Franz, acorde! - Leon se levanta e puxa o cobertor dele. - Quando você começou a ser tão dorminhoco? - Encosta o nariz sobre sua bochecha e a beija. - Vamos, hoje vai ser um grande dia!

Franz abre um pouco os olhos e vê o rosto sorridente do namorado o encarando com carinho. Sem dar importância, vira-se para o outro lado com resmungos aborrecidos. Leon para, agora constrangido.

- Ei, Franz, é sério... - Muda o tom de voz para um entristecido, meio preocupado. - Levanta pra gente ir... - Passa a mão pelos cabelos do namorado, tirando-os de seu rosto. Novamente, Franz solta resmungos. - Você tem andando com um humor tão ruim. Tá acontecendo alguma coisa? - Volta para a cama ao lado do namorado.

- Não. - Responde firme, até um pouco grosseiro, e se levanta da cama, deixando Leon lá sentado.

- Ei, Franz - chama antes que ele possa passar pela porta. - Qualé, olha pra mim! - Exclama, triste. Franz se vira para ele com um semblante descontente. - Bom dia - deseja quase como uma súplica por atenção.

- Bom dia. - Responde seco enquanto abre a porta do quarto.

- Vai sair assim? Sem beijo, sem nada? - Cruza os braços, encarando as costas do namorado com um olhar baixo e desgostoso, lembrando de como era a sensação de não precisar implorar por isso. Franz volta e toca seu rosto para lhe dar um beijo rápido, já voltando para a porta e passando por ela. Foi o pior beijo que Franz já lhe dara na vida.

***

- Eu não sei o que tá acontecendo com ele pro humor estar assim - sussurra triste para a sogra, parando imediatamente ao ver Franz passar pela cozinha, onde estavam. Leon o encara com o seu habitual olhar constrangido, enquanto Andrea o observa com um olhar analítico e sério.

- Tá tudo bem com você, filho? - Pergunta irônica após um suspirado. Leon cora. - A faculdade? Como está tudo.

- Tá tudo ótimo, mãe - responde ao sentar à mesa. - Por que a pergunta? - Procura uma faca para cortar o seu pão e os encara com uma sobrancelha arqueada.

- Não... por nada, não... - dá de ombros, ainda sarcástica. - É só que você não parece estar tão ótimo assim.

- Mas eu tô. Perfeitamente bem. - responde. - E você, Leon? - O ruivo estremece ao ser chamado. - Não vai comer, não?

- Ah, eu... eu já tô indo, sim... - responde baixo, tímido. Andrea se aborrece mais.

- Fale direito com ele, filho - adverte ainda tentando se manter neutra.

- Mas eu tô falando direito - retruca, enquanto Leon sai do lado da sogra e vai se sentar à mesa com o namorado. Andrea o observa não estar nenhum pouco confortável.

***

A manhã passou. Leon estava sentado no sofá da sala junto com seus sogros e cunhadinha, que ria enquanto dançava no chão. Eles companhavam com sorrisos também, incentivando ela a continuar. Enquanto isso, Franz se mantinha intocável, sentado na porta da frente de casa, lendo.

Mesmo distraído, viu de relance Leon ficar em frente à Tereza, que havia caído pelo sapato estar desamarrado. Agachado em frente a ela, sorriu amorosamente enquanto puxava o cadarço do tênis da garotinha.

- A lebre passa por baixo da árvore - dá o primeiro nó - encontra as cenouras - faz os dois arcos - e em fim - dá o segundo nó - entra na toca.

Franz ouve a risadinha de sua irmã, logo após, o beijo que o ruivo depositou em sua testa. Revirando os olhos, passa para a próxima página de seu livro. Percebe então o namorado se aproximando dele.

- Ei, Franz - agacha ao lado dele, sorridente. - O Jimmy chamou a gente para ir para a casa dele, vamos? O Larry também vai estar lá.

Franz mantém o seu semblante sério e mau-humorado.

- Não quer ir? - Pergunta inseguro.

Ele suspira.

- Vamos - responde. - Talvez me ajude a relaxar.

Leon franze o cenho.

- É, talvez ajude mesmo - diz irritado, respondendo ao descaso do namorado, e se levanta para se juntar aos sogros novamente. Franz percebe ele mudar sua expressão irritada para um sorriso acolhedor ao vê-los.

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