40 - Feridas para cicatrizar

Ela não apareceu para o memorial, elas pra falar a verdade, nenhuma das gêmeas vieram se despedir de Thomas, ou pelo menos ficar bêbadas por ele.  

O corpo foi levado para Los Angeles para que a família o enterrasse lá, mas nós que o conhecíamos, não somos muitos, resolvemos fazer uma espécie de velório para ele  e depois de passar vinte e sete horas em um hospital Kendra não veio. Não sei porquê esperei tanto que ela viesse, durante todo o tempo que passamos no hospital ela não dirigiu uma palavra sequer para mim, manteve distância como ela falou que faria. 

Só não consigo acreditar que depois da história do meu avô, as conversas nos cafés, ação de graças, meu apartamento, ela seria tão fria em relação aos nossos sentimentos. Ou aos meus sentimentos, para ser mais exato. É irritante e frustrante ficar pensando nisso, mas as lembranças daquela noite ainda martelam com força na minha cabeça. 

Seis dias antes 

— Não acredito que estou sendo expulso da minha própria casa. — Michel reclama pela terceira vez 

— Deixa de ser idiota! Ele esta sendo romântico. — Kat da um soco no ombro do meu amigo 

— Ai! — ele faz uma careta e se afasta — Não precisa ser assim tão agressiva.

Ela da de ombros e tento me concentrar no jantar que estou preparando, tive todo o cuidado de não fazer nada com frutos do mar já que eu sei que ela detesta, na  verdade estou fazendo uma lasanha que Thomy me disse ser uma das comidas favoritas dela e um pudim de chocolate para a sobremesa, um vinho rose bem caro que minha mãe recomendou e flores que Kat me obrigou a colocar na casa. 

É  claro que são girassóis, o que não foi fácil de arranjar.  

— Só acho meio injusto que eu não possa aproveitar a lasanha. — meu amigo resmunga de novo 

— Você pode ficar, se quiser aproveitar o show que eu e Kendra daremos pelados em todos os cantos desta casa. — retruco, ele esta começando a me deixar irritado 

Eu pedi uma noite, apenas uma noite fora de casa, não é como se ele não passasse varias na casa da Helena ultimamente e antes disso, em casas de desconhecidas. 

— Esquece a parte de ser romântico, você é podre — Kat faz uma careta 

— Eu sou maravilhoso. — dou de ombros com um sorriso arrogante 

— Eu vou para a casa da Helena — Michel murmura indo para o quarto 

Sorrio aliviado e Kat revira os olhos. 

— Se precisar de mim hoje, não me procure . — pisco um olho para ela 

— Certo, o mesmo vale para você. — ela suspira 

— Vai sair? — arregalo os olhos 

Sem querer parecer surpreso, mas minha prima não sai com ninguém desde que terminou com o namorado babaca dela do ensino médio, isso foi três anos atrás. 

— Tenho um encontro com meu sofá e quinze maravilhosas temporadas de Supernatural para assistir, fora os chocolates e sorvetes na minha geladeira. — da de ombros 

— Isso é deprimente, Kat. — faço uma careta 

— Isso sou eu aproveitando a sexta a noite muito feliz, obrigada — ela rebate com as bochechas vermelhas

— Muito bem, KitKat, vamos embora! — Michel chama voltando para a cozinha 

— Bom jantar pra você — minha prima manda um beijo 

— Boa transa — Michel e eu damos  um high-five 

— Pra você também. — sorrio 

— Nojentos. — Kat sibila e ambos saem do apartamento 

Respiro fundo e checo mais uma vez se esta tudo pronto,  depois de conferir tudo me sento no sofá um pouco inquieto, olho no relógio e percebo que ela esta alguns minutos atrasada. Me levanto e começo a andar de um lado para o outro. 

Será que ela não vem? 

Não, ela disse que viria, mesmo parecendo um pouco estranha no telefone. 

Será que aconteceu alguma coisa? 

Não, ela ficou um dia inteiro sem dar noticias, mais depois disse que estava se resolvendo com a irmã, isso é perfeitamente normal, afinal elas são grudadas desde o útero e eu não posso determinar o quanto de tempo ela passa com as pessoas, mas isso é obvio. 

 Abro e fecho os punho procurando algo para fazer, mas não tem nada porque já deixei tudo preparado, faz alguns dias que eu não a vejo e estou ansioso para beija-la e conversar com ela, escutar sua risada e pedir minhas camisetas de volta. 

Sorrio com esse pensamento, ela não vai devolver as camisetas, mas não custa nada tentar já que ela roubou uma das minhas preferidas. 

Antes que eu abra um buraco no chão minha campainha toca, respiro fundo e expiro me sentindo ainda mais nervoso, é nosso primeiro encontro e não quero que ela pense que sou mão de vaca por acontecer em casa, mas eu não queria ninguém atrapalhando, muito menos estranhos. 

— Oi — ela sorri timidamente assim que abro a porta 

Perco o folego ao encara-la, ela esta com um vestido azul escuro com mangas compridas de renda e um decote também rendado, seu cabelo solto em ondas contrasta perfeitamente com a cor da roupa e o salto preto a deixa quase do meu tamanho, ela esta com as lentes escuras hoje deixando seus olhos bem escuros e misteriosos, também usa uma maquiagem pesada e bonita. 

— Ual.... — suspiro com um idiota 

Seu sorriso aumenta um pouquinho e ela inclina a cabeça para o lado. 

— Não vai me convidar para entrar?   

Arregalo os olhos ao perceber que estou bloqueando a porta como um idiota. 

— Ah, sim! Claro! — dou passaram para ela 

Ela sorri e quando chega perto o suficiente a puxo pela cintura e beijos seus lábios pintados de vermelho, ela suspira e se afasta com uma careta de dor. 

— Está tudo bem com você? — pergunto preocupado 

— Sim, eu só... estava com saudades. — abre um sorriso culpado 

Ela esta mentindo, percebo fechando a porta. 

— Tambem senti saudades. — digo, porque eu realmente senti.  

Ela assente e percebo que esta andando lentamente, como se sentisse algum tipo de dor física. 

— Girassol, você esta bem mesmo? — pergunto ficando na sua frente 

Ela olha em meus olhos e não responde nada por um minuto inteiro. 

— Nossa, pensei que isso seria mais fácil — suspiro frustrada 

— O que foi? O que seria mais fácil? — franzo o cenho segurando sua mão 

Ela entrelaça nossos dedos e respira fundo. 

— Ei — a chamo preocupado — O que quer que seja pode confiar em mim. — digo colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha 

Ela se inclina com meu toque e fecha os olhos por um momento, então me abraça como se estivesse dizendo adeus, ela me abraça tão forte que não tem uma espaço livre entre nossos corpos. 

— Me desculpe, Jake... — ela pede com o rosto enterrando em meu peito — Desculpa por isso, meu amor. — sussurra 

— Kendra, esta me assustando. — comento sem solta-la 

Ela suspira novamente e se afasta, três passos para longe, meu coração parece que vai sair do peito da forma que esta batendo tão rápido e desesperado. Não sei o que esta acontecendo, mas esta me deixando muito nervoso.  

 Sei que não temos nada oficial, mas acho que esta confundindo um pouco as coisas e vim aqui esclarecê-las . — começa com a voz surpreendentemente firme 

Franzo o cenho sem entender do que ela esta falando. 

— Como assim não temos nada?

— As coisas entre nós aconteceram bem rápido e ainda esta acontecendo rápido demais... 

— Girassol... o que? O que esta falando? — meu cérebro não consegue processar suas palavras direito, porque parece que esta falando em outro idioma 

— Tivemos uns encontros legais, a transa foi boa, mas eu não quero mais nada disso. — ela segue se se abalar com minha confusão 

— Como assim? Encontros legais? — estreito os olhos 

— Jake, não dificulte isso pra mim, por favor. — ela pede baixando a cabeça 

— Não, você quem esta dificultando! Eu não estou nem entendo o que voce esta falando! 

— Estou terminando com você! — ela olha em meus olhos friamente — Eu não quero mais te ver, falar com você, ser sua amiga. Nada. De agora em diante me manterei completamente afastada.

Pisco completamente chocado, eu não esperava isso. Não esperava mesmo, ironicamente eu ia oficializar nosso namoro hoje. 

— Eu espero que voce não tente deixar isso maior do que é, porque não vai funcionar e... 

— Você pode parar? Só por um minuto? — peço angustiado

Meu coração não desacelera e minha cabeça dói, não imaginei que levaria um pé na bunda.  

— Eu não quero parar! Eu não vou parar! —  retruca com o rosto vermelho

— Girassol, por favor...

— Para! — ela grita me interrompendo — Não sou a droga do seu Girassol! — faz uma careta de desprezo 

Engulo a seco totalmente perdido.

— Se você me escutar...

— Eu não quero, Jake! Será que não deu para entender isso? — franze o cenho com irritação

— Não consigo entender por que ficou assim. — nego com a cabeça

— Você não tem que entender nada — faz uma careta de nojo — Dormimos juntos e foi só isso, não quero nada que venha de você. — da de ombros  encarando de cima a baixo

Um soco no saco doeria menos.

— Acha que eu não tenho o direito de saber o motivo dessa decisão? — cruzo os braços tentando não demonstrar meu nervosismo

— Não.

A encaro completamente perplexo.

— O que?

— Você me fez uma pergunta e eu respondi. Não. — reforça firmemente 

— Não pode terminar comigo sem ao menos me dizer o porquê! — rebato indignado

— Aí meu Deus! — ela bufa frustrada — Não terminei nada porque não tínhamos nada!

— É claro que tínhamos, Kendra! — bato o pé sem me conter

— Nós éramos amigos, transamos e agora eu decidi que não quero mais fazer isso. — suspira pesadamente

— Assim, sem mais nem menos? — estreito os olhos

— Exatamente como faz com seus casos de uma noite — ela da uma risada irônica e fria 

— Então vai ser assim? Vai realmente jogar isso na minha cara? — pergunto ofendido, não achei que isso seria um problema entre nós

— Vou. — endireita a postura sem recuar

— Não é justo. — nego duramente

— Não sei porque está se importando tanto, sou apenas sua amiga — ela ri amargamente

— Sabe que isso não é verdade.

— Sei? — arqueia as sobrancelhas

— Então é disso que se trata? — pergunto abrindo um sorriso

Finalmente as coisas fizeram sentido.

— Eu não sei do que está falando — franze o cenho

— Nós nunca fomos amigos, Kendra! Isso nunca nem foi uma possibilidade!

— Nossa, você é um babaca. — ela nega com a cabeça e se vira para sair

— Nunca foi uma amiga porque nunca seria o bastante. — digo segurando seu pulso

Ela se vira e encara minha mão e depois meus olhos, posso ver a dor por trás daquelas lentes negras, posso ver que ela não quer fazer isso é não consigo entender o porquê está fazendo.

— Solte, Jake. — pede em um murmúrio

— Não seria o bastante porque somos mais que amigos — digo colocando as mãos em seu rosto — Estou apaixonado por você, Girassol. Me apaixonei no momento em que te derrubei no corredor, e só aumentou durante todos esses meses — murmuro encostando minha testa na sua — Meu apaixonei pelo seu sorriso, pelo seu olhar enigmático, pela sua voz, pela sua careta nas aulas chatas de filosofia, por sua risada, por seu cheiro — inspiro profundamente — Me apaixonei pela sua doçura e pela sua frieza, por sua incrível habilidade de sempre saber o que perguntar e por sua completa falta de percepção dos próprios sentimentos. — sorrio e ela também abre um mínimo sorriso — me apaixonei por suas qualidades e mais ainda pelos seu defeitos, me apaixonei pela pessoa perfeitamente imperfeita que me entendeu acima de tudo e todos. Estou apaixonado por você e não vou desistir de nós. — finalizo beijando seus lábios

Ela suspira e abre a boca me beijando de volta, seus braços finos agarram meu pescoço colando meu corpo no seu, quase choro ao sentir seus lábios macios com gosto de cereja tão pressionados aos meus que poderiam ser um só. Mas tudo se vai quando ela se afasta com os olhos fechados e a vejo limpar uma única lágrima antes de me encarar novamente.

— Não quero saber dos seus sentimentos, Jake. Quero apenas que me deixe em paz. — diz com a voz calma

E fico paralisado enquanto ela sai do meu apartamento deixando os pedaços do meu coração para trás.

Agora 

— Pensando em alguém? — a voz da minha prima me desperta de meus devaneios 

— Ninguém importante — dou de ombros e viro a dose de whisky 

Ela faz uma careta de repreensão, mas apenas dou de ombros e peço mais um para a barmen. 

— Elas não vieram mesmo. — Michel se senta no banco ao lado — Achei que os três fosse super amigos. 

Encaro Rubens do outro lado, ela esta encostado em uma parede com uma garrafa de cerveja na mão e uma expressão seria.  

— É não dá pra esperar mais das irmãs Spivot do que dor e decepção — comento bebendo um gole do whisky 

Faço uma careta para a queimação em minha garganta, mais ignoro isso também, ultimamente venho ignorando muitas coisas que não deveria. 

— Cara, você deveria ir com calma na bebida — Michel me adverte 

— E quem é você? Meu pai? — zombo virando o resto da dose 

Não vejo a expressão do meu amigo pois me viro e pego a garrafa de whisky saindo dali logo depois, essa pode ser uma noite bem divertida, penso virando um gole diretamente da garrafa.

Tem um zumbido intenso na minha cabeça, ela lateja e há pontos pretos na minha visão. Agradeço a Deus por minha janela estar fechada permitindo que nenhuma luz do sol entre pelas cortinas. Minha mente esta um turbilhão e mal me lembro da noite passada, sei que não parei naquela garrafa de whisky e devo ter feito um belo papel de idiota. 

Afundo o rosto em meus travesseiros e um cheiro doce coça meu nariz, levanto a cabeça com o cenho franzido e percebo que é o travesseiro que Kendra dormiu, o cheiro adocicado do seu perfume esta impregnado nele. Trinco os dentes e jogo no chão voltando a me deitar logo em seguida, mas o cheiro parece que está na minha cama toda. 

— Que merda! — reclamo e me levanto 

Arranco os lençóis furiosamente e jogo tudo no chão, nada de ficar sentindo cheiro de uma mulher que nem sequer me ligou para dar os pêsames sobre a morte do meu melhor amigo, estou melhor sem ela. 

Me jogo no colchão, agora sem nada, e fecho os olhos. Imediatamente a lembrança de seu rosto preocupado vem a minha cabeça. 

— Maldita mulher infernal! — xingo e me levanto de vez 

A psicologia não explica os sentimentos, não fala quem foi o sem noção que deu nome a eles e porque parece ridicularmente importante, mas seja quem for queria poder dar um soco na pessoa e perguntar se já ficou de coração partido. Queria socar os cantores que fizeram musicas sobre isso também, elas só servem para piorar as coisas. 

Pensando bem, a psicologia não explica muita coisa e esse lance de ajudar os outros não funciona se eu não posso ajudar a mim mesmo, pareço a porra de um terapeuta agora. Não gosto nem um pouco desta parte racional do meu cérebro, a parte quer esta me mandando parar de me vitimizar e achar um jeito de lidar com isso sem ser um babaca. 

— Sinto muito parte racional, eu quero ser um puta de um babaca por agora — resmungo colocando o café para fazer 

Me sento na cadeira, mas o barulho de campainha faz com que eu levante, ando me arrastando até a porta ainda sentindo a dor desgraçada de uma ressaca e abro minha porta com um humor bem ruim, seja quem for não me importo que me veja apenas de cueca box vermelha. 

Franzo o cenho quando me reparo com um corredor vazio, as crianças não brincam mais de apertar campainha, ainda mais em apartamentos. Dou uma ultima olhada e me preparo para fechar a porta quando olho para o chão e vejo uma cesta grande . 

— Ué, o que será isso? — pergunto a mim mesmo me abaixando 

Ao abrir é como se outra faca fosse enfiada no meu peito, King, o dálmata que dei de presente para Kendra me encara com os olhos tristes e balança um pouco o rabinho ao me ver. 

— Então, ela também te deu um pé na bunda? — pergunto para o cachorrinho 

Ele late e esconde o rosto na patinha. 

— É amigão, a vida é dura, mulheres são mais ainda — suspiro e pego a caixa fechando a porta de vez 

 King sai da caixa e pula no sofá se acomodando ali. 

— Sinta-se em casa — resmungo pegando a cesta para jogar fora 

É quando percebo um envelope, deveria estar em baixo do cachorro para que eu não visse antes. 

— Olha, ela escreveu uma carta — mostro para King 

Ele late novamente e se senta ereto.  

— É, vamos ler isso daqui. — murmuro me sentando ao seu lado 

Ele apoia a cabeça na minha perna e abro o envelope. 

A psicologia não explica o amor, na verdade ela não explica muita coisa, apenas nos proporciona métodos práticos de lidar com situações extremas. Esta é uma situação extrema. 

Estou saindo da cidade, muito provavelmente do pais, meu passado voltou para me assombrar e não posso lidar com isso sem acabar ferida ou ferindo alguém. Sei que é tarde para falar de ferimentos, mais eu te juro que permanecer com voce seria um erro e uma dadiva ao mesmo tempo. A vida é complicada Jake, mas a minha se tornou perigosa e não quero este perigo perto de voce, por mais que isso me mate por dentro. 

Voce me deu o melhor presente de aniversario que eu poderia imaginar, além de King me deu alegria, confiança, respeito, admiração e um sentimento novo que eu nunca tinha sentido, sinto muito por arruinar isso, com sorte se esquecerá de mim em um ano ou dois, sendo bastante prepotente.

Sua arte me inspirou a escrever esta carta, voce se expressa com tintas e telas e eu com palavras e linhas, não somos tão diferentes afinal.  Deixo King com voce porque sei que será um pai melhor que eu teria sido mãe, espero que cuide bem dele. Queria dizer que um dia voltarei para busca-lo, mas não sei se estarei viva até que esta carta chegue até voce e sinceramente, isso não importa. Desde que ninguém mais morra, fico feliz por ir embora.   

A morte é desastrosa, para quem vai é um impedimento de continuar e melhorar, para quem fica é um vazio que nunca será preenchido. Não quero o vazio de mais ninguém no meu peito.

Vou sentir sua falta, falta da sua voz rouca me chamando de Girassol, falta dos seus olhos, dos seus lábios macios, do seu abraço aconchegante, da sua paixão avassaladora e da sua companhia confiante. Mas te peço, do fundo do coração, que não sinta minha falta pois ou indigna de alto tão forte e verdadeiro assim. Queria que tivéssemos tipo mais tempo, mas agradeço pela nossa curta felicidade e da marca que ela me deixará. 

Espero que encontre seu novo Girassol e fico honrada por ter sido, mesmo por tão pouco tempo. A vida é mais que decepções e magoas, lembre-se sempre disso.  

Com amor, Girassol.    

Fecho a carta e limpo as lágrimas que escorreram pelo meu rosto, tento engolir o choro e a raiva e encaro o cachorrinho em meu sofá. 

— Parece que ela se foi para sempre. — sussurro levantando a carta 

Ele choraminga e põe a patinha na minha perna, vai demorar um tempo  e mesmo que King seja para sempre a lembrança constante de Kendra na minha vida, irei esquece-la de um jeito ou de outro. Aprendi muito sobre sentimentos nesses últimos meses e poso ter me formado em um amor conturbado e problemático, mas agora é hora de deixar isso para trás, crescer e me formar na vida. 

Não acredito que é o fim, depois de quase um ano escrevendo esse livro postar o último capítulo me deixa feliz e triste ao mesmo tempo, espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei e fico feliz em dizer que não é um adeus. Se formando no Amor faz parte de uma linha do tempo detalhada e complicada e eles voltarão a aparecer em outros livros, estou ansiosa para trabalhar com eles novamente.

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