28 - De volta para o passado
— E então, como foi? — Nina pergunta assim que saio do banho
— Que tal a gente falar sobre o que faremos amanhã? — sugiro indo para o meu quarto
— E que tal sanarmos minha curiosidade sobre o que aconteceu nesses últimos dois dias? — sugere docemente
— Acho que não quer falar sobre como você ficara mais velha amanha — desconverso com um sorriso arrogante
— Por que eu acho que esta fugindo da conversa? — Nina estreita os olhos
— Eu não sei do que esta falando — dou de ombros
— E agora esta mentindo! — ela me encara chocada
— O que vai me dar de aniversário? — prossigo fingindo que ela não disse nada
— O que você... — ela pisca aturdida — Não tente me distrair mocinha — ela bufa irritada
Solto uma risadinha e abro o guarda roupa.
— Já que não quer falar sobre passar dois dias com o gostosão...
— Eu já falei pra não chamar ele assim! — reclamo
—... vou falar sobre meu relacionamento — ela continua sem se importar com minha intervenção
Ela já me contou tudo sobre a Ação de Graças com a familia de Rubens, que eles eram amaveis e muito humildes, que adorariam me conhecer e ela se sentiu nas nuvens com eles. Sorte dela tudo ser tão perfeito, lembro de um namorado que Nina teve que os pais deles a odiavam por ela trabalhar e estudar, diziam que mulher deveria cuidar do homem e mais nada. Patetico.
— O que foi? Rubens já te pediu em casamento? — solto uma risada abafada
— Ele me pediu para ir com ele pra LA — conta com a voz baixa
Paro o que estou fazendo e me viro para ela, o choque é grande demais para que eu faça qualquer outra coisa.
— E o que você disse? — pergunto com a voz rouca
— Eu disse que não, é claro! — ela revira os olhos
Um certo alivio me atinge, ela disse não, ela não vai me abandonar. E então uma pontada de culpa, ela disse não, por minha causa e esse pode ser o maior erro da vida dela.
— Por quer você disse que não? — quase grito
— Não posso ir se você não for. — diz como se fosse obvio
— Não pode se prender a mim — balanço a cabeça negativamente
— Prometemos que seriamos eu e você para sempre — ela retruca
— Isso foi antes de entrarmos na faculdade! Temos propósitos diferentes agora, Nina. — suspira me sentando ao seu lado na cama
— Isso não importa, não posso mudar para tão longe. — ela murmura
— Não pode fazer isso, você gosta dele! Estão juntos a três meses e se amam! — digo segurando sua mão
— Eu amo mais você. — diz apertando minha mão
— Eu sei, mais também ama ele e não é justo se separarem por minha causa. — digo colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha
— Não é por sua causa, eu quem escolhi isso — ela retruca
— Só fez isso para honrar nossa promessa — rebato
— E o que tem de errado nisso? — pergunta com irritação
— Éramos crianças, Nina! Estávamos sozinhas em um orfanato! — exclamo segurando em seus ombros — Não somos mais crianças, crescemos e já passamos por muito. Seremos irmãs ate morrermos e não são alguns quilômetros que irão mudar isso. — sorrio
— Não quero deixar você sozinha — ela insiste
— Eu não vou ficar sozinha! Eu tenho a Helena, o Tom, Michel e ate o Jake. Eu vou ficar bem — garanto puxando-a para um abraço — Faça o que seu coração mandar minha irmã. — sussurro
— Eu o amo de verdade — ela murmura — Não sei como aconteceu, mais eu o amo — diz me apertando
— Então não deixe que...
Minha fala é interrompida pelo toque do meu telefone.
— Tem alguém ligando! — Nina pula da cama e pega o aparelho na mesinha
Sorrio com a capacidade de mudança de humor que minha irmã possui.
— Me da aqui pra eu ver quem é — sorrio me levantando
Mais a expressão de Nina mudou novamente paro no meio do quarto.
— Por que esta falando com ele? — pergunta friamente virando o celular na minha direção
O nome falso brilha na tela e pego o celular da mão da minha irmã para atender, estava apreensiva para esta ligação desde aquele dia que ele me encontrou.
— O que você quer? — pergunto ao atender
— Nada de "Oi" ou "Como vai'? — sua voz transborda deboche do outro lado
— Nina esta aqui, então a menos que queira ter o trabalho de nos procurar de novo é melhor falar logo — retruco
— Ah minha querida, eu nunca procurei vocês — a risada abafada me deixa aleta — Eu sempre soube onde estavam, só deixei que tivessem um momento de liberdade.
É claro que aquilo dói como um tapa na cara, podemos te nós sentido livres mas nunca estivemos assim de verdade.
— Isso não importa. Podemos desaparecer do mapa, afinal você nos ensinou isso. — rebato com um certo orgulho
— Pelo visto não foram tão boas alunas neste quesito — ri novamente
— Cale a boca! — mando sentindo a irritação me tomar
— Sempre a desequilibrada — murmura — Isso lá é jeito de se falar com seu pai? — pergunta com falsa desaprovação
— Você não é nosso pai. — rebato friamente
— Claro que eu sou, fui eu quem tirou vocês daquela miséria de orfanato — ele estala a língua
— Você só queria nos usar! — sibilo sentindo a raiva me consumir
— Não importa o que eu queria, o que importa foi o que eu dei a vocês — responde calmamente
— Você não nos deu nada! — Nina dia furiosa — Trabalhamos duro e sofremos para ter o que temos hoje! — diz com lagrimas nos olhos
— Olá minha querida, estava com saudades — ele ri do outro lado na linha — Se você chama roubar de trabalho duro é perceptível que não mudou nada.
— O que você quer, pai? — interrompo-o antes que ele diga algo que magoe ainda mais a minha irmã
— Está na hora daquele serviço — responde seriamente
— Quando?
— Na próxima sexta feira.
— E onde vai ser? O que tenho que roubar e....
— Vai com calma filhinha Daniel e Luke passarão todos os detalhes pra você. — me interrompe com arrogância
— Dan e Luke? Achei que faria isso sozinha — retruco irritada
— Devido aos últimos anos, ficou evidente que confiança é algo que não posso ter com você — responde amargurado
Trinco os dentes mantendo a boca fechada, depois de tudo que ele me ensinou eu deveria ter previsto isso.
— E quando eles chegam? — pergunto ignorando as caretas de Nina
— Depois de amanhã, sei que amanhã é aniversario de vocês e não quero acabar com os planos — responde com falsa doçura
— Como se realmente se importasse com algo que não sejam seus próprios interesses — resmungo
— Cuidado, Girassol, posso ser bem menos agradável do que finjo ser — sibila
Meu sangue gela com a menção do apelido que Jake me deu.
— Já esta com medo o suficiente, filha? — pergunta dando uma risadinha — Não importa onde você vá, com quem esteja ou o quanto tente se manter reclusa, eu sempre irei te encontrar e arrancar isso de você. Mas, se você for boazinha e fizer exatamente o que eu mando darei minha palavra e deixarei todos que você ama longe do nosso joguinho.
É mentira, pura enganação. Ele sabe onde estou, o que estou fazendo, com quem estou e sempre vai usar isso para me prejudicar, para que eu faça o trabalho sujo.
— Diga para seus criados que nos vemos na segunda — respondo e desligo o telefone
— O que foi que você fez? — Nina pergunta irritada
— Você não pode ir pra Los Angeles — respondo com a voz rouca
— Por quê? — me encara com os olhos cheios de lagrimas
— Porque precisamos sumir....
— De novo. — ela completa com um suspiro
— Eu sinto muito Nina, mais ele te ameaçou e eu não podia correr o risco. — peço com o coração acelerado
— O que temos que roubar? — pergunta friamente
— Eu vou roubar um pendrive — respondo voltando a pegar uma roupa
— Nós vamos — ela retruca
— Ele não chamou a você, chamou a mim. Então me deixe fazer o trabalho e fique fora do caminho. — digo sem, encara-la
— E como pretende fazer isso sem mim? — pergunta com deboche
— Dan e Luke estão vindo, faremos juntos — respondo voltando a encara-la
O choque e o desprezo são evidentes demais no seu rosto, no meu rosto, assim como o ódio e determinação irredutível.
— E acha mesmo que o patati e patata irão se importar em salvar a sua pele se algo der errado? — estreita os olhos
— Isso não é da sua conta — resmungo
— É claro que é! — ela praticamente grita — Você é minha irmã! Minha gêmea, por sinal — murmura com ironia — É minha família e eu nunca, nunca vou deixar de me preocupar com você. Estamos juntas nisso, ate o fim. — ela se aproxima e segura minha mão
— Ate o fim.
Ela assente e me puxa para um abraço apertado. Suspiro aliviada e seguro a vontade de chorar, fugimos por tanto tempo, trabalhamos duro para tudo ser destruído do dia para a noite.
— Vai me contar o que aconteceu na casa do Jake? — pergunta ao meu ouvido
Bufo e empurro ela com uma careta.
— Já falei que não tem nada para contar, agora me deixe em paz! — minto cruzando so braços
— Irmãzinha tola e mentirosa, você me deve trezentos dólares — ela sibila com um sorriso cruel
— Irmãzinha enxerida e safada, eu não te devo nada — estalo a língua
Ela apenas nega e com uma reverencia mal feita sai do meu quarto.
Sei que devíamos conversar, sobre o roubo, sobre Rubens, sobre Jake, sobre seu ex-namorado estar voltando, sobre nossa possível nova mudança. Mas ela quer ficar sozinha e eu também, por enquanto.
— Vai me contar o motivo dessa cara emburrada? — Jake se senta no meu sofá
Eu sei que disse que precisava ficar sozinha, mais Nina saiu para ficar com Rubens e eu percebi que não queria ficar sozinha, então apenas liguei para a única pessoa que queria estar gora.
— Estou perdida — murmuro sem encara-lo
— Por que acha isso? — a voz macia faz com que levante o olhar para ele
As lembranças da sua casa me atingem com força, o beijo, o modo como ele me agradeceu, como eu gostei de ter uma família além da minha irmã, como ele não me deixou sozinha nem por um instante, a irritação por eu não ter dito detestar frutos do mar e o desejo que ele não fez questão de esconder.
Durante esses meses eu tentei me manter longe de Jake, dormi com Thomas e sai com Henry, mas de alguma forma eu sempre voltava a ele. Contei coisas a ele que jamais contei a ninguém e mesmo tendo ficado tão pouco tempo juntos pude perceber que ele me compreendia, não porque é igual a mim, mais porque presta atenção em mim, como ninguém jamais prestou.
— Porque não importa o quanto eu tente meu passado jamais me deixa e isso me sufoca — respondo finalmente
— O passado não é para ser esquecido, mais sim para ser aprendido. É dele que conseguimos tirar nossa determinação para viver. — diz segurando minha mão
— Não acho que ele tenha muito para me ensinar — murmuro entrelaçando nossos dedos
— Vai me contar o que é ou ficar falando em códigos? — arqueia uma sobrancelha
Sem me conter acabo rindo com isso.
— Você é sempre tão direto? — pergunto ainda rindo
— Só quando preciso animar garotas bonitas — ele sorri
— Você é muito galanteador! — reclamo empurrando seu ombro com o meu
— E você adora — ele se gaba
Apenas reviro os olhos e me recosto nele, seu braço descansa ao redor do meu pescoço ainda segurando minha mão e ao outra brinca com as pontas dos meus cabelos.
— Quando estiver pronta, eu vou estar aqui — ele murmura
Inclino a cabeça para observa-lo e seus olhos negros estão focados em mim, um arrepio familiar percorre meu corpo e assinto minimamente. Não sei bem o que me levou a ligar para ele hoje, mas sei que não quero perder.
Ele se inclina na minha direção e seus lábios tocam os meus levemente, abro a boca e sua língua me invade com calma, um beijo demorado e significativo. Me afasto dele apenas para me endireitar no sofá e puxa-lo para mim novamente, e não há nada de exploratório ou simples agora. Ele se encaixa entre pernas e fecho as mesmas na sua cintura colando nossos corpos, sua mão segura firme na minha coxa e a outra se apoia no sofá, não paramos de nos beijar nem por um segundo, agarro seus fios de cabelos sedosos e solto um gemido quando ele aperta minha bunda e inclina o tronco para frente juntando nossas intimidades. Desço minhas mãos pelas suas costas até a barra de sua camisa ansiosa para remove-la, Jake também solta um gemido grave quando desgrudamos nossas bocas apenas para que a dele encontre o pequeno ponto sensível no meu pescoço e beije-o, mordo o lábio inferior puxando a camisa pelo seu corpo quando um barulho na porta me assusta.
Empurro Jake para longe e me sento rapidamente no sofá tentando me recompor. O moreno me encara confuso e ofegante quando minha irmã e seu namorado aparecem na sala.
— Interrompemos algo? — Nina pergunta com um sorriso divertido
— Não.
— Sim.
Respondemos ao mesmo tempo, fuzilo Jake com o olhar e escuto Rubens soltar uma risada baixa.
— Sabe irmãzinha, é melhor pagar logo o que me deve — Nina cantarola
— Eu não te devo nada! — resmungo jogando uma almofada nela
— Vocês ainda estão com isso? — Rubens pergunta com uma careta
— Isso o que? — Jake se aproxima novamente
— Você contou pra ele? — pergunto para Nina com os olhos arregalados
— É claro que sim, fizemos nossa própria aposta — ela solta uma risadinha
— Você fez isso? — olho para Rubens boquiaberta
— Era muito interessante para recusar — ele encolhe os olhos envergonhado
Pelo menos ele tem a decência de ficar com vergonha.
— Vai me falar o que é ou não, Girassol? — Jake pergunta impaciente
— Não vou falar — respondo me levantando
— Tão educada — ele suspira com falso sofrimento
— Ela é o lado ruim, eu sou a simpática — Nina sorri
— Você é encrenca — o moreno estala a língua
— As duas são — Rubens suspira se sentando ao lado do moreno
Ambos trocam um soquinho enquanto eu e Nina nos encaramos boquiabertas, que audácia desses dois nos insultarem assim tão descaradamente.
— Loira eu preciso da sua...
A voz de Thomas morre quando nos encontra na sala.
— Ei Thomas — Jake abre um sorriso felino para ele
— Casa cheia hoje — o ruivo comenta — Oi Jake — ele também sorri porem é um sorriso forçado
Estranho.
— Meu ruivo favorito! — Nina o abraça
Recapitulando? Eles se tornaram mais amigos que eu e ele, primeiro que ambos conversam sobre obscenidades livremente e depois que Thomy alimenta a esganada que é minha irmã.
— Doutor — Thomas acena para Rubens
— Paciente — o loiro sorri
— Melhor amiga que alguém poderia ter — sugiro
— Isso tudo é ciúmes, Ursinha? — Nina estala a língua
— E isso tudo é fome? — rebato cruzando os braços
— Sou um objeto na mão de vocês? — Thomas pergunta com falsa decepção
— Um dos bonitos — Nina sorri
— Pelo menos isso — ele suspira dramaticamente
— Então o Thomas vive por aqui? — Jake pergunta ao meu lado
Me assusto por não ter percebido a súbita mudança de lugar.
— Eu não diria que vive, mas passa um tempo considerável — murmuro dando de ombros
— Não acredito que esta roubando um dos meus melhores amigos, Girassol — Jake estala a língua me repreendendo
— Eu já tinha te dito que sou uma ladra — dou de ombros
— E a cada dia eu acredito um pouco mais nisso — murmura roçando os lábios no arco da minha orelha e enviando choques elétricos por todo meu corpo
— Vai ficar para jantar conosco? — pergunto me inclinado para ele
— Se você quiser que eu fique, eu fico — responde simplesmente
Sorrio satisfeita e assinto voltando a prestar atenção na discussão boba entre minha irmã e meu amigo.
— Eu percebi que sua irmã não sabe sobre nós — ronrona ao meu ouvido
Me seguro para não morder os lábios e beija-lo.
— Não tem muito para saber — murmuro com falsa indiferença
— O jeito que você parte meu coração é deliciosamente sexy — ele sussurra após soltar um risinho
— E o jeito que você é dramático é irritante — rebato impedindo o pequeno sorriso bobo que ameaçava surgir em meus lábios
— Vamos todos pra cozinha me ajudar, eu não sou empregado de ninguém para cozinhar pra esse batalhão — Thomy nos chama batendo palmas
— Você vai fazer frutos do mar, chef? — Jake pergunta com um sorriso debochado
— Hmm talvez camarões — os olhos azuis de Rubens brilham em desafio
— Com lula — Thomas entre na brincadeira
— Vocês nem se atrevam! — Nina e eu os repreendemos na mesma hora
Eles riem e com algum xingamentos vamos todos para a minúscula cozinha do apartamento para que Thomy nos engorde e nos deixe feliz.
— Ontem você jantou com minha família e hoje eu jantei com a sua, é quase um relacionamento serio — Jake comenta fazendo pequenas caricias no meu braço
— Foi mais uma guerra do que um jantar — suspiro me aconchegando mais a ele
— Foi uma boa guerra de azeitonas — ele ri
Tentamos ajudar Thomas na cozinha ate que ele expulsou todos, ate mesmo Rubens que é o mais centrado de todos não resistiu as brincadeiras com Jake e Nina e fomos expulsos por mal comportamento, no jantar não coubemos na mesa então nos sentamos no chão da sala e Nina começou uma guerra de azeitona igual fazíamos no orfanato, assim que quase quebramos a tv paramos e limpamos tudo. Thomy foi embora dizendo que iria ligar para a mãe, Nina e Rubens se enfiaram no quarto e acabei indo para o meu com Jake.
Estamos deitados na minha cama, ele encostado na cabeceira e eu encostada nele enquanto assistimos um filme de suspense, O homem invisível, que ficaria mais interessante se as caricias de Jake pelo meu corpo não tivesse me enlouquecendo.
— Temos que nos juntar assim mais vezes — murmuro mordendo o lábio inferior
— Temos sim, chamar meus primos e o resto de nossos amigos — diz dando um beijo no meu ombro — Embora eu prefira ficar agarradinho com você — sussurra ao meu ouvido
— Também gosto de ficar agarradinha — sorrio virando o rosto para ele
— Que bom que concordamos — ele murmura
Assinto lentamente enquanto ele captura meus lábios com os seus, suspiro abrindo a boca e deixando que sua língua acaricie a minha com delicadeza e sensualidade. Vou me movendo lentamente para ficar em cima dele quando meu celular toca e bufo em frustração.
— Deixa tocar — ele murmura beijando meu pescoço
Penso nessa possibilidade mais o nome de Helena brilha na tela e sei que não posso ignora-la.
— Tenho que atender, é a Helena — digo pegando meu celular
Sendo na cama e atendo o telefone no quinto toque.
—Finalmente! — é a primeira coisa que ela diz com um tom de voz irritado
— Oi, o que foi?
— Vamos fazer sua festa de aniversario na casa da fraternidade dos meninos, fala pra sua irmã não esquecer o horario — diz rapidamente
— Festa? Eu e Nina não gostamos de festa, normalmente vamos ao cinema e compramos um bolo para comermos em casa — digo com o cenho franzido
— Bom, a ideia foi dela e não pense em furar, estamos quase no fim do ano e você só foi em uma festa comigo, que nem ficamos juntas.
— Por que você estava com a língua enfiada na garganta de uma garota e um cara — retruco irritada
Jake começa a beijar meu ombro e vou perdendo um pouco do foco.
— Isso não interessa — ela estala a língua com indiferença — Você vem e pronto, nem que eu tenha que arrastar você pelos cabelos — avisa
— Eu não...
Minha voz se perde quando Jake chupa meu pescoço com vontade.
— Que barulho foi esse? — Helena pergunta
— Nenhum, não é nada. Falo com você amanha — respondo e desligo o telefone — Você é impossível — reclamo colocando a mão onde sei que vai ficar uma marca amanhã
— E você é irresistível — diz com um sorriso malicioso despontando em seus lábios
— Você sabia desta festa? — pergunto antes que ele volte a me beijar
— Talvez — responde beijando minha bochecha
— Como assim talvez? — franzo o cenho
— Falei com sua irmã e ela disse que gostaria de comemorar os vinte e um com estilo, que qualquer coisa era melhor que cinema e bolo no apartamento — diz dando uma mordidinha no meu lábio inferior
— Ela disse o que? — pergunto afastando seu rosto com a mão
— Palavras dela não minhas — responde com um biquinho sexy já que eu estou segurando seu queixo
— Ah mais que abusada! — bufo me levantando
— Onde vai? — pergunta com o cenho franzido
— Vou gritar com ela — respondo calçando os chinelos
— Não acho que essa seja uma na hora, já esta tudo arrumado e...
Ignoro seus protestos e saio do meu quarto, no fim do corredor de três passos é o de Nina, abro a porta destrancada e mesmo estando furiosa não tenho como não corar ao ver ela e Rubens seminus embolados um no outro.
— Que historia é essa de que qualquer coisa é melhor que cinema e bolo no apartamento? — pergunto ignorando a vergonha e focando na raiva
— Kendra! Estamos ocupados aqui! — Rubens reclama
— Cale a boca e cubra o príncipe guerreiro, preciso falar com minha irmã! — rebato irritada
— Príncipe guerreiro? — Jake pergunta atrás de mim
— Contou pra ela? — Rubens encara minha irmã com indignação
A mesma que estava com os peitos de fora e a calcinha no meio das coxas põe a camiseta de Rubens que a cobre por inteiro e fica de pé.
— Primeiro, você não sabe guardar segredo — ela aponta para Jake — Conto tudo para minha gêmea — aponta para Rubens — E pare de surtar a toa, nossos aniversários foram do jeito que você queria por muito tempo! É minha vez de escolher! — ela me encara furiosa
— Não acha que deveria ter pelo menos me avisado antes? — bufo cruzando os braços
— Poderia ter me avisado — Rubens reclama
— Ela me ameaçou — Jake se defende
Me viro para ele com os olhos arregalados e ele apenas da de ombros como se não se importasse com a acusação falsa.
— Não avisei sobre a festa porque você daria um jeito de escapar e agora não da mais, então não vou me sentir culpada por te oferecer um pouco de diversão! — Nina diz irritada
— Eu ainda posso escapar e vou, nada de festa pra mim! — digo cruzando os braços como uma menina mimada
— Ah você vai sim — ela rosna apontando o dedo para mim — Você vai por que me deve, nos colocou em uma enrascada e o mínimo que pode fazer para aliviar isso é me dar uma festa de aniversario que preste! — grita ficando vermelha
— Não pode me culpar por aquilo, sabe que eu não tive escolha — digo com a voz embargada
Saber que minha irmã me culpa por nosso pai ter saído do buraco para nos importunar me dói muito.
— Teríamos saído antes se você não fosse tão gananciosa — ela retruca com irritação
— Eu era uma órfã completamente abobada com todas aquelas possibilidades, eu era uma criança e me deixei levar! — rebato limpando as lagrimas que escorreram — Não pode jogar toda culpa em mim quando sabemos que você só saiu porque teve seu coração partido — solto sem me importar
— Isso não é justo eu não...
— Não venha apontar erros quando você errou tanto quanto eu — digo interrompendo-a — Ao contrario de você eu nunca te culpei por nada e também não te pedi nada. — cuspo com desprezo
— E o que seria de você sem mim? — ela desdenha
— Talvez uma das maiores mentes manipuladoras que este mundo já viu — retruco
— Então é isso que quer? Se separar? — me encara com desgosto
— Só se quiser colocar a culpa dos seus erros nos meus ombros — ergo a cabeça segurando o choro
— Certo, não venha chorar sua feridas quando tudo isso ruir — ela da de ombros
— Não venha chorar as suas quando precisar. — imito seu movimento
— Meninas não façam isso, não briguem — Rubens diz se levantando, meio vestido
— Não se intrometa Rubens, por favor — peço com um suspiro cansado
Jake põe a mãos em meus ombros e me sinto melhor com ele me apoiando.
— Vou me meter porque gosto das duas, amo você, Nina. E sei o que fara com as duas ficarem brigadas no aniversario, seja o que quer que tenha acontecido já é passado. Sejam as gêmeas que sempre são e se apoiem. — diz com a voz calma
Nina apenas olha para um ponto fixo no chão e nego com a cabeça, vejo o relógio acima de sua cabeça e o mesmo marca meia-noite.
— Feliz aniversario, irmã. Amo você, até o fim. — digo e bato a porta do seu quarto
Os braços de Jake me rodeiam e enterro meu rosto em seu pescoço chorando baixinho, ele me pega no colo e me leva para o quarto. Com cuidado ele me põe na cama e se deita ao meu lado voltando a me abraçar.
— Feliz aniversario, Girassol — ele sussurra e deposita um beijo na minha testa
Apenas o agarro mais um pouco e relaxo no calor dos seus braços.
Hey hey hey gente bonitaaa!!! Um cap fresquinho da escritora mais animada do mundo. Nossa gente eu tô tão feliz com o desenrolar do livro. Aí ai.
Revelado com quem Kendra falou depois do encontro com o Henry, desconfiavam que era ele? Aposto que vocês nem imaginam o que vem pela frente muahahahaha
Beijinhos
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