28 - De volta para o passado

— E então, como foi? — Nina pergunta assim que saio do banho 

— Que tal a gente falar sobre o que faremos amanhã?  — sugiro indo para o meu quarto 

— E que tal sanarmos minha curiosidade sobre o que aconteceu nesses últimos dois dias? — sugere docemente 

— Acho que não quer falar sobre como você ficara mais velha amanha — desconverso com um sorriso arrogante 

— Por que eu acho que esta fugindo da conversa? — Nina estreita os olhos 

— Eu não sei do que esta falando — dou de ombros 

— E agora esta mentindo! — ela me encara chocada 

— O que vai me dar de aniversário? — prossigo fingindo que ela não disse nada 

— O que você... — ela pisca aturdida — Não tente me distrair mocinha — ela bufa irritada 

Solto uma risadinha e abro o guarda roupa. 

— Já que não quer falar sobre passar dois dias com o gostosão... 

— Eu já falei pra não chamar ele assim! — reclamo

—... vou falar sobre meu relacionamento — ela continua sem se importar com minha intervenção 

Ela já me contou tudo sobre a Ação de Graças com a familia de Rubens, que eles eram amaveis e muito humildes, que adorariam me conhecer e ela se sentiu nas nuvens com eles. Sorte dela tudo ser tão perfeito, lembro de um namorado que Nina teve que os pais deles a odiavam por ela trabalhar e estudar, diziam que mulher deveria cuidar do homem e mais nada. Patetico. 

— O que foi? Rubens já te pediu em casamento? — solto uma risada abafada 

— Ele me pediu para ir com ele pra LA — conta com a voz baixa 

Paro o que estou fazendo e me viro para ela, o choque é grande demais para que eu faça qualquer outra coisa. 

— E o que você disse? — pergunto com a voz rouca 

— Eu disse que não, é claro! — ela revira os olhos 

Um certo alivio me atinge, ela disse não, ela não vai me abandonar. E então uma pontada de culpa, ela disse não, por minha causa e esse pode ser o maior erro da vida dela. 

— Por quer você disse que não? — quase grito 

— Não posso ir se você não for. — diz como se fosse obvio 

— Não pode se prender a mim — balanço a cabeça negativamente 

— Prometemos que seriamos eu e você para sempre  — ela retruca

— Isso foi antes de entrarmos na faculdade! Temos propósitos diferentes agora, Nina. — suspira me sentando ao seu lado na cama 

— Isso não importa, não posso mudar para tão longe. — ela murmura 

— Não pode fazer isso, você gosta dele! Estão juntos a três meses e se amam! — digo segurando sua mão 

— Eu amo mais você. — diz apertando minha mão 

— Eu sei, mais também ama ele e não é justo se separarem por minha causa. — digo colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha 

— Não é por sua causa, eu quem escolhi isso — ela retruca 

— Só fez isso para honrar nossa promessa — rebato 

— E o que tem de errado nisso? — pergunta com irritação 

— Éramos crianças, Nina! Estávamos sozinhas em um orfanato! — exclamo segurando em seus ombros — Não somos mais crianças, crescemos e já passamos por muito. Seremos irmãs ate morrermos e não são alguns quilômetros que irão mudar isso. — sorrio 

— Não quero deixar você sozinha — ela insiste 

— Eu não vou ficar sozinha! Eu tenho a Helena, o Tom, Michel e ate o Jake. Eu vou ficar bem — garanto puxando-a para um abraço — Faça o que seu coração mandar minha irmã. —  sussurro

— Eu o amo de verdade — ela murmura — Não sei como aconteceu, mais eu o amo — diz me apertando 

— Então não deixe que... 

Minha fala é interrompida pelo toque do meu telefone. 

— Tem alguém ligando! — Nina pula da cama e pega o aparelho na mesinha 

Sorrio com a capacidade de mudança de humor que minha irmã possui.  

— Me da aqui pra eu ver quem é — sorrio me levantando 

Mais a expressão de Nina mudou novamente  paro no meio do quarto. 

— Por que esta falando com ele? — pergunta friamente virando o celular na minha direção 

O nome falso brilha na tela e pego o celular da mão da minha irmã para atender, estava apreensiva para esta ligação desde aquele dia que ele me encontrou. 

— O que você quer? — pergunto ao atender 

Nada de "Oi" ou "Como vai'? — sua voz transborda deboche do outro lado

— Nina esta aqui, então a menos que queira ter o trabalho de nos procurar de novo é melhor falar logo — retruco 

Ah minha querida, eu nunca procurei vocês — a risada abafada me deixa aleta — Eu sempre soube onde estavam, só deixei que tivessem um momento de liberdade. 

É claro que aquilo dói como um tapa na cara, podemos te nós sentido livres mas nunca estivemos assim de verdade.

— Isso não importa. Podemos desaparecer do mapa, afinal você nos ensinou isso. — rebato com um certo orgulho 

Pelo visto  não foram tão boas alunas neste quesito — ri novamente 

— Cale a boca! — mando sentindo a irritação me tomar 

Sempre a desequilibrada — murmura — Isso lá é jeito de se falar com seu pai? — pergunta com falsa desaprovação 

— Você não é nosso pai. — rebato friamente 

Claro que eu sou, fui eu quem tirou vocês daquela miséria de orfanato — ele estala a língua 

— Você só queria nos usar! — sibilo sentindo  a raiva me consumir

Não importa o que eu queria, o que importa foi o que eu dei a vocês — responde calmamente

— Você não nos deu nada! — Nina dia furiosa — Trabalhamos duro e sofremos para ter o que temos hoje! — diz com lagrimas nos olhos 

Olá minha querida, estava com saudades — ele ri do outro lado na linha — Se você chama roubar de trabalho duro é perceptível que não mudou nada. 

— O que você quer, pai? — interrompo-o antes que ele diga algo que magoe ainda mais a minha irmã

Está na hora daquele serviço — responde seriamente

— Quando? 

 — Na próxima sexta feira. 

— E onde vai ser? O que tenho que roubar e.... 

Vai com calma filhinha Daniel e Luke passarão todos os detalhes pra você. — me interrompe com arrogância 

— Dan e Luke? Achei que faria isso sozinha — retruco irritada 

Devido aos últimos anos, ficou evidente que confiança é algo que não posso ter com você — responde amargurado

Trinco os dentes mantendo a boca fechada, depois de tudo que ele me ensinou eu deveria ter previsto isso.  

— E quando eles chegam? — pergunto ignorando as caretas de Nina 

— Depois de amanhã, sei que amanhã é aniversario de vocês e não quero acabar com os planos — responde com falsa doçura 

— Como se realmente se importasse com algo que não sejam seus próprios interesses — resmungo 

Cuidado, Girassol, posso ser bem menos agradável do que finjo ser  — sibila 

Meu sangue gela com a menção do apelido que Jake me deu. 

Já esta com medo o suficiente, filha? — pergunta dando uma risadinha — Não importa onde você vá, com quem esteja ou o quanto tente se manter reclusa, eu sempre irei te encontrar e arrancar isso de você.  Mas, se você for boazinha e fizer exatamente o que eu mando darei minha palavra e deixarei todos que você ama longe do nosso joguinho. 

É mentira, pura enganação. Ele sabe onde estou, o que estou fazendo, com quem estou e sempre vai usar isso para me prejudicar, para que eu faça o trabalho sujo. 

— Diga para seus criados que nos vemos na segunda — respondo e desligo o telefone

— O que foi que você fez?  — Nina pergunta irritada 

— Você não pode ir pra Los Angeles — respondo com a voz rouca 

— Por quê? — me encara com os olhos cheios de lagrimas 

— Porque precisamos sumir.... 

— De novo. — ela completa com um suspiro 

— Eu sinto muito Nina, mais ele te ameaçou e eu não podia correr o risco. — peço com o coração acelerado 

— O que temos que roubar? — pergunta friamente 

— Eu vou roubar um pendrive — respondo voltando a pegar uma roupa 

— Nós vamos — ela retruca 

— Ele não chamou a você, chamou a mim. Então me deixe fazer o trabalho e fique fora do caminho. — digo sem, encara-la 

— E como pretende fazer isso sem mim? — pergunta com deboche 

— Dan e Luke estão vindo, faremos juntos — respondo voltando a encara-la 

O choque e o desprezo são evidentes demais no seu rosto, no meu rosto, assim como o ódio e  determinação irredutível. 

— E acha mesmo que o patati e patata irão se importar em salvar a sua pele se algo der errado? — estreita os olhos 

— Isso não é da sua conta — resmungo 

— É claro que é! — ela praticamente grita — Você é minha irmã! Minha gêmea, por sinal — murmura com ironia — É minha família e eu nunca, nunca vou deixar de me preocupar com você. Estamos juntas nisso, ate o fim. — ela se aproxima e segura minha mão 

— Ate o fim. 

Ela assente e me puxa para um abraço apertado. Suspiro aliviada e seguro a vontade de chorar, fugimos por tanto tempo, trabalhamos duro para tudo ser destruído do dia para a noite. 

— Vai me contar  o que aconteceu na casa do Jake? — pergunta ao meu ouvido 

Bufo e empurro ela com uma careta. 

— Já falei que não tem nada para contar, agora me deixe em paz! — minto cruzando so braços 

— Irmãzinha tola e mentirosa, você me deve trezentos dólares — ela sibila com um sorriso cruel 

— Irmãzinha enxerida e safada, eu não te devo nada — estalo a língua 

Ela apenas nega e com uma reverencia mal feita sai do meu quarto. 

Sei que devíamos conversar, sobre o roubo, sobre Rubens, sobre Jake, sobre seu ex-namorado estar voltando, sobre nossa possível nova mudança. Mas ela quer ficar sozinha e eu também, por enquanto. 

— Vai me contar o motivo dessa cara emburrada? — Jake se senta no meu sofá 

Eu sei que disse que precisava ficar sozinha, mais Nina saiu para ficar com Rubens e eu percebi que não queria ficar sozinha, então apenas liguei para a única pessoa que queria estar gora. 

— Estou perdida — murmuro sem encara-lo 

— Por que acha isso? — a voz macia faz com que levante o olhar para ele 

As lembranças da sua casa me atingem com força, o beijo, o modo como ele me agradeceu, como eu gostei de ter uma família além da minha irmã, como ele não me deixou sozinha nem por um instante, a irritação por eu não ter dito detestar frutos do mar e o desejo que ele não fez questão de esconder. 

Durante esses meses eu tentei me manter longe de Jake, dormi com Thomas e sai com Henry, mas de alguma forma eu sempre voltava a ele. Contei coisas a ele que jamais contei a ninguém e mesmo tendo ficado tão pouco tempo juntos pude perceber que ele me compreendia, não porque é igual a mim, mais porque presta atenção em mim, como ninguém jamais prestou. 

— Porque não importa o quanto eu tente meu passado jamais me deixa e isso me sufoca — respondo finalmente 

— O passado não é para ser esquecido, mais sim para ser aprendido. É dele que conseguimos tirar nossa determinação para viver. — diz segurando minha mão 

— Não acho que ele tenha muito para me ensinar — murmuro entrelaçando nossos dedos 

— Vai me contar o que é ou ficar falando em códigos? — arqueia uma sobrancelha 

Sem me conter acabo rindo com isso. 

— Você é sempre tão direto? — pergunto ainda rindo 

— Só quando preciso animar garotas bonitas — ele sorri 

— Você é muito galanteador! — reclamo  empurrando seu ombro com o meu 

— E você adora — ele se gaba 

Apenas reviro os olhos e me recosto nele, seu braço descansa ao redor do meu pescoço ainda segurando minha mão e ao outra brinca com as pontas dos meus cabelos. 

— Quando estiver pronta, eu vou estar aqui — ele murmura 

Inclino a cabeça para observa-lo e seus olhos negros estão focados em mim, um arrepio familiar percorre meu corpo e assinto minimamente. Não sei bem o que me levou a ligar para ele hoje, mas sei que não quero perder. 

Ele se inclina na minha direção e seus lábios tocam os meus levemente,  abro a boca e sua língua me invade com calma, um beijo demorado e significativo. Me afasto dele apenas para me endireitar no sofá e puxa-lo para mim novamente, e não há nada de exploratório ou simples agora.  Ele se encaixa entre pernas e fecho as mesmas na sua cintura colando nossos corpos, sua mão segura firme na minha coxa e a outra se apoia no sofá, não paramos de nos beijar nem por um segundo, agarro seus fios de cabelos sedosos e solto um gemido quando ele aperta minha bunda e inclina o tronco para frente juntando nossas intimidades. Desço minhas mãos pelas suas costas até a barra de sua camisa ansiosa para remove-la, Jake também solta um gemido grave quando desgrudamos nossas bocas apenas para que a dele encontre o pequeno ponto sensível no meu pescoço e beije-o, mordo o lábio inferior puxando a camisa pelo seu corpo quando um barulho na porta me assusta. 

Empurro Jake para longe e me sento rapidamente no sofá tentando me recompor.  O moreno me encara confuso e ofegante quando minha irmã e seu namorado aparecem na sala. 

— Interrompemos algo? — Nina pergunta com um sorriso divertido 

— Não.

— Sim. 

Respondemos ao mesmo tempo, fuzilo Jake com o olhar e escuto Rubens soltar uma risada baixa. 

— Sabe irmãzinha, é melhor pagar logo o que me deve — Nina cantarola 

— Eu não te devo nada! — resmungo jogando uma almofada nela 

— Vocês ainda estão com isso? — Rubens pergunta com uma careta 

— Isso o que? — Jake se aproxima novamente 

— Você contou pra ele? — pergunto para Nina com os olhos arregalados

— É claro que sim, fizemos nossa própria aposta — ela solta uma risadinha 

— Você fez isso? — olho para Rubens boquiaberta 

— Era muito interessante para recusar — ele encolhe os olhos envergonhado 

Pelo menos ele tem a decência de ficar com vergonha. 

— Vai me falar o que é ou não, Girassol? — Jake pergunta impaciente 

— Não vou falar — respondo me levantando 

— Tão educada — ele suspira com falso sofrimento 

— Ela é o lado ruim, eu sou a simpática — Nina sorri 

— Você é encrenca — o moreno estala a língua 

— As duas são — Rubens suspira se sentando ao lado do moreno 

Ambos trocam um soquinho enquanto eu e Nina nos encaramos boquiabertas, que audácia desses dois nos insultarem assim tão descaradamente. 

— Loira eu preciso da sua... 

A voz de Thomas morre quando nos encontra na sala. 

— Ei Thomas — Jake abre um sorriso felino para ele 

— Casa cheia hoje — o ruivo comenta — Oi Jake — ele também sorri porem é um sorriso forçado 

Estranho. 

— Meu ruivo favorito! — Nina o abraça 

Recapitulando? Eles se tornaram mais amigos que eu e ele, primeiro que ambos conversam sobre obscenidades livremente e depois que Thomy alimenta a esganada que é minha irmã. 

— Doutor — Thomas acena para Rubens 

— Paciente — o loiro sorri 

— Melhor amiga que alguém poderia ter — sugiro 

— Isso tudo é ciúmes, Ursinha? — Nina estala a língua 

— E isso tudo é fome? — rebato cruzando os braços 

— Sou um objeto na mão de vocês? — Thomas pergunta com falsa decepção 

— Um dos bonitos — Nina sorri 

— Pelo menos isso — ele suspira dramaticamente 

— Então o Thomas vive por aqui? — Jake pergunta ao meu lado 

Me assusto por não ter percebido a súbita mudança de lugar. 

— Eu não diria que vive, mas passa um tempo considerável — murmuro dando de ombros 

— Não acredito que esta roubando um dos meus melhores amigos, Girassol — Jake estala a língua me repreendendo 

— Eu já tinha te dito que sou uma ladra — dou de ombros 

— E a cada dia eu acredito um pouco mais nisso — murmura roçando os lábios no arco da minha orelha e enviando choques elétricos por todo meu corpo 

— Vai ficar para jantar conosco? — pergunto me inclinado para ele 

— Se você quiser que eu fique, eu fico — responde simplesmente 

Sorrio satisfeita e assinto voltando a prestar atenção na discussão boba entre minha irmã e meu amigo. 

— Eu percebi que sua irmã não sabe sobre nós — ronrona ao meu ouvido 

Me seguro para não morder os lábios e beija-lo. 

— Não tem muito para saber —  murmuro com falsa indiferença 

— O jeito que você parte meu coração é deliciosamente sexy — ele sussurra após soltar um  risinho 

 — E o jeito que você é dramático é irritante — rebato impedindo o pequeno sorriso bobo que ameaçava surgir em meus lábios 

— Vamos todos pra cozinha me ajudar, eu não sou empregado de ninguém para cozinhar pra esse batalhão — Thomy nos chama batendo palmas 

— Você vai fazer frutos do mar, chef? — Jake pergunta com um sorriso debochado 

— Hmm talvez camarões — os olhos azuis de Rubens brilham em desafio 

— Com lula — Thomas entre na brincadeira 

— Vocês nem se atrevam! — Nina e eu os repreendemos na mesma hora 

Eles riem e com algum xingamentos vamos todos para a minúscula cozinha do apartamento para que Thomy nos engorde e nos deixe feliz. 

— Ontem você jantou com minha família e hoje eu jantei com a sua, é quase um relacionamento serio — Jake comenta fazendo pequenas caricias no meu braço 

— Foi mais uma guerra do que um jantar — suspiro me aconchegando mais a ele 

— Foi uma boa guerra de azeitonas — ele ri 

Tentamos ajudar Thomas na cozinha ate que ele expulsou todos, ate mesmo Rubens que é o mais centrado de todos não resistiu as brincadeiras com Jake e Nina e fomos expulsos por mal comportamento, no jantar não coubemos na mesa então nos sentamos no chão da sala e Nina começou uma guerra de azeitona igual fazíamos no orfanato, assim que quase quebramos a tv paramos e limpamos tudo. Thomy foi embora dizendo que iria ligar para a mãe, Nina e Rubens se enfiaram no quarto e acabei indo para o meu com Jake. 

Estamos deitados na minha cama, ele encostado na cabeceira e eu encostada nele enquanto assistimos um filme de suspense, O homem invisível,  que ficaria mais interessante se as caricias de Jake pelo meu corpo não tivesse me enlouquecendo. 

— Temos que nos juntar assim mais vezes — murmuro mordendo o lábio inferior 

— Temos sim, chamar meus primos e o resto de nossos amigos — diz dando um beijo no meu ombro — Embora eu prefira ficar agarradinho com você — sussurra ao meu ouvido 

— Também gosto de ficar agarradinha — sorrio virando o rosto para ele 

— Que bom que concordamos — ele murmura 

Assinto lentamente enquanto ele captura meus lábios com os seus, suspiro abrindo a boca e deixando que sua língua acaricie a minha com delicadeza e sensualidade. Vou me movendo lentamente para ficar em cima dele quando meu celular toca e bufo em frustração. 

— Deixa tocar — ele murmura beijando meu pescoço 

Penso nessa possibilidade mais o nome de Helena brilha na tela e sei que não posso  ignora-la. 

— Tenho que atender, é a Helena — digo pegando meu celular 

Sendo na cama e atendo o telefone no quinto toque. 

Finalmente! — é a primeira coisa que ela diz com um tom de voz irritado

— Oi, o que foi? 

Vamos fazer sua festa de aniversario na casa da fraternidade dos meninos, fala pra sua irmã não esquecer o horario — diz rapidamente 

— Festa? Eu e Nina não gostamos de festa, normalmente vamos ao cinema e compramos um bolo para comermos em casa — digo com o cenho franzido 

Bom, a ideia foi dela e não pense em furar, estamos quase no fim do ano e você só foi em uma festa comigo, que nem ficamos juntas. 

— Por que você estava com a língua enfiada na garganta de uma garota e um cara — retruco irritada 

Jake começa a beijar meu ombro e vou perdendo um pouco do foco. 

Isso não interessa — ela estala a língua com indiferença — Você vem e pronto, nem que eu tenha que arrastar você pelos cabelos — avisa 

— Eu não... 

Minha voz se perde quando Jake chupa meu pescoço com vontade. 

Que barulho foi esse? — Helena pergunta 

— Nenhum, não é nada. Falo com você amanha — respondo  e desligo o telefone — Você é impossível — reclamo colocando a mão onde sei que vai ficar uma marca amanhã 

— E você é irresistível — diz com um sorriso malicioso despontando em seus lábios 

— Você sabia desta festa? — pergunto antes que ele volte a me beijar 

— Talvez — responde beijando minha bochecha 

— Como assim talvez? — franzo o cenho 

— Falei com sua irmã e ela disse que gostaria de comemorar os vinte e um com estilo, que qualquer coisa era melhor que cinema e bolo no apartamento — diz dando uma mordidinha no meu lábio inferior 

— Ela disse o que? — pergunto afastando seu rosto com a mão 

— Palavras dela não minhas — responde com um biquinho sexy já que eu estou segurando seu queixo 

— Ah mais que abusada! — bufo me levantando 

— Onde vai? — pergunta com o cenho franzido 

— Vou gritar com ela — respondo calçando os chinelos 

— Não acho que essa seja uma na hora, já esta tudo arrumado e...

Ignoro seus protestos e saio do meu quarto, no fim do corredor de três passos é o de Nina, abro a porta destrancada e mesmo estando furiosa não tenho como não corar ao ver ela e Rubens seminus embolados um no outro. 

— Que historia é essa de que qualquer coisa é melhor que cinema e bolo no apartamento? — pergunto ignorando a vergonha e focando na raiva 

— Kendra! Estamos ocupados aqui! — Rubens reclama 

— Cale a boca e cubra o príncipe guerreiro, preciso falar com minha irmã! — rebato irritada 

— Príncipe guerreiro? — Jake pergunta atrás de mim 

— Contou pra ela? — Rubens encara minha irmã com indignação 

A mesma que estava com os peitos de fora e a calcinha no meio das coxas põe a camiseta de Rubens que a cobre por inteiro e fica de pé. 

— Primeiro, você não sabe guardar segredo — ela aponta para Jake — Conto tudo para minha gêmea — aponta para Rubens — E pare de surtar a toa, nossos aniversários foram do jeito que você queria por muito tempo! É minha vez de escolher! — ela me encara furiosa 

— Não acha que deveria ter pelo menos me avisado antes?  — bufo cruzando os braços 

— Poderia ter me avisado — Rubens reclama 

— Ela me ameaçou — Jake se defende 

Me viro para ele com os olhos arregalados e ele apenas da de ombros como se não se importasse com a acusação falsa. 

— Não avisei sobre a festa porque você daria um jeito de escapar e agora não da mais, então não vou me sentir culpada por te oferecer um pouco de diversão! — Nina diz irritada 

— Eu ainda posso escapar e vou, nada de festa pra mim! — digo cruzando os braços como uma menina mimada 

— Ah você vai sim — ela rosna apontando o dedo para mim — Você vai por que me deve, nos colocou em uma enrascada e o mínimo que pode fazer para aliviar isso é me dar uma festa de aniversario que preste! — grita ficando vermelha 

— Não pode me culpar por aquilo, sabe que eu não tive escolha — digo com a voz embargada 

Saber que minha irmã me culpa por nosso pai ter saído do buraco para nos importunar me dói muito. 

— Teríamos saído antes se você não fosse tão gananciosa — ela retruca com irritação 

— Eu era uma órfã completamente abobada com todas aquelas possibilidades, eu era uma criança e me deixei levar! — rebato limpando as lagrimas que escorreram — Não pode jogar toda culpa em mim quando sabemos que você só saiu porque teve seu coração partido — solto sem me importar 

— Isso não é justo eu não... 

— Não venha apontar erros quando você errou tanto quanto eu — digo interrompendo-a — Ao contrario de você eu nunca te culpei por nada e também não te pedi nada. — cuspo com desprezo 

— E o que seria de você sem mim? — ela desdenha 

— Talvez uma das maiores mentes manipuladoras que este mundo já viu — retruco 

— Então é isso que quer? Se separar? — me encara com desgosto 

— Só se quiser colocar a culpa dos seus erros nos meus ombros — ergo a cabeça segurando o choro 

— Certo, não venha chorar sua feridas quando tudo isso ruir — ela da de ombros 

— Não venha chorar as suas quando precisar. — imito seu movimento 

— Meninas não façam isso, não briguem — Rubens diz se levantando, meio vestido 

— Não se intrometa Rubens, por favor — peço com um suspiro cansado 

Jake põe a mãos em meus ombros e me sinto melhor com ele me apoiando. 

— Vou me meter porque gosto das duas, amo você, Nina. E sei o que  fara com as duas ficarem brigadas no aniversario, seja o que quer que tenha acontecido já é passado. Sejam as gêmeas que sempre são e se apoiem. — diz com a voz calma 

Nina apenas olha para um ponto fixo no chão e nego com a cabeça, vejo o relógio acima de sua cabeça e o mesmo marca meia-noite. 

— Feliz aniversario, irmã. Amo você, até o fim. — digo e bato a porta do seu quarto 

Os braços de Jake me rodeiam e enterro meu rosto em seu pescoço chorando baixinho, ele me pega no colo e me leva para o quarto. Com  cuidado ele me põe na cama e se deita ao meu lado voltando a me abraçar. 

— Feliz aniversario, Girassol — ele sussurra e deposita um beijo na minha testa 

Apenas o agarro mais um pouco e relaxo no calor dos seus braços. 

Hey hey hey gente bonitaaa!!! Um cap fresquinho da escritora mais animada do mundo. Nossa gente eu tô tão feliz com o desenrolar do livro. Aí ai.
Revelado com quem Kendra falou depois do encontro com o Henry, desconfiavam que era ele? Aposto que vocês nem imaginam o que vem pela frente muahahahaha
Beijinhos

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