27 - Uma noite intensa

Não entendi o motivo dos sorrisos radiantes, admito que estou bonita e deslumbrante, mais não ao ponto de Cássia e Mônica quase darem cambalhotas  de tanta satisfação.

— Francamente, vocês estão me assustando — digo dando as costas ao espelho

— É que você está muito linda — Mônica da uma risadinha abafada

— Não sei se é só esse o motivo — murmuro desconfiada

— Não importa o motivo, o que importa é isso — Cássia me vira novamente para o espelho e apoia a cabeça em meu ombro enquanto eu me analiso novamente

O vestido de seda amarelo acaba um palmo antes do meu joelho, mas antes disso se abre em uma fenda do meio da minha coxa direita até o fim, ele também tem um caimento no ombro direito deixando o decote em V mais ousado, as mangas cumpridas estão travadas pouco antes de cobrirem meus pulsos por botões transparentes, os brincos de ouro tem um formato de pequenas folhas em cascatas e são o suficiente de joias que eu preciso, meu cabelo está ondulado e preso de um só lado por alguns grampos que machucam meu couro cabeludo e o restante  do meu cabelo  cai em cascata do lado direito. A sandália nude com três fitas de pedras deixam meu pé simpático e completam o look com esplendor.

Elas me deixaram usar apenas um delineador simples e um brilho labial, a roupa já estava chamativa o suficiente para uma maquiagem pesada na casa de um cara que é apenas meu amigo. Amigo, irônico já que a família inteira dele teve a impressão que estamos namorando. 

— Certo, eu estou linda — admito — Graças as roupas de Mônica e ao seu senso de moda, Cássia — sorrio agradecida para ambas

— Você está uma tremenda gostosa — Cássia estala a língua

Sinto minhas bochechas esquentarem e meu sorriso se alarga um pouco mais quando Mônica concorda.

— Agora vamos, sem enrolação ou a tia virá nos buscar com a colher de pau — Mônica bate palma nos apressando

Rimos e nos apressamos para sair, pelo que eu vi de Amanda ela não se importaria em distribuir bons tabefes em todas. 

Faço uma nota mental de agradecer as meninas mais uma vez ao ver todos de cima da escada, todos arrumados e elegantes para o jantar  e eu pareceria uma maltrapilha, Jake me pagaria por isso.

Ao pensar nele logo o vejo no fim das escadas me encarando com os olhos arregalados e a boca aberta em um Ó silencioso, não contenho um pequeno sorriso com a cena e ele pisca como se tivesse sido tirado do transe, mesmo assim não desvia os olhos dos meus e sinto uma onda de nervosismo me atingir.

As garotas descem as escadas bem mais rápido que eu e logo Amanda vai levando todos para a sala de jantar, Jake continua no pé da escada me esperando e sinto-me poderosa a cada passo que dou, também me sinto enjoada e com as pernas bambas pelo olhar intenso e irresistível. A camisa social contava com os três primeiros botões abertos e as mangas enroladas na altura dos cotovelos, as calças que deviam fazer parte de um longo terno azul cobalto se destacava com a camisa branca, os cabelos negros continuavam revoltos e a barba que sempre está por fazer fora tirada por completo, lindo e muito encantador.

Ao chegar no último degrau é claro que meus pés falham e eu tropeço, vejo a queda toda e a vergonha que passarei, por sorte Jake consegue me segurar antes que eu dê com o nariz no chão  e suspiro aliviada ao sentir seus braços fortes ao redor da minha cintura e meu corpo todo pressionado ao seu.

— Obrigada — murmuro sem desviar os olhos dos seus

— Você está deslumbrante — responde ainda me segurando contra si

— Agradeça as suas primas — sorrio sentindo minhas bochechas esquentarem

— Ah não, o mérito é todo seu — diz passando a mão no meu cabelo e enrolando uma mexa em seu dedo

Encaramos aquele movimento em silêncio até que eu me lembro de onde estamos e dou um passo para trás.

— Acho que devemos ir — sorrio tentando não demonstrar o nervosismo se acumulando em todo meu ser

Ele assente e entrelaça nossos dedos mais uma vez, estranhamente esse toque está se tornando mais reconfortante do que eu gostaria.

— Você sabia que minha cor preferida é amarelo? — sussurra ao meu ouvido

Arqueio as sobrancelhas, surpresa e ele da uma risadinha abafada, agora entendi a insistência com a cor. Aquelas duas armaram para nós, pena que não posso ficar brava, apenas grata por isso.

— Sorte sua que azul é a minha — respondo quando entramos na sala de jantar

Não vejo sua reação pois perco meu fôlego para outra coisa.

A casa toda deles é magnífica e antiga, a sala de jantar não poderia ser diferente. A mesa de mogno escura se estende por metade da sala com cadeiras estufadas com veludo vermelho sangue, um lustre de cristal espalha uma luz cálida e amena sobre todos, velas se espalham por toda mesa e a grande janela na ponta oposta da sala revela uma linda noite gelada.

Graças aos céus Amanda tem aquecedor aqui, ou ninguém estaria de vestidos chiques ou blusinhas.

— Kendra, minha querida, você está deslumbrante! — Amanda elogia com um enorme sorriso 

— Digo o mesmo de você — sorrio analisando-a

A mãe de Jake usa um vestido longo verde escuro, com pequenos brilhos decorando a gola alta e as mangas compridas. Ela é alguns centímetros mais baixa que eu, ainda mais por não usar salto, os cabelos crespos estão presos em um coque elegante e posso ver o marido encarando sua bunda destacada pelo vestido daqui. 

— Minha família gosta de muita pompa — Jake suspira entediado

— Acho que se tivesse metade desse dinheiro também iria querer esbanjar um pouco — murmuro

— Ah mais nós não temos — ele sussurra com um olhar divertido — É tudo uma grande encenação. 

Minha cara de tacho deve ter divertido Amanda já que ela se inclina para explicar.

— O único herdeiro aqui é o meu sogro, e tenho certeza que meu marido e os outros irmãos anseiam  por sua morte para poderem pegar o que eles acham que é deles de direito.

— Já pensaram transformar a vida de vocês  em uma novela mexicana? — pergunto com as sobrancelhas arqueadas 

Os dois riem e acabo me juntando, nunca me senti tão confortável para ser eu mesma com alguém que não fosse eu e minha irmã. 

— Parem de fofocar e venham para a mesa — o pai de Jake nos interrompe com uma careta 

Sinto o moreno ao meu lado tencionar e seguro sua mão com mais força, ainda não sei o que há de errado entre os dois, mais sei que Walter não é um cara muito bom de convivência.  As bochechas de Amanda ficam coradas e ela me oferece um olhar culpado antes de se juntar ao marido na mesa. 

— Vai me contar essa historia — pergunto enquanto caminhamos para a mesa 

— Não tem historia nenhuma, ele é um babaca ponto final. — responde puxando a cadeira e indicando que eu me sente 

Sorrio para Laura que esta na outra ponta e ela me retribui com uma careta e diz que esta com fome, respondo que também estou e ambas sorrimos. 

— Vai me contar onde aprendeu a linguagem de sinais? — Jake pergunta se sentando ao meu lado direito 

— Eu já te falei que era da máfia, temos que aprender todos os tipos de comunicação lá — respondo seriamente 

— De tanto que você fala que é uma mafiosa eu vou acabar acreditando — ele diz em um tom zombeteiro 

— Não sou uma mafiosa — retruco 

— Ah não? — ele arqueia as sobrancelhas em falsa surpresa 

Reviro os olhos com o ceticismo, nunca fui tão sincera com alguém, mesmo que instigando a brincadeira na conversa.  

— Sou uma ladra, eu roubo para eles mais não sou uma deles — explico 

— Você anda assistindo muitas series — ele caçoa 

— Se as coisas fossem metade do que mostram na tv, a vida seria bem mais fácil — resmungo 

— O que tanto vocês cochicham?  — Cássia pergunta se sentando ao meu lado esquerdo 

— Deve ser de como ela esta espetacular neste vestido — Danilo se intromete ao sentar ao lado de Jake 

— Ela estaria espetacular ate com um saco de batatas — Jake retruca para o primo 

Minhas bochechas coram novamente, ele esta impossível hoje, por isso esta tão difícil negar que somos namorados.  

— Se esforce mais para não latir tanto, Jake — Monica zomba se sentando a minha frente 

— Tente não se intrometer tanto priminha — ele bufa  e vejo um rubor passar pelas suas bochechas? Não, acho que não. 

O trio ri do mesmo e permaneço em silencio sem saber muito o que fazer nessa situação, Jake apenas revira os olhos e volta a segurar minha mão. 

— Não estou reclamando, mais como vamos comer assim? — pergunto sacudindo nossas mãos levemente 

— Posso dar na sua boca e vice versa — ele sugere com um sorriso malicioso 

Apenas arqueio uma sobrancelha o encarando cética e ele suspira ao soltar minha mão, sorrio docemente apoiando as duas na mesa, mais logo arregalo os olhos ao sentir sua mão quente na minha coxa exposta, engulo a seco pelo calor que se espalha em meu corpo e Jake apenas da uma risadinha debochada sem me encarar. Apenas nego com a cabeça e tento não parecer ansiosa quando ele começa a fazer pequenas caricias exploratórias. 

A mesa já esta toda servida e diferente do peru, da deliciosa torta e de todas as comidas tipicas da Ação de Graças no almoço, temos frutos do mar espalhados por toda a mesa, tento não soltar um gemido de reprovação. Ficarei com fome ate as tantas. 

Conversas estão espalhadas pela longa mesa e logo, o avô do Jake bate o garfo de prata no prato branco de porcelana chamando a atenção e calando a todos.  Pelo canto no olho vejo Jake abrir um sorriso orgulhoso ao encarar o avô, percebi durante a tarde que eles são bem próximos e que o mesmo olhar de orgulho que o moreno ao meu lado exibe o senhor na cabeceira da mesa tem um semelhante ao passar os olhos pelo neto.  

— Muito bem, agora que tenho a atenção de todos sou grato a Deus por sempre termos  fartura á mesa. Sou grato pela minha familia e pelo amor da minha Rose que olha lá de cima por todos nós — sorri voltando a se sentar

Jake suspira ruidosamente do meu lado e imagino que deve ser dificil ter perdido a vó, só pelo modo como ele e o avô se dão bem posso imaginar que era igual com a falecida Rose 

— Sou grato pela minha família sempre unida — o pai de Jake ergue a taça 

Me seguro para não fazer uma careta, familia unida uma ova, quase todos os mais velhos se odeiam por aqui, todos deveriam fazer terapia para reduzir o orgulho e o egocentrismo.

— Sou grata pelos meus bebes que me orgulham todos os dias e por Jake finalmente arrumar uma namorada — Amanda pisca na minha direção 

O nervosismo percorre todo meu corpo e Jake da uma leve apertada no meu joelho, que ótimo vai ser difícil tirar essa ideia da cabeça de sua mãe. Mesmo assim me forço a sorri de volta. 

— Sou grato por... 

Uma onda de agradecimentos percorre a mesa e fico aliviada por não ter que agradecer a nada, Jake agradece pelo amor da mão, companherismo do avô, pelo sorriso de Laurinha e pelos primos terem finalmnente saido de sua vida, claro que a ultima parte foi uma brincadeira. Logo que tudo acaba o  burburinho volta e todos começam a se servir, fico encarando a mesa completamente perdida sobre o que pegar já que eu não faço ideia do que tem ali. 

— Você não esta com fome? — Jake pergunta me encarando preocupado 

— Estou morrendo de fome, só não sei o que comer — respondo envergonhada 

— Minha mãe facilitou hoje, tem paella que é basicamente lula com legumes, spaghetti com frutos do mar, que é macarrão com camarão e lula e por fim caranguejo com um molho picante. Deve ter um nome chique, mais eu não me lembro agora. — diz apontando cada  travessa da mesa 

Forço um sorriso agradecido e pego o macarrão que me parece menos pior, tento não fazer uma cara de nojo ou vomitar no momento em que eu coloco aquilo na boca. Seria maravilhoso se fosse apenas o macarrão e o molho com esses legumes, mais o gosto de mar e essa textura pavorosa da lula fora o fato de camarão ser a barata do mar, me deixa enjoada. Bloqueio qualquer tipo de conversa me concentrando estritamente em fazer uma cara boa e tentar não vomitar.  

Por sorte Jake decidiu parar com as caricias para se ater a comida, não acho que conseguiria me concentrar o suficiente para não parecer uma nojenta para a família toda. Ate que minha comida esteja quase no fim consigo capturar Amanda sorrindo e brincando com Laura, Jake grunhindo para Logan, Danilo e Monica se alfinetando mais é quando a velha e odiosa Mary fala com Cassia que paro de comer e presto a devida atenção ao que esta acontecendo. 

— Mary, deixe Cássia em paz — Amanda suspira temendo o pior 

— Só estou falando que são comidas pesadas e com um corpo como o dela bom...

A frase inacabada ficou bem nítida e ao meu lado esquerdo pude ver Cassia fechando os punhos escondidos pela mesa e seu corpo todo tencionar com aquele ataque. 

— Meu corpo é perfeitamente saudável, Tia Mary — a morena retruca com a voz surpreendentemente firme 

Sinto uma pontada de orgulho no coração, sei que não deve ser fácil para ela se mostrar tão forte assim, ainda mais com alguém da família julgando-a tão descaradamente. Cassia pode se orgulhar e amar quem ela é, mais isso não significa que ela se sinta diferente e que toda vez que alguém aponta essa diferença como um problema ou defeito  um sentimento de vergonha toma conta dela. 

— Não é possível ser deste tamanho e ser saudável, minha querida — a mulher retruca com um sorriso debochado 

— Mary! — o pai de Jake a repreende 

— Só estava querendo ajudar. — a mulher diz com falsa inocência 

— Sabe que isso me magoa, você não quis ajudar, apenas me ofender. — Cassia retruca apertando ainda mais os punhos

— Eu jamais iria querer ofende-la, minha querida, não notei que a ofenderia — suspira falsamente 

— Para alguém da sua idade acho isso bem difícil — solto sem me conter 

— O que foi que você disse, garota? — a velha sibila voltando os olhos frios e escuros para minha direção 

— Disse que é impossível, para uma velha como você, não saber o que afeta ou não um membro da sua própria família. — respondo com a voz firme e clara sem desviar os olhos dos seus 

A mesa toda fica em silencio e todos me encaram com um misto de surpresa e desprezo, não permito que meu rosto core, apenas volto a comer como se nada tivesse acontecido e todos fazem o mesmo. Ainda sentindo o olhar da velha rabugenta sobre mim eu ergo os olhos e lanço a ela um sorriso que não usava a muito tempo, uma ameaça fria e perigosa. 

Logo depois me arrependo imensamente,  primeira vez que venho na casa dessas pessoas e u os desrespeito deste jeito. 

— Obrigada — a voz de Cassia quase faz com que eu pule da cadeira 

— Por ter desrespeitado sua família? — a encaro incrédula 

— Por me defender. — sorri agradecida 

— Poderia ter feito aquilo sozinha — dou de ombros 

— Sim mais o fato de você se importar em fazer mesmo assim mostra que não é uma cretina. — diz dando de ombros 

— Eu que devo agradecer então — sorrio 

— Pelo que? — ela franze o cenho 

— Por me deixar parecer uma leoa sexy — digo fazendo uma garra com a mão 

A morena explode em uma gargalhada e nega com a cabeça. 

— Você esta mais para uma gatinha com garras — zomba 

Mostro a língua para ela e ambas rimos novamente. 

Aos poucos a mesa volta ao burburinho e Jake empurra meu joelho com o seu chamando minha atenção, quando olho para o mesmo ele encara os primos com os olhos pesarosos. 

— O que foi?  — pergunto em um sussurro 

— Você a defendeu. — murmura olhando para mim 

— Não foi por querer. — suspiro 

— Por isso sei que foi verdadeiro — ele sorri e novamente segura uma mexa do meu cabelo brincando com ela 

— Eu jamais faria um teatro. — dou de ombros 

— Por isso gosto tanto de você, de alguma forma sempre soube que era uma de nós — seus olhar intenso me atinge como um soco do estomago e me deixa ser ar 

— Uma de vocês? — franzo o cenho 

— Do tipo que luta pela família sem se importar em ser gentil ou cordial  — explica 

— Eu nunca deixaria falarem daquele jeito com minha irmã — retruco 

— Eu sei, agradeço por sentir o mesmo com a minha — murmura sem desvia os olhos dos meus 

Engulo a seco e assinto. 

Queria beija-lo, bem aqui e agora. Mesmo com esse gosto terrível de barata do mar na minha boca eu queria puxa-lo para mim e beija-lo sem me importar com mais nada. 

Mais não estamos sozinho e o gosto de barata é terrível, então voltamos para o jantar e cubro a mão que estava na minha coxa novamente com a minha entrelaçando nossos dedos, farei isso depois. 

 Não beijei Jake, não depois de ele acabar comigo no pôquer. Não acredito que joguei limpo, poderia ter facilmente roubado como Nina e eu fizemos varias vezes uma com a outra e na roda de nossos amigos. 

A noite  foi divertida e o avô de Jake  sem duvidas é um dos melhores homens que eu já conheci, ele e Amanda me contaram sobre cada namorada e cada traquinagem que ele tinha feito, as fotos de bebes preencheram uma parta no meu celular e não parei de rir quando o vi gorducho  com a bunda grande de fora pendurado na cortina de Amanda. Ele apenas ficou cum uma careta emburrada mais não soltou minha mão, não ate começarmos a jogar. Acabamos com todos na mesa e no fim, perdi para ele. Foi uma derrota justa, o que me deixou ainda mais irritada e frustrada. 

Amanda nos separou em quartos e acabei ficando com Monica, Cassia e Laura enquanto Jake divisa um com Danilo e Logan, os mais velhos ficaram com as duas suítes. Ninguém tocou no incidente na mesa e quando fui me desculpar com Amanda ela apenas beijou minha bochecha e disse que fui brilhante. Deixei para lá depois disso. 

Ganhei um colchão macio ao dado de Monica e perto da porta, que não paro de encarar enquanto meu estomago ronca pela fome. Todos os petiscos foram de frutos do mar e sempre que pegava um por respiro a Amanda eu o jogava no primeiro lixo que encontrava. Quando meu estômago ronca pela sexta vez observo as garotas e percebo que estão em um sono profundo, chutando as cobertas grossas me coloco de pé e saio do quarto de fininho. 

Monica me emprestou um pijama revelador demais e tive que pegar o casaco de Cassia para deixar o cômodo, o shorts de seda sobe ainda mais enquanto desço as escadas o mais silenciosa que posso, fico irritada ao chegar no fim e puxo a calcinha minúscula junto com o shorts que entraram na minha bunda, fecho mais o casaco de Cassia e marcho para a cozinha. 

Sorrio animada ao abrir o forno elegante de Amanda e encontrar uma linda e maravilhosa torta de frango, tiro um pedaço da mesma e me sento no pequeno balcão da pia, estou de costas para a porta desta forma se alguém estrar posso jogar a torna no chão e fingir um desmaio. Mordo um grande pedaço e suspiro aliviada, finalmente nada de baratas marítimas. 

— Então foi pra isso que quis vir para minha casa? — a voz rouca no meu ouvido faz com que eu pule do balcão e jogue a fatia de torta para cima 

Jake ri da minha cara de assustada e logo depois rio da dele com a minha torta caindo na sua cabeça. 

— Você quase me matou de susto! — o repreendo cruzando os braços 

— E você esta assaltando minha geladeira — ele sorri tirando a torta do cabelo 

— Tecnicamente foi o forno — murmuro sentindo minhas bochechas corarem 

— Devia ter acreditado quando me disse ser uma ladra — ele resmunga tentando tirar os farelos do cabelo 

— Tire a mão dai, só está espalhando mais! — o repreendo me aproximando dele 

— Me desculpe por não conseguir me livrar de farelos de torta que eu nem enxergo — ele retruca com uma careta 

— Se não tivesse me assustado isso não teria acontecido — retruco — Deixe que eu faço isso — murmuro descruzando os braços para poder limpar aquela bagunça 

Ele fica em silêncio enquanto eu me equilíbrio na ponta dos pés e passo os dedos entre seus cabelos tirando o resto dos farelos que ainda estavam presos ali e depois me afasto com um sorriso satisfeito.

— Prontinho — digo limpando batendo uma mão na outra para limpar

— Obrigada — agradece com a voz rouca

Franzo o cenho sem entender o olhar intenso e então me dou conta da blusa aberta e de como o pedaço de pano que Mônica me emprestou para dormir revela metade da minha barriga e um pouco dos meus seios com o decote exagerado.

— Não é educado ficar encarando — cruzo os braços novamente

— Eu não sou educado — diz com um sorriso malicioso

— Isso não é uma surpresa — reviro os olhos e contorno o balcão

— Vai me contar por que está aqui comendo como uma bandida? — pergunta virando-se e apoiando os braços na bancada

— Eu detesto frutos do mar, então não comi direito — respondo pegando a torta no forno

— Você não gosta?! Por que não me falou antes? — pergunta irritado

— Não queria que sua mãe pensasse que sou uma nojenta — suspiro cortando um pedaço

— Mesmo assim devia devia ter me falado. — retruca

— E o que faria? Pediria uma pizza? — pergunto com ironia

— Com certeza não obrigaria você a comer aquilo e muito menos te deixaria passar fome — responde ainda com o olhar irritado

— Não se sinta tão mal, eu sobrevivo — desdenho mordendo a torta

— É claro que eu me preocupo, não quero que você se sintam mal na minha casa — ele resmunga

— Tecnicamente a casa não é sua — sorrio

— Você não facilita em nada, não é? — ele suspira

— E que graça teria? — sorrio maliciosamente

Ele apenas nega e abre a geladeira.

— Toma — este te uma garrafa de vinho branco

— Vinho branco com torta de frango? Isso não é nada chique — sorrio pegando a garrafa

— Bebe na taça que fica mais refinado — diz colocado duas sobre o balcão

— Sirva-nos, então — sorrio e volto a me sentar na bancada 

— Tão mandona — ele murmura enchendo ambas as taças 

— É que não passou muito tempo com a minha irmã. — sorrio ao tomar um gole do vinho gelado 

— Vocês duas são mesmo grudadas, não é — pergunta se apoiando do meu lado 

— Como toda gêmea órfã deve ser — assinto com um pequeno sorriso   

— Já percebeu que faz muita piada em relação ao seu passado? — pergunta apoiando a mão quente no meu joelho 

— Já percebeu que não faz piada sobre nada? — pergunto comendo o resto da torta 

— Ah eu faço muitas piadas, só não da minha família conturbada — ele da de ombros 

— Gostei deles. — murmuro 

— Até da tia Mary? — pergunta com a sobrancelha arqueada 

— Certo, gostei dos seus primos, da sua irmã, da sua mãe e do seu avô — corrijo rapidamente 

Ele ri e assente tomando um pouco da sua bebida também. 

— Acharia Tia Mary uma fadinha perto da mãe de Danilo — suspira 

— De tanto que vocês falam dela tenho medo de ser convocada na sala da reitora — comento dando uma risadinha 

— Ah não, ela só é cruel com os filhos — ele retruca com um semblante irritado 

— Ei — seguro em seu rosto fazendo com que ele me encare — Não fique tão irritado, ela não esta aqui.  — sorrio docemente 

— Já agradeci por você me salvar hoje? — pergunta cobrindo minha mão com a sua 

— Não fique tão animadinho, você ainda me deve uma coisa  — sorrio maliciosa e deixo a taça de vinho de lado 

— Pretendo te dar tudo que você quiser, Girassol. É só pedir — diz colocando a taça ao lado da minha e ficando na minha frente 

— E se eu não souber o que pedir? — sussurro passando o dedo pelo seu peito nu 

E não foi agora que percebi que ele estava apenas com uma calça de moletom preta. 

— Posso te oferecer varias opções — responde espalmando as mãos nas minhas coxas 

Mordo o lábio inferior e o puxo para perto, ele se instala entre minhas pernas subindo as mãos para meu quadril.  Sentada naquela bancada fico centímetros mais alta que ele e consigo apoiar meus braços ao redor do meu pescoço, estamos tão próximos que posso ouvir seu coração batendo tão disparado como o meu. 

— Vai me falar ou mostrar todas elas? — pergunto roçando seus lábios nos meus 

— O que você preferir — diz com a voz rouca 

Meu peito sobe e desce pela respiração ofegante e umedeço os lábios ansiosa com as possibilidades. 

— Me fala de novo como eu estava bonita naquele vestido — peço suavemente 

— Você estava...— ele deposita um beijo no canto dos meus lábios — Deliciosa. — diz olhando fundo em meus olhos 

— Só por que eu estava toda produzida? — arqueio uma sobrancelha  

— Porque você já é deliciosa e encantadora — responde beijando meu pescoço 

— E como se sente em relação a isso? — pergunto inclinando a cabeça para o lado dando mais acesso a ele 

— Eu fico louco — responde roçando os dentes na minha clavícula 

Ofego com a sensação de formigamento pelo meu corpo e a quentura entre minhas pernas. 

— E se sente assim em relação a todas as mulheres? — pergunto com a voz fraca 

— Não penso em nenhuma outra mulher que não seja você, amor — diz tirando a blusa pesada de Cassia dos meus ombros 

Arqueio as costas deixando que a peça deslize ate ficar presa em meus pulsos, Jake beija meu ombro e suas mãos começas a subir lentamente levando minha fina blusa com ele, agarro em seus ombros  embebida pelo prazer , suas mãos param bem abaixo dos meus seios e ele volta a encarar meus olhos. Abro um pequeno sorriso e deslizo as mãos para agarrar seus cabelos sedosos, o rosto de Jake fica oculto com a escuridão da cozinha mais graças a janela de vidro e um fiapo de luz da lua posso enxergar o suficiente para ver o desejo carregado em seus olhos negros e profundos. 

— Sem mais perguntas? — arqueia as sobrancelhas 

— Estou ansiosa demais para a demonstração — respondo

O beijo não vem feroz e selvagem como eu esperava, Jake se aproxima lentamente e beija os dois cantos da minha boca com delicadeza antes de finalmente tocar meus lábios com os seus, abro a boca deixando que sua língua entre e suspiro quando ele agarra firme em minha cintura prendendo-me a ele, seus lábios são macios e cobrem os meus com maestria, sua língua tem gosto de vinho e acaricia a minha censual e exploratória. Meu corpo esquenta e sinto que posso entrar em combustão a qualquer instante, algo em meu peito é libertado e uma leveza me toma por completo, qualquer beijo que eu já tenha tido antes não se compara a essa delicadeza e desejo que sinto com Jake, não só por ele mais por mim também. 

Como se todos os lábios tivessem sido errados e só hoje encontrassem os certos, suas mãos se encaixavam perfeitamente em cada parte do meu corpo e o desejo parecia jamais ter fim, tanto tempo de espera e finalmente o tenho por inteiro. Nada de selvagem e brutal, esse beijo é como qualquer primeiro beijo deve ser, romântico, exploratório e delicado como se fossemos ambos tesouros valiosos demais para se apressar. 

Me separo minimamente de seus lábios respirando fundo, nos encaramos surpresos e desejosos, mais é quando sua mão exploratória finalmente roça meus seios protegidos por uma fina camada de pano, ou quando minhas unhas arranham seu peitoral exposto e delicioso que qualquer delicadeza é substituída por um foi apaixonante e desesperado.  

Todo desejo que havíamos reprimido um sobre o outro é libertado e não há motivo para ser gentil, sua boca reivindica a minha, minha língua invade sua boca e tudo ali é puro fogo e paixão, desejo, tesão, fome insaciável. Solto um gemido quando ele aperta meu seio endurecido de desejo , finco as unhas em seus ombros e ele aperta minha bunda me puxando, mais e mais, precisamos de mais que lábios e mãos. Eu o quero aqui e agora, quero que ele me tome nesta mesa e faça com que eu grite seu nome, depois quero lambe-lo por inteiro ate que ele não tenha controle algum e se desfaça na minha boca para que depois eu o beije e faça com que sinta seu próprio desejo exatamente como ele fará com que eu sinta o dele. 

— Preciso de você. Quero você. Por inteiro — digo desgrudando minha boca da dele 

— Precisamos sair daqui — ele grunhi ofegante 

Quando vou dizer que isso não é necessário um barulho nos assusta e o empurro para o lado pulando da bancada logo em seguida. as luzes são acesas fazendo meu olhos arderem pela claridade e meu coração disparar por ter sido pega em um momento tão constrangedor.

— O que estão fazendo aqui? — é Mary quem nos encara com o rosto embebido de sono e confusão 

Não sei se me sinto aliviada ou em pânico, mais com certeza me sinto uma idiota por né deixar levar tão facilmente.

— Insônia — respondemos ao mesmo tempo 

Tento não olhar para Jake surpresa pela sincronia.

Se ela nota a falta de folego,  os lábios inchados ou meu rosto corado em evidência graças a  luz acesa, não diz absolutamente nada, apenas toma um copo de água em silêncio e vai embora enquanto meu coração martela irrefreável.

A luz permanece acesa e ficamos em silêncio por mais alguns instantes, arrumo a blusa de frio em meus ombros e volto a fecha-la. 

— É melhor eu ir para o quarto — pigarreio sem saber o que fazer

— Ou podemos continuar o que começamos — Jake sugere me encarando com espectativa

O que começamos, mal consigo olhar pra bancada sem querer me bater por ser tão idiota. "Eu preciso de você", sério? Francamente eu não sei qual o meu problema. Eu queria transar na cozinha de uma mulher que acabei de conhecer com um cara que praticamente me deu um fora, o controle que eu achei que tinha sobre minha vida foi dissolvido na minha personalidade depravada e sem escrúpulos.

— Não acho isso uma boa ideia — nego com a cabeça — Boa noite, Jake — digo antes que ele discorde e saio a passos rápidos da cozinha.

Mais ele me alcança em poucos  segundos e segura o meu braço fazendo com que eu pare no pé da escada.

— Não se atreva a fazer isso! — diz com uma careta

— Fazer o que? — pergunto confusa

— Se afastar como se fosse um erro. — resmunga

— Foi um erro — retruco

— Não. Não foi. — afirma impassível

É claro que foi, ele disse que queria ser só meu amigo. Seja o que for que aconteceu aqui não vou deixar que continue.

— Jake...

— Pare com isso! — me interrompe com o rosto vermelho — Vou levar você para o quarto da minha irmã e conversamos sobre o que quer que tenha de errado amanhã, depois que sairmos daqui. — o tom de voz não foi um pedido sutil

— Tudo bem — assinto

Não vale a pena começar uma briga aqui, é melhor falarmos depois mesmo.

Ele suspira aliviado e entrelaça nossos dedos enquanto subimos as escadas, me permito suspirar com a sensação de conforto e formigamento que só ele consegue causar no meu corpo. Amanhã, assim que chegarmos em casa, tudo isso será esquecido.

O silêncio é perturbador mas não me atrevo falar nada até que estejamos na frente da porta de Laura.

—  Só não... Se afaste. — pede em um sussurro

— Vou tentar — solto um suspiro e o encaro

É difícil mentir para o Jake, de uma forma maluca meu coração dispara toda vez que tento fazer e sempre acabo optando pela verdade, mas não desta vez. Ele da um pequeno sorriso e segura meu queixo levantando- o minimamente.

— Sei que você não vai facilitar as coisas, também sei que tem mais de você que ainda não conheço. Mais você também não me conhece por completo e mesmo assim estou disposto a deixar isso de lado. Eu gosto de você, Girassol. Vou insistir em nós, mesmo quando você me afastar.

E com isso ele captura meus lábios em um beijo casto e simples, quase como se estivesse selando uma promessa. Suspiro novamente quando ele se afasta e entra no quarto ao lado sem olhar para trás, não faço ideia do que fazer com os sentimentos que transbordam por todo meu corpo.

Não consegui dormir direito, não depois do que aconteceu. 

— Você esta com uma cara péssima — Cassia diz assim que Laura vai ao banheiro 

— Não dormi direito a noite — resmungo 

Eu fico um porre quando estou com sono. 

— Eu vi você saindo ontem na madrugada e que demorou pra voltar — Monica diz se sentando no meu colchão — Você e meu primo não aguentaram e tiveram quedar uma rapidinha — pergunta sorrindo maliciosa 

Meu rosto fica todo vermelho. 

— É claro que não! — nego rapidamente — E eu e Jake não somos um casal. 

— Vocês ficam falando isso, mais não é o que parece — Cássia comenta 

— Como assim? — franzo o cenho 

— Vai me dizer que não percebeu? — Monica arqueia as sobrancelhas 

— Acho que não — dou de ombros 

— Vocês chegaram de mãos dadas — Cássia aponta 

— Depois ele ficou abraçando você por trás — Mônica concorda 

— E em todos os momentos vocês estavam sempre perto um do outro. — Cássia sorri 

— Isso não quer dizer nada — rebato nervosamente 

— E aquela hora no jantar que vocês ficaram se encarando e sussurrando? — Mônica cruza os braços quase que me desafiando a negar  

— Ele estava me agradecendo por defender a prima de vocês — explico simplesmente

— Teve uma hora que você e Laura estavam conversando que ele não parou de te olhar — Cássia conta com um sorriso triunfante

— Talvez estivesse olhando para a irmã que ele só vê uma vez por mês
— rebato

— Não era esse tipo de olhar — Mônica da um sorrisinho cínico

— Não tem tipo de olhar nenhum. — estalo a língua

— Claro que tem! — Cássia rebate

— E como você sabe? — pergunto cruzando os braços

— Porque você olha para ele do mesmo jeito — responde simplesmente

Abro e fecho a boca para tentar responder e não sei o que dizer.

— Não sei do que esta falando — murmuro sem convicção 

— Vocês já são adultos, mas parecem dois adolescentes negando o que sentem um pelo outro — Monica diz com seriedade 

— É mais complicado do que parece — resmungo 

— É mesmo? — ela me encara com os braços cruzados — Ou será que vocês que complicam demais? — e com isso ela se levanta e sai do quarto 

— Acha que ele realmente gosta de mim? — pergunto para Cassia 

— Acho que ele nunca trouxe uma garota aqui desde os 17 — a morena suspira — E não é porque ele tem medo de se apaixonar, na verdade o Jake ama demais ele só quer se certificar que seja a pessoa certa. 

— E você acha que possa ser eu? — arregalo os olhos 

— Isso só você pode descobrir, de que adianta um puxar de um lado e não ter ninguém do outro? — pergunta com um sorriso solidário 

— Esta comparando o amor com um cabo de guerra— franzo o cenho 

— É por este motivo que não sou a terapeuta da família — ela ri 

— Certo — assinto minimamente — Talvez eu deva usar mais a minha parte racional — suspiro 

— Ou não — sugere

— Mais você... 

— Amor é sentimento, impulsividade, confiança, desejo. — ela suspira com um sorriso bobo — Algum desses sentimentos parece racional para você? — estreita os olhos 

— Não, não parece. — respondo baixinho 

— Acho que posso roubar seu emprego — ela ri e se levanta 

— Acho que você tem talento, mais vai ter que dar mais do que conselhos amorosos para conseguir — zombo também ficando de pé 

— Pessoas apaixonadas são tão convencidas — ela revira os olhos 

Rimos juntas e logo uma lembrança me atinge. 

— Aposto cem dólares que você vai se apaixonar pelo Jake — minha irmã sorri maliciosa

— Não vamos apostar minha vida amorosa! — reclamo ofendida

— Duzentos! — seus olhos faíscam

— Aposto trezentos que nada disso acontece! — aceito a aposta

— Se você se apaixonar por ele até o natal eu ganho, se não se apaixonar você ganha — ela sorri estendendo a mão.

— O natal é daqui quatro meses — sorrio animada

— E vão se declarar antes disso — arqueia as sobrancelhas

— Você vai perder — digo apertando sua mão

— Não vou não — diz passando a língua pelos lábios

Mais que droga! Aquela desgraçada nunca esteve tão certa, nosso aniversario é depois de amanhã e o natal vem duas semanas depois. Perdi a droga da aposta. 

— Venha mais vezes querida! — Amando se despede me abraçando novamnete 

— Sempre que seu filho me convidar — eu assinto 

— Esqueça isso — ela dispensa meu comentário com um aceno de mão — Venha sempre que você quiser e para conversar comigo. Você terá Jake todos os dias na faculdade. — o sorriso malicioso de Jake esta presente ali 

—  Certo, venho quando der se me prometer mais tortas de limão. — sorrio animada 

— Se esse é o seu preço eu pago com felicidade — ela bate palma animada 

Rimos e me separo dela para que se despeça do filho 

— Quero você  na minha casa para um chá com bolos, Girassol — o avô de Jake aperta minha mão com um sorriso suave 

— Jake me disse que são maravilhosos, com certeza eu irei — garanto apertando sua mão de volta 

Ele assente ainda sorriso e me afasto dele, Laura esta do lado com Logan atrás, esses dois ainda terão uma incrível historia de amor. Abro os braços e ela me recebe em um abraço apertado, a menina tem cheiro de jasmim como a mãe e com 14 anos é quase do meu tamanho. Deposito um beijo no topo da sua cabeça e me afasto para fazer os sinais. 

" Vejo você em breve"  digo limpando uma lagrima 

"Espero que já seja minha irmã da próxima vez" ela abre um sorriso malicioso 

A encaro chocada e Logan ri atrás da menina. 

"Espero que tenha um namorado para me apresentar" rebato cum um sorrisinho sínico 

A menina fica com o rosto corado e Logan a abraça. 

— Você não presta — ele murmura 

" Amei conhecer vocês" sorrio 

"Amei te conhecer, e obrigada pelas dicas de leitura" ela responde 

" Não foi nada" dou de ombros 

Ela apenas revira os olhos e passo para o trio mais louco e sem noção que eu tive que aturar nos últimos dias. 

— Precisamos marcar um fim de semana só nosso! — Monica diz animada 

— Tem que ser a partir de sábado, eu e Jake perdemos dois dias de aula estando aqui — murmuro já imaginado o quanto isso vai me ferrar na semana de provas 

— Ou podemos marcar para o fim de ano, eu sei que a faculdade de vocês fica com duas semanas de recessos — Cassia sugere 

— Fica? — pergunto surpresa 

— Qualquer faculdade fica — Jake responde atrás de mim 

— Isso é bom — sorrio animada — Podemos marcar então. — confirmo 

— Marcar o que? — Jake pergunta 

— Uma saída entre amigos — Danilo responde — Você pode trazer a sua copia — aponta para mim 

— Vocês vão gostar mais dela do que de mim — suspiro dramaticamente 

— Era de se imaginar que Jake gostaria da irmã chata — Monica suspira 

— Ei! — reclamo dando um tapa em seu ombro 

Todos rimos e Monica da de ombro. 

— Vocês nem sabem se eu vou topas e já vão marcando assim? — Jake aqueia as sobrancelhas 

— Ninguém chamo você — Cassia estala a língua

— Mais pode trazer o gostoso do Michel, ele também é da família  — Danilo sorri malicioso 

— Você não é casado? — franzo o cenho

— Mais não cego — ele da de ombros 

Rimos novamente, para um homem casado de 28 anos ele parece muito um adolescente no cio. 

— Ele tem namorada agora — digo com um sorriso malicioso 

— Trás ela também, quanto mais melhor — Danilo diz sugestivamente 

Nego com a cabeça percebendo o duplo sentido da frase, e o pior é que eu acho que Helena não se importaria. 

— O Michel é convidado, Nina que vocês nem conhecem é convidada até Helena pode vir! Agora o primo que cresceu com vocês é esquecido. — Jake reclama com uma carranca 

— Não seja tão bebe chorão — digo apertando seu nariz — Você pode me acompanhar — sorrio 

— Dois dias e você roubou minha família toda de mim — ele diz segurando minha mão 

— Eu falei que era uma ladra — dou de ombros 

— Deveria ter acreditado — ele suspira 

— E sou das boas, imagina o que posso fazer em duas semanas. — sorrio maliciosa 

— Ladrazinha esperta e deliciosa — seus olhos brilham com o desafio 

— Por favor parem em um motel no meio do caminho, toda essa tensão sexual esta me matando! — Cassia reclama 

Todos rimos de novo e fico vermelha quando Jake planta um beijo nos meus lábios dizendo que que vai me esperar no carro.  

— O que aconteceu que você não nos contou? — Monica pergunta com os olhos arregalados 

— Talvez tenhamos nos beijado na cozinha ontem de madrugada — digo olhando para os lados 

— Eu sabia! — Danilo comenta 

— Você é muito mentirosa! — Cassia reclama com um sorriso enorme 

— Foi só um beijo — dou de ombros 

Teríamos transado de a tia dele não tivesse interrompido, mais não acrescento isso. 

— Vai tentando se convencer disso — Danilo da um peteleco na minha testa 

— Chega de vocês por hoje, eu preciso ir — digo me afastando 

— Nos vemos depois — Monica sorri 

Sorrio também e todos damos um enorme abraço em grupo. 

Aceno para todos na casa e entro no carro com Jake já me esperando com um sorriso enorme. 

— O que foi? — pergunto quando entro 

— Você é incrível, sabe disso não é? — pergunta com os olhos brilhando 

— Bem, eu suspeitava mas... 

Ele me interrompe com um beijo casto. 

— Você é, obrigada por ter vindo. — diz contra meus lábios 

— Eu praticamente me ofereci — dou de ombros 

— E foi a melhor Ação de Graças que tive em anos — suspira se endireitando 

— Fico feliz que tenha saído tudo bem — murmuro com as bochechas coradas 

— Eu também — ele assente 

E então voltamos para casa.

Capítulo meio grande né....  Espero que tenham gostado, o vestido na mídia é o que a Kendra está usando, achei ele muito lindo (apesar de eu não gostar de amarelo)  primeiríssimo beijo do casal, fiquei empolgada kkkkk estamos na reta final em!!!!
Dois bjos

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