13 - Resolvendo mal entendidos, chuva arrasadora e quase beijos.

Bastou um telefonema e minha irmã me largou sozinha com Um amor para recordar, um pote de Nutella e minha almofada de choro.

Parecia que eu estava em uma depressão profunda, mais é só a porcaria da TPM, sinceramente quando Deus fez a mulher o diabo adicionou a TPM porque estava com inveja, essa dor e essa onda de sentimentos não é normal.

Ganhei uma semana de ferias no serviço já que a dona da loja ia se casar, de novo, e como os preparativos eram muitos ela decidiu fechar a loja. Uma coisa de louco já que ela não administra a loja e por este motivo não tem lógica fechar o lugar, não estou reclamando, o timing foi perfeito já que minha menstruação estava batendo na porta.

O telefone da cozinha toca e solto um grunhido de raiva eu não quero levantar do meu cantinho seguro para atender o Sr. Jones, eu estou com raiva do Jones. O maldito telefone não para e finalmente me dou por vencida e atendo a porcaria.

- O que? - pergunto secamente

- Kendra? - a voz simpática e frágil de Josh soa ao telefone

Imediatamente me sinto mal por querer mata-lo, ele é um velhinho muito bondoso e não tem culpa pelo meu mau-humor.

- Sim, sou eu. O que quer Sr Jones? - pergunto com a voz mais amena

- Ah! É que um tal de Jake deixou um computador branco aqui para você - responde

Arregalo os olhos completamente surpresa, Jake deixou meu computador logo após dizer que para eu recupera-lo teria que sair com ele? Isso é bem estranho.

- Tudo bem Sr. Jones eu vou ai buscar - respondo e desligo.

Olho para minhas roupas, pantufa, calça larga florida de moletom uma camiseta enorme branca com uma flor estampada e uma blusa de tricô que Nina me deu quando fomos em um brechó, meu cabelo estava preso em um coque e eu usava meus óculos redondos e finos, ou seja vestida de acordo com a tpm. Sem me importar com isso saio de casa sem trancar a porta e desço para a portaria, ninguém vai me ver assim, são sete da noite as pessoas tem coisas para se fazer sete da noite em uma segunda feira.

Quando o elevador se abre percebo como estava errada, Henry e Thomas conversam na portaria e eu sinto vontade de me enfiar em um buraco, a vontade aumenta quando o ruivo de olhos azuis me reconhece.

- Oi Loira! - sorri animado - Você esta bem? - pergunta com o cenho franzido

- Oi Thomas - forço um sorriso - Estou bem sim - assinto andado ate o senhor Jones

- Não vai me cumprimentar Spivot? - a voz animada de Henry me da vontade de soca-lo

- Claro me desculpe, oi...

Antes que eu diga seu nome o loiro me agarra e me puxa para um beijo, os lábios macios me deixam afobada e a língua ansiosa me causa arrepios. Henry faz pressão na minha cintura e com a outra mão agarra meus cabelos, tudo que consigo fazer é descansar minhas mãos em seus ombros, aceitando o beijo ardente.

Tão rápido quanto começou Henry se afasta com um pequeno sorriso satisfeito, eu estou surpresa.

- Oi - ele morde o lábio inferior sedutoramente

- Oi - respondo com a voz falhada

- Você não foi pra aula hoje, fiquei preocupado - diz colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

- Eu estava com dor de cabeça - minto sem olhar nos seus olhos

Na verdade meus olhos estão em Thomas que entra no elevador um pouco curvado, não consigo ver seu rosto e aquilo me preocupa.

- E já melhorou? - pergunta com um semblante preocupado

- Já sim - minto novamente com um pequeno sorriso

- Certo, eu preciso ir então, tenho alguns trabalhos para terminar

Apenas assinto e sorrio quando ele beija meus lábios mais uma vez, sem língua, apenas um beijo casto e simples, logo depois se vira e vai embora.

Vou ate o balcão do Sr. Jones com um sorriso constrangido.

- Vocês jovens são tão afobados - o senhor resmunga e me entrega o aparelho.

Não deixo de notar que está novinho em folha, admiro meu maravilhoso computador e o abraço animada, finalmente vou parar de usar aquele dinossauro da Nina e voltar para meu bebe.

- Obrigada Sr. Jones - sorrio para ele

Ele apenas assente e volta a prestar atenção no seu jogo de palavras, ainda sorrindo entro no elevador e aperto meu andar,vou aproveitar a semana livre para fazer os trabalhos e me focar mais na escrita. Antes preciso agradecer Jake, ele não teve a decência de falar comigo, mais eu sou superior e vou agradecer, pelo telefone.

Com meu celular na mão aperto seu contato e espero que ele atenda, mas o telefone chama e chama e ninguém atende, tento mais algumas vezes ate que desisto.

- Oi Jake é a Kendra, só queria agradecer pelo notebook.

O recado é curto e objetivo, sorrio satisfeita e volto para minha bolha de sofrimento.

Odeio TPM.

É sexta feira, a semana passou rápido e dolorosa, minha menstruação veio e fiquei insuportável, ir para a faculdade era um tormento constante e eu estava tão ruim que mal falei com Henry ou Lena nos últimos dias , apenas resmungos e grunhidos.

Jake não respondeu o recado e também não falou comigo na faculdade o pouco que eu o vi ele estava com o amigo Michel ou com a garota de cabelos castanhos que eu ainda não sei o nome. De qualquer forma eu não estava muito afim de falar com ele, mais queria saber o motivo pelo qual ele tinha devolvido o notebook sem nenhuma palavra ou condição. Era o certo a se fazer, mas algo em mim sentia que algo estava errado e eu precisava saber o que era.

As aulas de psicólogia tem sido cada vez melhores, esta semana falamos sobre como conversar com crianças traumatizadas por alguma morte na família, vimos um documentário de uma garotinha que ficou cinco anos sem falar, os pais desistiram da terapia após um ano e sem ajuda médica a menina veio a falecer. Ela não se matou, nem ficou doente, apenas morreu. Sua irmã gêmea tinha morrido, vítima de uma bala perdida em um tiroteio num bairro perigoso.

Ver aquilo mexeu muito comigo, eu não imaginaria o que faria se algo acontecesse com a minha irmã, certamente eu também morreria, não existe vida sem minha cara metade nela.

- Ei mundo da lua - Helena me chama

Olho para ela um pouco perdida

- A aula acabou, vamos embora - diz com um meio sorriso

- Eu não vou agora, tenho que ir na biblioteca e pegar um livro, depois eu vou - digo cansada

-Tem certeza? Está caindo o mundo lá fora! - aponta para a janela

Sigo o seu dedo e me surpreendo com a tempestade feia que estava caindo, eu nem percebi quando começou a chover.

- Eu vou ligar para minha irmã, ela está com o carro e ela vem me buscar - sorrio

- Tudo bem, vê se acorda pra vida - diz empurrando meus ombros

Apenas assinto e seguimos direções diferentes , ela para o temporal e eu para o santuário.

A biblioteca é morna, cheira a mofo, papel, tinta e colônia barata, é maravilhosa. A mulher que deveria estar na recepção sumiu, então apenas adentro pelas estantes lotadas procurando algo que me interesse.

Depois de 30 minutos e muitos uni duni te peguei Vinte mil léguas submarinas, um clássico que eu não lia a muito tempo e fiquei empolgada ao vê-lo ali. O livro estava um pouco surrado pelo tempo de uso, mais o que importa é a história e o pego sem pestanejar.

A mulher voltou ao seu posto e penso em perguntar seu nome, mais ela apenas carimba o livro e anota meu nome em uma máquina tão velha que me surpreende estar funcionando, a cara de mau humorada me faz querer sair logo daquele balcão, é impressionante como toda bibliotecária é um pé no saco.

Sorrio forçado para ela e murmuro um agradecimento, ela apenas permanece com uma cara irritada e eu saio da biblioteca.

Me assusto com o estado que a chuva chegou, relâmpagos cortam o céu cinza e um vento frio percorre os corredores praticamente vazios da Universidade. Pego meu celular e tento ligar para minha irmã mais antes que inicie a chamada ele desliga por falta de bateria, bufo frustrada e encaro a chuva um pouco apavorada.

Eu não tenho medo de chuvas, até gosto delas. O problema é que eu simplesmente tenho agonia de andar em uma tempestade, sinto que um raio vai me atingir e eu não vou virar o Flash, vou morrer carbonizada.

Respiro fundo e me preparo para sair andando, a faculdade é bem próxima de casa e assim que chegar lá tomo um banho quente e tudo vai ficar bem, o absorvente me incomoda, me lembrando que vou morrer de cólica com um temporal desses. Começo a roer as unhas nervosamente, meus livros vão molhar, meu celular e meu notebook recém arrumado. Não posso ficar aqui preciso sair antes que piore.

- Porque está parada na porta com essa cara apavorada? - a presença de Jake me assusta

- Estou pensando em como vou embora pra casa - suspiro preocupada

- Como assim? - franze o cenho

- Se não percebeu eu não tenho carro e ir andando não é uma opção muito boa - respondo a contra gosto

- Por que não liga pro seu namorado e pede pra ele vir te buscar? - a tonalidade de raiva na sua voz me deixa curiosa

Viro para encarar o homem ao meu lado e quase suspiro, Jake está com uma calça jeans larga, camiseta preta dos Beatles, os cabelos negros molhados e bagunçados de uma forma sexy e uma jaqueta de moletom do time da universidade azul e branca. Estranho, ja que ele não faz parte do time.

- Eu não tenho namorado e mesmo se tivesse não daria para ligar já que meu celular está descarregado - digo balançando o aparelho na sua frente

- Se você não tem namorado, você é bem rápida né Kendra? - pergunta em um tom ácido

- Eu não entendo o que você quer dizer - franzo o cenho

O único cara que eu saí foi o Henry e não temos nada sério e nem definido, então não sei do que está se referindo. De qualquer forma não é da conta dele.

- Eu vi você com aquele cara na segunda - diz cruzando os braços

- Cara? - pergunto confusa - Que cara? - estreito os olhos

- O loiro de olhos azuis alto e musculoso - responde com uma careta

- Eu não.... Segunda eu estava morrendo de cólica, mesmo que quisesse estar com um cara desses eu provavelmente o odiaria - digo debochada

- Para de mentir Gira... Kendra - ele repara e eu estranho - Eu vi você, loira e tudo mais - diz revirando os olhos

Aregalo os olhos quando percebo que ele está falando de Nina, minha irmã tirou a peruca na segunda pra sair com o Rubens já que eles iriam em uma festa na piscina. Jake viu minha irmã e como sabe que ela é morena achou que era eu.

- Aquela era a Nina e o namorado dela - digo sorrindo

- Nina é morena. - diz emburrado

- Bem, eu conheço minha irmã e sei a cor do cabelo natural dela. Sem contar que eu sei o quanto eu me senti sozinha e abandonada morrendo de dor segunda feira, se estivesse com um loiro gostoso me lembraria com prazer - o deboche escorre como veneno da minha voz e percebo que estou irritada.

Primeiro que eu não tenho que me explicar para ele, depois que quem ele pensa que é pra ficar tirando satisfação com a minha vida? Babaca.

Ele me encara desconfiado e ao mesmo tempo assustado, processando as informações.

- Agora que você falou ela tinha olhos verdes e você tem olhos negros - diz com a boca escancarada - Eu me confundi legal - balança a cabeça negativamente

- Tanto faz, vejo você depois, eu tenho uma chuva para enfrentar - digo me virando para sair

- Espera aí Girassol, eu levo você - Jake segura meu braço com um sorriso enorme.

Pra quem estava emburrado a pouco tempo vejo que ele é um bipolar.

- Acho que ir de moto não ajudaria em nada - digo me libertando do seus aperto

- Que sorte que eu não estou de moto então - ele sorri malicioso

Franzo o cenho e ele sai correndo na chuva, minutos depois um porche branco aparece na minha frente e eu quase assovio ao ver a belezinha, a janela se abaixa e Jake sorri como um galã de cinema.

- Entra aí gatinha - diz e pisca um olho

Pulo para dentro do carro sem pensar duas vezes, está frio e chovendo, preciso de uma carona e não vou recusar uma volta nesta belezinha. Me sinto uma Maria gasolina, o problema é que eu sou fascinada por máquinas e qualquer oportunidade de conhecer uma nova eu estou aceitando.

- Onde arrumou este carro? - pergunto impressionada

- Ganhei em uma racha por aí - responde dando de ombros

Arregalo os olhos e o encaro completamente chocada. Jake me encara e começa a rir.

- É brincadeira Girassol! É do Michael, ele pegou a minha moto emprestada - explica com um sorriso satisfeito nos lábios

- Entendi - murmuro avaliando por dentro do carro

O banco é de couro, espaçoso na frente, apertado atrás, a marcha é automática, e o resto é bem comum, o diferente é a tela na frente, mostra a câmera traseira para que Jake dê ré sem bater em nada ou ninguém.

- E então, porque sua irmã usa uma peruca? - pergunta desviando olhar da estrada por um instante

- Era muito estressante as pessoas nos confundirem toda hora, ate que ela pegou uma detenção por minha causa e ela decidiu pintar o cabelo. O problema é que ela gostava do loiro natural e ficou com medo de ele nunca voltar à cor - sorrio com a lembrança - Então cortamos nossos cabelos e usamos para fazer uma peruca, ela quase nunca tira, aquele dia foi uma exceção - suspiro e o encaro.

Jake esta concentrado na estrada e a chuva cai cada vez pior do lado de fora, de alguma forma ele esta relaxado, diferente do cara tenso que eu vi algumas vezes perambulando nos corredores da faculdade esta ultima semana.

- Eu não posso dizer que entendo, mais é difícil esse lance de gêmeas - diz com um sorrio - Vocês podiam fazer uma tatuagem, assim ninguém mais iria confundir vocês - sugere

- Nós temos tatuagens - digo com um pequeno sorriso

- É mesmo? - ele franze o cenho virando a cabeça para mim - Onde? - pergunta curioso

- Digamos que nossos namorados jamais nos confundiriam - dou de ombros prendendo o riso

Jake arregala os olhos e logo seus olhar se tona selvagem.

- Eu quero muito ver essa tatuagem, Girassol - sorri estacionando o carro.

- Se você fosse meu namorado - suspiro

- Quer que eu peça aqui ou tirando sua roupa?

Seus olhos se cravam em mim e eu não consigo definir se ele esta brincando ou falando serio, os olhos escuros encaram os meus tão profundamente que um rubor começa a se espalhar pelo meu rosto, a boca carnuda chama atenção e sinto vontade de sentir aquela barba rala me arranhando em lugares mais baixos. Como se um imã estivesse nos puxando vamos nos aproximando lentamente sem desviar, nem por um milésimo, a atenção um do outro.

Um barulho faz com que eu me assuste e vejo que um carro bateu em outro na saída do estacionamento.

- É melhor sairmos daqui - digo assustada

Jake assente e saímos do carro, a chuva não para um segundo e ate subir as escadas para entrar no meu prédio nos molhamos bastante.

- Boa tarde Sr. Jones - cumprimento quando passo pelas portas de ferro

O velho apenas assente e continua focado no jogo, aperto o botão do elevador e entramos rapidamente.

- Será que aquilo machucou alguém? - pergunto aflita

- Provavelmente não, foi uma batida superficial - ele sorri confiante

Assinto ainda abalada, eu já vi acidentes piores só fazia um pouco te tempo e por Deus eu estava prestes a beijar Jake Bush, isso nem era a pior parte, eu queria muito mais do que beija-lo.

O elevador se abre, eu corro para meu apartamento, estou morrendo de frio e preciso tomar banho antes que eu pegue uma friagem horrível.

- Bem vindo a minha humilde residência - sorrio abrindo a porta para que Jake entre

Ele sorri e encara o lugar curioso.

- Eu vou tomar um banho, pode ficar a vontade - sorrio e vou para o banheiro

Tranco a porta e tiro as roupas rapidamente, meu absorvente esta molhado da chuva, com a gloria de Deus eu me livrei do sangue nojento. Ligo o chuveiro e espero a agua ficar quente, entro e solto um gemido de satisfação.

Não demoro muito pois sei que o Jake esta logo ali e isso me causa uma estranha sensação de nervosismo. Meu pijama esta no banheiro e me visto com o mesmo não quero arriscar uma passagem só de toalha para meu quarto que é no fim do corredor.

Tiro as lentes e coloco meus óculos, solto os cabelos molhados e me analiso no espelho, meu pijama é de unicórnio e me sinto uma criança, uma criança muito fofa.

- Jake? - chamo assim que saio do banheiro

- Aqui na cozinha! - ele responde

Vou ate minha cozinha e vejo que ele esta fazendo café, eu amo café.

- Vejo que se sentiu em casa mesmo - comento sorrindo

- Eu sabia que você ia querer tomar algo quente, eu estou louco para isso - diz se virando para mim.

- Ah puxa você também esta ensopado! Se quiser pode usar meu banheiro e tomar um banho quente - sorrio constrangida

Fiquei tão desesperada por tomar banho que não pensei muito nele, Jake me encara com uma expressão completamente chocada.

- O que foi? - pergunto franzindo o cenho

- Seus olhos... - ele sussurra se aproximando de mim

- O que têm eles? - sorrio confusa

- Nãos são escuros... - diz colocando uma mexa do meu cabelo para trás

Levanto o olhar para ele completamente perdida.

- Eu uso lentes de contato - explico em um sussurro

- São mais lindos que o céu da manhã - sorri passando o dedo na armação dos meus óculos - Posso? - pergunta segurando minha armação

Apenas assinto perplexa demais para fazer alguma coisa.

Ele retira meus óculos e logo minha visão fica turva, vejo seu rosto pouco borrado mais percebo que esta vidrado nos meus olhos. Isso pareceu tão chocante para ele, como se meus olhos fossem um grande mistério que ele tinha acabado de descobrir. Jake passa o dedo lentamente pelo contorno do meu rosto e seu toque me arrepia por completo, me seguro no balcão da cozinha com força e sinto minha respiração acelerar, meu coração bate rapidamente e minha boca fica seca, ele se aproxima lentamente e sinto sua respiração compassada, seu perfume inebria, inclino a cabeça levemente, nossos lábios se aproximam lentamente, mordo o meu levemente ansiosa para o que vira a seguir.

- Ursinha, eu cheguei! - a voz da minha irmã nos assusta

Jake se afasta e eu volto a colocar meus óculos voltando a ver tudo claramente.

- Estou na cozinha Nina! - grito

Jake e eu permanecemos nos encarando e digerindo o que quase acabou de acontecer.

- Eu preciso... ir embora - diz sem tirar os olhos de mim

- Você poderia ficar - digo dando um passo a frente - Tomar um café ou sei lá - dou de ombros - Pode ficar se quiser - murmuro olhando em seus olhos

Ele me encara de volta pouco confuso.

- Spivot! Eu estava na portaria quando encontrei com a sua irmã - Henry entra na cozinha

Arregalo os olhos ao vê-lo e fico ainda mais sem reação quando ele me puxa para um beijo, porem viro o rosto e ele beija minha bochecha, o clima fica um pouco pesado e vejo minha irmã sorrir e entrar no quarto dela.

- Oi Henry - forço um sorriso me afastando dele

- O que Jake faz aqui? - pergunta com o cenho franzindo

- Ele me trouxe porque na universidade estava chovendo muito e eu fiquei sem bateria - explico rapidamente

- Ah, obrigado Jake, foi muito gentil - o loiro sorri agradecido.

- Ser gentil é o meu forte - o moreno murmura sarcástico - Bem, eu preciso ir tenho coisas pra fazer - diz se adiantando.

- Eu levo você ate a porta -me adianto

Ele não responde e andamos ate a porta do meu apartamento fecho a porta atrás de mim e o encaro.

- Desculpe pelo Henry eu..

- Achei que não tinha namorado - diz com um sorriso zombeteiro

Sei que é forçado, vejo isso nos seus olhos.

- Eu não... eu não tenho - digo insegura

- Não parece que não tem - retruca irritado

- Eu não entendo o porquê isso te irrita tanto - digo na defensiva

- Nem eu - responde negando com a cabeça - Ate outro dia Girassol - murmura e vai embora

Fico parada na porta digerindo tudo que acabou de acontecer, quase o beijei duas vezes e eu queria aquilo, eu queria beija-lo e isso me assusta, eu não quis beija-lo por estar apaixonada por ele, quis beija-lo pois a eletricidade correndo em meu corpo era mais forte de qualquer coisa, a respiração ofegante e o coração a mil por hora me deixaram completamente extasiada.

O fato de ele perceber que meus olhos mudaram de cor quando Henry não disse nada sobre me deixou surpresa e estranhamente feliz, eu não sabia que queria que alguém reparasse em meus olhos até que ele o fizesse.

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