aceitação.



          Agora, a saudade tem mil cores, como as pétalas das orquídeas e as asas das borboletas.

          A saudade agora é te ver em todos os lugares, em cada fala cheia de emoção, é reconhecer as pintinhas do seu corpo quando me olho no espelho.

          A saudade tem nome e sobrenome, mas não tem endereço, porque eu não sei onde você mora. Alguns dizem que você mora no cemitério. Minha mãe disse que sua casa agora é na igreja. Mas algo me diz que você mora nas nossas lembranças.

          Isso é legal, não é?

          No fim das contas, eu posso te ver o tempo todo, mesmo sem te ver.

          Posso te ver em todas as tintas de quando você me ensinava a pintar. Posso te ver nas caligrafias perfeitas demais, nos convites de casamento, nas luzes dos abajures.

          Posso te ver nos cadernos cheios de receitas, sentir o gosto da saudade nos pães caseiros e nos bolos de banana.

          As lembranças são fantásticas como todos os mundos encantados que eu encontrei no seu quintal.

          Você mora na lembrança de chegar da escola e encontrar presentinhos que uma fada mágica deixava no armário mais baixo da cozinha. Na lembrança de aprender que, por mais que o mundo desabe, ainda pode ficar tudo bem.

          Você mora na minha intenção de ser forte.

           E, no fim das contas, a saudade é me perguntar se você estaria orgulhosa de mim.

          O tempo pode até tentar te levar embora, soprar sua memória para bem longe da minha mente, mas a saudade nunca vai me deixar esquecer que você é inesquecível.

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