SASUM-SA
- Antes de vocês saírem, eu só quero lembrar que espero as histórias de vocês para o dia 31 de Outubro, - Pediu a Editora olhando para o grupo. - Não esqueçam que o tema tem que ter algo haver com o Hallowen, mas não precisam se focar só nas festividades ou Jack, Cabeça-de-Abobora. - Ela rodopiou feito uma bailarina sorrindo. - Que vocês agradem a Caliope e as musas ou...
O grupo de escritores se encararam cansados, estressados e pensando em qual desculpa usariam. Não bastava as leituras e a criticas dos livros, a editora sempre tinha algum desafio de escrita ou criatividade para eles. Ela era uma tirana, pensavam.
- Eu realmente espero que as obras de vocês ganhem vida e se tornem reais. - Continuou a editora circulando a sala com os olhos fechados fazendo pequenos movimentos com as mãos, uma de suas excentricidades. - Que sejam tão bem feitas que vocês se apaixonem por ela, assim como Pigmalião, - Ela passou perto da mesa. - e haverá uma recompensa.
Os escritores sorriram ao ouvir a noticia e as desculpas viraram ideias.
Um deles pegou seu caderno da tilibra de rascunhos e começou a escrever uma sinopse sobre um musico fracassado que tocava em um bar e certa noite na plateia estava Cazuza e Kurt Cobey, e no meio da apresentação surgia o diabo dizendo que quem sobrevivesse dos três se tornaria o novo deus da música. O músico não pensou duas vezes e matou os dois, e se tornou muito famoso. Mas para as suas músicas fazerem sucesso devia matar e isso ao longo dos anos foi o corrompendo.
A outra digitava como louca no seu notebook pedaços de capítulos sobre um jovem dançarino em depressão que conhecia uma astrônoma comediante, os dois acabavam encontrando um djim em uma garrafa e fazem um pacto para ter sucesso, mas com a fama esqueceram de pagar seus votos. O djim enfurecido os amaldiçoa a nunca mais ter sucesso em nada, fazendo-os perderem tudo e falharem em tentar se matar das mais diversas formas.
A escritora mais jovem começou a narrar a história de uma freira em seu smartphone, a freira encontrava no subsolo de um convento uma medalinha prateada com uma poesia capaz de invocar o querubim Lucib'el , que passado o primeiro encontro cheio de conotações sexuais ensina a ela fazer conjuros e esconjuros realizando todos os desejos dela, mas depois de um tempo o querubim começava a pedir favores que iam contra a fé e a castidade da freira, levando-a para a luxuria, depravação e assassinatos.
As histórias fluíram com facilidade e a semana passou como se fosse um dia.
O grupo de escritores estavam com seus manuscritos prontos, e eles se sentiam tão incríveis e inspirados, ao ponto de conseguir terminar seus livros principais e a escrever histórias novas. Todos eles pensavam a mesma coisa. - nunca conseguiriam superar aquelas histórias.
- Cali. Cali. - Gritou uma estagiaria com o rosto pálido com a noticia que tinha que dar.
- Sim. - Respondeu a editora com um sorriso no lábios.
Ela vestia uma toga grega branca e segurava uma coroa de louros, mais uma de suas excentricidades.
- Os escritores do seu grupo... - A menina tentava dizer da melhor forma, era algo tão trágico e impossível de acontecer. - Eles estão mortos.
Por algum motivo o sorriso da editora se alargou mais como se fosse uma mascara cômica. A estagiaria entendeu como se fosse mais uma de suas excentricidades.
- É uma pena. - Comentou Cali começando uma valsa. - Eles tinham potencial, mas desistiram cedo demais. - Ela encarou a estagiaria que sentiu seu corpo congelar. - Pegue os textos deles e mande publicar post-mortem.
A estagiária sentia uma pressão ancestral sobre seu corpo. Ela sentia que a qualquer momento explodiria.
- Cancele toda a minha agenda. Hoje eu vou celebrar com as minhas oito irmãs.
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