35 - O casamento
*Mídia do capítulo:
7 rings - Ariana Grande
Becca e eu mantivemos um contato frequente depois que ela foi embora e aproveitamos para combinar os últimos detalhes da minha libertação.
Como por exemplo, lhe entreguei meu carro juntamente com todas as minhas roupas cuidadosamente escondidas no porta malas.
A parte mais difícil foi convencer o guarda e o porteiro de que o Jeep precisava de um conserto, e tive que desembolsar uma bela quantidade de dinheiro para que os dois comprassem essa mentira sem dizer nada aos meus pais.
É engraçado como todo mundo nessa mansão fica ao seu dispor com alguns bilhetes na mão.
Também consegui colocar o nome de Becca na lista de convidados sem que os Blair percebessem.
Sorrio ao pensar na bela surpresa que todos terão no momento em que eu passar pelas enormes portas da igreja.
Não queria chegar nesse extremo, mas meus pais e Stefan não me deram escolha. Tudo poderia ter sido resolvido como adultos, no entanto, já aprendi que eles simplesmente não me escutam e não sou eu quem vai insistir em ser ouvida.
Observo o vestido de noiva pendurado no guarda roupas elegante da suíte na qual me encontro sozinha à espera do meu grande dia.
O maquiador acaba de ir embora depois de fazer um belo trabalho no meu rosto e ao me ver no espelho, tive que me controlar para não chorar e acabar estragando tudo. Me levanto e caminho lentamente até o cabide e retiro a peça de dentro da capa de proteção.
Devo admitir que a Belle Femme fez um serviço excepcional para o pouco tempo que lhes dei. A sorte é que eles já tinham minhas medidas, então sequer foi preciso que eu provasse para ver se estava tudo certo. Informei que a entrega deveria ser feita direto no Royal Plaza, em um horário que eu já estivesse aqui e por sorte, eles fizeram tudo o que eu pedi sem questionar.
Abaixo o zíper lentamente e entro dentro do vestido com cuidado para não amassá-lo.
Levo a mão até as costas, no entanto, não consigo puxar o zíper de volta para cima. Droga.
Vou até a porta e dou leves batidinhas na madeira.
— Aconteceu algo, senhorita Blair? -O segurança pergunta do outro lado.
Isso mesmo, estou trancada aqui dentro para que não acabe fugindo, segundo as próprias palavras de Theresa Blair.
Mal sabem meus pais que eu não tenho a mínima intenção de escapar desse casamento. Pelo menos não no momento. Pelo menos ficar sozinha vai me servir para algo.
— Não consigo fechar o zíper do vestido, pode me dar uma ajuda por favor? -Explico inocentemente e depois de alguns segundos de silêncio, escuto a chave girando na fechadura e a porta se abre minimamente, apenas dando espaço para que ele entre.
O coitado arregala os olhos ao me ver, mas para o seu próprio bem, não diz absolutamente nada.
Me viro de costas e ele sobe o zíper rapidamente antes de se virar para sair.
— Se abrir a boca para meus pais, acabo com seu emprego. -Ameaço séria e ele balança a cabeça temeroso. — Obrigada pela ajuda. -Completo antes que ele feche a porta novamente.
Não gosto de tratar as pessoas dessa maneira, porém, por hoje é necessário. Não posso correr o risco de descobrirem meus planos.
Volto até a cama e pego meu celular, procurando o canal onde será transmitido a luta de Angel.
Como se trata de um confronto pelo cinturão, antes da luta principal, serão realizadas outras duas que darão abertura ao evento e nesse instante, a primeira dupla já se encontra trocando socos.
Calculo que Angel e Kevin lutarão em mais ou menos meia hora. É exatamente o tempo que tenho para mandar todos à merda. Só espero que consiga.
— Vai dar tudo certo... -Sussurro para mim mesma e abraço o aparelho telefônico como se fosse uma tábua de salvação.
Envio uma mensagem para Becca para saber como andam as coisas por lá e ela me responde rapidamente, informando que a maioria dos convidados já chegou e que tanto meus pais quanto Stefan e toda sua família estão mega impacientes.
Ótimo.
Quase quinze minutos se passaram e sinto que o tempo está voando. Meu estômago se contorce de ansiedade. Será que esqueceram de me buscar?
Solto um riso amargo com o pensamento ridículo. Se tem uma coisa que não vão esquecer é isso.
O que será que Angel está fazendo? Será que ele está pensando em mim?
Sou uma idiota por querer que ele esteja triste depois de tratá-lo da pior maneira possível para conseguir que ele se afastasse de mim, no entanto, não quero que ele me esqueça. Preciso que ele ainda me ame para quando eu chegar e me explicar, ele possa me perdoar.
Sua voz ainda permeia meus pensamentos e a frase que ele me disse depois de ganhar sua primeira luta, é o que me mantém com a cabeça erguida.
— Te amo Makenna. - Essas três palavras são o combustível para fazer tudo o que for preciso com tal de mantê-lo fora de toda essa merda.
— Isso tudo é por você, meu amor, só espero que me perdoe. -Murmuro apertando os olhos e respirando profundamente.
Faço uma prece silenciosa bem a tempo de escutar batidas firmes na porta.
— Chegou a hora, senhorita. -A voz abafada me traz de volta para a realidade e me levanto depois de calçar as sandálias de salto alto. Coloco o celular no vão dos meus seios e caminho suavemente. Agarro o buquê de rosas vermelhas e suspiro pela milésima vez antes de conseguir falar.
— Estou pronta, pode abrir. -Aviso e ele obedece, me deixando sair depois de quase duas horas encarcerada.
Conforme vou saindo até a entrada, nenhum dos lacaios da minha mãe diz nada. Eles se limitam apenas a fazer o que combinaram com os chefes e em questão de minutos, estou dentro da limousine luxuosa em direção à catedral.
No momento em que chegamos, o chofer estaciona o carro na entrada e esperamos que tanto meus pais quanto os pais de Stefan entrem. Depois algumas damas de honra caminham pelo tapete de veludo. Sequer conheço essas garotas, provavelmente são amigas de alguém da família.
Avisto Stefan na porta e uma vez que todas as damas entram, ele caminha com sua mãe até o altar, com sua típica postura imponente como se fosse dono do mundo inteiro. Babaca.
Duas crianças que também não faço ideia de quem sejam, aguardam o seu momento, uma delas segura uma pequena almofada que deve levar as alianças. Pobrezinhas, tão inocentes e participando de uma farsa.
Observo tudo com uma careta no rosto. Um dia que deveria ser o mais feliz da minha vida, nada mais é do que um pesadelo virando realidade.
Dou graças aos céus pelos vidros do carro serem polarizados, assim consigo assistir tudo sem que eles me vejam.
Uma mulher com um fone de ouvido gesticula loucamente para todos, organizando cada pessoa no lugar e de repente meu pai aparece na porta com uma expressão impaciente no rosto. Tenho quase certeza de que ele preferiria estar em uma das suas reuniões de negócio ou em qualquer dos seus iates se divertindo em vez de estar em uma igreja às sete da noite em plena sexta feira.
A mesma mulher, que assumo ser a organizadora do evento, se aproxima do carro e diz algo para o motorista que assente retirando o cinto de segurança antes de sair e caminhar até parar na minha porta.
Respiro fundo sentindo o nervosismo me atacar de repente. É agora.
Seja o que Deus quiser.
O homem abre a porta e saio lentamente, aproveitando cada segundo para observar os rostos de surpresa da organizadora e do meu pai ao me verem.
Quando me aproximo de Héctor Blair, ele segura firme meu braço e aproxima os lábios do meu rosto.
— O que pensa que está fazendo, Makenna? -Rosna furioso e abro um enorme sorriso como o do Coringa ao ver Batman se ferrando.
— Isso? -Aponto para meu vestido inocentemente. — Se vou me casar com um idiota, pelo menos me deixem entrar da forma que eu quiser. Além do mais, nem adianta reclamar, não dá mais tempo de me trocar. -Afirmo e pela primeira vez em toda minha vida, vejo meu pai suspirar resignado.
— Que seja, vamos. -Me puxa para a entrada e imediatamente a famosa música começa a tocar e damos início à marcha nupcial.
Becca está na última fileira como combinamos e é a única a sorrir abertamente ao me ver.
O resto dos convidados se divide entre sussurrar ou apenas me observar com olhos arregalados. Tudo isso se deve a que em vez do típico vestido de noiva branco, visto uma peça confeccionada completamente em preto. Desde as rendas até a pedraria.
O buquê vermelho completa o look dando um contraste sombrio, representando perfeitamente o que estou sentindo nesse exato momento.
Luto.
Estou de luto pelo resto de respeito que eu tinha pelos meus pais. Luto pelo que tive que me transformar ao ferir Angel e ter que tratá-lo de uma forma que jamais pensei que seria capaz.
E por último, luto pela velha Makenna Anne Blair que fazia tudo o que os pais pediam sem discutir. Porque sim, ela está morta. A partir de hoje, nasce uma nova pessoa, Makenna Anne Strong.
Conforme vou me aproximando de Stefan, sorrio internamente ao vê-lo quase tendo um infarto no altar.
O padre também me olha assustado e ele é a única pessoa aqui pelo qual me sinto realmente culpada em desapontar.
No instante em que meu pai me entrega para Stefan, ele segura firme meu braço e não consigo evitar uma cara de nojo ao ser tocada por esse ser.
— Que merda é essa Makenna? O que acha que está fazendo? -Sussurra no meu ouvido e faço questão de não dizer nada, o que claramente o deixa ainda mais irritado.
O padre coça a garganta para chamar a atenção de todos.
— Shh, a cerimônia já vai começar. -Levo o dedo até os lábios e o cara só falta querer me esganar com as próprias mãos, contudo, fica em silêncio provavelmente pensando em como vai me castigar depois de toda essa humilhação.
Minha boca se curva em um sorriso vitorioso.
O padre começa com o seu discurso sobre como o casal deve se amar e se respeitar e toda essa baboseira. Não presto atenção em nada, apenas espero o momento certo para acabar com essa palhaçada.
Sua voz monótona ecoa pela catedral durante pelo menos vinte minutos e me esforço para não fechar os olhos de tédio, sabendo que tudo o que ele diz serviria para qualquer um dentro dessa igreja, exceto para mim.
Consigo sentir o ódio que emana do corpo de Stefan e basta apenas uma olhadela para sua família para saber que eles estão sentindo o mesmo.
Possivelmente estão me repudiando mentalmente por submetê-los a tanta vergonha e sinceramente, estou adorando isso.
Que se fodam os Brennan e os Blair.
De repente ele termina o discurso e entramos na fase da confirmação do consentimento.
— Senhor Stefan Brennan Thomas, aceita a senhorita Makenna Anne Blair como sua legítima esposa para sê-la fiel, amá-la e respeitá-la na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? -O padre pergunta finalmente.
Dias antes da cerimônia, liguei para ele e pedi encarecidamente que ele fizesse primeiro a pergunta paro o noivo, já que era uma antiga tradição de família.
Me sinto levemente mal por mentir para uma entidade religiosa, mas à essa altura, não ligo para mais nada.
— Sim, aceito. -A voz grossa afirma para que todos escutem e suspiro levemente, desejando que outra pessoa completamente diferente estivesse no seu lugar.
O padre balança a cabeça se virando para mim e abre a boca para fazer a mesma pergunta.
— Senhorita Makenna Anne Blair, aceita como seu legítimo esposo, o senhor Stefan Brennan Thomas, para sê-lo fiel, amá-lo e respeitá-lo na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? -Questiona com a voz robótica, já acostumado a fazer a mesma pergunta para centenas de casais.
— Não. -Respondo quase que imediatamente, arrancando suspiros confundidos dos convidados e escuto até alguns cochichando, provavelmente se perguntando o motivo da minha resposta.
— Acho que não entendeu, senhorita. Tem que dizer que sim. -O padre sussurra desconfortável.
— Me desculpe, reverendo, mas nem em um milhão de anos eu teria coragem de me casar com um ser tão desprezível quanto este. -Aponto para Stefan que fica vermelho de tanta raiva. — Vocês devem estar se perguntando o que deu na minha cabeça em esperar até o último momento para dizer um redondo não. -Retiro o véu da minha cabeça e desço do altar. — Acontece, que esse babaca e toda a sua família em conjunto com meus pais, me chantagearam, ameaçando a pessoa que eu realmente amo para que concordasse com essa loucura, tudo para que a empresa deles não saísse da família. -Nesse momento, seus pais só faltam desmaiar e minha mãe corre até ficar ao meu lado e aperta meu braço com suas unhas afiadas.
— Makenna o que acha que está fazendo? -Grita sem se preocupar com o que dirão.
— Eu estou me desligando completamente de vocês! -Rosno puxando meu braço com força, me liberando do seu aperto. — A partir de hoje, não me procurem mais! Não quero saber de vocês e podem ter certeza de que se por um segundo se atreverem a me ameaçar ou a ameaçar a Angel de novo, não pegarei tão leve como hoje. -Declaro com a adrenalina correndo rápido pelas minhas veias.
O lugar está em um completo silêncio, todos abismados com o que acabam de escutar e sem esperar por uma resposta da mulher que um dia ousou me chamar de filha, caminho com o queixo erguido até a saída.
Não dou nem dois passos, quando uma mão enrosca no meu braço me puxando para trás com força.
— Se acha que vai embora depois de me humilhar desse jeito, está muito enganada. Você vai subir nessa porcaria de altar e dizer sim à maldita pergunta do padre. -Stefan grunhe me arrastando de volta pelo caminho coberto por pétalas de rosas pisoteadas.
Solto uma gargalhada tão sonora que até pareço possuída por algum espírito maligno.
— Me solta agora ou... -Começo a dizer, no entanto, o babaca me interrompe com sua própria versão da risada maléfica.
— Ou o quê, Makenna? O seu namoradinho não está aqui para te defender dessa vez. Quem vai me impedir? -Debocha parando de se mover e nesse instante, sinto meu sangue fervilhando pelas minhas veias.
— Ele pode não estar aqui, Stefan, mas ele me ensinou a me defender de idiotas como você. -Anuncio antes de me liberar do seu toque asqueroso e dou um soco no seu nariz que começa a sangrar quase que de imediato.
— FICOU MALUCA VADIA? VOCÊ QUEBROU MEU NARIZ! -Grita a plenos pulmões e o padre só falta desmaiar.
Stefan avança para cima de mim em uma tentativa de me bater, no entanto, desvio das suas investidas e dou uma joelhada no seu estômago, deixando-o sem ar por alguns segundos.
Seguro seu pescoço sem dó nem piedade e aproximo meu rosto do seu, nossos narizes quase se tocando.
— A próxima vez que você sequer pensar em me tocar, seu repugnante, pode ter certeza de que gastarei meu réu primário com um enorme sorriso no rosto. - Prometo com seriedade e empurro seu corpo que cai todo estabanado no chão. Todos me observam com assombro e levanto os ombros como se não tivesse acabado de arrebentar a fuça do meu ex futuro marido. — Agora, se me derem licença, preciso ir atrás do meu homem. Não se preocupem, que o bufê ainda será servido no Roya Plaza, uma cortesia dos malditos Brennan e Blair. -Grito sorrindo antes de sair correndo porta afora.
Como tínhamos combinado, Becca já está me esperando com o carro ligado e a porta aberta.
Pulo no banco do passageiro e ela sai derrapando em direção à arena que Angel está lutando.
— Makenna isso foi demais! Esse traste finalmente teve o que mereceu! -Ela grita dando tapas animados no volante.
— Não sabe como estou me sentindo nesse momento. Minhas pernas estão tremendo, acho que é a adrenalina. -Murmuro esfregando as mãos no rosto consecutivamente.
— Oh querida, depois da cena de hoje, com certeza eu estaria desse mesmo jeito. -Afirma animada. — Essa bolsa do seu lado tem algumas roupas normais. Não pode chegar na arena vestida de Mortícia Adams. -Aponta para uma malinha de lona e imediatamente começo a me trocar.
Como não consigo abrir o zíper, acabo rasgando o vestido e de certa forma, isso me deixa com ainda mais emoção.
Em um rompante de loucura, jogo-o pela janela, observando como o tecido voa pela avenida e sorrio ao escutar alguns xingamentos dos outros motoristas.
Coloco uma calça jeans e uma blusa preta de algodão que Becca escolheu para mim. Troco as sandálias de salto pelo tênis e no momento em que acabo de me vestir, chegamos na frente da enorme arena.
Minha amiga estaciona de qualquer jeito e corremos até a entrada.
Ela me entrega nossos ingressos VIP e em questão de minutos estamos dentro do lugar.
Uma onda de pessoas vem ao nosso encontro e nos colocamos ao lado do enorme corredor para evitar ser pisoteadas.
— Mas... será que já acabou? -Grito desesperada e Becca levanta os ombros sinalizando que também não sabe.
Esperamos que a multidão diminua um pouco e continuamos nosso caminho até chegar perto do octógono.
Algumas pessoas ainda estão sentadas nos seus lugares, outras tiram fotos com alguns dos lutadores, no entanto, não avisto Angel por lugar nenhum.
Becca desaparece do meu campo de visão e giro sobre meu próprio eixo tentando localizá-la.
Alguns minutos se passam e solto um grito assustada quando sinto alguém segurando no meu pulso e me puxando.
Suspiro aliviada ao perceber que é minha amiga me levando para algum lugar com nada mais do que determinação no olhar.
— Já sei onde ele está, vamos. -Explica e balanço a cabeça em concordância.
De repente chegamos em uma zona mais desocupada e avisto meu tio conversando com um cara na frente de uma porta com o nome Angel Cross escrito com letras cursivas.
No momento em que Marcus percebe nossa presença, sua expressão muda de alegria a completamente enfurecido.
— O que pensam que estão fazendo aqui? -Pergunta sem sequer me dirigir o olhar.
— Kenny precisa conversar com Angel. -Becca responde por mim.
Não consigo dizer nada. Ver a decepção no rosto da única pessoa que me ajudou é demais para mim.
— Marcus, é sério! Você não está entendendo...
— Rebecca, não começa com essa história de novo, por favor. Estou muito ocupado no momento. -Meu tio diz suavemente, esfregando a testa com os dedos.
Becca cruza os braços e de repente vejo seu rosto ficando cada vez mais vermelho. Daqui a pouco ela vai acabar explodindo.
— Marcus Strong, ou você deixa sua sobrinha passar, ou vai ficar duas semanas sem sexo! -Becca grita sem nenhuma gota de vergonha e arregalo tanto os olhos que é bem capaz eles saírem rolando pelo chão.
Ao contrário do que pensei, meu tio solta uma risadinha e puxa minha amiga para um abraço.
— Jogou baixo agora, amor. -Ele sussurra no seu ouvido e alterno o olhar de um para o outro sem entender bulhufas. — Muito bem, Makenna. Pode entrar. -Confirma, porém não consigo me mover. É muita informação para um dia só.
Becca e meu tio estão saindo? Quando isso aconteceu?
— Vai logo antes que eu mude de ideia. -Sua voz chama minha atenção e Becca praticamente me empurra para a porta.
— Depois te explico tudo. -Sussurra no meu ouvido, beijando suavemente minha bochecha.
— O-okay... -Murmuro levando a mão até a maçaneta. Respiro fundo algumas vezes antes de finalmente abrir a porta e para minha surpresa, dou de cara com Angel.
No começo ele me observa confundido e quando percebe que realmente sou eu bem na sua frente, franze o cenho passando por mim sem dizer uma palavra sequer. Ele está com um bolso pendurado no ombro, provavelmente se preparando para ir embora.
— Angel, espera! -Grito e corro segurando seu braço delicadamente.
Ele para de caminhar, mas não se vira nem se move. — Precisamos conversar. -Começo e ele balança a cabeça negativamente.
— Acho que não, afinal de contas, deveria estar na sua maldita lua de mel, não é mesmo? -Pergunta com raiva me deixando tão perplexa que não consigo dizer nada e acabo permitindo que ele se afaste de mim, se misturando ao resto dos espectadores que caminham direto para a saída.
Um desespero começa a invadir meu corpo e olho para todos os lados em busca de uma solução para o problema que eu mesma criei.
Mas que merda!
Corro até o octógono para tentar ver se consigo algo, e avisto um homem vestido com um terno elegante e um microfone nas mãos.
Me aproximo dele rapidamente e ele me olha desconfiado.
— Me empresta isso? -Aponto para sua mão e ele nega sem nem pensar duas vezes. — Por favor! É urgente eu... perdi minha irmãzinha! Minha mãe vai me matar! -Minto e ele me passa o objeto ainda sem acreditar cem por cento no que estou dizendo.
Bato os dedos na cabeça do microfone para testar se está mesmo ligado e um som irritante sai pelas caixas de som, atraindo a atenção de algumas pessoas.
Prendo a respiração por alguns segundos.
— É tudo ou nada, Kenny! -Murmuro para mim mesma.
— Eu não me casei, Angel. -Digo alto e claro e recebo um olhar furioso do dono do microfone.
— Jamais teria coragem de fazer isso comigo, muito menos com você e se me der cinco minutos para explicar o motivo de tudo o que fiz, te garanto que você vai entender que foi apenas para te proteger. -Solto tudo de uma vez e escuto um coro de "ohhs" da pequena plateia que escuta tudo atentamente. — Vou te esperar no camarim, só por favor, me dê essa última chance... por favor. -Sussurro a última parte e devolvo o microfone para o homem que dessa vez sorri compreensivo.
Desço do octógono e caminho de volta até o camarim de Angel.
Me sento em um dos bancos com os nervos à flor da pele.
Será que ele vai aparecer?
Conforme os minutos vão passando e nada de Angel passar pela maldita porta, meu coração vai pesando cada vez mais.
É isso, ele jamais vai me perdoar pelo que fiz.
Uma lágrima solitária escorre pela minha bochecha e me levanto resignada.
Pelo menos eu tentei.
Vou até o banheiro que fica nos fundos e lavo meu rosto na pia para retirar toda essa maquiagem ridícula que agora está toda borrada.
Me limpo com um pedaço de papel e balanço a cabeça tentando não começar a chorar outra vez.
— Okay, hora de voltar para a realidade. -Declaro jogando o papel sujo na lixeira.
Volto cabisbaixa para o camarim sentindo meu corpo tão anestesiado pela tristeza que me domina no momento que por pouco não percebo a presença de outra pessoa ali dentro.
— Você tem cinco minutos. -Angel pronuncia de braços cruzados e me sento em uma das banquetas para não cair estatelada no chão.
Ele voltou.
NOTA DO AUTOR
OKAAAAAAAAAAAAYYYYYY JÁ PODEM SURTAR CARALHOOOOO
Queridos eu levei exatas QUATRO HORAS pra escrever esse capítulo,
comecei era quase 3 da tarde e acabei agorinha.
Vim direto postar sem revisar pq tô com mta adrenalina e vcs merecem ler ele o quanto antes kkkkkk portanto qualquer errinho passem reto!
Kenny prometeu e ela cumpriu! Espero de coração que tenham gostado pq eu simplesmente AMEEEEEEEEEEEEEEEEEIIII HAHAHA
Sem contar em: Becca e Marcus (eu sonhei com essa cena, literalmente, portanto ela
definitivamente NÃO poderia faltar!)
O próximo cap. só vai sair segunda, mas acreditem, vai estar tão bom quanto esse, prometo!
Não se esqueçam de votar e comentar,
Amo vcs, 🥰
Bjinhosssssss BF ❤️
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top