09 - Confusão e Capuccino
*A mídia desse capítulo é
Dangerous - Tayler Buono
Depois do incidente da cozinha, tanto Angel como eu não tocamos mais no assunto.
Obviamente agimos por impulso e aquele maldito beijo foi um erro.
Ou pelo menos é o que digo a mim mesma todos os dias.
Com o passar dos dias, acabamos construindo uma relação o mais próxima a uma amizade e engatamos em uma rotina confortável, sem atritos e cada um na sua.
As aulas de defesa pessoal não pararam e conforme vou aprendendo mais coisas, me sinto mais confiante.
No final das contas, o garoto tinha razão. Até tonifiquei alguns músculos que nem sabia que existiam.
No entanto, a frequência das aulas acabou diminuindo já que não demorou muito para que Angel voltasse a treinar, então só tenho aulas nos dias que ele está de descanso, o que de certa forma é um alívio, pois toda vez que treinamos corpo a corpo, meu coração só falta sair galopando pela sala e isso não tem nada a ver com os exercícios.
O trabalho na academia está fluindo de um jeito que jamais imaginaria e confesso que estou gostando da experiência.
Ganhar meu próprio dinheiro é libertador e apesar de saber que Marcus está me pagando só porque sou sua sobrinha, me sinto bastante feliz cada vez que recebo e posso gastá-lo sem me sentir uma garota mimada que recebe mesada do papai.
Várias vezes fui com Angel até o mercado para fazer compras e percebi que o garoto é extremamente inquieto. Não gosta de andar no meu jeep e reclama quase sempre de que sou uma tartaruga, mas não quero correr o risco de ganhar uma multa só porque o meu copiloto aparentemente gosta de velocidade.
Durante nosso trabalho, evito ao máximo me encontrar com ele.
Apesar de não termos mais falado do beijo, ainda sinto um frio na barriga cada vez que lembro da cena e tenho que me controlar para não deixar à mostra como eu fico literalmente fervendo só de imaginar como teríamos terminado essa noite se não tivéssemos sido interrompidos.
Sei que ele também sentiu o mesmo que eu, mas ao contrário de mim que sou péssima disfarçando, Angel dissimula muito bem.
Como por exemplo hoje quando entramos quase juntos na academia e ele me lançou um sorriso amigável antes de ir para o segundo andar.
Suas aulas são de manhã e ele treina de tarde.
Pelo que Becca me contou, Angel se sentia desconfortável em depender de Marcus para tudo, então sugeriu as aulas como uma forma de ganhar dinheiro e poder comprar sua própria comida.
Meu tio adorou a ideia e em menos de uma semana o garoto já estava com os horários lotados.
Sempre observo-o dando aulas. Seus alunos são homens e mulheres de idades entre doze a mais de quarenta.
E Angel trata a todos com a mesma educação e profissionalismo.
Exceto uma pessoa.
— Olá Makenna, meu professor gato já chegou? -Mia pergunta e faço um esforço enorme para não rolar os olhos ao escutar sua voz enjoativa.
— Já sim, Mia. Ele está quase terminando com a senhora Mackenzie e vai estar livre para você. -Informo a contragosto e ela balança a cabeça animada indo direto para o vestiário feminino.
— Garota insuportável. -Murmuro emburrada.
— Hum, pelo visto alguém está com ciúmes de outro alguém. -A voz de Becca invade meus ouvidos e sinto minhas bochechas arderem.
— Só pode ter ficado maluca Becky. -Resmungo e ela solta uma gargalhada.
A mulher é tão cativante que não demorou muito para me conquistar e acabamos virando amigas.
Ela mora sozinha nessa cidade enorme e às vezes me sinto triste por isso, mas segundo ela mesma disse, Becca adora a solitude.
— Você não me engana, gata. -Toca minha testa com o dedo me empurrando levemente.
— O mesmo digo, ou acha que não percebi como você praticamente come meu tio com o olhar? -Provoco e agora quem está morrendo de vergonha é ela.
— Touché. -Sussurra ruborizada.
Sorrio vitoriosa antes de puxá-la para um abraço carinhoso.
— Saiba que eu ficaria muito feliz se você virasse minha tia. -Digo baixinho no seu ouvido e ela solta um muxoxo desanimada.
— Só falta seu tio pensar o mesmo. -Diz cabisbaixa e minha vontade é de dar uns tapas em Marcus.
Como ele não pode perceber a mulher maravilhosa que tem bem debaixo do seu nariz?
Meu tio é um galã de primeira, um homem tão lindo que chega arrancar suspiros de qualquer um e ele sabe muito bem disso.
É uma pena que Becca esteja apaixonada por alguém que não tem o menor interesse em uma relação amorosa a longo prazo.
— Okay, quando essa conversa passou de Makenna e Angel a Becca e certa pessoa? -Zomba rindo e acompanho seu sorriso.
— Eu poderia ficar o dia inteiro te incomodando, mas tenho que voltar ao trabalho. Mais tarde eu volto para te atazanar mais um pouco. -Brinco e ela me despede com um movimento de mão antes de continuar fazendo o que quer que ela faça no computador.
Aproveito para ir até a área dos tatames e arrumo algumas coisas sob o olhar atento de Evan.
Desde que ele bateu em Angel, não consigo aturá-lo. O garoto tentou se aproximar várias vezes com seu papinho furado, mas já deixei bem claro que definitivamente não quero nada com ele.
Faço o que tenho que fazer o mais rápido que posso para ficar longe do garoto e quando termino tudo, praticamente corro até o segundo andar.
A academia está lotada hoje e a maioria dos caras não tem a pachorra de colocar os halteres no lugar.
— Idiotas. -Resmungo guardando os elementos pela milésima vez.
De soslaio percebo Angel e Mia treinando e a garota faz questão de rir super alto como se estivesse em um show de palhaços.
Respiro profundamente caminhando para longe dali.
Observo aérea alguns homens e mulheres se exercitando e dando tudo de si para construir um corpo perfeito aos seus olhos.
A maioria já é experiente e faz os exercícios sem ajuda, mas é possível identificar alguns novatos que estão apenas começando essa nova vida saudável.
Dentre eles, uma garota que luta para colocar duas anilhas em uma barra e ao ver o que ela está fazendo, saio correndo até parar bem na sua frente.
Me abaixo pegando dois clips de segurança e balanço na altura dos seus olhos.
— Não acha que está esquecendo algo? -Questiono com a sobrancelha levantada e a garota fica completamente vermelha ao perceber o erro.
— Droga! Sabia que algo estava errado. Nunca acerto nada. -Resmunga encabulada e sorrio dando a volta até ficar na altura da barra.
Imediatamente percebo outro erro.
— Como você se chama gatinha?
— Karyn.
— Prazer Karyn, me chamo Makenna e trabalho aqui na academia. Então, você está colocando duas anilhas de pesos diferentes, olha. -Explico apontando para os discos com os números cinco e três quilos.
Karyn bufa nervosa e sorrio ainda mais.
— Calma querida, erros acontecem, você só tem que prestar mais atenção da próxima vez, okay? Usar dois pesos diferentes pode acabar te machucando, e lembra sempre das presilhas para não correr o risco de machucar outra pessoa. -Esclareço e ela balança a cabeça concentrada no que estou dizendo.
Vou até o suporte e troco a anilha de três quilos pela de cinco.
Ajudo a colocar na barra e ensino como prender com os clipes.
É incrível como fico feliz por estar fazendo algo tão simples.
Me sinto como em casa. Quem diria que Makenna Blair gostaria de trabalhar em uma academia cheia de gente suada e fazendo barulhos estranhos enquanto se exercitam?
— Obrigada Makenna, você é a primeira pessoa que se dispõe a me ajudar. Comecei a pouco tempo e ainda tenho que me acostumar. -Karyn me traz de volta e balanço a cabeça animada.
— Não há de quê, linda. Te aconselho a usar luvas também, -aponto para suas mãos delicadas- assim a barra não escorrega das suas mãos e sua pele não se resseca com o atrito. Se quiser, temos vários modelos na entrada, você pode comprar uma agora ou quando for embora. -Ofereço e ela sorri animada.
— Obrigada mesmo. Você é igual a Becca. -Diz pensativa.
— Becca é uma ótima pessoa, então vou tomar isso como um elogio. -Brinco piscando um olho.
— Com certeza foi um elogio. -A garota confirma e nego com a cabeça antes de me virar para continuar meu trabalho.
Bufo algumas vezes juntando vários aparatos do chão.
— Acabei de guardar tudo, bando de folgados. -Reclamo entredentes me abaixando para pegar um haltere largado no meio do caminho pronto para derrubar algum desavisado.
Me levanto soltando fogo pelas ventas me virando rápido e sem perceber acabo colidindo com um homem enorme fazendo-o perder o equilíbrio por alguns segundos.
— Oh, me desculpa! Não te vi. -Digo sorridente, no entanto, recebo uma carranca como resposta.
— Qual é, ficou cega garota? Quase derrubo tudo aqui! Se tivesse me machucado você estaria ferrada. -O cara grita atraindo a atenção de pelo menos umas dez pessoas que estão ali perto.
— Já disse que foi sem querer, não precisa se alterar. Além do mais, você não derrubou nada. -Peço educadamente, mas o maluco pelo visto quer arrumar confusão.
— Isso é jeito de falar com um cliente? Você por acaso sabe quem eu sou? -Grita cada vez mais alterado.
— Não, senhor. E não tenho a mínima intenção de saber. -Afronto com a voz calma antes de me virar para sair dali.
Esse tipo de gente é melhor nem dar corda.
Estou quase chegando na porta quando sou puxada para trás em um supetão e meu sangue ferve no mesmo instante.
— Ah, mas você não vai me deixar falando sozinho! -A voz irritada penetra meus ouvidos e respiro fundo.
— Me solta agora. -Ordeno nervosa, no entanto, o maluco parece não me escutar e me sacode ainda mais forte dizendo coisas sem sentido.
— Okay, foi você quem pediu. -Declaro antes de me virar repentinamente, me livrando do seu aperto e levando seu braço até suas costas dobrando-o com o máximo de força possível.
O homem grita de dor pedindo várias vezes para que o libere imediatamente.
— Da próxima vez que você ousar tocar em mim, juro que quebro o seu braço. -Sussurro no seu ouvido e ele engole seco.
Libero-o e empurrando seu corpo musculoso para longe de mim.
Estou tremendo em uma mistura de adrenalina, raiva e euforia. Minha boca seca em questão de segundos e corro até a cozinha. Bebo quase quatro copos de água e respiro fundo tentando me tranquilizar.
Alguns segundos depois Angel aparece correndo pela porta com uma expressão furiosa no rosto.
— Eu sei, não deveria ter feito aquilo, mas aquele idiota mereceu. -Me defendo antes mesmo que ele comece a falar.
— Você está bem? -Pergunta com a voz séria enquanto segura meu rosto e analisa meu corpo sem nem se preocupar em disfarçar.
— Estou bem, Angel. Não foi nada. -Dou um tapa no seu braço e me afasto do seu toque.
Estou com tanta adrenalina na veia que seria capaz de pular em cima dele se ele continuar me tocando.
— Pelo visto aprendeu direitinho o que te ensinei. -Sorri orgulhoso.
— Obrigada, por certo. Parece que as pessoas tem algum fetiche em me puxar pelo braço, só pode ser isso. -Brinco, mas ao contrário do que pensei, Angel fica sério outra vez.
— Já avisei Marcus do ocorrido. Está tudo filmado e aquele babaca não vai se atrever a te incomodar outra vez. -Explica se aproximando e sinto um frio na barriga.
Mas que droga! Não posso sequer controlar meu corpo traidor quando esse garoto está por perto.
— Já acabou a aula com Mia? -Tento mudar de assunto, não quero me iludir pensando em como ele se preocupa comigo.
Provavelmente Angel faria o mesmo com Becca ou com alguma das outras garotas que trabalham aqui.
— Na verdade não. Quando vi que aquele idiota estava te segurando, corri para ajudar, mas você acabou se saindo muito bem. -Coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Não faça isso, por favor. -Imploro desesperada.
— O quê? Te tocar? -Pergunta baixinho no meu ouvido com falsa inocência.
— Você sabe do que estou falando, só... vamos manter as coisas como estão. -Aperto firme as pálpebras para não ter ver seus olhos ardentes e acabar fazendo alguma besteira.
— Até quando vamos fingir que não existe uma atração entre nós dois? -Solta de repente e quase engasgo. Às vezes esqueço como Angel é direto e isso sempre me pega de surpresa.
— Angel por favor só...
— Makenna, no meu escritório agora! -A voz do meu tio ecoa dentro da cozinha e abro os olhos assustada.
Saio praticamente correndo para escapar do garoto que nega com a cabeça antes de voltar para suas aulas.
Não sei o que é pior: enfrentar um Marcus furioso ou um Angel me tocando toda hora.
Bato suavemente na porta antes de entrar e me sento na cadeira bem à frente do homem furioso.
— Tio eu tive que me defender, aquele maluco segurou meu braço e...
— Makenna só fecha a matraca, por favor. Eu não vou brigar com você. -Explica e suspiro aliviada. — Já tomei as devidas providências com aquele idiota, pode ter certeza que isso não vai acontecer outra vez, não na minha academia. Você está bem? Como conseguiu se livrar dele? -Pergunta desconfiado e empalideço.
Será que devo contar que estou fazendo aulas com Angel? Não sei como ele reagiria, mas não pode ser algo tão ruim, não é mesmo? Estou aprendendo a me defender afinal de contas.
Marcus insiste com a sobrancelha levantada e não me resta outra alternativa que dizer a verdade.
— Angel está me ensinando defesa pessoal em casa. -Solto tudo de uma vez e fecho os olhos, pronta para a bronca que acaba não chegando.
Abro um olho e depois o outro apenas para ver meu tio me observando sério, porém sem nenhum traço de irritação no rosto. Na verdade, posso até identificar um pequeno sorriso nos seus lábios.
— Okay. Foi até bom você aprender mesmo, se algum outro idiota quiser passar da linha com você, me avise por favor. Não tolero esse tipo de conduta na Strong. Agora pode voltar ao trabalho. -Ordena e saio do escritório no mesmo instante.
— Makenna! Você está bem? -Dessa vez é Becca quem se aproxima me abraçando apertado.
— Estou bem sim, quase quebrei o braço daquele babaca inclusive. -Ressopro orgulhosa de mim mesma e ela me dedica um enorme sorriso.
— Sabia que ele estava te dando aulas particulares. -Declara quase gritando e levanto uma sobrancelha curiosa. — Há alguns dias atrás, Angel me ligou pedindo o número de um distribuidor de tatames. Eu desconfiei que era para isso. Fico muito feliz que ele tenha te ensinado a se defender. -Explica e fico ainda mais curiosa.
— O que acha de tomar um café comigo depois do expediente assim você me conta tudo? -Pede animada e não me resta outra alternativa senão aceitar sua oferta.
— Então vocês se beijaram! Sabia que havia uma tensão sexual entre os dois. -Becca sorri enquanto bebe seu café com calma.
Contei a ela o que aconteceu dias atrás.
Eu sinceramente precisava desabafar com alguém e minhas supostas amigas ultimamente não estão nem aí para a minha existência.
Estamos em uma casa de chá muito bonita, o lugar é todo decorado em tons pastéis e as atendentes usam um figurino vintage. Tudo aqui é ambientado nos anos oitenta e de certa forma a combinação de cores, formas e vestimentas me traz certa paz.
Becca diz que sempre vem aqui sozinha e que está adorando ter uma companhia para conversar o que me deixa feliz e triste ao mesmo tempo, mas disfarço o sentimento já que não quero estragar nossa saída.
— Foi um erro, Becky. Uma decisão tomada no calor do momento.
Além do mais, eu sequer conheço Angel tão bem. Você acredita que ele sempre deixa o quarto trancado? Certeza que deve esconder algo. -Murmuro a última frase para mim mesma. É o que sempre penso cada vez que ele sai.
— Ou talvez ele só queira manter a privacidade dele, já que está morando com uma desconhecida. -Observa e olho para ela com algo de desdém.
— Como se eu fosse roubá-lo ou algo assim. -Debocho com um sorrisinho de canto.
— Não é esse o ponto, Kenny. Desde que Angel chegou aqui, ele demonstrou ser alguém bem discreto e não gosta de compartilhar muito da sua vida pessoal. Talvez esteja acontecendo o mesmo no apartamento, afinal de contas você queira ou não, é uma desconhecida para ele também. -Conclui e tenho que concordar com a morena à minha frente, no entanto, uma sensação estranha faz meu estômago se revirar. Será que ele pensa isso de mim?
— É, ao que tudo indica, sou uma intrusa na vida dele. -Bebo meu capuchino contemplando as pessoas que caminham apressadas pela rua.
— Oh não. -Escuto um praguejo e volto minha atenção para Becca.
— O houve?
— Você gosta dele. -Solta sem cerimônia.
— O quê? Claro que não, Becca. Apenas nos conhecemos há menos de um mês. -Levo uma mão até meu pescoço me sentindo sufocada de repente.
— Makenna, um mês é mais do que suficiente para duas pessoas desenvolverem sentimentos um pelo outro. Você sabia que, em média, leva apenas quatro minutos para se apaixonar? -Segura minha mão carinhosamente e fecho a cara nervosa e com medo ao mesmo tempo.
— Não gosto de Angel. No máximo tenho tesão por ele, o que é muito diferente de gostar.
— Do que tem tanto medo? -Questiona seria. Fico alguns segundos calada tentando organizar os pensamentos na minha cabeça, mas tudo dentro de mim é uma enorme confusão.
— E-eu não sei. Sinceramente, minha vida está uma bagunça no momento. Ou acha que aceitei morar com um desconhecido por diversão?
Não é... -respiro fundo -não é tão simples me entregar assim, Becca. Às vezes sinto que nem eu me conheço, muitas coisas mudaram de uma hora para outra e todos as manhãs me levanto sentindo que eu estou apenas pretendendo ser alguém que não sou e que uma hora ou outra vou ter que voltar para a realidade da qual tento escapar cada maldito dia. -Admito pegando tanto a Becca como a mim de surpresa.
Recebo um olhar piedoso e balanço a cabeça respirando pela boca e soltando o ar lentamente pelo nariz.
— Você não está fingindo ser ninguém, Makenna Blair. Apenas está buscando sua liberdade. -Becca sussurra como se estivesse compartilhando um segredo e arregalo os olhos assustada.
— Como soube?
— Por favor Kenny, não é difícil descobrir quem é você. Além do mais, eu fico encarregada de fazer os contratos e meio que olhei sua identidade. -Confessa envergonhada. — Mas pode ficar tranquila que não vou dizer a ninguém. -Assegura e balanço a cabeça aliviada.
— Obrigada. Eu realmente cansei de ser subjugada por todos à minha volta. Fora que minha mãe quer me obrigar a casar com um idiota. -Resmungo e de repente em questão de segundos, estou contando toda a minha vida para minha mais nova amiga.
Becca escuta tudo atentamente e só falta querer matar meus pais quando finalmente fico em silêncio.
Conversamos por mais algumas horas até que quando percebemos, o local já está quase fechando.
— Eu pago por hoje. -Declaro já retirando meu cartão da bolsa.
— Nada disso, mocinha.
— Becca é sério, eu pago. -Insisto até que ela finalmente aceita com a cara fechada.
— Saiba que da próxima eu não vou te deixar pagar. -Reitera e concordo enquanto caminhamos até o estacionamento.
Depois de deixá-la em casa, vou direto para o apartamento.
São quase nove horas e me sinto estranha em voltar tão tarde. Quase culpada.
— Deixa de se iludir a toa, Makenna. -Toco o volante com os dedos no ritmo da música que preenche o carro.
Depois que conversei com Marcus, procurei Angel para agradecer pela ajuda, mas não o encontrei em lugar nenhum.
Hoje ele tinha treino. Será que aconteceu algo?
Estaciono o carro no lugar de sempre e subo as escadas com calma.
Coloco a chave na fechadura, mas antes mesmo que eu possa abrir a porta, uma gargalhada feminina ressoa de dentro do apartamento.
Levo a mão até meu estômago provando um sabor amargo na boca, como se tivesse levado um soco.
Mas o que eu pensava? Não temos absolutamente nada e Angel pode sair com quem ele bem entender, assim como eu.
Mesmo querendo me convencer disso, não tenho vontade de entrar e vê-lo com outra. Contudo, essa é minha casa agora, de modo que não tenho escapatória.
Outra risada preenche o silêncio e respiro fundo antes de finalmente girar a chave e passar pela porta como se nada estivesse acontecendo.
Conforme vou me aproximando da sala, meu estômago se revira mais e mais forte e tudo piora quando vejo Angel sentado ao lado de uma mulher ruiva que o abraça carinhosamente. Ela é tão linda. Os dois sorriem um para o outro enquanto conversam animados.
Continuo entrando e fazendo algo de barulho até que eles me notam e tenho que me segurar para não fazer uma careta.
— Que bom que chegou, Makenna. -Angel se levanta e se aproxima até ficar a apenas centímetros de distância. Agora sou Makenna pelo visto.
— Sim, estava com Becca. -Sorrio desanimada e percebo que a ruiva nos observa atenta.
— Eu vou tomar um banho, se não se importar. -Sussurro para que apenas ele ouça e recebo um olhar enigmático.
— Antes quero te apresentar alguém. -Segura minha mão e caminhamos até ficar de frente para a mulher que se levanta e me puxa para um abraço apertado, o que me pega de surpresa. — Makenna, te apresento Lily, minha cunhada que amo como irmã. - Sorri mostrando suas covinhas é só consigo prestar atenção na palavra cunhada.
Antes que eu possa responder, outra gargalhada ressoa no apartamento e de repente uma garotinha ruiva aparece correndo até os braços de Angel que a levanta em meio a mais gargalhadas.
Um homem surge atrás dela. Ele é muito bonito e bem parecido com Angel.
Definitivamente não estou entendendo nada.
— Olá Makenna, sou Ayden, irmão de Angel e esposo dessa gata ruiva -aponta para Lily que sorri - e essa monstrinha é Violet, nossa filha. Então você é a companheira de apartamento desse bundão? -Pergunta divertido e Lily repreende-o pelo palavrão.
Ayden tem quase o mesmo porte que o irmão, só que um pouco menos definido. Noto algumas tatuagens pelos seus braços e desconfio que Angel tenha se inspirado nele para adornar sua pele morena.
— Eu... sim? -Não sei o que dizer. Será que todos nesta família são tão bonitos? Me controlo para não me beliscar para ver se não estou sonhando.
NOTA DO AUTOR
Olá coisas lindas do meu coração! Tenham uma ótima semana e espero que tenham gostado do capítulo! Não se esqueçam de votar e comentar!
O que estão achando do avanço da história? Eu fico muito ansiosa para saber a opinião de cada um
Não sei se todos sabem, mas tenho um grupo no WhatsApp para que conversemos mais sobre os livros, onde dou também alguns spoilers sobre os próx. capítulos kkk
O link está na minha bio, fiquem à vontade para entrar 🤭🤭
AH, aproveitem o capítulo Bônus 🔥🔥
Amo vcs, 😻
Bjinhossssss BF ❤️
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top