||Homens Sórdidos|| @FabioHingst1
HOMENS SÓRDIDOS de FabioHingst1
O Livro Homens Sórdidos retrata de Quatorze histórias de homens distintos. Atualmente, o livro conta com 6 arcos e todos estão interligados e formarão uma trama muito maior. As histórias se passam na província de Gatesby, uma Região dos Domínios de Wellfare.
Como vocês sabem, meus queridos leitores, o projeto Santa Ajuda realiza a leitura de 6 capítulos da narrativa, que completam exatamente dois arcos, o do Ladrão e o do Cavaleiro, sendo do 1 ao 3 e 4 ao 6, respectivamente. Pois bem! Vamos ao que interessa!
PERSONAGENS
Arco do Ladrão:
|HOD| Não há uma descrição do personagem, apenas dizendo que se trata de um ladrão.
|INDIGENTE| É um velho pendurado no teto pelos pés.
|CRIATURA| É descrito como um humanoide de unhas muito compridas e que não possui nenhuma característica no rosto além do cristal.
Arco do Cavaleiro:
|CAVALEIRO| É descrito como um homem muito forte e corajoso.(Tem uma armadura daora também).
|EXÉRCITO INIMIGO| O exército que um certo conde quer destruir.
|BICHOS DA TERRA| Criaturas zumbis, que desejam carne fresca.
ENREDO
O Arco "Ladrão" retrata a história de um protagonista que foi pago por um Duque chamado DuGuerr, para viajar e conquistar um tesouro em uma terra distante. Dessa maneira, Hod, encontra-se em um ambiente desolado pelo frio. A narrativa se passa dentro de uma fortaleza abandonada e mostra como a personagem vai explorando as várias câmaras e corredores do local até encontrar uma jóia. Esta está cravejada no rosto de uma criatura mágica e poderosíssima. (Fica a dúvida se é a criatura que tem poderes ou a jóia que deu os poderes a ela). E acaba por aí.
Apesar da linguagem rebuscada e muito chique, diversas partes do texto são apenas repetições do que já foi citado no capítulo 1.Frases como "A atmosfera gélida e obscura daquele local abandonado há tanto tempo" são muito comuns e diversas vezes repetidas. Acho que seria um pouco mais dinâmico se as descrições fossem feitas de maneira mais assertiva e menos detalhada.
Por exemplo:
Essa frase toda poderia ter sido substituída por: "Tudo o que pôde enxergar era uma pequena e distante fonte de luz, que parecia atraí-lo ainda mais para dentro da fortaleza."
Uma descrição mais simples, sem tantos adjetivos e enrolação. Não quero que você me entenda mal. A sua escrita é maravilhosa e você encontra palavras ótimas. Mas no fim das contas, são palavras DEMAIS para descrever algo que não é tão importante para a história.
Eu acho que seria mais produtivo focar diretamente na narrativa. Uma descrição mais detalhada da criatura que o Ladrão encontra no capítulo 3 ou uma luta um pouco mais complexa trariam mais interesse e ânimo para a história. O final do Arco do ladrão ficou com aquele gostinho de ... Só isso?
Outra coisa que pode ser levada em consideração nessa resenha é o tamanho dos capítulos. Pela construção dada aos dois primeiros, a história ficaria muito mais fluída e harmônica, se é que podemos chamar assim, se a parte 1 e 2 fossem apenas um capítulo.
Vale ressaltar que a construção geral de uma narrativa, seja ela extensa ou curta, é que deve sempre haver uma exposição, problemática (conflito), clímax e conclusão.No primeiro capítulo tudo que aconteceu foi observar o protagonista andar e chegar ao local. Nem sequer a história do mapa perdido foi uma problemática, pois no parágrafo seguinte Hod alcança a fortaleza.
Bom, atente-se em buscar detalhes voltados à história, não tanto ao ambiente ou aos sentimentos gélidos que a personagem sente.
Uma coisa que eu achei engraçada na história foi o fato de na parte de cima da fortaleza o Hod estar se borrando de medo do barulho que veio do lado dele, mas simplesmente partir pra porrada com o vilão. Essa coragem absoluta é muito coisa de protagonista bravo que não tem medo da morte ou que tá super convencido que vai ganhar. O Hod não tem nem certeza se ia entregar a jóia para o Duque, imagina se ele vai querer arriscar a PRÓPRIA VIDA só por causa de dinheiro. Acho que ele poderia ter mais motivação ou uma complicação para buscar a aquisição da jóia.
A situação se inverte um pouco no segundo arco "Cavaleiro", que começa com uma descrição mais dinâmica no início, narrando um campo de batalha. Apesar dos adjetivos rebuscados ainda estarem ali, a fluidez da leitura foi muito melhor e já no primeiro capítulo do arco ocorre uma problemática que gera interesse em ler a segunda parte.
O capítulo dois desse arco dá uma esfriada na história por voltar a ter longas descrições de campo de batalha e dos sentimentos da personagem,que passou o capítulo todo para se levantar e lavar o rosto. O capítulo três volta a ter ação, mas senti falta de uma descrição melhor dos inimigos, que ficaram apenas como "bichos da terra". Talvez apresentar suas expressões
ou se tinham inteligência. Fica meio vago. Se eram tão fortes, eles eram grandes, certo?! Não dá pra saber por não ter uma descrição do tamanho.
Enfim, o capítulo termina de um jeito bem mais dramático e desperta curiosidade para saber se o protagonista sobrevive ou não ao ataque das criaturas.
Mas ainda há alguns, exemplos mirabolantes na história que mais me geram sentimento de inquietação do que de compreensão, como esse:
Olha exemplo de redundância de novo. Me fez perguntar o motivo de existir essas "descrições poéticas". E a resposta que encontrei foi o puro e simples vício de linguagem. Pareceu que as tentativas do autor de rebuscar a descrição das coisas, causou esses efeitos. Tanto no primeiro, quanto no segundo arco, existiam essas descrições maçantes e cansativas por toda a parte.
Não há motivos para escrever que a pele parecia de morto, sendo que já foi descrito como cinza e que não mostrava o brilho de um ser vivo.
ORTOGRAFIA E COERÊNCIA
Por Deus do céu. Os pensamentos não tem aspas e os diálogos (praticamente inexistentes) não possuem travessão. Não faz isso com a gente. Não faz. Coloque aspas ou aglutine os pensamentos com a narração. Exemplos a seguir:
Usando aspas.
"Se não fosse aquela maldita barreira" pensou.
Entre a narração.
O mago olhava embasbacado o tamanho da fortaleza e suas muralhas. Mas já havia ido longe demais para desistir. Se não fosse por aquela maldita barreira, a entrada seria muito mais rápida.
E pela mãe do guarda, use TRAVESSÃO! E jogue o itálico na lixeira mais próxima, obrigado.
No mais, apenas alguns errinhos de concordância ou redundância estão presentes na história. Um ponto muito positivo para o Autor, que escreveu tudo de maneira sofisticada, por vezes repetitiva, mas quase nunca tendo erros de vício de linguagem.
(Translúcidas a luzir) É complicado algo reluzir quando é translúcido, justamente porque uma coisa translúcida geralmente não reflete luz. É só pensar no vidro, é muito difícil o vidro refletir algo. Precisa ter um ângulo específico com a luz e etc.
Ah, e também tem o "Enfrentar de frente" Se é enfrentar, já é de frente ( É o mesmo que dizer que vai encarar com a cara).
CONCLUSÃO
NOTA: VIRTUDE!
☁ ☁ ☁
Homens Sórdidos possui uma construção bem interessante e, no primeiro arco não me gerou curiosidade, mas ao ver o nome do Duque na segunda parte, fiquei intrigado sobre quem se tratava e qual a ligação entre ele, o ladrão e o cavaleiro. A linguagem escolhida para o texto é bem rebuscada e requer um vocabulário mais acentuado e uma leitura mais fina, não sendo indicada para qualquer tipo de público, mas isso não é um defeito, e sim uma característica da abordagem. Acho a escolha bem válida e se não fosse pela descrição exagerada, seria bem divertida. A história parece ter inspirações bem legais e pela análise, tem uma ambientação bem construída.
Bom, então as notas e dicas do resenhista (Thi)são:
-Evite descrições longas e repetitivas. Planeje bem o local da cena e faça uma descrição detalhada, mas não de maneira exagerada.
-Procure focar mais na narrativa e menos no personagem andando.
Como essa resenha só trata dos seis primeiros capítulos, não sei como são os outros arcos, mas nesses dois, dos 6 capítulos apresentados, três foram só das personagens andando. Isso gera um certo transtorno e tira a atenção e vontade de continuar lendo.
E a última dica é: A história importa mais que a ortográfica. Não adianta ter um livro lindo se ninguém quiser ler.
Um exemplo real disso é o Parnasianismo. Ele foi um movimento literário francês que fez muito sucesso no Brasil. Que possuía Olavo Bilac como principal referência. Caso queira dar uma olhada, caro leitor, separei um poema do próprio Bilac para exemplificar a descrição exageradamente detalhada:
"Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas"
O poema todo literalmente só descreve uma árvore....
Outro exemplo de poema Parnasiano é o Hino Nacional Brasileiro, que foi escrito por Joaquim Osório Duque Estrada, e conta apenas a descrição do Brasil.
Notas da Anna: Acredito que você mistura demais poesia com prosa. Poesia é bela, traz vislumbre. Mas vejo que sua narrativa acaba ficando mais bonita de ler e menos funcional de entender. Dá a impressão de nadar, nadar e nadar e morrer na praia. A gente percebe o seu enorme vocabulário e conhecimento descritivo. Mas não é só de palavras rebuscadas que se constrói uma narrativa. Economize nos adjetivos e foque na trama, senão vira um livro de poesias épicas!
Acho que suas ideias têm um potencial enorme e você merece bastante visibilidade!
Seu anjo da Guarda
-Thi
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