Capítulo 6
Judy, Vaiola, Ximena e eu estávamos ao redor da mesa com vários petiscos, doces e salgados. Peguei mais um pretzel, já tinha comido pelo menos cinco. Eu amava, ainda mais com uma xícara de café bem quente, mas aqui, no caso, só tínhamos a opção de refrescos, ótimo para amenizar o calor do verão. Era proibido bebidas alcoólicas nas dependências da Escola, assim como fazer uso de qualquer outro tipo de drogas. Segundo Judy isso não impedia algumas pessoas de quebrar as regras e a risada que deu quando lhe questionei se ela se enquadrava naquilo foi uma resposta.
Olhei ao redor, os alunos que interagiam conversando e dando risada. Nós sentamos em um dos bancos e encarei a fogueira enquanto bebia refresco de limão. Vi Piter mais ao longe e reparei que conversava com alguém, mas as labaredas do fogo não me deixavam enxergar com nitidez.
Vaiola tocou meu braço, chamando atenção para a conversa e sorri como pedido de desculpas.
— Judy está explicando sobre os finais de semana. — comentou.
— Ah, o que tem? — olhei para Judy.
— Nós estamos liberados para sair dois finais de semana no mês, — fez uma careta — Geralmente viajamos para nosso reino, visitar a família, essas coisas... — deu de ombros.
— E nos outros dois? — Ximena perguntou.
— Nós fazemos atividades extracurriculares, não está na grade de matérias, mas contam pontos no final do semestre. — fez um sinal de desdém com a mão — É só no sábado, mas normalmente estamos cansados demais para sair no domingo. — ponderou.
— E o que seriam essas atividades? — arqueei uma sobrancelha.
— Geralmente são voluntariados, — suspirou baixo — Em asilos, orfanatos, lar de animais abandonados, na biblioteca central... — enumerou com os dedos — Vários lugares.
— Nossa, nem imaginava isso. — Ximena comentou e assenti.
Não tinha encontrado nada na internet sobre essas atividades e não lembrava de Kamily ter falado algo referente.
— Nem me fale... — ouvi alguém e percebi que uma garota havia acabado de sentar na ponta do banco — Esses voluntariados são um saco! — fez uma careta.
— Como se você pudesse fugir disso alguma vez na vida... Princesa Jasmine! — Judy acusou e deu risada.
A garota bufou baixo e revirou os olhos, bebendo de seu copo.
— Nem me fale. — murmurou novamente — Ficar sendo simpática com as pessoas o tempo todo... Não tenho paciência.
— Diga isso para seus pais e o festival anual de solidariedade que fazem todos os anos. — Judy alfinetou.
Jasmine a encarou seriamente e por segundos achei que pudesse ter alguma agressão física, mas surpreendendo-me, as duas deram risada. A garota levantou do banco, erguendo o copo como forma de se despedir, antes de ir em direção a outro grupo de pessoas.
Franzi a testa e neguei com a cabeça. Então Jasmine se achava mais só porque era princesa e logo assumiria o trono? Que pensamento imbecil. Uma coroa não fazia ninguém melhor do que o outro, nada disso vale se não tiver princípios e caráter, para dizer o mínimo.
Não sei se gostei dessa garota! Pensei enquanto dava mais um gole no refresco.
Algum tempo depois Piter surgiu acompanhado de Pablo, o garoto de quem havia elogiado a bunda anteriormente. Os dois pareciam ter se dado bem e notei que o interesse era mútuo.
Nós ficamos conversando distraidamente sobre assuntos aleatórios, vez ou outra íamos até a mesa pegar algo para comer ou beber. Em certo momento, Laisa apareceu com uma garrafa clandestina de vodka e antes que conseguisse negar ela já tinha colocado uma boa quantidade no meu copo, distribuindo o restante no dos outros. O gosto não era dos melhores e nem de perto minha bebida preferida, mas não queria ficar de fora da comemoração, então aceitei quando Laisa serviu a segunda dose. Só esperava que isso não rendesse uma ressaca no dia seguinte.
— Deixa que eu ajudo. — Frederick prontificou-se quando ia pegar mais refresco para misturar na bebida.
— Obrigada. — sorri levemente.
Estendi o copo e assim que estava cheio bebi um pequeno gole, agora já acostumada com o sabor amargo.
— Não conseguimos conversar depois do jogo. — comentou — Acho isso lastimável.
— É? — inclinei levemente a cabeça — Por quê?
— Porque assim não poderemos nos conhecer melhor. — deu de ombros.
— Ainda não posso opinar se isso é bom ou ruim. — ponderei.
Fred deu uma risada alta e um passo para mais perto. Mordi o lábio inferior e o encarei. Não sei se pelo efeito do álcool, ou pela proximidade, mas seus olhos azuis pareciam chamar atenção com o brilho da fogueira refletindo.
Quando percebi Fred estava ainda mais próximo, senti sua mão tocar minha cintura e provavelmente a intenção era me beijar. Acho que isso teria acontecido, se não fosse pelo esbarrão que levei.
— Desculpe. — Luiza pediu enquanto se abaixava e pegava meu copo, caído no chão — Encho outro para você. — afirmou já pegando um novo copo.
— Tudo bem. — neguei com a cabeça — Acho que já bebi demais.
— Tropecei no próprio pé. — Luiza justificou e olhou para o chão entre nós duas — Que tosca...
— Acontece, relaxa. — tranquilizei-a — A gente se vê! — acenei para Fred, que apenas assentiu.
Me afastei dos dois, ouvindo os cochichos entre eles, mas ignorei e apenas voltei ao banco, sentando ao lado de Vaiola. Ela já estava bem animada por causa da bebida e passou o braço pelos meus ombros, puxando para perto e beijando minha bochecha enquanto dizia que nós seríamos 'melhores amigas para sempre'.
...
Essa fogueira foi com certeza uma das mais divertidas que já tinha ido e pensando nisso deixei Vaiola no quarto dela, mais precisamente na cama, depois de tirar seus sapatos e cobri-la com o lençol. Ainda, deixei a lixeira ao seu lado no chão, apenas por prevenção. Sua colega apareceu quando estava saindo e assegurou de que cuidaria de Vaiola caso precisasse, o que agradeci.
Por sorte não tínhamos encontrado nenhum funcionário no caminho do bosque até o internato e os seguranças pareceram não ter notado o real estado de Vaiola.
Entrei finalmente no meu quarto e milagrosamente estava vazio. Sorri vitoriosa ao perceber que Michely seguiu a instrução que lhe dei e foi aproveitar o tempo livre.
Suspirei baixo e segui direto ao banheiro, pois estava fedendo a madeira queimada e bebida. Tirei as roupas e coloquei no cesto. Entrei no box e liguei o chuveiro, deixando a água cair sobre meus ombros.
Quando estava pronta me sequei e coloquei o roupão, voltando ao quarto. Peguei o pijama e o vesti. Enxuguei melhor o cabelo e penteei, resolvendo deixá-lo ainda úmido, pois estava cansada demais para usar o secador.
Assim que me acomodei na cama, peguei o celular em cima do bidê e vi as mensagens não lidas. Porém, meu cérebro estava meio aéreo, ainda pelo efeito do álcool, então apenas ativei o despertador e deixei para respondê-las no dia seguinte.
Me acomodei melhor no colchão macio e fechei os olhos, adormecendo quase imediatamente.
Alisei a saia que usava mais uma vez enquanto subia a escadaria da Escola. Por mais que Michely tivesse afirmado várias vezes que o uniforme ficou bom, ainda me sentia nervosa e insegura.
Como já esperava, Michely apareceu hoje pela manhã para ajudar a me preparar para o primeiro dia de aula. Ela mostrou as opções de uniforme que havia buscado e organizado perfeitamente no roupeiro.
Eram quatro camisetas, duas polos e duas sociais de manga comprida, nas cores branca e azul. Além disso, duas saias, uma totalmente azul, e outra xadrez, preta com linhas brancas, azuis e vermelhas. Também tinha um colete azul e dois blazers, um preto e outro azul. Por fim, meia três/quartos brancas.
Notei os emblemas perfeitamente bordados no lado esquerdo dos uniformes e Michely explicou que os períodos eram diferenciados por símbolos. Os novatos tinham uma lua crescente, isso significava nossa chegada à Escola e o fato de estarmos começando a caminhada para uma nova vida. No segundo e último período, o símbolo da lua se junta ao de uma estrela, mostrando que o caminho está se completando e que nosso brilho nos guiará.
Michely disse que nós podíamos escolher as combinações do uniforme e em que dia usar. Então, hoje, escolhi a camisa polo branca, a saia azul, as meias e o já tradicional all star.
Entrei no refeitório cheio. Peguei a bandeja e servi, indo até meus amigos que conversavam animados.
— Olá maravilhosa! — Piter sorria abertamente.
— Ok, — arqueei uma sobrancelha — Já pode dizer o que está acontecendo.
Sentei ao seu lado enquanto ele dava uma risada maligna e virava o corpo em minha direção.
— Estou amando! — confessou colocando uma das mãos em cima do coração, suspirando teatralmente — E nem vem com piadinhas, porque é amor de verdade!
— Amor de verdade? — Vaiola revirou os olhos — Você conhece o garoto há dois dias. — desdenhou.
Dei risada e neguei com a cabeça. Esses dois eram assim, desde que se conheceram começaram a implicar um com o outro, mas percebi que era o modo como demonstravam que se gostavam.
— Sim, — Piter concordou — E já foi suficiente para sonhar com nosso casamento e dois cachorros.
Dessa vez não consegui segurar a gargalhada, mas tampei a boca tentando disfarçar quando Piter lançou um olhar indignado.
Nós continuamos conversando e comendo enquanto ele contava detalhadamente sobre todos os momentos em que esteve com Pablo. Piter disse que sentiu uma sintonia e como amo a vida nem ousei contradizer.
Não pude deixar de notar os olhares desconfiados que Luiza me lançava de vez em quando e liguei aquilo ao acontecimento na fogueira. Óbvio que não fui ingênua de acreditar que tropeçou e acidentalmente esbarrou em mim, isso justamente quando Frederick possivelmente me beijaria.
Luiza estava a fim dele, mas até onde sei os dois não tinham um relacionamento. Na verdade, duvidava que Fred fosse do tipo que se envolvia para valer com alguém.
Vaiola engatou nossos braços enquanto saíamos do refeitório, subindo ao segundo andar da Escola, onde Kamily já nos esperava para indicar o armário de cada um dos alunos novatos.
Acabei ficando com o de número sete. Todos estavam destravados e após pegarmos os materiais da primeira aula, podíamos colocar a senha que quiséssemos no cadeado. Também aproveitei para deixar ali o celular, pois Kamily avisou que era proibido o uso em horário de aula e quem fosse pego levaria advertência. Já sabia que três era o máximo tolerado e não pretendia ter nenhuma.
Hoje teríamos aula de cálculo e introdução histórica. Agradeci mentalmente quando Kamily disse que nos conduziria até as salas, pois não sabia se encontraria a tempo. Havia placas no batente indicando para que era cada sala, mas eram muitas para conferir até achar a certa.
Fazia a matéria de cálculo com Piter, que sentou ao meu lado. Ajeitei os livros sob a mesa e respirei fundo assim que vi o homem entrando na sala. O professor Adam se apresentou e rapidamente começou a explicar sobre o que se consistiam nas aulas, o que aprenderíamos durante o semestre. A princípio fiquei nervosa, já que não era boa com números, mas consegui me tranquilizar conforme o professor falava, pois percebi que a matéria se tratava de aprender e entender sobre a economia global, focando principalmente em Régnes e países da fronteira, com quem fazíamos negócios.
...
Suspirei alto quando o sinal tocou e teríamos o intervalo de vinte minutos, como Kamily avisou. Neste tempo, podíamos fazer o que quiséssemos, inclusive pegar café no refeitório, que ficava aberto especialmente para isso. Então depois de pegar um copo, segui a segunda aula, de introdução histórica, que por sorte fazia junto com Vaiola e Ximena.
O professor se chamava Brendon, e falou sobre a matéria, na qual veríamos como Régnes foi fundada, desde o pós-guerra até a divisão territorial e emancipação do país. A escolha do imperador, dos reis que comandariam os dez reinos, a criação das leis, cultura e muito mais. Nós aprendemos isso na escola, mas era superficial e somente o básico, porém, agora seria mais aprofundado e com os detalhes. Isso me deixou feliz, pois gosto muito de história. Já tinha assistido praticamente todos os documentários existentes.
Estava descendo as escadas para o almoço quando senti o celular vibrar. Tinha deixado os materiais no armário e agora podia mexer livremente, sem correr o risco de ser advertida. Olhei o visor e sorri ao ver o nome de Leila.
— Estou morrendo de saudades! — confessei antes que ela tivesse chance de falar algo.
Ouvi a risada do outro lado da linha e imediatamente me senti nostálgica.
"— Também estou com saudades. — disse com sua voz acolhedora — Liguei para saber como foi seu primeiro dia de aula."
— Bem diferente e ao mesmo tempo igual aos de Cérnia. — suspirei baixo e andei até perto da entrada da Escola — Vou ter que me dedicar muito aos estudos, mas acho que consigo. — ponderei.
"— Não duvido da sua capacidade. — afirmou."
Aproveitei para lhe contar a conversa com Analise sobre a bolsa de estudos, que eu havia resolvido aceitá-la e ficaria na Escola Real. Leila apoiou a decisão como já esperava e só pude agradecer por tê-la como família.
"— Ah, fico feliz! As coisas darão certo. Você merece! — desejou e era como se pudesse ver seu sorriso calmo — Bom, só liguei para ouvir sua voz, sinto sua falta."
— Te amo tia! — sussurrei, sentindo a garganta fechar um pouco.
"— Te amo Alicia! — ouvi sua voz embargada."
Em seguida veio o bip da chamada encerrada e suspirei baixo, secando a lágrima solitária que rolava pela minha bochecha.
Respirei fundo e andei em direção ao refeitório. Estava atrasada, mas mesmo assim consegui sentar na mesa junto com Vaiola e Piter, que debatiam algum assunto em que visivelmente discordavam, já que gesticulavam com o outro.
Quando terminei deixei a bandeja no carrinho perto da porta e sorri agradecendo uma das funcionárias. Tinha algum tempo até a aula complementar e passei deitada no puff da sala de convivência. Estávamos em um pequeno grupo de alunos, novatos e veteranos. A maioria deles conheci na fogueira, com conversas aleatórias e decidi culpar o álcool por isso.
Quando percebi já era hora de ir. Aceitei a mão estendida de Laisa e fiquei de pé, me despedindo do restante do pessoal. Nós duas e mais alguns alunos seguimos ao anexo atrás da Escola.
Essa era uma das aulas que não precisava trocar de roupa. Sim, tínhamos uniformes específicos para algumas matérias. Em defesa pessoal e dança nós usávamos legging, top ou camiseta e tênis esportivo. Equitação tinha calça estilo montaria, camiseta polo e botas. Por fim, na de natação, maiô, biquíni e touca. Todos nas cores da Escola, óbvio. Michely tinha explicado tudo isso hoje de manhã e mostrado onde ficava cada um dos itens no roupeiro.
— Estou animada! — uma garota comentou quando entramos na sala.
Sorri e assenti. Essa aula foi a primeira que escolhi, pois, a música sempre foi uma forma de escape. Era o modo como sentia estar conectada com minha mãe e tenho certeza que ajudaria com a saudade de casa.
— Boa tarde! — a mulher de cabelo castanho escuro e olhos azuis nos cumprimentou — Sou Lexa, professora de música. — apresentou-se sorrindo — Espero que nossas aulas sejam proveitosas, afinal acredito que estejam aqui por gostarem de música e não apenas para cumprir os créditos que a Escola pede. — ponderou, nos olhando com seriedade — Se este for o caso, peço que, por favor, se retirem da sala. — indicou a porta — Não haverá punições, vocês ainda podem mudar o cronograma nas primeiras duas semanas de aula caso percebam que não se identificaram com a matéria.
Nós nos entreolhamos e podia notar que algumas pessoas pareciam pensativas, provavelmente se questionando se deviam permanecer ou não. Vi três alunos saírem da sala e senti um frio na barriga. Agora éramos vinte e dois, contei rapidamente e franzi a testa ao reconhecer a garota mais à esquerda, era Jasmine.
— Ótimo. — Lexa sorriu abertamente — Primeiramente gostaria de avisá-los que excepcionalmente hoje está aula será ministrada na quinta-feira, mas a partir da semana que vem acontecerá na segunda-feira, como consta no plano de ensino. Apenas tivemos um imprevisto, peço desculpas. — explicou calmamente e nós assentimos — Agora, quero que quando ouvir seu nome por favor levante o braço. — pediu e notei que tinha uma folha na mão — Não vou decorar o nome de todos na primeira, mas gostaria de ouvir de que reinos vieram.
A lista era em ordem alfabética, então logo ouvi o meu ser chamado.
— Alicia Dolohov, de Cérnia. — ergui o braço e me apresentei.
Lexa assentiu e leu o próximo nome. Essas apresentações costumavam ser meio chatas e monopolizavam o tempo, mas entendia que os professores precisavam nos conhecer.
— Jasmine Gross Gravillet, princesa de Górdon. — ouvi a voz da garota e a olhei.
Na noite da fogueira não tive uma boa impressão, por causa do comentário nada legal indicando superioridade. Não tive nenhum contato direto com príncipes ou princesas anteriormente e me questionei se todos eram assim meio esnobes.
Antes que conseguisse disfarçar, Jasmine virou o rosto e me olhou, percorrendo meu corpo de cima a baixo, para depois apenas encarar novamente a professora.
Essa garota é estranha! Pensei, franzindo a testa.
Pisquei algumas vezes e voltei a prestar atenção na professora, que falou brevemente como seria a matéria, para então entrar especificamente no assunto da aula.
Lexa começou pelo básico, explicando sobre os instrumentos que estavam ali na sala. Nós os manuseamos e cada um precisou escolher um para tocar alguns acordes. Acabei optando pelo violão e toquei um trecho de Love Story da Taylor Swift. A melodia me acalmava.
— Você foi muito bem Alicia. — Lexa parabenizou.
Sorri satisfeita com o elogio enquanto o próximo aluno sentava em frente ao teclado e começava a tocá-lo. Na verdade, havia várias pessoas talentosas no grupo e com certeza Jasmine era uma delas, pois tocou piano e cantou perfeitamente um trecho de Stone Cold da Demi Lovato.
Alguns alunos bateram palmas no final, inclusive eu. Jasmine pode não ter aparentado ser a pessoa mais agradável, mas eu tinha o pensamento de que quando vemos alguma qualidade, ou algo positivo, em outra pessoa, devemos reconhecer e principalmente falar.
A aula acabou passando rápido e quando Lexa nos dispensou levei um pequeno susto. Laisa já tinha saído da sala, acompanhada de Jasmine, e os outros alunos seguiam em direção à porta, restando apenas eu e mais dois garotos.
Estava no pátio quando ouvi alguém chamando e imediatamente virei, encontrando alguns dos meus amigos sentados em um dos bancos perto da fonte. Parei ao lado de Ximena e bati nossos ombros, em forma de cumprimento, recebendo seu sorriso como resposta.
Notei que Pablo estava na roda de conversa e que Piter o olhava de forma apaixonada sempre que falava algo. Contive a vontade de dar risada com aquela cena e prestei atenção no que Judy dizia.
— Vai ser legal! Vamos! — Judy sorriu animada.
— Aonde? — questionei curiosa.
— Esse final de semana nós não temos nenhuma atividade extracurricular e estamos combinando de irmos ao pub no centro do reino. — deu de ombros.
— Legal. — comentei recebendo de Judy uma piscada de um olho só.
Não sabia como faria para voltar a Cérnia nos finais de semana em que estaria livre das atividades da Escola. Não tinha como viajar sempre, afinal minha condição econômica não era o suficiente para permitir esse tipo de privilégio. Teria que conversar com Leila e quem sabe combinarmos de visitá-la uma vez ao mês. Essa era uma possibilidade.
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