Londres, 21 de junho de 2073, 06h18

O carro acelerou e Kathe se levantou aos tropeços, trêmula de medo.

- Não se mexa até eu voltar! - Ela gritou, ergueu a moto, subiu nela e partiu em atrás do carro, os pneus erguendo uma fumaça branca do asfalto.

Sozinho e sentado no chão da calçada, apertei uma mão na ferida da bala e com a outra acessei meu tablet. Sincronizei as câmeras da cidade e pude ver um carro velho sendo perseguido por uma moto em alta velocidade. Aproximei a imagem até ter uma visão completa do carro, um modelo Ford de 2051, caindo aos pedaços e sem identificação.

O tablet vibrou e atendi a chamada de Kathe.

- Conseguiu algo no carro?

- Nada ainda... espera, acho que consegui! A RLCorp comprou uma série desses carros há 20 anos!

- Merda! - Bam, bam, bam! - Está atirando nas pessoas! Tenho que parar!

Pelo tablet, vi Kathe frear bruscamente a moto e parar. O carro seguiu para longe e tentei acompanhá-lo pelas câmeras, mas logo o sistema ficou todo preto, reiniciando-se.

- As câmeras foram reiniciadas, como o sistema de proteção da ponte. - Resmunguei e isso fez o meu corpo vibrar de dor. - Estou cego.

- É uma pessoa habilidosa em hackear os sistemas públicos. Estou chegando!

Ofegante de dor, encerrei a chamada e esperei que Katherine reaparecesse. Lentamente, perdi a consciência.