25 - Sem Vencedores

So ist es immer, like that in the evening time
We drink and we sing when our fighting is done
So ist es immer, we live under the burnt clouds
Ease our burden, long is the night

E é sempre assim, no rendimento
Nós bebemos e cantamos quando nossa luta está terminada
É sempre assim, nós vivemos sob as nuvens queimadas
Facilite nosso fardo, longa é a noite

So Ist Es Immer
Attack On Titan (Shingeki No Kyojin)

Betina sentiu uma paz tão grande que parecia estar deitada em nuvens. A brisa fresca no rosto, o som do mar batendo nas rochas. A mulher estava vestida com um belíssimo vestido branco, descalço. Ela levantou-se devagar e depois caminhou devagar pela areia branca por uma longa distância. O céu estava intensamente azul e não havia uma única nuvem. Betina andou por mais - algum tempo até começar a avistar se longe a figura de alguém.

-Oi! - Ela gritou. Betina correu em direção à pessoa apressadamente.

A medida que ia se aproximando a imagem de alguém conhecido foi se formando. Betina parou de correr e caminhou devagar surpresa com a pessoa a sua frente.

-Erwin? O que?

-Oi Betina. - Ele disse com um largo sorriso no rosto.

Logo atrás dele, uma jovem loira de cabelos cacheados e olhos grandes se aproximou sorrindo.

-Oi Tina. Você cresceu!

Os lábios de Betina tremeram ao ver a garotinha e as lágrimas quentes escorreram pelo seu rosto. Ela dobrou os joelhos no chão e sentiu a culpa tomar conta dela.

-Astrid! Eu sinto tanta culpa! Eu não estava lá quando vocês dois morreram! Eu não pude salvar vocês!

-Deixa de bobagem Tina! Tinha que ser assim e pronto. E mesmo se estivesse lá era o nosso destino no fim das contas. - A garotinha disse serelepe.

Erwin estendeu a mão para a mulher se levantar que havia dobrado os joelhos em tamanho arrependimento.

-Então... se eu estou aqui... - Ela levou a mão ao peito. Indicando o local onde a estaca havia atravessado. Ao se dar conta, soltou os ombros pesadamente - Ah... então eu perdi. Que droga.

-É, perdeu. De certa forma. Mas, a causa que você defendia, venceu. - Erwin disse com a mesma expressão de sempre.

-Droga.

-Eu tenho uma pergunta para você, Betina. - Erwin começou a dizer. - Por que simplesmente não entrou no castelo e matou todo mundo com seu poder?

Betina respirou fundo e olhou para o céu com o olhar de paz.

-Aí não seria justo, seria?

-Não era a vitória que importava para você? - Erwin perguntou calmamente.

-Não seria uma vitória, seria assassinato. Heide fez isso a vida inteira, eliminou pessoas covardemente e nunca lhes deu a chance de lutar, se eu fizesse o mesmo o que faria de mim uma rainha melhor que ela? Seríamos iguais. Éramos iguais. Só que pensávamos de maneiras diferentes.

Astrid deu um sorriso doce ao ouvir a amiga. Erwin também sorriu e tocou o ombro com o braço anteriormente decepado que por uma razão desconhecida estava intacto.

-Você é mesmo uma Rainha. - Erwin disse.

-Não serei mais. Agora já era. Espero que os outros estejam bem... Hange, Veridiana, Ygritte... O meu Levi... - Betina disse com pesar.

Astrid abraçou Betina. A morena retribuiu o abraço de forma intensa. Queria ficar ali para sempre.

-Você me ensinou a viver, pequenina. Você teria sido uma rainha incrível, Astrid.

-Você será melhor... - a pequena disse sorridente.

-Que? Eu já morri, meu anjo.

-Ainda não. - Erwin disse sorrindo. - Tem um baixinho arrogante e muito prepotente que está chorando por você.

-Além do mais, você tem um reino para governar! - Astrid deu uma piscadinha.

-Mas... - Betina começou a dizer.

-Estaremos te esperando, Betina, mas não precisa ter pressa. - Erwin disse sorrindo.

-Adeus Tina! Viva bastante!

De repente, o chão abriu sobre os seus pés e ela começou a cair. Como num sonho, a morena se ergueu no susto. Estava nua, coberta por um lençol. O buraco no peito havia cicatrizado. Olhou ao seu redor ainda ofegante e tentou assimilar tudo. Ela parecia estar em transe, até que o barulho a trouxe de volta a realidade. Parado na porta com uma bacia derrubada no chão, Levi olhava para a mulher espantado. Os lábios tremeram de leve e ele segurou o choro e disse calmamente.

-Quando é que você vai parar de fazer isso comigo? - Levi disse com a voz embargada.

-Levi... - Uma emocionada Betina saltou de cima da mesa do jeito que estava e abraçou o baixinho que retribuiu com um abraço ainda mais apertado.

-Pensei que desta vez, eu tinha mesmo te perdido.

-Não vou a lugar algum sem você. Eu te amo Levi.

-Eu sei.

Ela riu e depois soltou o abraço e olhou para si mesma que estava como veio ao mundo.

-Preciso me vestir. Tá frio pra caralho.

Hange estava sentada diante da pintura de Heide. Com certa repulsa e desdém ela mantinha o olhar fixo no enorme retrato da outrora imponente Rainha

-A pior entre as piores. - Veridiana disse. - A Betina seria uma rainha incrível.

-É... ela tinha um jeito todo especial de lidar com as coisas.

-Temos que informar aos demais sobre a morte das Rainhas.

-Não devíamos esperar o Levi? - Hange perguntou sabendo do temperamento do capitão.

-Não... eles tem o direito de saber. Não podemos esperar até que o luto de um viúvo termine.

-Se você diz...

-Vamos até a Taiga informar a morte... - Veridiana parou de falar. Seus grandes olhos âmbar se arregalaram ainda mais e as palavras sumiram de sua boca.

-A morte de quem Veridiana? - Betina perguntou sorrindo.

-Tá de brincadeira! - Hange exclamou espantada ao ver Betina. - Era por isso que não queria a gente lá? O que foi que você fez Levi?

-Nada. A Betina simplesmente voltou dos mortos.

Veridiana correu até a morena e abraçou intensamente, sem poder conter as lágrimas.

-Maldita! Não me preocupa assim!

-Eu tô bem Veri. Tô de verdade.

-Nós vimos você morrer!

-Tá tudo bem agora.... - Betina consolava a amiga. - Agora vamos Veri. Tenho muitas coisas a fazer.

Os quatro caminharam juntos até a entrada do Palácio, onde os membros da Resistência aguardavam a futura Rainha. Foram muitas mortes de ambos os lados, mas, quando a batalha finalmente chegou ao final a Resistência saiu vitoriosa. Os sobreviventes do lado oposto estavam todos ajoelhados amarrados sobre a mira das armas dos guerrilheiros. Quando o rosto de Betina surgiu o nome dela foi clamado.

-Vida longa à Rainha Betina! - Taiga gritou e sem seguida foi acompanhada.

-Majestade, diga o que vamos fazer com estes miseráveis? - Falke gritou.

-Vamos decapita-los! - Manta disse friamente.

E muitos pediam pela morte dos soldados. Betina, então se aproximou mais do alto da escadaria, fez um sinal de "para" com a mão e olhando do alto para a Resistência, disse calmamente.

-Ninguém vai ser decapitado. Já chega de mortes por hoje. Perdemos muitas vidas e numa guerra há mais perdedores do que vencedores. Estes homens lutaram pelo que acreditavam, e isso não nos dá o direito de ceifar a vida deles.

-Mas, alteza, eles podem vir a se rebelar. - Manta disse.

-Numa disputa por poder qualquer um pode se rebelar.

-Mas...

-Está me questionando, Manta?

Manta abaixou o olhar ao ver a imponência da agora, Rainha Betina.

-Não, Majestade...

-E o que faremos com estes infelizes?

-Serão presos, por hora. Mas, aquele que aqui hoje jurar lealdade a mim, terá direito a uma segunda chance.

Um dos prisioneiros era Desmond, o conselheiro de Heide, se levantou e deu dois passos para frente. Os guerrilheiros ali presentes se prepararam para atirar, mas, Betina fez sinal de pare com a mão. O homem careca de meia idade, um pouco acima do peso se jogou no chão em reverência.

-Eu, Desmond Schalange juro lealdade a verdadeira e única rainha de Vermogen!

-Não acredite neste farsante!

-Só esta indo para o lado vencedor!

Betina desceu as escadas e estendeu a mão para o homem que mantinha-se no chão de cabeça baixa.

-Levante-se. - Betina disse sorrindo.

-Mate-me Majestade, sei que não sou digno de sua grandiosidade.

-Se não fosse por você eu estaria morta.

Desmond arregalou os olhos surpreso.

-A senhora.... sabe?

-O arpão não era de dente se dragão.

-Não...

-E onde está o dente? - Betina perguntou.

-Em algum lugar no fundo de um dos 7 mares. Para que ninguém nunca mais se atreva a usar aquela profanidade mais uma vez.

-E por que? Desmond?

-Porque eu acredito no mundo que a senhora planejou haja lugar para um ser profano como eu.

-Há sim. Para todo mundo.

Em seguida a maioria se curvou a rainha. Betina Drachen era ovacionada por uma multidão. Em questão de minutos os Muros ao redor do Panteão caíram, e o povo das Vielas pôde respirar um ar mais puro mais uma vez.

Baren, que havia sobrevivido ao confronto com Betina anteriormente estava diante da Rainha em silêncio acompanhado de Trigun.

-Baren, peço perdão pelo nosso último encontro. Eu não estava em mim. Como cumpriu o combinado, você e Trigun são homens livres. - Betina se justificou.

Baren deu um passo para frente e se ajoelhou diante de Betina e disse com a voz grossa.

-Eu, Baren, vindo de terras estrangeiras serei leal a você Betina Drachen até o meu último suspiro.

Betina ficou surpresa com a devoção de Baren e deu um sorriso acanhado. Logo depois Trigun fez a mesma coisa.

-Eu, Philippe Sherman serei leal a Rainha Betina até o meu último suspiro.

-Vocês são bobos, poderiam ir para onde quisessem. - ela riu.

-Ter a senhora como rainha, será uma honra e uma dádiva.

Ela sorriu e agradeceu aos dois ex-prisioneiros e depois seguiu para dentro do Palácio, acompanhada de Levi.

O conselho da antiga rainha foi dissolvido e presos. Betina ainda estava processando tudo que estava acontecendo. Ela e Levi estavam olhando da janela de um dos quartos do Palácio e observavam a movimentação.

-Até agora estou me perguntando como você sobreviveu... - Levi perguntou abraçando a mulher pela cintura.

-Desmond trocou os arpões. O legítimo era feito de dente de dragão. Dizem que com ele, eu não teria me regenerado. Ele colocou um feito de madeira branca.

-Que sorte a nossa então...

-Desmond tem um marido. Com quem ele vive escondido a muitos anos. Ele sempre temeu pelo seu amado.

-No fim, foi por amor então. - ele sorriu de leve. - E o que vai fazer agora?

-Selecionei alguns membros, estão fazendo a limpeza do Palácio e dando um velório decente aos mortos. Em respeito às suas famílias.

-Bem digno de você. Vai fazer as lápides também?

-Talvez. - Ela riu. Em seguida abaixou o olhar e disse com a voz baixa- Parece que sou descendente de um Ackerman.

-Sério? - Ele perguntou espantado. - Justifica muita coisa então.

-Ne? No fim segui os passos da Calandiva, me apaixonei por um eldiano.

-Que bom para nós. - Ele passou a mão em uma cintura num abraço amoroso e ficou em silêncio por um tempo. Betina já sabia o que viria, mas no fundo se recusava a acreditar.

-Você vai embora? - Ela perguntou triste.

-Eu estava disposto a tudo para não ir embora sem você.

-Então não vá. - Ela olhou para o amado chorando.

-Tenho muito a fazer em Paradis. O mundo inteiro está contra nós. E no fim eu ainda sou um soldado.

-E o que eu faço sem você?

-Vai ser a maior rainha que este país já teve.

-Levi, eu quero ir com você. Não posso me despedir de você assim.

Ele se pôs diante dela e segurou suas mãos. Depois delicadamente as beijou com delicadeza.

-Escuta, quando isto tudo acabar, nós iremos juntos para onde você quiser. Aqui ou em qualquer lugar do mundo. Só eu e você. Além do mais, eu posso te visitar de vez em quando e você pode ir a Paradis quando quiser.

Ele beijou os lábios da morena de leve.

-A coroação vai ser em 3 dias. Pelo menos espere para poder ir embora...

-Não posso perder a chance de te ver sendo coroada. - Ele manteve o olhar em Betina e depois sorrindo de leve disse - Eu também devo algo a você. Eu tinha te prometido. Quando tudo terminasse.

-O que?

Ele se ajoelhou diante dela ainda segurando a mão da morena e beijou o dorso de sua mão.

-Betina Charllote Rosalia Drachen, me daria a honra de ser a minha esposa? Eu queria ter comprado um anel, mas acho que não tivemos muito tempo.

Betina se emocionou, talvez a melhor sensação do mundo. O baixinho arrogante ajoelhado diante dela com o olhar de um bobo apaixonado pedindo a mão dela em casamento. Não havia melhor cena de se ver.

-É claro que aceito! Vamos planejar, quando voltar aqui a gente se casa e-

-Não. Nos casaremos hoje. - Ele disse decidido.

-Que?

-Sim. Chame só a Hange e a Veridiana, veja com aquele careca o que pode fazer.

-Por que tão rápido?

-Será a prova que darei a você que eu te amarei por toda a minha vida não importa a quantos quilômetros eu esteja e quando formos livres eu e você passaremos o resto de nossos dias juntos.

Ela se emocionou e abraçou o baixinho. Queria ir embora dali com ele, fugirem juntos para qualquer lugar do mundo. Mas, ambos tinham responsabilidades e sendo como eram, eles não podiam abandonar tudo.

Era o peso de ser a Rainha de um país e o soldado mais forte da humanidade.

Os preparativos feito as pressas por Desmond ainda saiu melhor do que se esperava. O Bispo foi chamado para o Palácio e apenas Hange e Veridiana foram os convidados. Levi vestiu um terno simples que Hange arrumou junto Veridiana de última hora. O local escolhido foi a sala do trono que era o único lugar que não estava sujo de sangue. O Bispo estava meio constrangido e se perguntava o motivo daquele casamento as pressas. Mas, resolveu não questionar.

Betina entrou sozinha vestindo um vestido branco que segundo Desmond estava no sótão do Palácio junto com as coisas que pertenceram aos antigos Reis, provavelmente de Calandiva. O vestido de seda branco de mangas delicadas e uma tiara de flores feita por Veridiana. O buquê era de gardênias roubados de um vaso na cabeceira da antiga rainha. Mas, sem dúvidas, o acessório mais bonito daquela noite era o sorriso radiante de Betina e o olhar apaixonado de Levi. O casamento seria simbólico e a papelada seria resolvida depois. O Bispo celebrou o casamento de forma rápida, não era nenhum grande evento.

-Betina Charllote Rosalia Drachen aceira Levi Ackerman como seu esposo?

-Sim.

-Levi Ackerman aceita...

-Sim.

O Bispo deu um longo suspiro e disse de forma cansada.

-Devia esperar eu terminar...

-Vai demorar demais. - Levi disse desdenhoso.

-Enfim... - O Bispo pegou o papel entregue por Desmond onde leria o nome de casada da rainha e arregalou os olhos. - Alteza... se usar este nome será odiada no mundo inteiro....

-Eu sou descendente de Drachen's e eldianos, matei tanta gente que nem posso me lembrar, ajudei a resistência a derrubar uma rainha, e além de tudo sou mulher. Senhor, eu já sou odiada.

O Bispo não questionou e com certo receio ele continuou o casamento.

-Pelo poder em mim investido, eu os declaro casados. Onde o noivo manterá seu nome e a rainha será sua alteza real Betina Charllote Rosalia Drachen Ackerman. Agora, pode beijar a noiva rapaz.

Levi deu um beijo na esposa que estava radiante. Hange e Veridiana estavam emocionadas ao ver a felicidade do casal.

O Bispo já longe do feliz casal chamou Desmond e disse preocupado.

-É uma rainha louca. Só pode. Vamos ser massacrados.

-Ela será uma rainha incrível Bispo. Eu tenho fé nisso.

O Bispo afastou sem dizer mais nada.

Veridiana viu o casal apaixonado seguir para seus aposentos e ficou pensativa. A felicidade de Betina era o que Astrid mais sonhava e estava finalmente se realizando.

-Eles são um casal e tanto né? - Hange disse sorrindo. - Não esperava um casamento diferente.

-Somos as madrinhas então, pelo visto

-Sim! - Hange ficou olhando para Veridiana e depois desviou o olhar sem graça. - Eu tenho que ir dormir, ainda temos que coroar uma rainha antes de ir embora...

Veridiana ficou entristecida, no fim Hamge também iria embora e ela ficaria em seu país.

-Será que... - Hange ficou pensativa. - Eles não estão cansados. Digo, será que ainda tem pique?

Veridiana percebeu o questionamento de certa forma inocente de Hange e deu uma gargalhada.

-O que foi? - Hange perguntou sem entender nada.

-Eles eu não sei, mas eu tô cansada pra caralho! - Depois olhou para Hange com os intensos olhos cor de âmbar e disse com a voz suave. - Mas, se for com você eu abro uma exceção.

Hange ficou espantada e o rosto corou devagar após ela finalmente perceber do que se tratava.

-Você... - Ela engoliu seco. - Você e eu...?

-Na hora que você quiser... - O olhar sedutor de Veridiana fez Hange até bambear as pernas.

Veridiana segurou a mão de Hange e a guiou até um dos quartos do Palácio e trancou a porta. Hange ainda estava em silêncio, parecia estar assimilando tudo que acontecia. Hange havia dedicado toda a sua vida aos Titãs e ao reconhecimento e o mais próximo de um relacionamento que ela teve foi um amor platônico por Sadis, além de seu incondicional amor pelos Titãs. Veridiana tocou de leve o rosto de Hange e acariciou sua bochecha. Em seguida beijou os lábios dela que foi correspondido.

-Hange, eu quero amar você esta noite.

-Então... me ame... - Hange disse num sussurro.

-Você é virgem Hange? - Veridiana perguntou ainda olhando sedutoramente para a morena.

-... - Hange acenou positivamente com a cabeça.

-Então eu tenho que ser gentil com você, a primeira vez é um momento único...

Veridiana beijou Hange intensamente. A inexperiente Hange foi se entregando aos poucos a medida que Veridiana a despia. As duas se amaram intensamente enquanto faziam juras de amor uma outra.

Era um momento bonito na vida deles, de Betina, de Levi, de Hange e Veridiana. Era a felicidade... pelo menos por enquanto.

A coroação foi feita aberta para o público. Algo que foi questionado pelos demais que temiam pela vida da rainha. Mas, Betina queria que todo seu povo tivesse direito de assistir a coroação daquela que seria a sua governante dali em diante. Desmond mandou arrumar o vestido que pertenceu a Calandiva, ao qual ela foi coroada, o vestido preto com desenhos em vermelho do símbolo da Família Drachen, um dragão de asas abertas. Entretanto, o vestido da nova Rainha tinha um decote gigantesco em V e outro maior nas costas, a parte de cima era como um corpete e a saia do vestido era levemente transparente. A capa magna tinha ombreiras douradas e o tecido era transparente na cor preta com pequenos ramos da mesma cor desenhado por toda a sua extensão. O dourado simbolizada as riquezas e os ramos, os vales e florestas. O cabelo foi preso num elegante coque. Ela se olhava no espelho e ainda não acreditava.

Levi entrou vestido com a farda verde do Reconhecimento e encostou na porta com os braços cruzados.

-Desse jeito terei de levar você comigo, não dormirei a noite pensando na minha esposa maravilhosa aqui sozinha.

-Você não dorme de jeito nenhum.

-É... verdade. - ele foi sarcástico, depois se aproximou da rainha e deu um beijo em seus lábios. - Estou orgulhoso de você.

-Eu vou sentir sua falta. Vou te escrever sempre! - Betina disse abraçando o marido.

-É bom escrever mesmo! Eu sou seu marido! Não se esqueça disso.

-Não esquecerei.

Eles foram interrompidos por Desmond que entrou discretamente na porta.

-Majestade, tem visitas. Ela insistiu muito e dada a sua condição eu resolvi ver com a senhora.

-Mande entrar então. - Betina disse.

Babayaga entrou empurrando a cadeira de rodas com dificuldade e parou diante de Betina. A rainha surpresa arregalou os olhos e se aproximou desconfiada.

-Marta. O que faz aqui?

-Não é assim que fala com seus súditos! - Babayaga disse secamente.

-Veio para me matar? Como sempre quis?

-Não. Isso é passado. - ela olhou para Levi.

-Ele não sairá daqui nem a força, ainda mais agora, que é meu marido.

-Hunf. É mesmo uma Drachen, gosta de se deitar com demônios! - Babayaga disse com desdém.

-Marta, eu sou sua rainha.

-E vai fazer o que? Arrancar minha outra perna? Me matar?

Betina olhou para Babayaga com desprezo e disse secamente.

-Você está morta, da para ver em seus olhos.

-Disse você tem razão. - ela levou a mão a uma velha bolsa de mão que carregava consigo e tirou de dentro um colar de ouro branco com um pingente redondo encrustado de esmeraldas e rubis, com um símbolo de um dragão e entregou a Betina.

-O que é isso?

-Pertenceu a Calandiva e foi entregue a Moema, minha bisavó no seu leito de morte, durante o parto de seu filho, Ari. Foi passado de geração em geração a pedido da Rainha, para que nunca se esqueçam de quem são, os Drachens. E agora estou cumprindo minha missão e estou dando a você.

Betina segurou o colar emocionada e depois pediu que Levi colocasse em seu pescoço.

-Eu cumpri meu papel, já posso morrer em paz. No fim foi só uma vida cheia de arrependimentos. - Babayaga disse triste.

-Mas, ainda foi uma vida.

-Você me odeia, Betina?

-Já odiei muito, não odeio mais.

-Que bom... - a velha disse abaixando a cabeça. - Seja uma boa rainha.

Betina viu a velha se afastar e sentiu um sentimento de empatia e comoção. No fim ela só lutou pelo que acreditava. A guerra era assim no fim das contas.

Betina caminhou pelo enorme tapete vermelho no alto da escadaria do Palácio. O palco da Coroação foi montado diante do Panteão para que toda a população pudesse ver. Toda a capital Eisenhower estava diante do palco da Coroação. Havia tanta gente que as pessoas mal conseguiam se mexer para ver a Rainha. O Arcebispo aguardava com a coroa feita exclusivamente para ela sobre uma almofada vermelha. A coroa de Ouro maciço com o desenho de um único dragão enrolado como se estivesse adormecido com detalhes em rubi. O Arcebispo ergueu a coroa e disse as palavras e em seguida a rainha fez o juramento real. E sobre o olhar de milhares de pessoas, Betina Charllote Rosalia Drachen Ackerman foi coroada Rainha de Vermogen.

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