13 - Se me ama, me deixe ir.
So if you love me, let me go
And run away before I know
My heart is just too dark to care
I can't destroy what isn't there
Deliver me into my fate
If I'm alone, I cannot hate
I don't deserve to have you
My smile was taken long ago
If I can change, I hope I never know
still press your letters to my lips
And cherish them in parts,
Of me that savor every kiss
I couldn't face a life without your light
But all of that was ripped apart...
When you refused to fight
Então se você me ama, deixe-me ir
E fuja antes que eu saiba
Meu coração está muito sombrio para se importar
Não posso destruir o que não está lá
Me entregue a meu destino
Se eu estou sozinho, não posso odiar
Eu não mereço ter você
Meu sorriso foi tomado há muito tempo
Se eu sou capaz de mudar, espero nunca saber
Ainda pressiono suas cartas em meus lábios
E as estimo em partes de mim
Que saboreiam cada beijo
Eu não poderia encarar uma vida sem a sua luz
Mas tudo isso foi dilacerado
Quando você se recusou a lutar
Snuff - Slipknot
Em cerca de um ano, todos os Titãs da ilha de Paradis foram exterminados. Algums meses depois o Reconhecimento voltou a fazer expedições e seguiram finalmente até final da ilha, era o mar diante deles. A emoção dos últimos membros do Reconhecimento em ver a imensidão azul diante deles era algo tão doce que aquecia até mesmo o coração mais gelado.
-Queria que Betina visse isso. - Levi disse num sussurro que Hange ouviu discretamente e sentiu-se mal por ele.
Ainda haviam segredos para serem revelados. Ao voltarem para casa naquela tarde ela chamou Levi ao seu escritório.
-Me chamou Hange? - Ele perguntou ao entrar na sala.
-Sim. Sente-se, por favor. - Hange tinha a expressão séria.
-Que bicho te mordeu?
-Levi, o que eu tenho para te dizer é muito importante e quero que saiba que eu não tive escolha. Foi uma questão de vida ou morte e espero que me perdoe.
-Está me assustando quatro olhos.
Ela tirou do bolso interno da farda um envelope branco e entregou para Levi.
-O que é isso? - Ele virou para ver o remetente. Era a letra de Betina.
-Eu vou deixar você sozinho. Leve o tempo que precisar, me procure quando quiser conversar.
Ele arregalou os olhos e abriu o envelope com urgência e receio. Era uma carta da Betina.
"Querido Levi,
Quando receber esta carta estarei a milhares de quilômetros de Paradis, do outro lado das muralhas. É isso. Um segredo que escondi enquanto estive aí e disso eu me arrependo muito. Mas, o seu governo era perigoso demais para quem sabia muito.
Eu prometi a você que te contaria tudo quando voltássemos da Missão. Infelizmente, tive que mudar os planos.
Mas, antes de mais nada, quero contar a você sobre mim.
Eu nasci em Vermogen, um país de terras geladas muito longe do continente e da ilha de Paradis. Eu não sei o nome da minha mãe, e nem do meu pai. As lembranças que tenho são de apenas estar em um lugar imundo onde uma mulher me visitava. Heide. A "mãe". Ela não me deu um nome, não sei a minha idade e nem a data de nascimento. Sou como um animal.
A mãe me levou para viver num lugar menos ruim do que eu vivia. Lá eu fui treinada. Artes marciais, armas de fogo, armas brancas. Eu só tinha um objetivo na vida: Obedecer a mãe. Se ela mandasse matar, eu matava. Se ela mandasse eu ficar um mês sem comer, eu obedecia e ela mandasse eu morrer, eu morreria. Eu fazia parte das Fúrias, um grupo de pessoas sem escrúpulos, sem família que vivia para matar. Mercenários que trabalhavam para o governo. A escória.
E eu matei. Matei tanta gente que quando durmo ainda vejo seus rostos estampados em meus sonhos. E me arrependo. Eu não vivia, eu vegetava por aí eliminando pessoas pelo caminho. Mas, era o que a Mãe tinha me ensinado. Queimei nações inteiras, massacrei vilas e povoados. Eu era uma arma de guerra. O nome Sangue de Dragão ecoava nas ruas da Capital como se fosse um tipo de lenda urbana. Eram assim aqueles dias.
Um dia, a mãe mandou eu ficar de olho numa certa família que morava na Capital. Mãe, pai, 5 filhos. Naquela época, eu não sabia. Eu fiquei a espreita por dias, a mãe não me disse o que era para fazer.
Foi um descuido, fiquei de olho no pai saindo de casa e não vi a criança que se aproximava de mim. Loira, de cabelos cacheados, grandes olhos azuis. Ela devia ter uns 10 anos naquela época. Ela se aproximou de mim, perguntou o meu nome e eu fugi assustada, como um cãozinho.
Ela ficou lá sem entender nada. Depois voltei lá. Eu nem sei por que para te falar a verdade, talvez porque tenha sido a primeira criança com quem tinha falado. Ela me viu de longe e acenou para mim. Eu estava suja como um porco, eu mal falava e não tinha um pingo de educação. Eu só sabia matar.
Ela se aproximou e me perguntou o meu nome, mais uma vez. Eu lembro de ter balbuciado alguma coisa, disse a ela que não tinha um nome, ela me disse "que coisa mais triste não ter um nome, a partir de hoje vou te chamar de Betina." Eu senti algo que nunca havia sentido antes, um sentimento puro, calmo. Eu estava feliz.
O nome da garota era Astrid, um anjo. Eu ia lá todos os dias, escondido da mãe obviamente, ela me ensinou a ler, a escrever, me ensinou matemática, me deu livros para ler, me mostrou a história do nosso mundo. De como os Titãs aterrorizaram o mundo e de como Vermogen se protegeu deste mal.
Astrid era tudo na minha vida.
O tempo passou, eu passava informações para a mãe. Que horas eles entravam, que horas saiam. Eu juro para você que eu nunca percebi.
Certo dia a mãe me dá uma ordem. Matar uma família inteira durante a noite. E quando ela me passou o endereço eu gelei. Era a casa da Astrid.
Eu me recusei. A mãe ficou furiosa, disse que recebemos um preço alto e ela não ia devolver e me puniu. Me trancou numa cela. Eu fugi com muito esforço e corri o máximo que eu podia, mas quando cheguei era tarde demais.
O meu mundo inteiro estava destruído. Astrid estava morta. Eu fui tomada por um sentimento tão ruim e tão forte que eu confesso que não me lembro de muita coisa. Era ódio puro. Eu soube que era a oposição o contratante e que ia assumir no dia seguinte, eu fui até o Palácio, tranquei todas as portas e massacrei todos eles.
Eu estava disposta a morrer ali, mas, tive uma amiga que me fez seguir em frente. Uma velha parceira dos tempos das Fúrias. Ela me ajudou a fugir num navio imundo que Naufragou. Por ironia do destino, ou sorte, eu acabei ficando a deriva num pedaço de madeira e parei em Paradis. Erwin me encontrou. Eu disse a ele que havia perdido a memória, ou algo assim. Eu não sei se ele acreditou, mas ele nunca me fez mais perguntas. O resto da história você já sabe.
Eu estava feliz, junto com todos vocês. Apesar de tudo. Entretanto, o passado não pode ser apagado. Aqui se faz, aqui se paga. E eles vieram cobrar o preço.
Eles me ameaçaram, que iam matar vocês e isso não era responsabilidade de vocês. Eu resolvi fazer a única coisa que podia: eu me entreguei.
Para isso, pedi ajuda da Hange, ela escondeu a única esperança de nosso país, Ygritte, uma descendente da família Real, e contei com a descrição dela para sair do campo de batalha e pedi que mantivesse segredo. A carta que está em suas mãos deve ter sido entregue uns tempo depois. Para ter garantia que eu estivesse longe quando isso acontecesse.
Sabe, Levi, eu nunca quis mentir para você. Mas, eu não queria te arrastar para os meus problemas. Eu peço perdão por tudo e saiba que você estará para sempre em meu coração.
Obrigada por me amar, quando nem eu mesma me amava. E sinto muito, mas não poderei cumprir minha promessa.
Com amor, da eternamente sua,
Betina."
Levi soltou a carta de suas mãos ainda tentando absorver tudo que havia lido. Betina era de fora das Muralhas, era uma arma de guerra e... agora estava presa, ou quem sabe... morta. E não havia nada que ele podia fazer.
Ela saiu do escritório com os olhos vermelhos e olhou furioso para Hange.
-Por que? - Ele disse com a voz embargada. - Vocês não cansam de mentir?
-Me desculpa... foi um pedido da Betina nao podia recusar.
-Eu confiava em você! - Levi gritou.
-E ela também!
-Desde quando você sabia?
-Uns dois dias antes da recuperação da muralha Maria!
Ele se aproximou de Hange e a segurou pela lapela da farda e a suspendeu para cima.
-Não tô nem aí se você é a comandante agora, você me viu chorar por ela sabendo que ela estava viva?
-Eu sinto muito Levi! A Betina chorou pra mim e me implorou ajuda, ela também era minha amiga!
-Vamos buscá-la então!
-Eu nem sei onde fica Vermogen! Acabamos de ver o mar!
-Lamentei por ela por um ano! Ela deve... não! - Levi se jogou pesadamente na poltrona. - Ela deve estar morta.
-Levi... ela era uma soldado. Uma guerreira. Não havia nada que podia fazer... eu também lamento! Deveria ter lutado, impedido ela de ir. Mas, eu não pude fazer nada!
Ele se entristeceu e depois disse com a voz baixa.
-Tudo bem... no fim. Ela foi só uma egoísta mesmo. Ela não se importou com quem choraria por ela. Apenas, lutou por seu país.
-Ela fez também para nos proteger.
-Tudo bem Hange. Isso não importa mais.
Hange sabia que era mentira, no fundo do coração dele, Levi estava sofrendo. Se martirizando e a falta que Betina fazia a ele ninguém poderia suprir ou preencher. Era como se ela fizesse parte da alma dele. Mas, era amor afinal.
Um ano atrás.
Veridiana correu até a costa e pegou o barco a remo. A jornada seria longa, mas era isso, ou tudo estaria perdido. Demorou alguns dias e para a sorte dela o mar manteve-se calmo. Ela chegou em Marley pela manhã e se esgueirou-se pelo porto.
A cidade era populosa, pessoas de diversas partes do mundo. O campo de concentração separava os chamados "demônios" dos demais moradores. O sangue imundo dos descendentes de Ymir.
Veridiana tinha aliados. Dentre eles um velho amigo de seu país Natal (ela não era nascida em Vermogen), Onyankopon. Depois da derrota para os Marleyanos, eles foram obrigados a lutar por Marley.
O soldado aguardava num dos bares da cidade.
-John... - Onyankopon disse cumprimentando Veridiana.
-É Veridiana agora. Me chame pelo meu nome por favor.
-Eu sinto muito. Você em Marley significa problemas. - Ele disse ao ver a amiga se aproximar.
-Claro que são problemas.
-Seu nome surgiu aqui bem antes de você chegar. - Onyankopon disse olhando ao redor.
-Eu estou bem famosa.
-Esteve aqui a algum tempo e roubou documentos muito importantes. - Ele disse secamente.
-São ócios do ofício.
-O que precisa de mim? Recebi seu recado. Sabe que é procurada né?
-Sim. Eu preciso de um navio. - Veridiana foi direta e objetiva.
-Ah, claro. Eu vou ali pedir o governo um pra você. - ele foi sarcástico. - Você ficou maluca?
-É um caso de vida ou morte.
-Ainda é um navio. E não é fácil assim.
-Onyankopon, Betina está em Paradis, junto com a herdeira legítima de Vermogen.
Onyankopon arregalou os olhos.
-Sangue de dragão? - Ele perguntou se referindo à Betina.
-Sim. E preciso tirar ela de lá com a rainha. Sabe o quanto é difícil ver seu lar sendo pisoteado por estrangeiros. E além de tudo ainda temos uma usurpadora no trono e... - Veridiana abaixou a cabeça. - Não há lugar para mim em Vermogen. Sou uma profanação.
-Não diga isso. É uma mulher corajosa. E ninguém dirá o contrário.
Veridiana se emocionou ao ouvir a frase de Onyankopon. Depois o soldado olhou ao redor e disse:
-Nós vamos fazer uma coisa. Mas, para isso terei que te prender.
-Me prender?
-Sim. É o único jeito.
Veridiana ouviu o plano de Onyankopon.
Prender Veridiana e levar ela de navio junto com os soldados que iriam para Paradis. Talvez soltar ela no meio do deserto junto com os Titãs da ilha. Por ela não ser súdita de Ymir ela não iria virar uma titã puro. Então até aí era o plano. O resto seria improviso.
Entretanto a prisão de Veridiana levou mais tempo do que ela desejava, ficou presa em Marley por mais de 1 ano. A preocupação dela era Betina, implorava para que estivesse bem.
-Onyankopon. - Ela disse o soldado indo buscá-la na cela. - Demorou muito tempo!
-Eu disse que daria um jeito, só não podia ser rápido. Agora fique calada.
-Droga!
Demorou mais de um ano até que Veridiana finalmente conseguisse ir a Paradis para buscar Betina.
Eles seguiram rumo a Paradis naquela mesma tarde, a intenção era tentar cumprir a missão dada aos guerreiros que foram em Missão a alguns anos e falharam.
Mas, Onyankopon, Yelena e mais um grupo de soldados montaram uma equipe de Anti-Marley e iniciaram um plano ousado sobre o comando de Zeke.
A Ilha Paradis capturou a tripulação de um navio Marleyano graças à assistência dos Voluntários Anti-Marley que traem seus companheiros tripulantes. Com a ajuda dos voluntários, a Divisão de Reconhecimento aprende quais são as capacidades militares de Marley e são capazes de construir um porto próprio. Os voluntários foram reunidos por Zeke Jaeger, que transmitiu um plano para proteger as pessoas de Eldia através deles. Eren conclui corretamente que Zeke descobriu como contornar a jura de Karl Fritz de renunciar à guerra, e que os dois juntos poderiam usar o ameaça de acordar os Titãs das Muralhas para manter o resto do mundo distante.
Veridiana ficou alguns dias observando. A ausência de Betina chamou a sua atenção. Ficou preocupada em pensar que talvez a jovem estivesse morta.
Ela viu Ygritte de longe e ficou ainda mais encabulada. Se Ygritte estava ali e Betina não, algum muito ruim havia acontecido. Ela sabia, tinha demorado demais pra voltar.
Quando finalmente teve oportunidade ela perguntou a Hange sobre ela.
-Havia uma soldado aqui, quando estive aqui outra vez. - Veridiana questionou Hange.
-Esteve aqui? - Hange perguntou surpresa.
-Sim. Eu... sou amiga da Betina.
Levi ao ouvir o nome da mulher ficou pálido e tocou o braço de Veridiana atrás de informações.
-O que sabe sobre ela? - Levi perguntou sério.
-Eu e ela somos amigas. Onde ela está? - Veridiana perguntou preocupada.
-Diga a ela Hange! - Levi disse furioso.
-Ela se entregou a Vermogen.
Veridiana sentiu as pernas falharem.
-O que?
-Ela se entregou para que a Ygritte e nós sobrevivêssemos.
-Não! Eu disse para ela esperar! - Veridiana ficou desesperada.
-Ela não teve tempo! - Hange disse séria.
Ela estava certa, ela demorou mais de um ano para voltar.
-Eu preciso falar com o Onyankopon. Eu preciso salvar a Betina.
Levi parou Veridiana.
-Não sei quem é você, mas eu quero que me diga, a Betina está viva?
Veridiana estava em choque.
-Responde!
-Eu não sei! Tá? Mas, eu preciso me apressar. Tem quanto tempo?
-Mais de um ano. - Hange respondeu.
-Maldição! Eu tenho que ir.
Veridiana estava decidida. Teria que ir o mais rápido possível atrás de Betina, ou seria tarde demais. Uma missão suicida até as terras geladas e trazer de volta a Sangue de Dragão. Ela foi até Onyankopon.
-Eu preciso que ajude! Fui até Marley, pedi sua ajuda e você demorou um ano! Agora pode ter sido tudo em vão.
-Eu não podia fazer nada! Sou um subordinado como você e sou sozinho!
-Droga! Eles vão matá-la! Se já tiverem matado!
-Não vão.
-Como sabe disso?
-A Sangue de Dragão vale milhões no mundo inteiro. É uma arma de guerra poderosa, até mesmo contra os guerreiros de Marley. Mais resistente e vive muito mais tempo. Eles não a matarão assim... e eles também não conseguem.
-Mesmo assim, eles estão com ela presa e ela não merece ficar encarcerada como um animal! Eu vou atrás dela.
-Você tem certeza? - Onyankopon perguntou ao ver a amiga arrumar o navio.
-Sim.
-Vai sozinha? Contra um exército?
-Que escolha eu tenho? Ela é minha amiga e eu prometi a ela.
De repente eles ouviram guerra gritar.
-Espera! - Ygritte veio correndo em direção ao navio.
-Onde pensa que vai? - Veridiana perguntou preocupada.
-Vou te ajudar. Ela se sacrificou por mim. Além do mais, sou a rainha legítima.
-Eu também vou. - Onyankopon disse.
-Vocês são todos malucos.
-Nós também vamos. - Hange surgiu no porto acompanhada de Levi, Armin, Jean, Connie, Sasha e Mikasa.
-Por segurança, o Eren vai ficar. Mas, todos nós vamos. - Armin disse sorrindo.
-Por que? - Veridiana disse emocionada.
-Betina Drachen é membro do Reconhecimento, não importa de que país ela seja. E não deixamos um companheiro para trás. - Hange disse sorrindo.
-Seus malucos. Vou logo avisando, é melhor se agasalharem. Vermogen é o lugar mais gelado que irão conhecer em suas vidas.
-Desde que eu traga a Betina de volta, não tô nem aí com a temperatura. - Levi disse decidido.
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