12 - Frühling in Paradis
O capítulo de hoje tem até trilha sonora...
Oh non, rien de rien
Oh non, je ne regrette rien
Wenn ich ihre Haut verließ
Der Frühling blutet in Paris
Oh não, nada disso
Oh não, eu não me arrependo de nada
Quando eu deixei sua pele
A primavera sangrou em Paris
Em Paris
Frühling in Paris - Rammstein
🔞O capítulo a seguir contém insinuação sexual e cenas bem quentes🔥
Betina ficou surpresa ao ver Levi sentado em frente a porta do seu quarto. Era a última pessoa que ela esperava.
-Vai ficar chorando pelos cantos agora?
-Não... eu só... - ela começou a dizer sem graça.
-Tudo bem, se não quiser contar.
Ela abaixou a cabeça e seguiu em direção à porta.
-Vai entrar? - Ela perguntou olhando para Levi.
-Sim. Apesar de aqui fora estar bem confortável. - ele disse ironicamente.
Ele acompanhou Betina em silêncio e com uma expressão meio triste e diferente do arrogante habitual. Ela sentou-se na cama e ficou olhando para ele com a expressão de pesar. Aquela podia ser a última vez que ela o veria, a última vez que sentiria seu perfume suave e a loção pós barba. De quem acabou de sair do banho. Seria a última vez que olharia para aqueles olhos azuis maçantes intensos e a expressão de tédio de sempre. Não ia ouvir as piadinhas sarcásticas e o humor ácido. O jeito dele ver a vida. A forma como ele disfarçava e tentava não demonstrar o quão emotivo e sensível ele era. Que ele não gostava de ficar sozinho e se importava com todos ao seu redor. Betina sentiu um aperto no peito e a vontade de chorar voltava enquanto ela tentava segurar.
-Levi... eu.. - ela começou a dizer.
-Não. - Ele a interrompeu. - gostaria que só ouvisse.
Ele mantinha os braços cruzados e depois olhou nos olhos dela.
-Eu sinto que você não quer me contar muitas coisas. E isso me deixou irritado. Você se machuca, enfrenta pessoas que nunca vimos por aqui, perde soldados envenenados em plena luz do dia. E mesmo assim, você não me diz nada. E para piorar descubro do seu envolvimento com o Erwin. Um envolvimento bem íntimo. E mais uma vez você não diz nada. Como espera que eu confie em você, se você não confia em mim?
Ela se ajoelhou diante dele e começou a chorar mais uma vez. Ele tinha razão.
-Levi... me perdoa! Por favor! Eu tenho motivos, eu tenho explicação... só não pode ser agora. Não hoje...
-E quando vai ser? Vai esperar que a gente morra? Não temos tempo a perder. Cada dia juntos pode ser o último!
Ele tocou o rosto dela com as duas mãos e o ergueu para que ela o olhasse e depois olhou intensamente em seus olhos.
-Eu perdi gente demais. - ele disse com a voz baixa.
-Levi... eu preciso pagar pelos meus pecados. E aquelas pessoas vieram me cobrar o preço. Eu não sou uma boa pessoa.
-Eu também não. Então somos dois pecadores prontos para ir para o Inferno.
-Quando voltarmos da missão de amanhã, eu conto tudo para você. Te dou minha palavra. Se... ainda vale alguma coisa.
Ele olhou nos olhos dela. Betina estava dizendo a verdade, ele sentia isso. Ela só parecia perdida, arrependida. Era normal estar perdido dentro das Muralhas, a esperança era tão escassa que as vezes parecia ser apenas uma lenda, uma mentira contada por quem um dia teve a chance de experimentá-la. Quanto a isso ele não podia julgá-la.
-Levante-se. - Levi ajudou Betina a se levantar. - Não terá uma segunda da chance, então trate de sobreviver.
-Claro. Eu prometo.
Betina ficou alguns segundos pensativa, parecia procurar as melhores palavras para aquele momento. Olhava para ele com pesar, ela queria que em uma outra realidade, ou talvez outra vida, eles pudessem ter se conhecido longe de tudo aquilo, longe de todo aquele sofrimento.
-Levi, eu quero dizer uma coisa para você.
-É só dizer.
-Você foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Eu estava com o coração imerso em trevas e você me deu a mão.
-Não sou a melhor companhia. Dizem que sou antipático. - ele debochou.
-Você é sincero. Sarcástico, mau humorado e as vezes até insultante. Mas, talvez seja isso que eu mais goste em você.
-Você é estranha.
-E... - Ela abaixou a cabeça. - Eu amo você e te amarei até o dia que eu morrer.
Levi sentiu o coração bater mais forte naquele instante. Amor. Uma palavra tão difícil de se sentir, de descrever. Ele evitou muitas coisas. Não queria ter se envolvido com ela, não queria ter ficado junto com ela. Não queria ter se apaixonado por ela. Mas, já era tarde demais. Não havia tempo para arrependimentos.
Ele tocou o rosto dela e a beijou de forma intensa. Sentindo o sabor salgado das lágrimas dela. Um sabor de adeus. Ele tirou a blusa que ela vestia, deixando os volumosos seios dela a mostra e depois ele tirou a calça dela. Ele tirou as suas peças de roupas com rapidez e se posicionou sobre o corpo dela, nu. Ele tremia como um adolescente.
Betina tinha o rosto vermelho. Ela notou a insegurança dele e tocou em seu rosto.
-Tá tudo bem. Relaxa. - Ela abraçou fortemente o homem que parecia um menino de 15 anos descobrindo a vida. A sensação na verdade era a mesma, mesmo com seus 30 anos.
Ela se levantou e sentou-se sobre ele, o beijou de forma intensa enquanto ele passava as mãos em suas costas sentindo cada detalhe da pele dela, notou uma pequena marca no ombro que lembrava um dragão, mas não fez questionamentos naquele momento
Ela o deitou com as costas no colchão e o resto ela fez. Ele arrepiou e sentiu coisas que nunca imaginou sentir, as borboletas no estômago, o estremecer ao sentir o toque molhado da intimidade dela, os seios volumosos que se movimentavam acompanhando o ritmo de seu corpo, ela se movimentou sobre ele mantendo contato visual que o deixava ainda mais em êxtase. A penumbra sobre a silhueta feminina de seu corpo nu, o gemido suave a medida que ela chegava ao clímax. Quando enfim ela se satisfez apertou com força os quadris dele com as coxas fortes. A sensação que ele teve naquele momento, ele nunca conseguiu descrever. O prazer intenso, a sensação de satisfação, de leveza. Ele sentiu algo tão bom que não se importou com os corpos suados, ou os fluidos trocados. Ele só queria que aquele momento ao lado daquela mulher que tanto amava não acabasse nunca.
Ela deitou-se ao lado dele olhando em seus olhos. Queria eternizar aquele momento em sua mente. A expressão apaixonada de um homem que pouco demonstra seus sentimentos. Beijou os lábios dele. Fez juras de amor. Era como o florescer de uma primavera.
-Então... É assim? - Ele perguntou.
-O sexo? - ela riu.
-Também, mas, eu digo o amor. Amar alguém a ponto de querer ficar aqui por toda vida e esquecer o mundo horrível lá fora.
-É sim... - ela olhou para ele emocionada. - Então, você me ama?
-Intensamente. Te amo de todo o meu coração.
Ele a puxou para si e a deitou em seu peito acariciando os cabelos dela. Ela ouviu as batidas do coração ainda agitado de Levi. Ela fechou os olhos e apreciou aquele momento como uma melodia. Queria ficar ali para sempre. Nos braços do homem que amava.
-Levi... se não existisse nada de titãs e tudo isso, o que você faria? - ela disse sussurrando.
-Eu acho que abriria uma casa de chá.
Ela riu. Não podia ser outra coisa.
-E você? - Ele perguntou.
-Eu iria comprar uma fazenda no meio do mato. Me casaria com você e teria uns 3 ou 4 filhos... - a voz dela era de sentimental.
-Por que tantos? - ele disse incrédulo.
-Porque quero ter tudo que eu não tive na infância. Um lar, uma família.
-Se é o que você deseja, podemos fazer isso quando tudo acabar.
Betina sentiu os lábios tremerem. E chorou emocionada.
-O que foi? Você anda numa choradeira ultimamente!
-Levi... aconteça o que acontecer, nunca deixe de me amar. Por favor!
-Não seja boba. Amanhã a noite estaremos comemorando nossa vitória.
E a noite terminou assim, ela dormiu abraçada ao corpo dele. Tinha medo se perdesse cada minuto iria se esquecer da sensação do toque da pele dele.
O dia seguinte chegou rápido. O amanhecer costuma ser claro, anunciando o novo dia. Mas, naquela manhã amanheceu num tom de amarelo avermelhado como um por do sol. O sol esgueirava-se preguiçosamente por entre as nuvens, era um réquiem para aqueles pobres diabos que arriscariam suas vidas. A missão era recuperar a Muralha Maria, perdida a 5 anos durante a invasão de Shingashina. Saíram pelos elevadores 300 soldados muito bem treinados.
Betina ainda olhou para Levi e quis correr dali com ele para o mais longe possível, mas infelizmente não havia tempo para voltar atrás.
A luta terminou mal. Um encontro fatídico entre os Titãs Colossal, Blindado e o Bestial. Dos 300 soldados, apenas 9 sobreviveram, o comandante Erwin se sacrificou numa estratégia suicida. Armin também se sacrificou diante do Colossal, e queimou diante do Titã de 60 metros. Os dois sobreviveram em condições críticas, coube a Levi escolher quem salvaria com o fluído espinhal conseguido das mãos de Kenny. E a escolha não foi fácil. No fim, ele escolheu Armin. O fluído espinhal o transformou em Titã e ele tomou para si o poder do Colossal devorando Berthold, derrotado em combate.
Mas, a missão foi bem sucedida, se assim pode-se dizer. Retomaram a Muralha, além de finalmente descobrir o que havia no porão da casa de Eren, soterrada em Shingashina. O segredo: existia um mundo lá fora. Escondido deles durante 100 anos. E um rei que apagava as memórias de seu povo.
Mas, o preço que pagaram foi grande demais. Dos 300 soldados, apenas 9 sobreviveram. Um Massacre.
Já de volta a Trost, depois do velório seus amigos, Levi estava sentado olhando da janela de onde era o escritório de Erwin, que agora pertencia a 14° comandante do Reconhecimento, Hange Zoe.
-Ainda se lamentando? - Hange perguntou ao ver o amigo triste.
Levi mantinha o olhar fixo no horizonte. E disse com a voz baixa.
-Eu tive que escolher. Dar o fluído espinhal que o Kenny nos deu e que foi confiado a mim pelo Erwin a alguém que eu deveria trazer de volta... - Ele abaixou a cabeça. - E eu escolhi o Armin. Deixei o comandante morrer para trazer um moleque de volta.
-Eu também acho que deveria ter salvado o Erwin, mas, eu confio na sua decisão.
Ele virou-se para Hange com os olhos rasos de lágrimas. A morena se assustou ao ver. Era a primeira vez que ela o via daquele jeito.
-E... - Ele tentava dizer, mas a voz falhava. Sentia um nó na garganta, o choro que ele se esforçava para segurar insistia em sair. - Droga... elas não param de sair. - ele disse secando as lágrimas.
-Tudo bem chorar de vez em quando. Não dá para ser forte sempre.
-E a Betina?
Hange abaixou o olhar. Lamentava a dor que ele sentia. Daria tudo para que ele não estivesse sofrendo daquele jeito.
-Não encontramos.
-Nem o corpo? O braço? Qualquer coisa?
-Nada.
Ele soltou o corpo pesadamente no chão e o choro saiu como um suspiro doloroso. Era um baque grande demais para um único dia.
-Aquela Maldita. Ela tinha me prometido.
Hange se sensibilizou ao ver o homem daquele jeito e o abraçou silenciosamente.
-E o Erwin... eu podia ter impedido! Eu pedi para ele não ir!
-Ele nunca abandonaria a causa. Jamais. - ela apertou mais o abraço. - Chore o quanto quiser. Tá tudo bem. Quando se sentir melhor, vamos ver o mundo lá fora.
Longe dali, um navio esperava na costa de Paradis. As cores vermelho e dourado tremulavam em uma bandeira com um dragão preto no meio do brasão. Os soldados, vestiam couro e pele, comum para a região gelada de onde vinham. Altos e fortes, alguns tatuados com runas. Portando armas de alto calibre vestido de fardas vermelhas.
Uma mulher pequena de cabelos curtos esperava ansiosa pela chegada de uma pessoa como se espera alguém que ama. Do outro lado do navio, uma mulher forte cega do olho direito girava um punhal na mão.
Do alto avistaram uma mulher encapuzada se aproximar. A de cabelos curtos acenou para um dos soldados que desceram imediatamente do navio ao encontro da mulher. Os soldados algemaram a mulher e a levaram para dentro do navio.
-Não há necessidade disso. - a presa respondeu.
-Todo cuidado com você é pouco. - a de cabelos curtos respondeu. - E a outra?
-Morta.
-Quem me garante? - a de cabelos curtos perguntou desconfiada.
-Eu estou aqui, não estou?
-Pois bem, então, para não perder o costume e confesso a você que aguardei ansiosamente para dizer isso a você.... Eu, General Belladona, líder das Fúrias, tenho o prazer de dizer: Betina Drachen, você está presa por crimes de guerra contra a coroa de Vermogen.
-Separamos um quarto especial para você. Como não é fácil te matar, vai apodrecer nas masmorras de Hölle. - Helga disse sorrindo.
Betina não respondeu nada. Apenas ficou encarando as mulheres a sua frente, sem um pingo de medo.
Dentro das Muralhas, Hange seguia sozinha até um lugar mais afastado de Trost. Com uma chave em mãos foi até o antigo apartamento de Bettina e destrancou a porta cuidadosamente.
-Ygritte? - Hange chamou.
A ruiva saiu de dentro de um dos quartos com os olhos arregalados.
-Já acabou? - ela disse assustada.
-Já.
Ygritte sentou-se na cadeira da cozinha com os olhos rasos de lágrimas.
-Eu sou uma fraca mesmo. Eu deveria ter ido lá. Ter me entregado no lugar dela.
-A Betina deixou claro para você. É a herdeira do trono de um país além do oceano. Nas terras geladas.
-Ela contou tudo pra você? - Ygritte perguntou ainda confusa.
-Sim. E depois do que descobrimos no porão tenho mais certeza ainda. Existe um mundo inteiro além destas Muralhas. E vocês são de lá.
-E a Betina? O que vai ser dela?
-Eu não sei... - Mas, espero que ela esteja bem. Que ela dê um jeito e volte para nós. Era só isso que eu queria.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top