11 - Negociação

Betina estava aguardando do lado de fora do quarto de Erwin, aguardando para visitá-lo, ainda lamentando a morte de seus companheiros. Mike podia não ser o cara mais legal do mundo, mas ela trabalhou muitos anos com ele.

Levi chegou ao local com a mesma intenção, mas deu meia volta ao ver a morena sentada aguardando.

-Se te incomodo tanto, eu vou embora. - Ela disse triste.

-Pode ficar, vá ver o seu ex.

-Precisamos mesmo passar por isso? - Betina disse chateada.

-Eu estou cansado de você mentindo para mim... - Ele disse secamente.

Ele ficou encarado Betina por um longo tempo quando o comandante Pyxis corta o clima pesado.

-Senhor, senhorita. Erwin irá receber vocês.

-Pode ir... - Você tem mais urgência de falar com ele... - Levi foi irônico.

Pyxis fingiu que não percebeu o clima e seguiu seu caminho.

Betina entrou no quarto e fechou a porta atrás de si, olhando pesarosa para Erwin que havia perdido o braço direito.

-Acho que não estou tão atraente como antes... - ele começou a dizer.

-Nada. É só um detalhe.

Ele riu.

-Precisa fazer a barba... - Ela disse ironicamente.

-Antigamente você gostava.

-É... deixava você menos engomadinho.

-É verdade, você me achava um engomadinho.

Betina sentou-se ao lado dele e ele começou a dizer.

-Você ficou sabendo? Há a possibilidade de haver algo além dessas muralhas, como meu pai acreditava.

-Você mencionou, que ele morreu por isso.

-Sim. E agora estamos perto. Se retomarmos a Muralha Maria e chegarmos ao porão dos Yeagers podemos ter a prova!

Betina se sentia mal. Não podia dizer nada. As pessoas daquela ilha passaram 100 anos acreditando em mentiras e livros falsos e cada vez mais a verdade se aproximava deles. E se eles descobrissem sobre ela, ela também teria problemas.

-Isso é muito bom, Erwin.

-Ainda tem o rei. Ele é um rei falso.

Betina sentiu o estômago revirar. Heide também era uma rainha falsa.

-Isso também é um problema... - ela suspirou. - Perdemos o Mike.

-Lamentável. Mas, morreu pela causa.

Eles conversaram por mais um tempo e depois ela se despediu dele.

-Preciso ir agora.

-Ok.

Ela se levantou e depois olhou para ele por cima dos ombros.

-Levi está lá fora... ele já sabe sobre nós.

Erwin ficou um tempo em silêncio e depois disse calmamente.

-Uma hora ele iria descobrir.

Betina abriu a porta e viu um Levi sentado de braços cruzados. Ele desviou o olhar e ela seguiu o caminho.

Levi entrou e sentou-se ao lado da cama de Erwin, ele pigarreou antes de falar, iria manter o profissionalismo. Ele ainda era seu comandante.

-Como esta? - Levi perguntou.

-Bem, na medida do possível.

-Uma vila inteira se transformou em Titãs... - Levi disse se referindo a vila de Ragako.

-É a vila do Connie.

-E pensar que este tempo todo estávamos mantando... seres humanos. - Levi lamentava por isso. Tinha empatia, e não gostava de mortes desnecessárias.

-Não lamente. Era isso ou todos nós morreríamos.

Eles conversaram por um tempo. Levi parecia não querer perguntar, ou saber sobre o relacionamento de Erwin e Betina. Mas, o comandante o conhecia bem.

-Levi... pergunte. - Ele disse calmamente.

-Não sei do que está falando. - Ele deu de ombros.

-Sobre mim e a Betina.

Levi engoliu seco. Depois olhou para Erwin com o olhar sério.

-Não quero saber sobre isso. Além do mais, ela não me interessa mesmo.

-Mentira. - Ele disse encarado Levi.

-A Betina faz o que ela quiser da vida dela, não me interessa. - Ele mantinha-se irredutível.

Erwin deu um longo suspiro e depois disse.

-Você quem sabe.

Levi ficou um bom tempo em silêncio e depois perguntou sem olhar para o comandante, desviando o olhar constrangido.

-Foi por quanto tempo?

-Quer saber?

-Se estou perguntando... - Levi deu de ombros.

-Um ano e meio.

-Por que terminaram? - Levi era seco e objetivo.

-Optamos por isso. Nosso trabalho não facilita para nós.

-E... vocês se gostavam? - Ele perguntou ainda olhando pela janela.

-Sim. De certa forma. Mas, isso é passado.

Levi ficou mais um tempo em silêncio como se tivesse tentando digerir as informações. E fez a pergunta que mais tinha dificuldade em fazer.

-Ela e você... - Ele olhou para Erwin. - eram um casal normal?

Erwin teve um pouco de dificuldade para entender a pergunta.

-O que quer dizer?

-Se vocês... fizeram sexo. - Levi disse sem rodeios.

Erwin ficou confuso com a pergunta. Na verdade do porquê daquela pergunta.

-Bem. Sim. - Ele respondeu constrangido.

Levi não disse mais nada. Estava se sentindo estranho. Com ciúmes. Eles estiveram juntos. Não estavam mais. Então por que ele se incomodava tanto com isso?

-Você não ficou com ela? - Erwin perguntou surpreso.

Levi balançou a cabeça negativamente.

-Depois de tanto tempo?

-Agora isso não importa. - Levi disse secamente, mas visivelmente chateado.

A conversa sobre a Betina terminou ali.

Alguns anos atrás...

Erwin olhou fixamente para a garota diante dele. Alta, cabelos longos e pretos, olhos verdes pálidos. Ensanguentada e suja.

-Mas, quem diabos é você?

A garota tentou correr, ele bateu os calcanhares no lombo do cavalo e correu atrás dela e a derrubou.

-Não vai fugir de mim! Quem é você?

-Me solta! - Ela se debatia.

-Como chegou aqui?

-Eu não me lembro! - ela mentiu.

Ele a amarrou e a manteve sob custódia.

-Qual seu nome?

-Betina.

-Betina, eu sou Erwin Smith. Não tem sobrenome?

-Não...

- Você vai vir comigo.

Para despistar o restante do esquadrão, ele colocou a garota embaixo dos cadáveres e a levou para dentro das Muralhas. Depois a levou para um local seguro. Ele tentou de todas as formas arrancar informações dela, mas ela insistia que não se lembrava. Lembrava somente do nome.

Ele ia entregar ela as autoridades, mas ao ver a habilidade dela resolveu que ia colocar a garota no esquadrão.

-Isto aqui é um DMT, dispositivo de manobra tridimensional. Vou te ensinar a usar. - Ele tocou o cabelo dela. - seria bom cortar para não sofrer acidente.

-Sabe cortar? - ela disse com um sotaque desconhecido para Erwin.

-Mais ou menos. Posso dar um jeito.

Ele mesmo cortou seu cabelo. Com delicadeza. Ela sentiu-se estranha, havia tido poucas pessoas que a trataram bem em sua vida.

O tempo passou. Betina se tornou uma membro oficial do Reconhecimento. Erwin era a única pessoa com quem conversava e tinha contato. E com o tempo ela desenvolveu grande apresso por ele. Erwin era decidido, objetivo, inteligente. Eles conversavam muito.

-Vem. - ele a puxou pela mão. - Abre.

Ele entregou a Betina uma chave e mostrou a porta. Ela abriu a porta cuidadosamente.

-O que é isso?

-Uma casa. - Ele disse ironicamente.

-Eu vi. Mas, de quem?

-Sua. Pedi uns favores, consegui alugar. Pode pagar com o que ganha no Reconhecimento.

Os olhos de Betina brilharam. Nunca teve um lar para chamar de seu. A casa já estava mobiliada. Ela acabou se empolgando e abraçou Erwin.

-Obrigada!

O abraço acabou sendo intenso e no meio deste abraço um beijo surgiu. A intensidade acabou aumentando mais do que devia.

-Já esteve com alguém Betina? - ele perguntou ao perceber a "inocência " da moça.

-Não... - Ela disse com as bochechas vermelhas.

-E... você tem certeza disso?

-Podemos morrer amanhã mesmo. Não temos tempo para pensar muito.

Os dois se amaram intensamente. Tudo entre eles era intenso demais. E assim foi por mais de um ano. Não havia pudores, não havia ressalvas. Betina gostava dos braços fortes de Erwin, do peitoral definido e do quanto ele era alto. Parecia ter sido feito para ela.

Gostava de como ele a erguia do chão e a levava em seu colo e depois fazia amor com ela intensamente.

Ele não fazia perguntas, ou cobranças. Apenas se encontrava com ela de vez em quando e passava a noite com ela.

Era assim.

Mas, ele tinha um defeito grande. Era só isso. Não havia conexão, ou amor. Tudo era como Erwin agia. Objetivo. Betina sentia que não o entendia, que não o amava. Era vazio.

Ele tinha a ideia tão formada que não havia exceções. E como a ciência explica, a paixão dura apenas 1 ano e meio.

Foi o tempo que durou a paixão de Erwin e Betina.

-Então, é o que você quer? - Ele perguntou meio cabisbaixo.

-Sim.

-Então tá. - Ele disse se levantando e saindo. - Foi muito bom para mim. Sinto muito por não ser o que você queria.

-Tudo bem. Vamos seguir em frente.

Nem Betina sabia o que queria. Até certo tempo.

Algum tempo depois Erwin iria chegar com a pessoa que faria Betina entender de verdade, o que ela queria e o que era amor de verdade.

Eren e Historia foram mandados com Levi para serem protegidos em uma cabana isolada na floresta. Junto com eles, Mikasa, Armin, Sasha, Jean, Connie e Ygritte. Hange depois se uniu a eles para treinar Eren.

Betina ao saber que Ygritte estava na cabana, foi até lá no intuito de tentar conversar com ela. O tempo dela estava curto e logo Veridiana estaria ali.

-Olha a capitã Betina! - Ygritte disse sorrindo.

Levi viu a mulher descer do cavalo pela janela e fez uma cara de desagrado. Ainda estava magoado.

Betina desceu do cavalo sobre os olhares de Jean, Eren e Connie.

-Ela... É bem bonita né? - Eren disse observando a morena andar até a cabana.

Estava sem o uniforme. Calça justa, uma camisa mal abotoada por cima de uma regata preta e os cabelos soltos levemente bagunçados.

-É um mulherão mesmo né? - Jean disse acompanhando a mulher com o olhar.

-É... -Connie respondeu sem tirar os olhos da mulher.

Armin só ficou vermelho.

Levi se aproximou dos quatro e cruzou os braços.

-E a limpeza, vocês já terminaram?

Eles se dispersaram rapidamente. Betina entrou e cumprimentou a todos.

-Bom dia.

-Bom dia capitã! - Eren disse corado.

-A senhora gostaria de um chá? - Jean disse se aproximando da mulher.

-Ou uma água? - Connie disse.

-Estão prestativos hein? Saiam todos! Mas, que coisa! Bando de adolescentes. - Levi disse furioso.

Ele viu o trio se afastarem e depois virou-se sério para Betina.

-O que faz aqui?

-Não precisa me tratar assim. - Betina disse pesarosa.

-Não tem nada para você aqui.

-Vim falar com a Ygritte.

Ele a encarou seriamente.

-Saiu de Trost para vir aqui falar com a Ygritte? - Ele disse desconfiado. - Sobre o que?

-Não lhe diz respeito.

-Vá embora daqui. - Levi disse grosseiro.

-Por favor, e-

-Betina! - Hange entrou alegre como sempre. - Que bom ver você aqui!

-Hange!

-Ela já estava de saída. - Levi disse secamente.

-Não. - Hange disse séria. - Vamos precisar dela. A situação ficou bem complicada.

Depois de ouvir sobre o assassinato do pastor Nick, Levi lê uma mensagem de Erwin e ordena que todos saiam da cabana. Lá fora, Levi revela que o governo está congelando todas as atividades da Divisão de Reconhecimento fora das Muralhas e exigindo a custódia de Eren e Historia.

A garota que trouxe o recado de Erwin foi Nifa que foi acompanhada de Mirna do esquadrão de Betina.

Eles fugiram, estavam sendo procurados por todo território, eram considerados criminosos. Erwin estava preso e poderia ser executado. Acusado de mandar matar o chefe da companhia Rives. A população estava contra eles. Um verdadeiro caos em Paradis.

Eles precisavam de respostas. Capturaram os policiais responsáveis pela morte do Pastor Nick e os torturaram arrancando as unhas deles. Com isso descobriram que Historia Reiss era a rainha legítima. E que ela deveria assumir o trono.

Um golpe seria dado.

Eles seguiram para Trost e bolaram um plano para tentar proteger Historia e Eren.

Jean e Armin se disfarçaram de Eren e Historia e foram sequestrados no meio de Trost.

Eles seguiram os sequestradores e antes que Levi pudesse agir, Kenny "o estripador" mata Nifa e os homens que estavam com Levi.

A luta entre eles aconteceu nas ruas de Trost. Betina se aproximou para tentar ajudar.

-Betina! - Levi chamou a mulher. - É o Kenny!

-Eu não acredito. Mas, que merda!

Betina viu Mirna de longe e pensou em chamar a soldado, quando viu uma mulher encapuzada se aproximar dela e dizer alguma coisa e beijar a boca de Mirna.

-Ela tá namorando uma hora dessas? - Levi disse indignado enquanto o bando de Kenny bombardeava eles com uma arma desconhecida.

Betina viu a mulher virar o rosto e os olhos avermelhados brilharam.

-Não pode ser... - Betina ficou aterrorizada. Aquela mulher não podia estar ali.

Betina correu na direção de Mirna.

-Betina! - Levi correu atrás dela.

A capitã se aproximou de Mirna, a garota empalideceu rapidamente e seus lábios ficaram roxos.

-Mirna!

-Capitã... - Mirna disse com dificuldade começando a sangrar pelo nariz e salivar.

-Mirna... Quem era aquela mulher?

-Disse... que...Era sua...ami.ga. - Mirna parou o olhar em Betina.

-Ela morreu? - Levi perguntou aterrorizado.

-Sim.

-Como assim?

-Foi veneno... de beladona. - Betina cerrou os olhos de Mirna e ficou pensativa. Mais uma vez, sabiam da localização dela.

-Ygritte!

Betina acionou o DMT e saiu rapidamente.

-O que aconteceu? - Levi perguntou confuso.

-Eu já volto!

Betina correu o máximo que podia. Se Belladona estava ali, Helga também estava. A mulher enorme cega de um olho havia pegado Ygritte e estava levando a garota. Betina se apressou e derrubou a grandona, ela ainda conseguiu pegar Ygritte no ar, que estava desacordada. Betina ficou em pânico. Se eles sabiam sobre Ygritte isso significava...

-O que vocês fizeram com a Veridiana?

-Eu queria dizer que estou feliz em te ver. Mas, não estou. - Helga disse furiosa.

-Cadê a Veridiana?

-Foi pega em Marley e será entregue a nós para ser executada.

-Não pode ser... - Betina ficou incrédula.

-Ygritte Wolfgang. Uma profanação. Mistura de sangue de Vermogen com estes demônios. Em breve irão todos para o quinto dos infernos!

Betina fugiu com Ygritte a fim e levar a garota para um lugar seguro. O DMT dava uns minutos de vantagem.

-Armin! - Betina se encontrou com Armin e entregou Ygritte. - Fique com a Ygritte.

-O que aconteceu com ela?

-Não sei, a encontrei desacordada. Cuida dela! - Mentiu

Betina voltou para o encontro de Helga. O combate das duas começou com a grandona se jogando sobre Betina ainda no ar. Betina arfou ao sentir as costas baterem chão e depois golpeou Helga ainda deitada, a grandona rugiu e depois ao ver a preocupação de Betina com a população disse.

-Vou te propor algo. - Ela começou a dizer.

-Não negocio com terroristas. - Betina disse franzindo o cenho.

-Você quem sabe. - Helga debochou. - Vai ser fácil mandar este distrito todo pelos ares.

-O que você quer?

-A herdeira morta e você presa e levada a julgamento por seus crimes de guerra.

Betina pensou. Não tinha escapatória. Não havia como fugir, e ela não sabia onde estava Belladona.

-Deixe a Ygritte em paz.

-Não. Quem me garante que ela nunca usurpará o trono?

Betina olhou ao redor. Trost era populoso, principalmente depois da queda da Muralha Maria. E as duas adversárias não tinham nada a perder.

-Preciso pensar. Me dê um mês..

-Tem 7 dias.

Betina estava desesperada. Sete dias para pensar em como se safar e proteger Ygritte.

-Ok.

O golpe dado no falso rei aconteceu no dia seguinte. Mas, teve muita coisa até isso acontecer. Até titã anormal gigantesco querendo escalar as muralhas e Historia Reiss sendo a heroína do povo e futura rainha. Mas, Betina só pensava no que ia fazer. Não podia simplesmente entregar Ygritte. Era a salvação de Vermogen. Ainda tinha Veridiana. Ela se recusava a acreditar que ela tenha sido pega.

E, ainda tinha Levi. Betina olhava o baixinho vestido de farda com o coração despedaçado. Era incrível o quanto ela o amava, mesmo depois de tudo. Não se perdoaria se algo acontecesse.

Hange se aproximou de Betina que estava imersa em seus pensamentos.

-Ele não veio falar com você? - Hange perguntou se referindo a Levi.

-E acho que nem vai. Acabou de vez.

-Ele ama você. - Hange disse afirmando com toda certeza.

-Acho que não. - Betina disse cabisbaixa.

-Tenho certeza absoluta. Morreria por você, mataria por você.

Betina se emocionou. Não tinha como ser diferente. Ela estava prestes a largar tudo e ir direto para a execução. Hange abraçou a mulher mais uma vez. Chorar no colo de Hange estava virando um hábito.

-Uma mulher desse tamanho chorando deste jeito. - Hange disse segurando a mão dela com carinho.

-Hange, eu preciso te contar uma coisa e preciso da sua ajuda.

Hange arregalou os olhos. Era a primeira vez que Betina pedia ajuda. A situação provavelmente seria bem complicada.

Erwin e a divisão de Reconhecimento iriam tentar recuperar a Muralha Maria. A maioria sabia que era uma missão suicida. Mas, a devoção e lealdade pela causa era grande demais. Na Véspera do confronto os veteranos pagaram carne para os soldados. Carne havia ficado escassa devido a perca de território.

Os veteranos estavam sentados a mesa. Com exceção de Betina, que ainda não havia chegado. Levi, aproveitou a ausência dela e foi até Hange.

-Quatro olhos? - Ele disse olhando seriamente para Hange.

-Hum? - Hange estava mastigando um pedaço grande de carne.

-Por que a Betina estava chorando?

Hange engoliu o pedaço de carne e se espantou, porque não tinha percebido que ele estava as observando.

-A Betina? Bem. Ela... estava chorando por você.

Ele desviou o olhar e ficou comovido. Ele tentativa disfarçar, mas não conseguia negar o que sentia por ela.

-Então ela é uma grande idiota. - ele disse com a voz baixa.

-Não. Ela só ama demais.

-Amor? - Levi pareceu surpreso.

-E o que mais seria? Ela te ama. De verdade.

-Quem ama não mente! Além do mais, eu não fui homem o bastante... como o Erwin... - Ele disse frustrado.

-Isso você vai ter que perguntar para ela. Além do mais, por que você não cede logo de uma vez e aproveita?

-Do que está falando? - Ele perguntou irritado.

-Se entregue a este sentimento. De corpo e alma. Tenho certeza de que não vai se arrepender.

-... - Ele olhou fixamente para Hange.

-Antes que seja tarde. - Hange se entristeceu. - Poderemos morrer todos amanhã.

Eles foram interrompidos por Betina entrando no salão com várias garrafas.

-A bebida é por minha conta! - Betina gritou animada.

Os soldados comemoraram e se divertiram. Betina esteve próximo de todos ao seu redor. Riu, se divertiu, bebeu. Levi olhou aquilo com o coração apertado. Parecia uma despedida.

A festa acabou e Betina seguiu para seus aposentos, estava meio bêbada, mas nada que pudesse se preocupar. Encostou na parede do corredor e sentiu as lágrimas quentes escorrerem pelo rosto. Era difícil lidar com tudo.

-Agora vai virar rotina ficar chorando pelos cantos?

Ela se virou e viu, o baixinho arrogante sentado em frente a porta do quarto dela.

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