10 - Meias Verdades e Grandes Mentiras
Betina ficou abalada com toda a situação. Ela ficava pensado e se? E se tivesse usado aquilo? Mas, era arriscado demais, principalmente com a chegada da Titã Fêmea.
Devido a investida e a situação, Erwin foi chamado a capital para dar satisfação aos superiores.
Betina foi atrás de Levi, estava preocupada com ele. Havia perdido todo o esquadrão e além de tudo havia machucado a perna. Ela bateu na porta e entrou meio cabisbaixa.
-Não gosto da sua cara de pena. - Ele disse secamente.
-Eu só queria saber como você está. - ela disse se aproximando de Levi que olhava fixamente da janela com as mãos no bolso. Usava um terno azul escuro e uma camisa cinza. Elegante como sempre.
-Não havia nada a se fazer. Eles se sacrificaram pelo dever.
-Sei que não é insensível assim. - Betina disse.
-Se era só isso, pode ir embora. - Ele disse secamente.
-Sei que está bravo comigo... - Ela disse quase sussurrando.
-Pelo que? Pelas suas meias verdades, ou por você me agredir? O que mais pode ser?
Betina abaixou o olhar e ficou triste ao vê-lo chateado daquela maneira. Ela respirou fundo e saiu em direção à seu apartamento. Ela adentrou a casa e se deparou com a Veridiana.
Veridiana estava sentada aproveitando um ensopado de legumes que havia feito.
-Betina! Caramba, você está horrível.
-Luta difícil.
-Não te vejo a um tempão. Pensei que tinha me abandonado.
-Não... - Betina estava triste.
-O que aconteceu? - Veridiana perguntou curiosa.
-Eu a encontrei.
-Quem?
-A descendente de Timothy... eu peguei estes documentos esta tarde. Eu fui pesquisando os pais, os avós, os bisavós. A árvore genealógica está bem aqui.
Ela entregou os documentos para Veridiana que abriu o documento rapidamente.
-Nossa... - Veridiana arregalou os olhos.
-Leve com você. Eu tive um pouco se trabalho, mas consegui.
-Ygritte Wolfgang. Eu vou ter que dar um jeito de me encontrar com a resistência.
-E por falar nisso como chegou aqui na ilha?
-Vim de navio até a metade do caminho e terminei de chegar num barco a remo que deixei escondido na praia, perto da grande muralha de lá. Por que?
-Eu vou embora daqui. Vou dar um jeito de levar a menina comigo e ir embora daqui.
-O barco a remo não dá. Para mim sozinha eu até consigo chegar a costa mais próxima e tentar trazer um navio para cá. Você terá de levar Ygritte até a costa e embarcar lá.
-O difícil será convencer uma garota de 15 anos a largar tudo e ir comigo.
-Mas, por que esta pressa? - Veridiana perguntou.
-Fyodor e Kaoru estão mortos.
Veridiana arregalou os olhos.
-Quando isso aconteceu?
-Nos seguiram até onde estávamos. Eu os abati na floresta a caminho do castelo.
-Em alguns dias viram atrás deles. Provavelmente Helga e Belladona.
-Se Belladona vir até aqui será um problema grave. Se lembra do confronto em Marley?
-Mais de 600 pessoas envenenadas.. - Veridiana disse pesarosa.
-Não posso permitir isso.
-Se acalme. Ainda demora um pouco. Não podem entrar aqui de qualquer jeito... - Veridiana disse pensativa. - Faça o seguinte. Eu vou até a costa procurar pelo navio, quando estiver tudo pronto eu venho buscar vocês. Dou um jeito de entrar aqui!
-E eu vou dar um jeito de convencer a Ygritte e fugir daqui.
-Espero estar aqui em um mês. Seja rápida.
-Ok.
Veridiana abraça Betina. E depois a soltou e disse.
-Vamos libertar nosso povo minha amiga. Pela honra e glória de Vermogen.
Veridiana cruzou os braços sobre o peito formando um "x" era a continência de Vermogen.
-Pela honra e Glória de Vermogen!
Ygritte caminhava lentamente pelo alojamento do exército. Havia escapado da morte por pouco. Muitas percas, mais uma vez. Era difícil para ela se acostumar com isso, lidar com as percas.
Ela parou em frente a janela e contemplou a vista das enormes muralhas e suspirou.
-Elas são grandes demais...
Ygritte se assustou com a voz de Mikasa. Sentiu o rosto queimar ao ver a morena e ficou nervosa ao vê-la. Estava ainda mais bonita do que se lembrava. Ela ficou surpresa e ficou sem reação.
-As muralhas. - Mikasa disse calmamente.
-S-sim... - ela ajeitou o cabelo atrás da orelha.
Ela olhou para Mikasa com os olhos brilhando.
-Você era de Shingashina, né? - Ygritte disse.
-Sim. - Mikasa abaixou o olhar triste.
-Eu também. Era ruim, mas, era nosso lar... - Ygritte ficou triste.
Mikasa se aproximou da ruiva, apertou o cachecol vermelho que carregava sempre consigo. Lembrou-se de Eren, de quando ele a salvou de bandidos, quando ela perdeu os pais, e desde então começou a viver com os Yeagers. Da vida na casa em Shingashina.
-Um lar... -Mikasa murmurou.
-Minha mãe morreu aquele dia. - Ygritte disse com os olhos cheios de lágrimas. - Éramos só eu e ela.
-E... você ficou sozinha desde então?
-Sim...
-Eu sinto muito. A não ser o Eren e o Armin, também não tenho mais ninguém.
-Será que algum dia isso vai acabar? - Ygritte olhou para Mikasa com os grandes olhos azuis.
-Não sei... - Mikasa se encolheu no cachecol. - Mas, quem sabe um dia...
Ygritte suspirou e depois ficou uns segundos pensativa. Em seguida criou coragem e disse:
-Eu... posso ser sua amiga?
-Amiga...? - Mikasa parecia confusa. - Mas, somos amigas. Estamos no grupo de Cadetes a 3 anos.
-Não. Quero ser sua amiga. Se precisar de mim, para qualquer coisa, eu estarei lá.
Mikasa sorriu levemente.
-Sim... podemos ser amigas.
Ygritte ficou vermelha e sorriu para Mikasa. Queria dizer a ela que era a garota mais bonita que já tinha visto e que queria passar o resto da vida com ela. Mas, só o sorriso dela, já foi valioso para Ygritte.
Betina estava decidida. Ia embora daquela ilha para sempre. Já tinha ficado tempo demais em um lugar desconhecido. A única coisa que a mantinha ali era... ela pensava nele o tempo todo. Levi. Queria tanto que ele a amasse de verdade.
Mas, ainda haviam coisas para resolver ali. Erwin havia sido convocado para entregar Eren. Betina tinha que convencer Ygritte a ir embora com ela só não sabia como.
Procurou a garota no quartel, mas encontrou uma Hange eufórica.
-Aí está você! - Hange disse indo em direção à Betina.
-Precisa de mim para alguma coisa?
-Descobriram quem é a Titã Fêmea! Venha comigo, estamos em reunião.
Betina gelou. A informação estava chegando dentro das Muralhas. A reunião junto com Armin, informou que a Titã Fêmea poderia ser uma pessoa, assim como Eren se transformava. Annie Leonhart, que estava na Polícia Militar. A garota matou os dois Titãs capturados e roubou equipamentos DMT. Eles iam emboscar a garota em Stohess. E Betina por ser uma capitã, tinha que ir.
Eles colocaram o plano em prática. Erwin faz Jean Kirschtein se disfarçar de Eren, enquanto Eren, Armin e Mikasa atraem Annie para uma armadilha.
A luta entre os Titãs arrasou Stohess. Betina ajudava como podia na evacuação de civis do local, para tentar diminuir o maior número de vítimas possível. No meio da luta um buraco foi aberto na muralha e o rosto de um Titã surgiu. Para desespero de todos. Depois disso Annie é derrotada.
Annie para não ser torturada, ou morrer se congela em um tipo de cristal muito duro e ninguém consegue tirar ela de lá de dentro.
Betina vai auxiliar Hange a levar a garota para o porão e ver o que fariam depois.
-Caramba... - Hange disse frustrada.
-O que foi, quatro olhos? - Levi disse desdenhoso como sempre.
-É um material muito duro. Nada consegue cortar. - Hange lamentou.
Betina chega até ela e se prontifica a ajudar.
-Hange eu vou te ajudar.
Levi que estava no local apenas a ignora e sai de perto delas. Betina fica extremamente constrangida e chateada e Hange percebe algo errado.
-Vocês estão brigados? - Hange pergunta sem tirar os olhos do cristal.
-É... eu vacilei. - Betina disse de cabeça baixa.
-O baixinho ali é extremamente sentimental e emotivo, embora dê um de durão. Seja lá o que for, você o deixou magoado de verdade.
-Que reconfortante...
-Agora vamos, temos que levar a Annie.
No caminho elas foram conversando.
-Então, há a possibilidade de haver mais? - Betina perguntou.
-Sim. Infiltrados aqui.
Betina engoliu seco. Sabia de tanta coisa e não podia dizer nada. Não ainda.
-E... O que você acha que pode ser? - Betina perguntou disfarçando.
-Não sei ao certo. Embora tenha alguns palpites. Ainda é muito cedo para saber. E além de tudo ainda tem Titãs dentro das Muralhas...
-Entendi. E o Erwin?
-Vai ter que dar satisfação aos superiores... - Hange parou bruscamente e olhou para Betina. - Aliás, por falar em Erwin, você contou ao Levi?
Betina ficou pálida. Ainda tinha isso. Para muitos um detalhe, mas um detalhe que ela escondeu.
-Não. - Betina disse com a voz baixa.
-Seria bom você contar logo. Se ele descobrir de outro jeito vai ficar ainda mais magoado. Vai se sentir traído.
Betina abaixou a cabeça e soltou os ombros que pareciam pesados.
-Merda. E eu não sei como dizer isso.
-É só dizer: "Levi, eu e o Erwin tivemos um tórrido romance a alguns anos atrás e decidimos ficar longe um do outro para não atrapalhar nosso trabalho, porque a gente estava se envolvendo demais".
-Como é que é?
Para a surpresa das duas, Levi havia acabado de voltar e ouviu a conversa. Betina ficou sem palavras. Hange ficou constrangida.
-Levi... - Betina disse com dificuldade. - Eu posso explicar.
Ele franziu o cenho e ficou num silêncio que chegava ser ensurdecedor. Betina se aproximou dele e ele deu um passo para trás. E depois disse com a voz baixa e ríspida.
-Não se aproxime de mim.
Betina encheu os olhos de lágrimas e sentiu o nó na garganta. O dia poderia ficar pior? Podia sim. Ela ainda tinha que convencer uma garota a ir embora com ela.
-Betina, me desculpe. - Hange disse triste.
-Tudo bem Hange... a culpa não é sua.
-Não... - Levi disse secamente. - É sua. Sua e suas mentiras.
Ele virou as costas e saiu sem olhar para trás. Betina encostou na parede e ficou buscando o ar que parecia não entrar nos pulmões.
-Betina... me perdoe. - Hange disse tentando acalmar a mulher.
Ela em seguida abraçou Betina que perdeu as forças e amoleceu o corpo.
-Hange... ele vai me perdoar? Eu preciso que ele me perdoe.
-Não sei...
Precisava do perdão dele. Ela iria embora dali e nunca mais ia voltar, mas, o baixinho estaria para sempre em seu coração.
Levi estava furioso. Não se lembrava da última vez que tinha ficado tão bravo com alguém daquele jeito. Betina era uma mentirosa. Cheia de meias verdades e grandes mentiras. E Erwin... um homem em quem confiava, escondeu dele algo assim.
Infelizmente não havia tempo para problemas sentimentais. A notícia de que supostamente a Muralha Rose foi invadida pegou todos de surpresa, com isso uma grande expedição teve que ser feitas às pressas.
Levi separa bem o pessoal e o profissional, tinha perguntas para Erwin, mas teria que ficar para outra hora. O comandante se aproxima dele ao receber a notícia da suposta invasão e solicita a Levi que acompanhe na missão. Apesar da perna machucada, o capitão aceita.
Embora já era noite, Erwin lidera a Divisão de Reconhecimento para fora de Stohess e eles cavalgam para o distrito de Ehrmich, pois sabem que as Muralhas estavam seguras pelo menos até aquele ponto.
A luta não foi fácil. No processo, a identidade do Titã Blindando e Colossal é revelado. Reinner e Bertold eram mais dois infiltrados. No combate contra Eren a luta foi bem intensa, muitos soldados machucados e com a captura de Eren e Ymir, que também era uma titã, Erwin foi forçado a mais uma estratégia para resgatar o garoto que terminou com muitas baixas e a perca do braço direito do comandante.
No fim, após tantos conflitos, descobriram 3 traidores e que Christa Lenz, na verdade se chamava História Reiss e poderia ser a chave para as respostas que precisavam.
Mais da metade dos Veteranos morreram no processo, entre eles Mike Zacharias. E uma vila inteira se transformou em Titãs. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Enquanto isso, Betina lutava para resolver um problema que só ela podia resolver.
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