Capítulo XVIII
Eu estava lendo os versos do poema pela terceira vez, sem conseguir prestar atenção, sem absorver o que lia.
Meus pensamentos eram muitos, rápidos e confusos, todos se sobrepujando um sobre o outro a cada segundo, como vermes fazem ao devorar uma carcaça.
Fecho o livro com força e o coloco ao meu lado no sofá.
Há tantas coisas que não entendo, que não fazem sentido.
Tantas pontas soltas.
Porque aquele homem fez tudo o que fez? Porque está atrás de mim? O que quer?
Em nosso breve noivado, nunca passamos mais do que o tempo extremamente necessário juntos. Eu sempre me certifiquei de me retirar assim que sua presença densa e obscura invadia o ambiente.
Sempre achei Ethan Coen assustador.
Porém papai o achava brilhante.
Achava que era o filho que mamãe não pôde lhe dar. Achava que ele traria mais prestígio e notoriedade ainda ao nome da família.
Mas, ao contrário do que papai pensou, o Cachorro Louco nos transformou em uma nota de crime na primeira página dos jornais.
- Atrapalho?
Liberto-me de meus pensamentos sombrios e vejo doutor Cooper parado a porta da biblioteca.
Sua imagem hoje é bem melhor, quase semelhante ao que me lembro dele no hospital. Apenas seus olhos estão diferentes, mais tristes e cautelosos.
- Doutor Cooper! Não atrapalha de forma alguma, sente-se. Gostaria de um chá?
Ele dá alguns passos e se senta no sofá próximo a mim.
- Acabei de fazer uma refeição em meus aposentos. Aquela senhora, Nita, ficou me observando com cara de brava até que limpasse os pratos. - ele diz sorrindo levemente.
- Ah, Nita faz essas coisas mesmo, quando cheguei aqui, pensei que quisesse me engordar para assar em alguma festividade.
Rimos juntos, então, por alguns segundos.
Até que me lembro a razão dele estar ali, a razão de ter passado por tanto sofrimento nos últimos dias.
- Eu sinto que mesmo que lhe agradeça e lhe peça perdão todos os dias, até que minha vida acabe, ainda seria pouco. Por tudo o que fez por mim, por tudo que sofreu por minha culpa. Se eu pudesse voltar até aquele dia, eu me entregaria a ele, para poupá-los de tudo o que lhes aconteceu.
Ele me olha então, um olhar suave, carinhoso.
- Se tivéssemos tal poder, e voltássemos até aquele dia, eu faria tudo exatamente igual. - ele diz, num sussurro, sem nunca tirar os olhos dos meus.
- Mas… o senhor… e Clary..
- Clary e eu fizemos um juramento, Anne, de salvar vidas. Ela morreu de cabeça erguida, sentindo orgulho do que fez, eu pude ver isso claramente em seus olhos. Não se culpe, não foi você que a matou. Tampouco foi você quem me feriu. Foi Ethan Coen.
Penso nisso por um momento.
A minha gratidão e carinho por Clary serão eternos; e meu remorso, graças as palavras de doutor Cooper, se torna um pouco mais leve.
- Obrigada, doutor Cooper. Por ter me ajudado antes, e por tê-lo feito novamente agora. Fico feliz que Jamie tenha chego a tempo de salva-lo, e que esteja em segurança aqui conosco.
Ele pega minha mão, e a acomoda entre as suas, num aperto caloroso.
- Também sou grato, mas devo partir em breve.
- Mas, para onde? Ainda está se recuperando.
- Annelizy, ouça-me com atenção. Coen a encontrará aqui. Venha comigo, cavalgaremos longe das estradas, vamos atravessar a Escócia e embarcar rumo a Inglaterra. Apenas nossa pátria nos manterá verdadeiramente a salvo.
Retiro minha mão de entre as dele num puxão.
- Nossa pátria comunicaria o Cachorro Louco onde estamos, assim que pedíssemos asilo, por ser ele ser um oficial e ter a patente que tem!
- Ficaremos às margens então, usaremos novos nomes, começaremos uma nova vida!
- Eu não posso. - digo levantando-me e me afastando dele.
Seu olhar se endurece.
- E porque não? Porque esse escocês a está dando uma falsa sensação de segurança? Você não sabe do que aquele homem maníaco é capaz! - doutor Cooper diz irritado, levantando-se também em seguida.
- Eu, mais do que ninguém, sei do que é capaz. - digo entre dentes, sentindo o poder do ódio latente que sinto por Ethan Coen.
- Se sabe então fuja comigo. Se não quiser ir para casa, iremos para outro país então!
- Eu estou em casa, doutor Cooper. - digo, sentindo a verdade daquelas palavras.
- Aqui? Com gente que não é o seu povo? Está cercada de inimigos! Mackenzie tem todos os motivos do mundo para se vingar da senhorita por tudo que o seu pai fez contra o povo dele. - ele diz, gritando, furioso.
- Ele não fará tal coisa.
- Ora, e porque não faria?
- Pois eu o amo.
Aquela frase silenciou imediatamente doutor Richard Cooper, que permaneceu apenas me fitando por longos minutos.
Enquanto eu sentia o peso de minha constatação.
Até esse momento, não me permiti aceitar, ou nomear, meus sentimentos por Jamie.
Mas, ao sentir o toque caloroso das mãos de doutor Cooper, elas causaram sensações erradas em mim, ao passo que as de Jamie causavam as certas.
- Está cometendo um terrível erro. - ele me diz, simplesmente.
- Não é apenas por meus sentimentos que não farei o que me pede. Mas também por meus pais.
- Seus pais estão mortos.
- Sim, e se for para ter meu sangue derramado, será na terra em que morreram. E, se for para me juntar a eles na morte, o farei lutando. Chega de fugas para mim, doutor Cooper.
Depois que Richard Cooper saiu a passos rápidos da biblioteca, me deixando sozinha, decido me refugiar nos estábulos mesmo ainda sendo manhã.
Chegando lá, encontro uma cena maravilhosa: Ian e Jamie conversando. Sem carrancas no rosto, sem olhares furiosos e sem ranger de dentes!
Me aproximo deles, que me notam imediatamente.
- O que faz aqui tão cedo? - Jamie pergunta, sorrindo.
Vê-lo depois de assumir estar apaixonada por ele faz meu estômago dar voltas.
E, claro, minhas partes íntimas lembrarem de seu toque.
- Hoje a biblioteca estava sufocante. Decidi vir ao ar livre mais cedo.
Ele sacode a cabeça, exasperado.
- Bem, já que se sente assim, irei adiantar sua surpresa.
- Surpresa? - pergunto animada.
- Sim, um piquenique em um bosque há alguns quilômetros daqui, que tal?
- Excelente! Maravilhoso! Virá conosco, Ian?
Jamie imediatamente olha para ele, com um aviso no olhar.
- Tenho muitos afazeres, Lizy. Aliás, sei que se divertirão muito mais sem minha presença. - com uma piscadela, ele se retira, e eu coro com sua insinuação.
- Porque não conversa um pouco com Luz enquanto preparo as coisas? Serei rápido.
Dito isso, Jamie sai apressado, seguindo para a casa principal, e eu sigo até o estábulo de minha égua adorada.
Ela relincha assim que me vê, sempre feliz.
- Ola, menina! Como tem passado?
O garanhão negro em frente, Escuridão, solta um grave relincho, também querendo atenção.
- Ora, está com ciúmes? - digo indo na direção dele, o acariciando também - Acho que há mais alguém apaixonado por aqui, não é mesmo?
Assim, passo o restante do tempo, até Jamie chegar, dando conselhos amorosos aos cavalos.
Como se eu soubesse dar conselhos bons sobre esse tipo de coisa.
Mas eu tento.
Jamie chega e seguimos ao nosso destino em Vento Negro, que segue a galope, como se tivesse pressa de que cheguemos logo.
Ou isso, ou Jamie é quem tem pressa.
Seguimos viagem em silêncio, apenas observando a bela paisagem das planícies, apenas aproveitando o calor um do outro.
E chegamos por volta de uma hora depois.
É um bosque pequeno, mais um amontoado de grandes árvores, onde passa um minúsculo córrego, quase imperceptível.
Mas o ar ali é fresco, o sol ilumina suavemente, e o som discreto da água correndo é muito relaxante.
Jamie retira as coisas do alforje, estende uma grande manta verde escura, onde nos sentamos, próximos um do outro.
- Está com fome? - ele me pergunta.
- Ainda não.
Acena com a cabeça, e mantém-se calado.
- Diga-me o que aconteceu na cidade, Jamie! Ontem apenas o vi quando chegou, e Richard não me deu detalhes sobre o que lhe aconteceu.
Seu olhar mostra uma momentânea ira quando menciono doutor Cooper, mas que logo desaparece.
- Eu ouvi que o culpado pela morte do ex general fora preso e seria executado, então decidi invadir o posto oficial para conversar com o prisioneiro. Obviamente eu sabia que não era Coen que estaria ali, então eu precisava saber. Mas nunca imaginei que seria o médico.
- Ele foi torturado para que assumisse a culpa.
- Sim.
- Pobre Richard. - Jamie faz uma careta - Qual é o seu problema?
- Meu problema?
- Reage negativamente a cada vez que menciono Richard Cooper.
- Vocês conversaram hoje?
- Sim.
- E então?
- Bem, ele… quer que fujamos juntos.
- Esse é o meu problema, Lizy. - ele diz, mantendo aqueles olhos castanhos quente e atraentes, firmes em meu olhar.
- Pois não deveria. Eu sou uma mulher livre.
- Então o fará? Irá com ele? - ele soa magoado.
Levanto-me e me aconchego no colo de Jamie, que solta um suspiro de contentamento.
Passo minhas mãos por seu rosto e em seguida em seus cabelos ruivos, beijados pelo fogo, os deixando bagunçados.
E mais sensuais do que já são.
- Você sabe que não.
Ele abraça minha cintura com um braço, num aperto firme, enquanto o outro desliza acariciando meus quadris.
- Disse ser livre. Você é livre, Lizy.
- E é por isso que decidi ficar aqui. Com você.
Jamie sorri e me aperta mais ainda contra seu corpo, e eu levo minha boca até a dele, num beijo cheio de saudade.
Ali deixo transbordar toda a paixão e desejo que há em mim.
Enquanto nossas línguas se entrelaçam, enquanto minhas mãos puxam seus cabelos, enquanto Jamie geme meu nome em meus lábios, eu me quebro em milhões de pedacinhos, todos eles pertencentes a Jamie, e me refaço em uma nova versão de mim, uma Annelizy Montblanc que fará qualquer coisa por esse amor e por Jamie Mackenzie.
É ele quem interrompe o beijo, nos afastando, mas permaneço em seu colo.
- Sabe, eu tentei refazer aquilo que você me fez, quando foi se despedir. - digo, ligeiramente tímida.
Ele arregala os olhos.
- Você se tocou?
- Não foi tão bom quanto quando você o fez. Não consegui a mesma... sensação.
- Porque me diz essas coisas, Lizy? - ele pergunta, com cara de quem está com dor.
- Porque eu o desejo. Desde o momento em que meu corpo se recuperou daquele prazer, eu quis mais.
Num ato extremamente ousado, passo minha mão por seu membro, que já está se enrijecendo.
Jamie aperta minha cintura, solta um suspiro profundo, mas não retira minha mão dali, onde continuo acariciando sua intimidade.
- Por favor, Jamie, eu... Eu preciso…
- Você sabe que é errado.
- Porque? Porque é tão errado?
- Você é uma dama. Uma lady.
- Eu sou uma mulher. E, como disse, uma mulher livre. Ninguém além de mim irá mais ditar o que é certo ou errado em minha vida. E, você.. o que fizemos, o que quero que façamos, ah é muito, muito certo, Jamie…
Com meu pequeno discurso, Jamie perde toda a reserva que tinha, toma minha boca num beijo avassalador e eu me entrego totalmente.
Em poucos movimentos, Jamie me deita e pressiona seu corpo sobre o meu, sem que separassemos nossos lábios.
Jamie subiu meu vestido até a minha cintura, deixando minhas pernas livres, as quais abri para ele, que se encaixou deliciosamente ali.
Eu podia sentir seu membro duro fazendo movimentos suaves contra minha intimidade, que estava pulsando de pura luxúria.
Estávamos tão próximos, tão íntimos, apenas nossas roupas impediam que nos tocássemos pele com pele.
- Você me deixa maluco, Lizy... Meus pensamentos são seus e meu corpo também, veja o que faz comigo, sinta.. - e impulsionou a pélvis contra a minha.
- Ahh, Jamie... Por favor...
- O que você quer, Lizy?
- Você... Jamie - eu mal conseguia formar pensamentos lógicos quanto mais dizer frases completas.
- Diga-me o que quer.
- Alívio... Prazer... Dê-me prazer, Jamie.
Ele sorriu com meu pedido, e, após abaixar o decote de meu vestido, abocanhou meu seio, o chupando vorazmente, e mordiscando um, enquanto fazia carícias com as mãos no outro.
Levada por meus instintos mais carnais, comecei a mexer meus quadris em direção ao dele, em movimentos circulares e de vai e vem, acariciando sua rigidez com meu sexo.
- Você tem duas opções, minha Lizy: quer minha mão ou minha boca? - aquilo chamou minha atenção.
- O quê?
- Quer ter seu prazer com minha mão ou minha boca? - ele repetiu, olhando em meus olhos, os seus eram como bronze derretido, derretido no fogo da paixão e da luxúria.
- Você vai me beijar… ali? - ele sorriu
Um sorriso atrevido e, céus, extremamente sensual.
- Apenas se a senhorita assim quiser.
- Quero tudo que seja com você, Jamie. Tudo e cada coisa.
Uma emoção passa por seus olhos, uma intimidade maior que a física está nos unindo agora.
Uma intimidade de nossas almas, nos entrelaçando.
Nos fazendo um.
Jamie me beija então, um beijo casto nos lábios, e depois na ponta do nariz, e na bochecha, e no queixo, e no pescoço, onde sua língua me faz carícias circulares, e assim, ele desce por todo o caminho até que esteja com o rosto entre minhas pernas, olhando desavergonhadamente a minha intimidade.
- Tão linda… - ele diz e eleva os olhos até os meus.
Esse, sem dúvida, é o momento mais erótico da minha vida, algo que jamais ousei imaginar.
- Pretende ficar aí olhando o dia todo? Ou vai realizar meu pedido, e me fazer perder os sentidos de tanto prazer? - pergunto, atrevida.
- Seu pedido é uma ordem, querida. - e me beija em meu sexo.
Arqueio as costas e quase grito de tão prazeroso que é aquilo.
Se gostei das mãos de Jamie passeando por meu corpo naquela noite, não foi nada comparado a sua boca, sua língua, me provocando ali, me lambendo e chupando, e mordiscando.
A cada vez que passava a língua por um lugar especialmente sensível, eu sentia meu alívio cada vez mais próximo.
Suas mãos estavam agarradas em meus quadris, Jamie se saboreava de mim, meu sabor, meu líquido quente que escorria, lubrificando minha entrada.
Era muita depravação.
Uma deliciosa depravação.
Então eu não pude mais suportar tamanha lascívia, e senti meu prazer tomar conta de meu corpo, enquanto eu me contorcia e Jamie continuava seu ataque delicioso e voraz em meu sexo.
Aos poucos fui recobrando a consciência lógica, Jamie dava ainda pequenas lambidas em minha parte mais sensível,o que me deixava quase alucinada, mas a exaustão tomou conta do meu corpo, agora extremamente relaxado.
Olhei para ele, que tinha os olhos fixos em mim.
- E então? - ele pergunta, com um sorriso devasso.
- E então que agora é a sua vez.
Mesmo com meu corpo mole, eu sabia que Jamie precisava de seu próprio prazer, e dessa vez, seria eu quem o daria a ele.
- Lizy, não acho que…
Levanto-me e agarro seu rosto em minhas mãos, beijando-o ardentemente, provando de meu sabor.
Jamie está ajoelhado entre minhas pernas, e começo a abrir suas calças.
Ele não me impede.
Então, pego seu membro masculino em minhas mãos, espantando-me um pouco com seu tamanho.
- Eu acho que você terá de me ensinar aqui.. - digo, sorrindo.
- Assim…
Jamie põe uma mão sobre a minha, segurando seu sexo, e começamos movimentos de vai e vem.
Tudo fica ainda mais íntimo, pois nossos olhares não se separam um do outro.
Jamie retira a mão da minha, enquanto eu continuo as carícias em seu membro, e ele começa a movimentar seu quadril no mesmo ritmo.
É extraordinária a sensação ao ver que eu estou fazendo isso com ele, que eu o deixo excitado e que eu o dou prazer.
- Eu estou próximo Lizy, deixe-me continuar daqui... - ele pede num murmúrio rouco.
- Seu prazer hoje virá apenas de mim, Jamie. - digo, passando a língua na ponta de sua excitação.
Ele joga a cabeça para trás, e um gemido gutural escapa dele.
Então, faço novamente, o lambo em sua ponta macia, de novo e de novo e de novo.
- Oh Lizy eu vou... Eu estou..
Antes que consiga terminar de falar, seu sêmen sai em jatos, diretamente em meu queixo, pescoço e seios, jatos quentes e grossos, a prova do prazer e alívio dele.
Jamie murmura meu nome, de olhos fechados, com sua voz rouca de lascívia.
Ele me olha então, vendo seu líquido em mim, e o limpa rapidamente. E me beija apaixonadamente, deitando-nos sobre a manta, ambos ofegantes.
- Que criaturinha devassa você é. - ele diz rindo.
- Bem, o senhor não fica atrás, não é mesmo?
Ele ri uma gargalhada, me aconchegando em seu peito.
- Creio que assustamos os animais do bosque, com nossos gritos de prazer.
Tá calor aqui ou é impressão minha??? 🔥🔥
Esses dois estão muito safadinhos pro meu gosto!!
(mas eu tô adorando e vcs?)
Kkkkkk
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