Capítulo XV
Vocês pediram e aqui estou eu! Hahaha
Mas antes do capítulo novo quero agradecer a cada um que está lendo meu primeiro bebê literário!
Obrigada ♥️
Jamie
Chegamos a cidade em três horas de cavalgada, a noite estava alta mas ainda não era madrugada, então decido passar na taverna para tomar algumas cervejas e, claro, fazer algumas perguntas e, se necessário, alguns subornos.
Petir, um dos meus homens de confiança, me acompanhou nessa jornada, e Klan ficou em casa para ficar de olho em Lizy.
Ian deveria chegar em breve da missão que lhe designei, o que me tranquilizava, pois eu sabia que ele a protegeria caso fosse necessário.
As ruas estavam relativamente calmas.
Vi alguns oficiais que passaram por nós sem nos notar realmente, e apenas a rua onde a taverna ficava que estava movimentada.
Alguns bêbados estavam saindo, apoiando-se um no outro e cantando canções sobre uma prostituta que tinha seios com sabor de mel.
Entramos e o lugar estava abarrotado de pessoas, em sua maioria ingleses, mas vejo alguns de meu povo também.
Enquanto uns se ressentiam até hoje do resultado da invasão e consequente guerra, outros aceitaram que foi algo inevitável e seguiram suas vidas tentando ter uma relação da melhor maneira possível com os britânicos que decidiram viver aqui após o conflito.
Agora, cinco anos depois do fim, haviam alguns que até formaram laços de amizade e, claro, casos de amor.
Esse pensamento me traz a imagem de Lizy imediatamente a cabeça, mas eu guardo tal pensamento pois preciso me manter calmo e concentrado.
Coisas impossíveis para mim quando penso naquele furacão que é Annelizy Montblanc.
Sentamo-nos no balcão e nos é servido uma cerveja fortemente fermentada e temperada. Apenas finjo beber para me manter alerta ao redor.
Aparentemente realmente está havendo uma comemoração aqui.
Há grupos de companheiros cantando músicas e gargalhando aos gritos e brindando com tamanha força que algumas canecas são quebradas.
Durante os primeiros minutos que estamos aqui sentados, duas brigas começam, cadeiras e dentes voam e sangue é espalhado pelo chão, mas depois de alguns socos, os lutadores voltam a se abraçar e se embebedar.
Por fim, cansado, entediado e intrigado, pergunto a um oficial inglês, de uniforme rasgado que passa por mim, o que diabos está acontecendo neste lugar.
- Ei, senhor, o que estão comemorando?
Ele me olha de olhos anuviados, tentando se concentrar.
- Não soube, homem? Nosso ex general foi assassinado junto de sua família. - ele diz como se fosse óbvio.
- É a isso que brindam e cantam?
- Não! Comemoramos que o culpado foi encontrado esta manhã e preso! Será enforcado amanhã ao anoitecer por seus crimes.
Fico sem reação por um momento, e o homem mal nota pois a garçonete chega com um novo jarro de cerveja para lhes servir.
Olho para Petir, que a está olhando da forma que um lobo olha sua caça.
Meu trabalho neste lugar está feito, mas preciso pensar minuciosamente em meus próximos passos.
- Se quiser trepar fique a vontade, mas não me apareça bêbado, está me entendendo? - digo a Petir, que se apruma na cadeira.
- Sim, patrão. - ele responde.
- Chegue antes do por do sol, teremos um dia cheio amanhã.
Viro-me e sigo até o cortiço a alguns quarteirões onde aluguei um quarto pensando no que aquele jovem oficial disse.
Mal fechei os olhos durante a noite, pois a ansiedade do que eu que fazer no dia seguinte não deu trégua.
Petir chegou algumas horas depois de mim com o olhar de quem tinha conseguido o que queria e desabou no colchão embolorado e cheio de calombos do quarto, enquanto eu passei as horas até o nascer do sol olhando a rua através da janela, com o ronco dele de fundo musical.
Porém, mesmo entre meus suspiros exasperados e ranger de dentes, quando o sol finalmente nasceu eu tinha um plano.
Um perigoso e audacioso plano.
Acordei Petir aos chachoalhões que levantou assustado.
- Petir, preciso que preste muita, muita atenção, ouviu?
- Sim, patrão, estou alerta.
- Faremos algo potencialmente audacioso e com grandes chances de dar errado. Preciso saber se está comigo nessa.
- Iremos causar tumulto e confusão? - ele pergunta, os olhos brilhando. Aceno positivamente. - Estou dentro, patrão, claro!
- Então preciso que vá ao posto oficial e observe a movimentação dali por algumas horas, encontre alguma maneira de entrarmos. - lhe entrego um pequeno saco com moedas.
- Entrar no posto oficial? O que o senhor pretende fazer lá?
- Apenas bater um papo com o suposto assassino do ex general.
Por volta do horário de almoço Petir voltou.
Disse-me que o dia seguia tranquilo e rotineiro, que a circulação de pessoas nas proximidades do posto oficial era relativamente escassa, apenas alguns comerciantes em suas carroças que ali passavam no caminho de suas atividades, e que nos fundos do posto oficial havia um amontoado de quartos onde eles viviam.
Isso me deu uma ideia, pois precisávamos chegar e sair despercebidos e que maneira melhor de o fazer do que nos transformando em simples comerciantes?
- Volte até lá, e compre a carroça e o silêncio de alguém e depois volte aqui o quanto antes. Já é começo de tarde e o homem será executado em algumas horas, e mortos não falam. Preciso de respostas. Te espero nos fundos do cortiço.
Assim que Petir sai me encaminho sorrateiramente até a cozinha do lugar, minúsculo e abarrotado de gente ocupada com seus afazeres ou se alimentando, então ninguém nota quando pego um grande pedaço de carvão e saio pelas portas do fundo.
Olhando-me numa poça d'água, esfrego o carvão em meus cabelos, transformando o ruivo reluzente em negro.
Vejo um varal ali, retiro meu sobretudo e visto o simples casaco cinza com remendos que dali retiro, deixando minha roupa como pagamento pelo roubo.
É o melhor disfarce que posso improvisar.
Decido levar a manta xadrez que ali se encontra também e, mais rápido do que eu esperava Petir retorna, trazendo uma instável carroça cheia de galinhas em caixas de madeira.
- Eu pedi a carroça, não a mercadoria.
- Pensei que uma carroça vazia poderia levantar suspeitas, patrão.
- Sim, tem razão, vamos.
Subo na sacolejante carroça que era guiada por um burro de carga e chegamos ao nosso destino após longos minutos.
Realmente há poucas pessoas.
- Agora, vê aquele corredor ao lado da entrada do posto oficial? Ele dá para os dormitórios deles no fundo. Vá até lá e comece um incêndio. Apenas assegure-se de que o fogo irá se espalhar e saia dali. Pegue seu cavalo e vá para casa.
- Abandonar o senhor? Nunca!
- Não há tempo para discussão, homem.
- Prometi ao senhor seu pai que o protegeria com minha vida, e assim o farei, não seguirei sem o senhor.
Aquilo me emociona, eu não sabia dessa promessa.
- Pois então me espere na maior árvore que há no caminho de casa. Aquela próxima ao córrego. Agora vá, estamos perdendo tempo, e leve Vento Negro com você!
Petir sai e anda assoviando a passos rápidos e desajeitados ao beco, fingindo estar apertado para urinar.
E, após dez angustiantes minutos, gritos de fogo começam a preencher o lugar.
- Fogo! FOGO!
- Corram até o poço! Rápido! Tragam água!
- Corram rapazes, corram!
A agitação tomou conta do local, dezenas de oficiais saíram do posto aos tropeços, carregando baldes e grossas cobertas a fim de aplacar o incêndio.
Eu não havia contado com a eficiência do vento, que estava instigando as chamas que já estavam perto dos três metros de altura.
Quando todos finalmente seguiram ao poço, esgueiro-me e entro no posto e sigo, rapidamente a fim de não ser pego, até às celas onde espero encontrar o condenado.
Mas há apenas um homem ali, que não é nem de longe quem eu esperaria que fosse.
- Por qual crime está aqui? Diga-me.
O homem olha para mim, de olhos extremamente arregalados.
- Eu já disse, já confessei, eu matei a família Montblanc, eu os matei, os matei... Acabe com isso logo, eu imploro.
- Você? Qual seu nome? Ande logo, qual seu nome?
- Richard! Richard Cooper!
- Você... você é o médico! - meu deus!
- Sim, apenas acabe com isso logo, leve a cabo logo!
- O senhor não morrerá hoje, doutor Cooper.
Com apenas alguns chutes arrombo a tranca da cela que se abre com um estrondo.
- O que diabos está fazendo? Quem é você? - ele pergunta.
- Temos uma amiga em comum. Agora vamos, nosso tempo está acabando.
O medico então sai de sua letargia e desconfiança e me segue até a saída.
Seguimos rapidamente, e, antes de sair, noto um casaco vermelho dos soldados em uma poltrona, que imediatamente pego e visto nele.
Quando estamos a passos da porta um jovem entra, de cabelos cor de mel e olhos verdes, que se arregalam ao nos ver.
- Saia. - exijo
O rapaz treme, engole em seco e saca a espada.
- Não queremos lutar, apenas nos deixe sair.
- Ele já o viu, seu rosto será caçado assim como o meu se o deixarmos vivo. - diz o médico.
Sim, é verdade.
E, em apenas dois movimentos rápidos, saco minha espada e corto a garganta do jovem rapaz.
Corremos porta afora, as labaredas são altas e furiosas. O que diabos Petir aprontou?
Há tanta correria e fumaça que passamos invisíveis por ali.
- Suba atrás da carroça. - digo.
Num pulo o homem sobe e se encolhe ali, abraçando os joelhos e, noto, está rezando.
O cubro com a manta que roubei junto com o casaco e partimos dali, deixando o caos para trás.
E não é que nosso querido Doutor Cooper está vivo!!!!
Votem e me digam o que estão achando talkei 🤩
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