Capítulo XI

Jamie

Quando eu a vi na porta de meu quarto usando apenas uma fina camisola branca, eu pensei seriamente estar alucinando.

Mas não estava.

Ela estava ali.

Parecendo um anjo.

E ela devia ser quase um, tamanha bondade, honestidade e inocência que haviam nela.

Eu fui um grosso arrogante e ela veio me pedir desculpas! Como se houvesse o que desculpar.

Lizy em poucos dias tem me feito ser um homem melhor.

E mais feliz, admito.

E, quando ela me abraça tão calorosamente, não consigo controlar minhas emoções.

Ela nota minha ereção, o símbolo do meu desejo por ela.

Tão inocente.

E tão sedutora.

Uma combinação capaz de acabar com minha sanidade.

Quando amanhece, me encaminho aos estábulos atrás de Ian. O encontro no último, começando suas tarefas.

- Precisamos conversar. - ele fica tenso e se vira para mim.

- O que quer agora? Mais alguma ameaça, senhor Mackenzie?

- Não. Eu vim me desculpar.

- Você? - ele está surpreso. Pois é, essa reação já era esperada por mim.

- Sim. Eu.. - suspiro, cansado. Lizy sempre acha que a verdade é o melhor caminho, então, sigo por ela. - Eu senti ciúmes. É isso.

Aguardo enquanto Ian absorve essa informação. Ele me olha de forma avaliativa.

- E o que pretende fazer em relação a isso?

- Como assim o que pretendo fazer?

- Você gosta dela. Tentará conquista-la? - ele pergunta.

Ora, eu não gosto dela, quer dizer, gosto, mas não desse jeito. Apenas me sinto atraído.

- Se pensa que estou apaixonado, não é o caso.

Ele me avalia mais um pouco. Odeio aquele olhar de quem sabe algo que não sei, igual ao do meu pai. Nosso pai.

- Que seja. Você me deu um aviso, então lhe darei outro. Não a machuque. Ela é como uma irmã pra mim, apesar de saber que nunca ocupará o lugar de Jeny.

- Sente falta dela? Depois de todo esse tempo?

Já fazem cinco anos que minha irmã morreu, nossa irmã, me lembro. Eu sinto falta dela, claro, mas agora depois de tanto tempo, Jeny é mais uma lembrança do que um vazio.

- Sempre. Todo dia. Ela era minha irmã e melhor amiga. - ele diz. - Agora Lizy é minha melhor amiga. E eu a protegerei.

- Faremos isso juntos, então. - estico minha mão direta, Ian a aceita e firmamos um acordo e uma trégua de paz - Agora, preciso que me faça um favor, Ian.

Passei o restante do dia verificando o andamento do serviços, os cuidados aos animais e aos adestramentos. As águas prenhas, e os potros. Os cavalos que deixei para trás do leilão chegaram em boas condições.

Tudo andava nos conformes, até que um dos cavalariços comentou algo que me chamou a atenção.

- O senhor veio ver a égua da senhorita Lizy?

- Égua dela? - pergunto.

- Bom, não dela, exatamente. Mas elas são afeiçoadas uma na outra. Cá entre nós, patrão, a moça está irritada que o senhor pretende fazer dela uma reprodutora.

- E que égua é essa, afinal? - pergunto.

- Luz, patrão. Qual mais seria? A égua mais bela das mais novas que temos.
- Eu não me lembro de qual seja. Leve-me até ela.

Seguimos pelo corredor e vejo a égua de que o rapaz falava.

Realmente era linda, seu pelo de um castanho amarelado muito claro e brilhoso, era quase do mesmo tom dos cabelos de Lizy.

Aquilo me deu uma ideia. 

Sigo apressado a casa principal, já passa do meio da tarde, não a encontro na biblioteca então sigo ao quarto.

Encontro a porta aberta, e observo a bagunça que está ali. As encomendas que pedi chegaram, aparentemente.

- Veja, Nita! Esse tom de verde não é maravilhoso? Junto ao dourado ainda! - ouço Lizy dizer, visivelmente empolgada com tudo aquilo.

- É sim, menina, agora pare de bagunçar tudo que estou tentando arrumar. - Nita responde, irritada.

- Não estou bagunçando, Nita! Cada coisa, eu a estou ajudando.

- Ah sim, é claro que está. - Nita responde, bufando e rindo.

Bato na porta aberta, chamando a atenção de ambas.

- Boa tarde! - cumprimento-as.

- Senhor Mackenzie! Porque não me disse que fez uma encomenda tão grande de roupas para mim? - ela pergunta, mas sei que não está irritada.

- Porque era uma surpresa. - sorrio - E agora tenho outra, venha, há alguém que deseja ver a senhorita.

- Mas estou ajudando Nita. - ela aponta a bagunça de tecidos e caixas na cama e ao chão.

- De forma alguma, pode ir a vontade. Leve-a, senhor. Por favor.

- Ora, Nita, assim até parece que está me expulsando! - Lizy diz colocando as mãos na cintura.

Nita  ri e continua seu serviço.

Lizy suspira e vem até mim.

Percebo em como ela já recuperou seu peso, está com um semblante saudável e levemente bronzeado.

Estendo meu braço, que ela aceita sem hesitar, e a levo escadas abaixo.

- Quem está querendo me ver? - ela pergunta.

- Eu pensei ter dito que era surpresa.

- E disse, mas eu pensei que poderia me dar uma pista. - ela diz, de maneira cúmplice.

Apenas sorrio. Ela está com um ar de menina travessa que me encanta. Quero ver logo sua reação então aperto um pouco o passo, para que cheguemos logo.

- Senhor Mackenzie, eu já conheço praticamente toda a área dos estábulos. É isso que queria me mostrar?

Não respondo, apenas sigo e entro no primeiro barracão. Lizy segue calada, e paramos em frente a Luz.

A égua imediatamente a reconhece e relincha alegremente. Lizy, então, sobe na madeira da porta da baia para ficar mais alta e a acaricia, conversando com ela.

Eu sorrio com a cena.

- Luz. Como está? Estava com saudades de você também. - a égua a cheira - Eu não trouxe petiscos a você, hoje. Nós, damas, precisamos fazer dieta as vezes, sabe, para não engordarmos demais.

Ela conversa como se o animal fosse gente. É hilário.

- Ela realmente sente grande afeto pela senhorita. - comento.

- E eu por ela. - ela responde, me olhando.

- Fico feliz. Pois assim sei que cuidará bem dela, e sei que Luz também estará feliz com sua nova dona.
Ela para as carícias. E me olha com surpresa.

- Está me dando ela?

- Sim.

Ela começa a gargalhar alto, muito feliz,então se joga em meus braços, pulando de cima da porteira da baia.

Mas sou rápido e a agarro, e nos abraçamos fortemente, enquanto ela ainda ri.

Meu coração parece que vai explodir dentro do meu peito.

Lizy levanta os olhos para mim, tão felizes e tão próximos. Observo cada detalhe seu, e ela percebe e, nervosa, passa a língua pelos lábios.

Aquilo, junto a aproximação de nossos corpos, me causa um desejo quase irracional.

- Lizy... - murmuro seu nome.

Ela apenas assente, ela também quer.

Então, eu a beijo.

Vocês sentiram o impacto desse beijo?? Não?

Então aguardem o próximo capítulo!

Votem e comentem, heim 😘

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