Saia Amarela

Ela gira e gira como um pião desgovernado arrancando os pés da gente sem ver. Sorri largo e depois some na ventania com os cachos em tornado. E não há sol que não se ilumine com sua visita.

Continuei varrendo a calçada, os olhos no caminho por onde ela seguiu, me perguntei se algum dia ela pararia de vir e torci muito para esse dia nunca chegar; as tardes não seriam completas sem ela. Mas um grito, daqueles arrastados, agudos, que tremem e zunem, apareceu com o meu nome ressoando pela rua estreita de pedras cinzas e gentis.

ㅡ Que é?!

ㅡ Traz logo essa vassoura que eu preciso terminar de varrer a casa antes do ano que vem!

Suspirei longamente. Sempre esperava que esses momentos durassem mais. Esperava ser o barbante para amarrar o pião bem forte na minha cintura. Mas sou apenas eu, com meu black emaranhado e unhas por fazer.

E assim, entrei ㅡ atenta para a tarde que estava por vir.

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