Prólogo

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    Era fim de tarde, o sol secencontraca prestes a se pôr. A sombra da mansão era alta, assim como as árvores naquela parte afastada no jardim.

    Uma criança de pele pálida, olhos azuis, cabelos negros e longos, cheios de cachos, brincava por ali assoprando em um brinquedo para criar bolhas de sabão em pleno ar.

    A governanta estava sentada em um banco por perto, mas estava lendo um livro de romance que lhe tirava toda e qualquer atenção que pudesse ter com as coisas a sua volta.

    A pequena menina continuava com suas bolhas de sabão, ela sorria com cada uma que conseguia fazer. Tentava deixar o mais cheio de bolhas a sua volta, e foi por isso que ela conseguiu ver um clarão ali entre as árvores. Curiosa como a pequena era, foi naquela direção, com passos largos à medida que via o brilho dourado aumentando.

    Quando já se encontrava perto, o brilho diminuiu drasticamente. Ao entrar em uma floresta por perto, viu um homem loiro, com barba em roupas brancas e douradas de costas para si. O homem virou-se devagar para a pequena, fazendo-a parar ali há alguns passos de si.

— Olá, Safira. — Ele disse, a voz extremamente calma.

— Quem é você? E como sabe o meu nome?

    O homem sorriu para ela.

— Meu nome é Raziel, pequena. — Se apresentou.

    A jovem o encarou sem diminuir sua estranheza perante ao belo indivíduo diante de si.

— O que faz em minha casa, Raziel? — Ela perguntou levantando uma sobrancelha. — Está perdido?

  O homem novamente lhe abriu um sorriso ao ouvir tal pergunta.

— Na verdade, eu vim lhe ver. — Ele respondeu.

— A mim? — A pequena mão da jovem tocou o próprio peito. — Mas eu nem te conheço!

— Mas eu a conheço bem. — Ele disse com os olhos castanhos fixos nela. — Você é filha de uma Caçadora das Sombras com um Warlock. Você possui parte do Céu e do Inferno dentro de você.

— E o que isso quer dizer? — Ela perguntou, não entendendo os termos que o homem usou para falar de seus pais e muito menos a coisa do Inferno e do Céu.

— Quer dizer que pode ser a salvação de muitos, ou o motivo da morte deles. — Havia tanta leveza no modo que o estranho falava, que mal parecia estar falando de algo tão intenso para uma criança.

    A menina sorriu e balançou a cabeça para os lados, era perfeitamente possível notas que ela continuava perdida nas palavras do homem.

— Ainda assim, o seu coração é bom, gentil. — Ele disse se abaixando e mantendo o olhar nela. — E deve continuar assim até que a hora chegue.

— Hora de quê? — A menina sussurrou, a cabeça pendendo ligeiramente para o lado.

— Você sente medo de mim, pequena? — Quis daber.

     Safira negou. Ela tinha aprendido a não falar com estranhos, a correr se um estranho viesse falar consigo quando estivesse sozinha, mas ela sentia algo bom, algo tão bom vindo do homem a sua frente que não tinha como querer se afastar com ele.

    O homem estendeu a mão e a abriu diante da criança.

— Chegue mais perto. Tenho um presente para lhe dar.

    Em silêncio, a menina se aproximou, seu vestido azulado balançando com a leve brisa do vento enquanto ela encarava o estranho se sentindo encantada por ele.

    Quando a mão de Safira tocou a do homem, ele a segurou de modo gentil enquanto ambos os olhares se fixavam um no outro.

— Quer ser meu amigo? — Ela perguntou com a voz gentil. — Podemos brincar de bolhas de sabão.

    Ele sorriu para ela mais uma vez e tocou a testa dessa com seus lábios avermelhados. Uma luz tão brilhante quanto a que a menina viu antes nasceu daquele beijo que ainda não tinha chegado ao fim.

    O sono tocou os olhos da pequena, fazendo-a fechá-los.

— O futuro lhe aguarda coisas grandes. Deixo-lhe esse presente que alguém lá em cima pediu para que lhe entregasse. — O homem sabia que mesmo com os olhos fechados, a criança podia ouvi-lo ainda. — Demorará até que se lembre desse momento novamente, Safira, mas quando o fizer, talvez possamos nos ver novamente. Até lá, cresça, criança, cresça com toda a bondade que sinto em seu coração, e então estará pronta para tudo aquilo o que lhe foi reservado.

    E assim, ele a abaixou e a deitou no chão cheio de folhas enquanto essa já estava por completo adormecida. Ao longe, ele ouviu alguém gritar o nome da menina, era uma vez feminina, a voz da governanta.

    O homem se levantou, revelou suas enormes asas para a floresta e voou em direção ao céu.

     Um ou dois minutos mais tarde, a governanta apareceu ali perto e viu a menina deitada no chão desacordada.

— Safira! — Ela correu gritando. Se aproximou e abaixou-se perante a garota. Ali ela viu, viu quando a raiz começou a mudar de cor e os primeiros fios de cabelo começaram a serem tomados pelo branco lentamente. — O que é isso?

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