2- Cabelos Brancos
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Safira estava dentro da boate. Preocupada, ela subiu a escada de caracol num canto do lugar. O primeiro andar parecia calmo, alguns se beijavam, outros só conversavam.
No térreo, Simon e Isabelle já haviam dado um jeito de entrar. Agora Magnus jogava glamour em Alec e passavam pelos seguranças tranquilamente.
- Acabei de reparar que faz tempo que não vamos a uma casa noturna. - Magnus comentou, olhando a sua volta e já procurando pelo bar.
- Faz tempo que você não vai. - Corrigiu Alec enfatizando o "você".
- Pois é, mas eu tenho bons motivos. - O feiticeiro logo soltou uma piscadela para o Shadowhunter.
Alec não pôde deixar de sorrir provocando em Magnus a mesma ação.
- Como vamos achar demônios aqui dentro? Eles podem ser qualquer um. - Disse Alec. - Fora que eles sabem se esconder muito bem entre mundanos.
Magnus estalava os dedos enquanto isso, tirando o glamour dos dois e assim ambos se tornando visíveis para os mundanos.
- Ali. - Magnus apontou com o queixo para uma garota que descia a escada de caracol. - Uma vez você me disse que demônios adoram garotas loiras.
- Ela tem o cabelo platinado, na verdade. - Disse Alec.
- Bem, - Magnus arqueou suas belas sobrancelhas bem feitas. - Isso só a faz chamar ainda mais atenção.
- Sou obrigado a concordar. - Disse Alec notando o quanto a garota chamava atenção de muita gente ali em volta. Ela nem parecia perceber isso.
- Eu vou buscar um drink. - O feiticeiros já estava indo em direção ao bar.
Alec revirou os olhos e riu.
O Lightwood fitou para a garota mais uma vez. Safira se sentou em um banco e suspirou.
Segundos depois, Magnus já estava de volta com duas taças e deu uma para Alec.
- Aqui está, querido. - Magnus tocou sua taça na taça de Alec. - Um brinde a nós.
Um sorriu para o outro.
- E onde está a garota? - O Warlock perguntou, olhando a sua volta.
- Ali... - Alec apontou com o queixo para o banco que antes a garota estava e agora estava vazio. - Onde... Ela sumiu.
- Se ela foi para fora, certamente deve ter algum demônio a perseguindo. - Magnus avisou. - É bom confirmarmos se está tudo bem, não queremos ninguém possuído.
Alec suspirou.
- Tinha que ser hoje uma missão dessas...
- Pensei que ficaria feliz em dar uma relembrada nos velhos tempos. - Magnus disse, antes de beber o resto da sua bebida.
- Eu estou, mas... - Alec passou o polegar na bochecha do companheiro. - Eu tinha planos melhores para o resto da noite.
O Bane sorriu malicioso ao ouvir aquilo, ele sabia bem do que Alec estava falando, ele podia ver o desejo nos olhos de seu esposo.
- Nós vamos ter tempo, querido. - Magnus disse com a voz mais suave que o normal. - Vamos atrás da moça, verificar se ela está bem, matar uns demônios e depois... - Ele tocou com o dedo indicador o lábio inferior de Alec. Seus olhos estavam fixos ali. - Temos muita coisa pra fazer.
Um sorriu para o outro e assim saíram da casa.
Do lado de fora, em uma rua deserta cheia daqueles belos postes antigos, Safira procurava por algum sinal de Íris.
Não demorou para começar a presumir que talvez não encontrasse a amiga porque essa estava ocupada. Talvez Freddy e Íris estivessem em um momento íntimo, talvez não quisessem ser incomodados e ela, como a inconveniente que não tinha se ligado, poderia atrapalhá-los.
Safira suspirou. Talvez fosse isso mesmo. Ainda assim, era estranho, pois Íris não era o tipo de pessoa que ia sumir de repente, mesmo que fosse para ter uns amassos com um garoto, ela certamente lhe mandaria mensagem ou ligaria, pois era esse tipo de pessoa que colocava os amigos acima de qualquer rolo.
Havia algo errado. Safira procurou algo na bolsa, seu celular, ia ligar para a morena.
- Lá está ela. - Magnus disse vendo a garota de cabelo platinado uma rua à frente deles.
- Estou surpreso que nenhum demônio tentou tocá-la ainda. - Alec soltou, observando aqueles longos cabelos brancos. - Esse cabelo dela grita por atenção nessas ruas mal iluminadas.
- A cor é linda. - Magnus defendeu a garota.
- Sim, é sim. - Alec concordou. - É tão bonito que até demônios gostam.
Os dois estavam mais próximos de Safira, andando devagar. Procurando não fazer barulho já que o glamour apenas tirava a visão dos mundanos, mas não os outros sentidos.
- Droga, Íris. - Disse Safira se virando em direção a Magnus e Alec, ela encarava o chão. - Atende logo.
Ela olhou para frente e caminhou em direção aos dois.
- É impressão, ou ela' tá olhando a gente fixamente? - Alec perguntou num sussuro.
- Não, é impossível que ela nos veja. - Magnus afirmou em mesmo tom.
Safira parou há uns três passos dos dois e alternou o olhar entre eles.
- Licença. - Pediu educadamente. - Eu gostaria de perguntar... Vocês viram uma garota com olhos levemente puxados, rosto mais quadrado e cabelos bem liso escuro? Ela tava usando um vestido colado verde escuro...
- Não, nós não vimos. - Disse Alec, tentando entender como a garota os via.
Safira suspirou.
- Merda. - Ela disse prendendo o máximo possível o receio de algo ter acontecido a Íris dentro dela. De repente, sua expressão suavizou levemente, dando um pequeno sorriso. - Obrigada. - O olhar pousou no feiticeiro. - Ah, e eu adorei a blusa. - Comentou, encarando a blusa social que Magnus usava preta coberta por lantejoulas de mesma cor.
- Obrigado. - Disse Magnus baixo sem entender muito bem o que estava acontecendo.
Safira manteve o pequeno sorriso por mais um momento e assentiu com a cabeça antes de deixar os dois pra caminhar apressada, olhando tudo a sua volta.
- Você não tinha colocado glamour em nós? - Alec questinou o esposo.
Magnus assentiu com a cabeça.
- Eu acho... - Magnus tinha as sobrancelhas unidas. - Que ela tem a visão.**
- Acha que ela é uma submundana? - Alec perguntou vendo a garota virar a esquina e desaparecer.
- Eu não sinto energia característica de qualquer submundano nela. - Magnus disse. - Ela pode ser... como você.
- Seja lá o que for, é melhor irmos atrás dela. - Disse Alec já apressando-se.
Assim que os dois a alcançaram em vista virando a esquina, eles notaram que a mesma tinha companhia. Há uns três metros atrás de Safira um homem de cabelos castanhos a seguia.
- É, parece que a nossa isca chamou atenção finalmente. - Disse Alec tirando uma flecha de seu recipiente nas costas e a colocando em seu arco.
De algum modo, quando a flecha foi em direção a criatura, ela a sentiu e se desviou. O homem virou para eles e sorriu. No segundo seguinte, ele tomou a sua forma original.
Safira olhou para trás nesse momento, bem a tempo de ver a metamorfose acontecer.
- Mas o que é... ? - Ela não teve tempo de responder, pois o bicho se voltou em sua direção e tentou atacá-la.
Magnus foi rápido, ele criou uma parede entre o demônio e a garota, o demônio não estava conseguindo tocá-la, mas ansiava por isso urgentemente, soltando grunhidos altos enquanto batia furiosamente a proteção a sua frente.
- Que estranho. - Disse Magnus. - Não é um demônio comum. É um mais forte.
- Como assim? - Alec disse tirando uma lâmina Serafim de sua bota e indo em direção a criatura com passos firmes.
Magnus foi se aproximando do demônio junto com ele.
- Está tentando quebrar a parede, parece desesperado... - O feiticeiro constatou, cada vez mais confuso.
Safira ali, olhava tudo o que acontecia sem entender algo. Ela via o quanto a criatura estava disposta a tocá-la. O bicho gritava enquanto mantinha os olhos cor escarlate em si.
Quando Alec estava mais perto, o demônio se virou pra ele e deu um grito, um grito diferente do de quando encarava Safira.
- Quer uma ajuda? - Magnus perguntou encarando aquela coisa.
- Não precisa. - Alec foi rápido em rejeitar. - Eu preciso matar as saudades de fazer isso.
- Tudo bem. - Disse Magnus com o mesmo tom bem humorado de sempre. - Como desejar, Alexander.
Agora que o demônio estava focado em Alec, Magnus tirou a parede mágica que a impedia de chegar a Safira.
O bicho praticamente pulou em Alec e os dois começaram a se enfrentar. Magnus assistia ao seu parceiro lutar daquele modo sexy que ele adorava.
Ele estava tão entretido que mal percebeu quando um outro demônio apareceu.
- Atrás de você! - Gritou Safira para ele.
Magnus se virou a tempo de ver o bicho indo atacá-lo e lhe lançou uma chama azul enorme.
Agora os dois estavam ocupados e Safira os assistia sem saber o que fazer direito.
Mais três demônios apareceram, agora para ela, pulando do telhado e pousando à sua frente.
- Droga! - Ela disse.
Alec finalmente conseguiu cravar a lâmina no coração do demônio em cima dele. Magnus virou e viu os três demônios vindo em direção a Safira.
Alec pensou o mais rápido que pôde e lançou a lâmina em um dos demônios, ela acertou o peito desse em cheio assim o fazendo explodir no ar.
- Se afasta! - Magnus gritou para ela jogando outra de suas esferas azuis de poder no outro demônio. Esse também explodiu no ar.
Enquanto isso, Alec já estava pronto para atirar outra de suas flechas no último demônio, mas Safira foi mais rápida, ela pegou a lâmina Serafim que havia caído ao chão assim que o demônio tinha sido morto e a fincou no peito do último demônio.
Alec e Magnus a observaram fazer aquilo, vendo a lâmina se iluminar de imediato ao seu toque e continuar iluminada quando ela a tirou do peito da criatura e a segurou.
Como todos os demônios ali, aquele também desapareceu no ar.
- Estou começando a achar que tinha alguma coisa a mais do que álcool naquela bebida. - Safira disse olhando a sua volta e confirmando pra si que todos os demônios haviam desaparecido.
- Você está bem? - Alec perguntou se levantando e encarando a garota.
Magnus tinha os olhos fixos na lâmina acesa na mão esquerda dela.
- Aham. - Ela respondeu, respirando fundo. - Isso é seu. - Disse se aproximando dele enquanto mudava o modo que segurava a lâmina a entregando de cabeça para baixo.
Alec estava reparando o mesmo que Magnus. A lâmina brilhava.
- Vocês estão bem? - Safira perguntou, alternando os olhos entre os dois. - Seja lá o que for aquelas coisas, além de feias, pareciam... - Ela pensou nas palavras certas. - Algo que não é desse mundo.
E ela estava certa.
Alec pegou a lâmina e guardou de volta na bota.
- Estamos bem. - Ele disse baixinho.
- Ótimo. - Ela disse se afastando. - Eu preciso encontrar minha amiga. Se tiver mais dessas coisas por aí, ela pode estar em perigo.
- Seu braço... - Magnus disse a ela.
Safira seguiu seu olhar e viu que na altura de seu ombro direito, na parte em que a gola da blusa era larga ao ponto de deixar aquela região nua, havia alguns arranhos. Nada grave, mas era o suficiente para veneno de demônio adentrar em seu sangue.
- Ah, não é nada demais. - Afirmou, encarando o ferimento. - Depois eu resolvo isso.
- Espera. - Disse Alec a fazendo encará-lo. - É perigoso pra você andar pelas ruas a essa hora com esses demônios por aí.
- Ah, então essas coisas feias eram demônios... - Safira assentiu pra si mesma como se estivesse processando tudo em sua mente. Ela suspirou logo em seguida. - Mesmo que seja perigoso, eu preciso encontrar minha amiga, ela também pode estar em perigo. - Disse pegando o telefone e tentando acender a tela.
Magnus pensou rápido, logo impedindo-a de acender o aparelho com magia.
- Só pode estar de brincadeira! - Disse Safira, bufando. - Estava em setenta por cento agorinha...
Alec trocou um olhar demorado com seu esposo. Ele tinha notado o truque de Magnus.
- Bem, é isso. Se cuidem. - Disse Safira acenando para os dois e se virando, só conseguindo pensar no paradeiro de Íris.
Alec sabia que tinha algo errado ali, uma mundana que tinha a visão, não tinha medo de demônios e que podia usar uma lâmina Serafim. Ele sabia, ele sabia realmente que tinha algo de diferente ali. Ele se lembrou de Clary por um momento, do quanto ele havia julgado a garota na época por ter aparecido de repente, mesmo que em parte sua estranheza também se devesse ao ciúme que tinha de Jace.
Pois bem, no passado Alec havia errado, mas agora, vendo que a garota a sua frente também podia pertencer ao seu mundo, ele decidiu ajudá-la de bom grado.
Alec chegou a abrir a boca para tentar impedi-la novamente, mas não precisou, pois no segundo a seguir, Safira parou e colocou a mão na cabeça.
- O quê... - Ela sussurrou.
- É o veneno. - Magnus disse se aproximando dela rapidamente. - O veneno de demônio.
- Eu só estou um pouco tonta. - Ela disse baixo. Ela piscou algumas vezes. - Já estou melhor.
- Você pode desmaiar a qualquer momento. - Alec avisou. - Venha conosco, vamos tirar isso de você e aí você pode ir procurar sua amiga.
- Eu nunca nem vi vocês na vida pra ir em algum lugar. - Safira disse.
- Uma verdade. - Disse Magnus. - Mas, pense: Nós salvamos a sua vida. Acho que isso prova, pelo menos um pouco, que não lhe queremos mal. - Magnus sabia ser muito convincente quando queria.
Safira nada disse, mas era notável que ela concordava com sua abordagem.
Ao presumir que Safira iria com eles de boa vontade, Magnus começou a criar o portal.
- Você é um feiticeiro, não é? - Perguntou a garota.
Magnus sorriu.
- Bem observado.
- Vamos. - Disse Alec, indo em direção ao portal e passando pelo mesmo primeiro.
Magnus encarou Safira.
- Não precisa ter medo. - Ele disse.
- Eu não tenho. - Safira afirmou de pronto, fitando o portal quase como se estivesse encantada.
Isso surpreendeu o bruxo.
- Mas eu tenho uma pergunta importante pra te fazer. Só depois dela que eu entro aí.
- Pergunte. - O bane lhe permitiu, uma sobrancelha levantada.
- Tem carregador do outro lado disso aí?
✨
O Instituto continha vitrais em toda parte, os detalhes em arquitetura gótica, os símbolos dos Shadowhunters pelo chão em algumas partes, e é claro, as máquinas de última geração do grande salão.
Vendo o Estado da garota, rapidamente Magnus fez Safira se sentar em um dos bancos de um dos corredores. Já Alec mandou mensagem para os outros pedindo para que eles viessem para o Instituto o mais rápido possível.
Não demorou para que o restante do grupo aparecesse e logo se atualizassem nas notícias. Isabelle e Jace concluíram que realmente não havia pedra alguma por ali. Eles não tinham sentido nada, nenhuma energia.
Magnus e Alec trocaram de lugar, assim Magnus explicando aos outros o que tinha acontecido com eles no canto do corredor enquanto Alec conversava com Safira no outro canto ali.
- Você é muito forte. - Disse Alec se abaixando na frente dela e tirando sua estela do bolso de trás da calça.
- Forte?
Ele lhe deu um pequeno sorriso.
- É, eu nunca vi alguém aguentar o veneno de um demônio sem apagar.
Foi a vez de Safira lhe retribuir com um pequeno sorriso.
- Olha, vê isso?- Ele mostrou a runa em seu pescoço. Ela assentiu. - É uma runa, eu vou fazer uma em você também e assim você ficará bem. A ferida irá fechar.
- É tipo fazer uma tatuagem de algo desconhecido? - Ela perguntou, curiosa.
- Tipo isso. - Ele disse de bom humor. - Mas é uma tatuagem que pode te curar até mesmo de novos ferimentos. Estique seu braço. - Ele pediu já com a estela pronta.
Safira esticou o braço e puxou a manga longa da blusa para cima.
- Bem, não achamos a pedra, mas pelo jeito, temos mais uma Shadowhunter para o grupo. - Disse Izzy. - Não foi uma noite perdida no fim das contas.
- E acredite em mim quando digo que ela é corajosa. - Comentou Magnus, ainda impressionado com a atitude da garota. - Eu não consegui ver um sequer pingo de medo nos olhos dela depois que ela acabou com o demônio e se virou para nós com a Serafim brilhando.
- Será que ela já sabia sobre o nosso mundo? - Izzy tentava raciocinar sobre.
- Não, eu acho que não. - Magnus parecia convencido. - Mas acho que temos um leve problema.
Suas palavras chamaram a atenção de todos.
- Qual? - Clary perguntou.
- Eu percebi o modo como o primeiro demônio tentava se aproximar dela, e tenho que lhes dizer... - O Warlock pareceu receoso. - Ele não parecia querer possuí-la ou matá-la. Os outros que vieram depois também. Eles a olhavam de modo diferente, como se quisessem algo dela. E vocês sabem muito bem que quando demônios desejam algo de alguém...
- É porquê é algo grande. - Jace terminou. - Olhando em direção a garota e indo para perto dela.
Os outros o seguiram.
Alec desenhava a runa no braço de Safira nesse momento.
Todos viram quando algo negro, como uma leve chama saiu da ferida e ela começou a se fechar.
Ela era mesmo uma Shadowhunter e a runa funcionar era a confirmação. Mas no segundo a seguir, algo confundiu a todos novamente. A runa que Alec havia acabado de desenhar desapareceu, era como se nunca estivesse estado no braço de Safira.
- Você me disse que ela ficaria... - Safira parecia tão perdida quanto eles.
- Era pra ficar. - Disse Alec sem entender.
O silêncio tomou o corredor por um momento.
- Mas então, estou esperando o carregador. - Disse Safira olhando para Magnus, alheia ao mistério girando em torno de si. - Você disse que arranjaria um para mim.
- É claro. - Magnus parecia tão abismado com o que tinha acabado de acontecer como os outros. - Dê-me ele. Vou pôr pra carregar.
Ela assentiu e lhe deu o celular. Magnus colocou o eletrônico em uma de suas mãos que estava estendida e colocou a outra de mesmo modo em cima dele. O celular desapareceu.
- Prontinho. - Avisou. - Daqui a pouco lhe devolvo.
- Okay. - Disse Safira.
- Bem, enquanto isso. - Disse Isabelle se colocando em frente a Safira em pé. - Eu gostaria de te fazer algumas perguntas. São sobre coisas relacionadas a essa noite.
- Tudo bem. - Disse Safira. - Mas primeiro pode me dizee quem é você?
Foi aí que Isabelle notou que nem sequer tinha se apresentado. Aliás, ninguém ali tinha feito isso, eles nem sequer sabiam o nome da garota também.
- Ah, me desculpe, meu nome é Isabelle, Isabelle Lightwood.
- Que nome bonito. - Disse a garota dando um aperto de mão com Isabelle. - Eu me chamo Safira, Safira Lencastre.
- O seu nome é Safira? - Perguntou Alec, um tanto surpreso.
- Foi o que eu acabei de dizer.
Ninguém tinha reparado, não até Alec fazer aquela pergunta e agir como se algo estivesse errado, e algo estava.
- Safira é o nome de uma pedra, não é? - Maryse questinou, seguindo o raciocínio no filho.
- Sim, uma pedra muito conhecida pela cor azul, mas que, na verdade, tem em várias cores. - Disse Safira calmamente.
Era isso, só podia ser. Tinha uma forte chance da pedra preciosa que o anjo havia dito, ser na verdade, a garota na frente deles.
- Anjos falam com enigmas e metáforas. - Sussurrou Clary. Todos ali ouviram já que estavam em silêncio.
Tinham muitos olhos em Safira nesse momento, e ela não gostava disso.
- Tem um banheiro por aqui? - Safira perguntou de repente.
- Ah, sim, sim. - Disse Isabelle rapidamente. - Venha comigo.
E assim, as duas seguiram para longe, e Safira podia jurar que sentiu olhos em suas costas até que desaparecessem de vista.
A água da torneira estava aberta, Safira fez uma concha com as duas mãos e jogou a água no rosto. Ela se olhou no espelho, seu rosto estava limpo, afinal, ela não usava maquiagem já que até mesmo uma linha de lápis preto parecia ficar muito chamativo naquele rosto cujos pêlos eram todos brancos.
Ela sabia que tinha estranho acontecendo a sua volta, pois demônios não eram algo que costumava a ver todos os dias, oo máximo que ela costumava a ver eram vultos, como se seus olhos não quisessem que visse algo até aquele noite. Mas era engraçado, engraçado como Safira não tinha medo algum dos demônios, como não ficou com medo ao descobrir que o cara estiloso era um bruxo. De algum modo, aquilo tudo não a surpreendeu. Talvez uma parte de Safira soubesse da existência daquilo tudo, talvez ela só não quisesse ver o que estava a sua frente, não até aquela noite.
Mas ela precisava saber que sua amiga estava bem, não ia conseguir pensar em nada além disso se não soubesse algo de Íris.
Ao sair do banheiro, encontrou Isabelle na porta que sorriu para si.
- Eu não ia fugir... - Safira sussurrou, notando que algo estava errado. - Não precisava ficar na porta.
- Eu só fiquei preocupada com que se perdesse aqui dentro, afinal, esse lugar era enorme. - Isabelle afirmou.
"Ótima desculpa", pensou Safira.
- Olha, eu percebi que vocês estão estranhos, mesmo não conhecendo ninguém aqui, dá para perceber que tem algo de errado. - Disse a garota.
- É complicado, mas isso parece ter alguma ligação com você. - Isabelle proferiu com cuidado.
- Comigo? - Safira uniu as sobrancelhas.
- Eu gostaria de te explicar com calma o que está acontecendo... - Isabelle estava tentando ser o máximo possível gentil.
- Você pode, mas me deixe saber se minha amiga está bem, primeiro. - Disse Safira. - Eu preciso descobrir o que aconteceu com ela.
- Então façamos assim, eu te ajudo a achar sua amiga e você me ouve até o fim, tem que ouvir tudo o que eu tenho a dizer e responder a tudo o que lhe for perguntado.
- Tudo bem. - Disse Safira tranquilamente.
- Venha comigo.
As duas seguiram até o salão principal e Isabelle parou na frente de uma das máquinas, ela começou a digitar algo no pequeno teclado e clicar em algumas coisas na tela azul de vidro.
- Diga-me o número de celular dela, eu vou rastrear o chip.
- É 16 577865892 - Repondeu.
- Okay... - Assim que Izzy digitou o número, ambas olharam para a tela por um momento enquanto um ponto vermelho ia ficando mais nítido no mapa que ia se aproximando cada vez mais de um lugar. - Aqui, ela está em um prédio no Centro de Nova Iorque, fica entre as ruas 12 e 13.
- Ela está em casa? - Safira ficou sem entender o que estava acontecendo. - Eu preciso do meu telefone, preciso ligar pra ela, saber se é isso mesmo.
As duas foram até Magnus que devolveu o celular de Safira imediatamente. Ali no corredor, agora só tinha Alec, Magnus e Isabelle com Safira.
Safira ligou a tela de seu celular e ficou surpresa.
- Tem dezoito ligações dela. - Ela sussurrou pra si mesma. Logo ela retornou a chamada. - Alô? Íris? Onde você estava? - Houve uma pausa. - Eu te liguei sei lá quantas vezes e você não atendeu. Eu estava lá também. - Houve mais uma pausa. - Então você está em casa mesmo? Está tudo bem? - Safira suspirou de alívio. - Eu? Eu estou... - Ela olhou pra cima, para o teto. - Estou perto do centro já. Estou bem. - Avisou. - Vou chegar tarde, mas qualquer coisa eu te ligo. - Uma última pausa. - Tá, okay. Se cuida. - E assim, Safira desligou a tela do celular. Ela olhou para Isabelle. - Você estava certa.
Isabelle lhe deu um pequeno sorriso.
- Ótimo. - A morena disse.
- E então, o que queria me dizer? - Safira levantou uma sobrancelha.
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