Crush 4 (especial Halloween part. 1)

A toalha branca cobria metade de seu corpo másculo, gotas caíam de seus cabelos e não posso mentir, a visão era exuberante, mas eu prometi a mim mesma, não irei me deixar levar por ele. Alguns podem pensar" Mas Emily, você sempre foi iludida, porque agora vai ser diferente?" E a resposta é "Porque eu quero.".
Vou até a porta do banheiro e dou uma olhadinha, não quero ouvir um sermão de "Como você não pode trazer machos para casa, já disse várias vezes" que, é um tédio total e impossível segurar as respostas, então depois perguntam o que aprendemos no colégio, e tudo isso não muda nada em minha vida. Fecho a porta novamente e o-aviso. Eu realmente acho que tenho um grande dom para atuação, bem que a netflix poderia me chamar para fazer uma adaptação, seria digna do óscar. Seus olhos dourados fitam-me a todo momento, sorrisos safados escapam e eu retribuo como se estivesse caidinha por ele, mas se eu não estou gostando dele, porque fiz aquele drama na intenção de beijá-lo? Nossa, eu sou tão confusa, imagino o que seria de mim em escolher apenas um, de trinta e cinco garotos.

- Você tem certeza que não há riscos de alguém aparecer? - perguntou Theo, preocupado, olhava para ambas direções temendo o pior

- Riscos é óbvio que sim, certeza não. - Ele bufou fingindo estar bravo, mas quem deveria estar brava sou eu! Pois eu fui enganada... na verdade não, apenas fui iludida.

Continuamos a sina, indo em direção ao paraíso divino que, ou seja, é o meu quarto, evito respirar para não chamar atenção, mas, parece até que meus pais são monstros, um demogorgon talvez, e isto prova que preciso dar um tempo em séries. Theo caminha descalço, a toalha presa em seu quadril dá uma provocante visão de sua virilha e seu peitoral... ele é um idiota, irritante, imbecil e irresistível, os quatro "ís".

- Eu não acredito que você se lambuzou de chocolate! - a voz alterada da minha mãe ecoa pelo corredor e o desespero, aos poucos, toma conta de mim - vou te dar banho numa hora dessas! Merece um balde de água fria ainda...

Nossos olhos arregalados se encontram e eu literalmente começo a xingar minha irmã caçula em pensamento, eu sei que é errado, depois eu me arrependo.
- E agora? - sussurrou Theo esperando que eu faça algo, mas eu não sei o que fazer.

A voz da minha mãe fica cada vez mais próxima, e junto a ela vem o risco de eu ter um infarto, então como nos desenhos animados antigos, uma luz surgiu em minha cabeça; O sótão! O cordão pendente que abria a escada para ele estava ali e eu tinha pouco tempo.

- Me levante! - exclamo baixo, não quero que ela me veja com um desconhecido dentro de casa, temo que ela venha mais rápido, Theo fita-me como uma idiota - Me levante logo!

- Eu estou de toalha, se ela cair? - aqueles olhos dourados, como ele é lindo e safado mais uma dose de idiotice, o modo como disse.. ridículo - Sua mãe...

- Dane-se ela. - ele arregalou os olhos, quando tive consciência do que tinha dito, corrigi-me - a toalha, quero dizer.

Ele deu de ombros e se aproximou, estremeci quando suas mãos agarraram minha cintura e no impulso, ergueu-me. Estico meu braço para alcançar o fio e com um pouco mais de esforço e desespero, consegui fazer a bendita escada se abrir em nosso frente, sorri orgulhosa ao ver sua expressão de surpresa.

- Vai! sobe rápido! - grito apressada, os passos da minha mãe são como num filme do parque dos dinossauros, apavorantes.

Ele me pôs no chão e correu para cima, então a mini Blair Waldorf apareceu coberta de chocolate, sua boca parecia como as de vampiros depois de se alimentarem, mas nesse caso ela deve ter matado um alguém feito de chocolate. Não hesitei e com toda a força possível, empurrei a escada fechando-a, no entanto, ouvi um grito abafado, era Theo e a causa fora o tecido branco preso
- Emily, graças a Deus eu te encontrei! - o alívio em sua voz era meu desespero - faz um favor pra sua mãe?

- Nem vem! - respondi na lata, sei o que ela quer dizer com "favor" - Não vou dar um banho na Tiffany!

Sua expressão mudou de aliviada, para decepcionada e fingida

- Nossa, pensei que ser mãe tinha mais valor, sem mim, você não estaria viva...

- E eu devo tudo e o infinito a senhora pois eu nasci e dei dores para você na hora do parto - ela realmente fingia estar magoada - Já faz quinze anos e você ainda lembra.

- Não sei o que você aprende no colégio, pois educação não deve ser uma das matérias. - Fiquei boquiaberta, ela me deu uma patada, relaxo ou seja lá o que for, esse papel era meu.

Depois que ambas, minha mãe e Tiffany seguiram para o banheiro, com direito a showzinho da Tiffy na entrada cantando "Mercy" do Shawn mendes traduzida em sua língua desconhecida. Amo Shawn, mas Tiffy está fazendo-me pensar duas vezes.

Um, dois, três pulos e nada, corro até meu quarto e pego a cadeira da escrivaninha, quando finalmente abri, quase fui acertada na cabeça pela escada

- Ela já saiu? - perguntou Theo sorrindo desconcertado, assenti com a cabeça e ele desceu, depois de me ajudar a fechar a porta, fomos para meu quarto... finalmente.

Não vou dizer que não corremos feito dois retardados, pois sim, foi isso que aconteceu. É tanta vergonha alheia de mim própria. Ele entrou no trocador, e eu fiquei fora do meu quarto, mexendo em meu celular, quando então recebi uma notificação, a foto bem tumblr me fez sorrir, era minha melhor amiga, que foi morar em outra cidade para encontrar o namorado virtual, ela é quase tão louca quanto eu. Quase.

"Oi Mih, só quero avisar que amanhã eu apareço aí pra passarmos o Halloween contigo, Matheus também vai e talvez o amigo dele também. Beijos, Sua louca amiga, Carol."

Merda! Merda! Eu esqueci completamente do Halloween, eu não acho muito importante afinal, há fantasias, e de fantasias, há palhaços assassinos, serial killers e bonecas possuídas ou seja, não gosto do Halloween. E também com toda a situação que passo, não sei se posso sair de casa sem o Theo. Respondo um "Ok, te espero aqui, sem sustos por favor." Ela mandou emogis de risada e disse que sim, eu não vou mentir, Carol é a rainha das pegadinhas, e o coitado do seu namorado, Matheus, sofreu muito com isto, um exemplo foi quando ela disse estar grávida, ou quando inventou um intercâmbio apenas para enganá-lo.

- Estou pronto, pode entrar. - Theo abriu a porta, ele usava uma calça jeans e uma camiseta branca, seus braços fortes estavam amostra e lembrei do momento em que ele levantou-me, deve ter sido tão... heróico.

Entro e a primeira coisa que faço e me jogar na cama, estou cansada e preciso dormir, amanhã Caroline chega e ela não vai deixar-me quieta nenhum segundo, são tantas coisas acontecendo e eu não tenho tempo o suficiente para raciocinar, acho que meu destino é tornar-me a louca dos gatos, gatos... Cheshire chega amanhã da casa de animais, eu o-deixei lá por algumas semanas pois Tiffy foi "agredida"por Cher, o caso foi que ela tentou usar prendedores de cabelo em seu rabo... o resto foi um miado de ódio e grito choroso. Fecho meus olhos e vago pelos sonhos, não há nada para me preocupar enquanto estou dormindo, nem Theo.

- Emily? - a voz longínqua soa em meus ouvidos - Emily acorde!

Cerro meus olhos para me acostumar á luz do sol que entra pela janela, porque alguém iria acordar-me tão cedo?

- Sua mãe já veio aqui três vezes e tentou abrir a porta - Theo sacudiu-me mais uma vez, e então deu-me conta que ele tinha dormido no meu tapete...

- E meu cachorrinho dormiu bem? - perguntei tirando sarro de sua cara, ele revirou os olhos

- Anda logo, senão sua mãe chama as forças armadas para abrir a porta. - esfrego os olhos e solto um bocejo, mais um dia, e esse dia chama-se Halloween.

Depois de um banho rápido, desci para a cozinha, meu pai cozinhava algo que, talvez fosse para o almoço, minha mãe trabalha pela manhã e ele á tarde, então eles revezam. Sento-me á mesa e pego uma tigela próxima, ponho leite e cereais, acrescento achocolatado e perfeito.

- Bom dia linda - diz meu pai sem tirar a atenção das panelas - dormiu bem?

- dormi sim. - respondo levando uma colher cheia de cereais á boca, sinto um pouco do leite escorrer pelo canto da boca e logo limpo - E o senhor?

Ele balançou a cabeça afirmando e então exclamou de repente

- Merda! Esqueci de pedir a sua mãe para comprar mais temperos no mercado. - ele saiu em disparada para a sala e então foi a minha deixa, vou ao armário e pego algumas guloseimas, com sorte encontro alguns waffles e pronto, quando estou no meio da escada, sou parada pelo meu pai

- Aonde vai com esse tanto de coisas? - engulo em seco e penso em alguma desculpa.

- Estou com fome. - ele franziu o cenho, e antes que ele dissesse algo, completei - Eu cansei de dieta.

Vi meu pai dar de ombros e seguir para a cozinha, felizmente. Subo os degraus e vou para meu quarto, quando abro a porta, encontrei Theo sentado em frente ao meu computador

- Achei que você era de outra época - falei enquanto jogava as coisas sobre a cama desforrada - Pois pelo que aprendi na aula de história, não existia computadores.

Ele não me respondeu e continuou mexendo, mas quando tal abriu uma das pastas de crushs, apressei-me a tomar o mouse de sua mão

- Há pastas proibidas para você. - Sorri aliviada por não ter descido um pouco mais - Trouxe algumas coisas pra você comer.

Num giro, ele levantou da cadeira e foi para a cama, pegou um pacote de biscoitos recheados e começou a comer. Era um pouco engraçado vê-lo ali, comendo, calado, sem dizer nada, apenas dando algumas olhadas para mim de vez em nunca, e seus olhos dourados continuavam brilhantes
- Já tenho 3 dias aqui... - deu outra mordida no biscoito - E você só fez dois pedidos, qual será o de hoje?

Hum, eram tantas coisas acontecendo que eu nem parei para pensar no que pedir... Mas então lembrei-me de várias coisas...

- Posso fazer três de vez? - de joelhos sobre o colchão, dei-lhes um abraço pelas costas, ele assentiu enquanto continuava a refeição - Hum, quero mais respeito no mundo, nada de fome e pobreza e muito mais paz. Só isso.

Ele arregalou seus olhos um pouco surpreso, engoliu e respondeu

- Acho bem legal de sua parte, mas infelizmente nem um anjo maior conseguiria... - Puxo uma das mechas ruivas que caíam sobre meu rosto, realmente preciso cortar minha franja - Mas é possível, afinal, tudo é possível, apenas se parassem de pensar em si próprios e abrissem suas mentes, você teria seu desejo realizado.

Assinto um pouco triste, já tive uma amiga que sofreu racismo e a vadia nada teve, confesso que dei alguns tapas e puxões nela, mas não vale nada, sei que é errado ser violenta... Mas tem gente que merece uns tapas. Nem digo o quanto chorei no velório de Fábio, ele se suicidou após ser expulso de casa e tenho certeza que ele foi para um lugar melhor, sem maldades, preconceitos e violência. De repente levo um susto quando meu celular vibra, ele estava na cabeceira da cama, era Carol dizendo que já vinha para minha casa, tenho que arrumar um jeito de incluir Theo na saída de hoje a noite.

- Theo... - digo ainda fitando o celular - Você vai ter que pular a janela mais uma vez.

Ele franziu o cenho confuso

-E porque eu deveria fazer isso? - Perguntou com seu hálito refrescante, penso que talvez ser um anjo não seja ruim... mas é óbvio que não é ruim! Theo sequer escovou os dentes nesses dois dias que já está aqui e ainda não senti um resquício de mau hálito, é bem louco mesmo esses anjos.

- Emily! - a voz do meu pai vinda lá de baixo impediu que eu o-respondesse - Sua amiga chegou!

Puxei Theo pelo braço no intuito de acelerar as coisas e abro a janela, ele tenta recuar, mas eu o-empurro, Carol não é de esperar muito e como ela já é da casa, logo vai abrir a porta do meu quarto e irá falar que eu, fiz coisas proibidas com Theo e a noite de Halloween será duas, ou três vezes pior, e eu não quero isso.

- Desse jeito eu vou cair! - reclamou Theo ajeitando-se para sair, quando enfim ele saiu, a maçaneta da porta girou e eu quase sofri um infarto.

Caminho até a porta e deparo-me com um rosto retorcido e horrendo fazendo menção de enfiar uma faca em mim, sim, eu gritei, não foi possível segurar, era extremamente patético mas inesperado

- Oi amiga! - a voz eufórica de Carol saiu de dentro da máscara e eu me arrependi de ter pedido á ela que não fizesse um de seus truques - feliz Halloween!

Ela adentrou o meu quarto enquanto tirava a máscara, ela é um pouco mais baixa que eu, mas apenas ela era chamada de baixinha, seus cabelos, diferente de antes, estão num tom preto-azulado e antes eram castanhos, as órbitas negras e enormes de seus olhos ainda são as mesmas, felizmente ela não continuou com a idéia de fazer uma cirurgia para mudar seus olhos para ficarem azuis como os de Matheus... falando nisso, onde está o namorado dela?

- E onde está Matheus? - Pergunto desconfiada, ela dá de ombros já sentada em minha cama e pegando um dos pacotes de biscoitos

- Não sei, ele tinha vindo comigo mas desapareceu no corredor. - isto me soa estranho. Dou de ombros e viro-me para fechar a porta quando algo agarra-me subitamente, meu corpo é levantado e eu tento me soltar, olho para baixo e vejo outro ser de máscara, desta vez é vermelha com vários hematomas, Matheus, mas que merda, não achei graça mas é isto que dá ter uma amiga tão extrovertida, antes ela era bem mais pra baixo por estar longe do boy, agora, eu sofro as consequências. Irônico.
Quando finalmente Matheus coloca-me em terra firme, cruzo meus braços um pouco irritada

- Nossa amiga, relaxe, é dia das bruxas, o meu e o seu dia - diz mordendo mais um biscoito, Matheus tira a máscara e senta ao seu lado, fazendo o mesmo - E eu não poderia perder a chance de te assus...

Ela começou a tossir, respirava ofegante como se estivesse com falta de ar, debruçava as palavras e levou as mãos ao pescoço... estava engasgada. Reviro os olhos vendo Matheus entrando em desespero tentando ajudá-la, não saio daqui nem por um milhão de dólares.

- Chame seu pai Emily! - pediu o coitado, dando tapas nas costas de Carol, ele realmente estava caindo. - Ela vai morrer!

Gritou em desespero, acompanhado de risadas da garota, ele congelou atônito, era até que, um pouquinho engraçado ver seus olhos azuis arregalados e sua expressão de horror, e acho que ela adora.

- Te peguei, amor! - exclamou abraçando-o, ele não mexia, talvez pensando na vida... acho que não.

Mas um grito do meu pai, deixo-os no meu quarto e vou abrir a porta para Theo, ele sorriu ao me ver enquanto meu pai apenas espiava de soslaio, subimos para meu quarto e o-apresentei ao casal feliz

- Theo, essa é Carol e Matheus. Carol e Matheus, esse é o Theo. - digo um pouco indiferente

- Nossa, você usa lentes? - exclamou encantada, ela parece maravilhada com os olhos de Theo - Onde você comprou? São tão realistas... - Ela virou-se para mim e completou - Ele é o seu namorado ou ficante?

Eu e Theo nos entreolhamos, brancos feito papel, então meio que sem pensar, soltei uma gargalhada nervosa

- É óbvio que não! - levo minha mão ao coração fingindo estar morrendo de rir, sendo que estou quase infartando pela falta de ar que fiquei - Nós somos apenas amigos.

Então, felizmente o celular de seu namorado toca, ele já um pouco mais calmo do susto, pede licença e sai do quarto já falando com a tal pessoa. O silêncio toma conta do cômodo e apenas nossa respiração pode ser ouvida, até que Carol tenta puxar conversa

- Então Emily, qual fantasia você irá usar hoje á noite? - perguntou fitando-me com uma careta malévola - Será que irá de Milk shake?

Medra! Esse é o mal de ter amigas que sabem tudo sobre você, elas sabem e usam as informações para nos fazer passar vergonha. A história é que, nos meus primeiros anos do fundamental, decidi usar uma fantasia de Milk shake de chocolate pois sempre amei chocolate e não preciso repetir, mas o caso foi que nós saímos com algumas meninas e no meio do caminho bateu uma vontade imensa de fazer xixi, em silêncio, me afastei do grupinho para dar uma escapada, mesmo assim, não consegui alcançar o zíper da fantasia e aconteceu um miserável acidente, voltei para o grupinho e chamei Carol, quando eu falei o que tinha acontecido ela soltou uma gargalhada alta e gritou "Não acredito que você se mijou?!" Assim todas começaram a rir e eu voltei para casa chorando, ela pediu desculpas? Sim. Mas o apelido de Milk shake fedorento me perseguiu por anos. Antes que eu ousasse dar uma bronca a porta se abriu novamente

- Amor, eu preciso voltar - Carol arregalou seus olhos, é assim que ela fica antes de...

- O que é que você disse Matheus? Você não vai a lugar nenhum! - O coitado mal explicou a situação e ela interrompe novamente - Você veio passar o Halloween aqui e vai ficar!

Eles começaram a discutir, ela gritava e batia o pé enquanto ele não perdia a compostura, suas vozes aumentaram mais e mais, até que eu não pudesse entender nenhuma palavra. "Como eu queria que eles calassem a boca"... encontrei a solução! Aproximo-me de Theo e grito

- Meu novo desejo é que eles fiquem calados!

- Boa escolha - berra Theo antes de enfim, o silêncio reinar novamente

Eles entreolham-se como se houvessem esquecidos tudo o que acontecia, suspiro aliviada e espero alguns minutos até que a paz volte, por fim, tudo volta ao normal

- Agora pode deixar eles falarem ou seja lá o que estavam fazendo. - Theo sorriu de lado e num estalar de dedos, a briga volta, mas antes que meus ouvidos sejam afetados, empurro-os para fora do meu quarto - Então, porque vocês não vão para um lugar melhor para brigar? Amiga, nós nos vemos a noite tá? Beijos.

Fecho a porta. Eles podem se matar mas não será dentro do meu quarto.

Essa foi a parte 1 do especial Halloween, postada no dia 14 de Outubro, após a sexta-feira 13 para não dar flop kkkkk, dia 31 chega o segundo ok? Beijinhos.

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