Será que?

Após sua amiga Angeline ir embora, Emma foi para o quarto, tomou um banho, vestiu uma roupa mais confortável para se usar em casa, e ligou seu notebook. Ela queria passar umas fotos que havia tirado semana passada do celular para seu notebook. Enquanto as fotos carregavam, ela resolveu abrir seu instagram por ali mesmo, e enquanto rolava por seu feed de sua página inicial, ela acabou vendo uma foto de uma menina que seguia no insta, mas ao lado da menina estava um rapaz, e quando ela viu quem era o rapaz da foto, quase surtou, só que de alegria. Não pela foto dos dois, mas sim porque finalmente ela havia encontrado o tal menino das balas, agora ela sabia o nome dele, ficaria bem mais fácil de encontrá-lo no colégio.

- Francis Thompson. Que nome diferente, mas bonito. O sobrenome não é comum do Brasil. – disse a garota, enquanto visitava o perfil do menino, stalkeando todas as suas fotos. Emma já estava encantada pelo rapaz desde que ele a ajudou, sendo gentil em pegar suas balas que caíra no chão, agora que tinha o encontrado no instagram, e estava vendo todas as suas fotos, tinha conseguido ficar mais encantada, animada, estava super a fim dele.

Ela pensou se deveria segui-lo, e sentiu uma insegurança. Medo de que ele não a seguisse de volta, seria uma rejeição, e ela não queria ser rejeitada por ele.

Depois de ficar alguns minutos pensando, ela resolveu mandar apertar o seguir, e sentiu o coração acelerar, resolveu sair da rede social, não queria olhar o instagram até o dia seguinte, pois seria tempo suficiente para segui-la de volta, pelo menos era o que ela desejava.

Voltou a passar suas fotos, depois que terminou com as fotos, fechou o notebook, e foi até o quarto de seu irmão, ela queria conversar com ele a respeito de Angeline, pela primeira vez na vida. Depois de assistir o irmão tocando o rosto de sua melhor amiga, ela sentiu que ele poderia sentir algo a mais por Angeline, e se esse fosse o caso, ela queria que ele soubesse que ela apoiava a situação.

Antes de entrar, ela bateu na porta, não queria entrar e pegar o irmão em uma situação constrangedora. Ele disse que podia entrar, e assim, ela entrou.

- Você nem sabia quem era. – disse a menina, se aproximando até a cama, que era onde Isak estava.

- Sabia sim. Eu tinha certeza que era você.

- A é, e como?

Ele riu. – Sua batida é leve, do papai e da mamãe são fortes. – respondeu ele.

- Hum... Observador.

- Nem tanto.

- Bom, eu tenho que conversar com você. – disse ela, sentando-se na cama, de frente a ele.

- Pode falar. Qual a honra da sua visita? – ele brincou.

- Angeline. – respondeu. Imediatamente, Isak ficou sério, e até um pouco tenso com a situação, ele não fazia ideia do que sua irmã queria falar com ele sobre Angeline, no fundo, tinha medo de que ela desconfiasse de seus sentimentos por sua amiga e que se chateasse com ele.

- O que tem ela? – ele perguntou, fingindo que era inocente de qualquer que fosse às acusações que viriam a seguir.

- Eu quero que seja sincero comigo, nós dois somos irmãos, você é apenas um ano mais velho que eu, além de irmãos, somos amigos. Contamos tudo um ao outro, por favor, não me esconda isso. Você gosta da Angeline? – perguntou ela.

Isak riu, mas era de nervoso. – Claro que gosto, conheço ela ha tantos anos, que é impossível não gostar. – disse ele, mentindo, mas nem tanto assim. Era como se estivesse omitindo um pouco da verdade.

- Não é esse tipo de gostar no qual estou me referindo, Isak. E você entendeu, então não se faça de bobo. Pode confiar em mim, você sente sentimentos a mais por ela? Gosta dela para namorar? – a garota insistiu.

- De onde tirou isso? – ele perguntou.

- Você gosta sim.

- Claro que não. – rebateu ele.

- Gosta, é claro que gosta. Porque se não gostasse, iria responder logo de cara que não gostava, e no entanto, o que você está fazendo é fugir da resposta. Você não quer me dar à resposta porque você gosta dela sim. – confirmou Emma.

- E daí se eu gostar? Quer dizer... Não é errado. Ela não é a minha irmã! A resposta é sim, eu gosto dela, e gosto dela desde que a vi pela primeira vez, um dia depois daquela festa que nossa irmã deu. Quando ela apareceu na cozinha, ao seu lado, foi a primeira vez que a vi, e desde então, no primeiro momento que meus olhos se encontraram com os dela, eu me apaixonei. Agora vai, começa com o seu drama exagerado. – disse Isak, revoltado. Ele estava pensando que a irmã iria gritar com ele, brigar, dizer que o odeia e que ele é tarado, entre muitas outras coisas.

Mas só o que Emma fez, foi sorrir, pegando-o de surpresa. – Está rindo de quê? – ele perguntou.

- De você. De onde foi que tirou que eu ia fazer um drama por causa disso?

- E não vai?

- Claro que não. Isak, poxa, você é meu irmão e eu te amo. Angeline é minha melhor amiga e eu amo ela. Eu iria adorar ver duas pessoas que eu amo se amando também. – respondeu a menina.

- Mas... E aquele papo de que ela era como minha irmãzinha mais nova? É o que você sempre me diz. Pensei que se descobrisse que eu via sua amiga com outros olhos, iria surtar, ficar brava. – disse ele, ainda confuso com a atitude compreensiva da irmã, perante a esse assunto.

Emma riu. – Desculpa. Eu dizia aquilo porque não imaginava que você pudesse gostar dela com os olhos da paixão. Mas já faz um tempo que estou te observando mais, e comecei a desconfiar que você pudesse estar apaixonado por ela, desde aquela festa que vi vocês dois caminhando juntos, tenho te observado. E disse aquilo dela ser sua irmãzinha mais nova da última vez, justamente porque eu queria te testar, para saber qual seria a sua reação. E como eu imaginei você ficou bravo. O que comprovava minhas suspeitas, mas eu realmente só saberia se perguntasse a você, e é o que estou fazendo. Por que nunca me contou que gostava dela? E por que nunca confessou isso a ela? Não entendo.

- Nunca te contei porque na época em que me apaixonei por ela, vocês duas tinham iniciado a amizade e mal tinham saído dos 13, mesmo que tivessem 14 anos, como eu ia falar que estava apaixonado por uma garota da idade da minha irmã mais nova? Mesmo sendo pouca a diferença, ela ainda tinha a idade da minha irmã, fiquei com vergonha que me julgassem, sem contar que ela era sua melhor amiga, fiquei com medo de que não fosse bem aceito, por isso nunca me aproximei muito dela, não queria nutrir mais esse sentimento, mas de nada adiantou. E eu nunca disse a ela, porque ela nunca pareceu me enxergar com outros olhos, eu me sentia invisível quando estava no mesmo ambiente que ela, porque parecia que ela não me enxergava, mesmo que eu estivesse bem ali, na frente dela. – disse ele, sentindo-se frustrado de repente.

Emma pegou na mão do irmão. – Absolutamente ninguém tem o direito de te julgar por amar alguém. Você nem é tão mais velho assim, Isak, apenas um ano. Mas se ela te aceitasse ninguém poderia falar nada, porque ela teria aceitado. Sem contar que Angeline já beijava com essa idade, então, não seria problema. A vida é sua, e o coração é seu, não se podem controlar essas coisas, a gente não escolhe de quem gostar, acontece e pronto, não tem como reverter. Eu jamais ficaria brava com você por isso. Quero que você seja feliz, e que ela também seja feliz, e se a felicidade dos dois for ter um ao outro, isso me deixa bem feliz. Sobre... Você ser invisível, isso não é verdade. Você nunca foi invisível para ela, que fique entre nós dois... Angeline sempre te achou lindo, continua achando. Ela não se aproximava de você, porque além de você ficar distante de nós quando ela estava presente, assim como você, ela também sentia medo de que eu ficasse brava, caso ela se tornasse muito sua amiga ou algo mais que isso. Mas vocês dois eram dois bobos, eu jamais ligaria. – disse Emma.

- É verdade que ela me acha lindo? Ou está inventando?

- Sério que está me perguntando isso? Logo você que nem precisa se esforçar para conseguir ficar com as garotas? Você sabe que é lindo, porque essa insegurança com ela?

- Porque eu gosto dela, e quando a gente gosta mesmo de alguém, ficamos inseguros sobre o que a outra pessoa pensa da gente, sobre tudo. Eu posso ser lindo para as outras garotas e não ser lindo para ela. Entende? Pode ser que eu não faça o tipo dela.

Emma riu. – Tenho certeza que você faz o tipo dela. Porque ela disse que te acha lindo, então... Sobre isso, pode ficar tranquilo. Ah, ela também te acha um fofo, te acha legal, vocês dois tem tudo para darem certo. Mas... Eu não quero que vocês dois se machuquem, por isso, se querem mesmo ficar juntos, ambos tem que estar apaixonados um pelo o outro, porque alguém pode sair machucado na relação se só um estiver apaixonado. Eu não quero ter que ficar de um lado, porque eu amo muito os dois. Esse é o meu medo, tenho medo de que as duas pessoas que eu mais amo no mundo, acabem se machucando e se odiando. – confessou a menina.

Isak sorriu carinhosamente para a irmã. – Entendi. Mas eu não sei, parece que ela está em outra no momento, não sei se devo insistir nela. Ela pode até me achar bonito, legal, interessante, mas não está apaixonada por mim, e pelo o que vi, ela está interessada nesse tal de Francis... – disse Isak, e no momento em que Emma escutou o nome "Francis", arregalou os olhos, se dando conta de que o menino que Angeline falara no colégio, se chamava Francis, e o garoto das balas também se chamava Francis, seria possível existir dois Francis na escola? Ou as duas estavam interessadas no mesmo rapaz? No mesmo Francis? Quando a menina encontrou o seu Francis no instagram, ela nem lembrava que o rapaz que Angeline falara mais cedo, tinha o mesmo nome.

A dúvida ficara na mente da garota de cabelos escuros, e isso a incomodou. – Emma? – chamou Isak. A menina havia entrado no mundo da lua, e seu irmão tentava fazer com que ela voltasse para a terra.

- Sim? – ela respondeu, depois que ele a chamou pela terceira vez.

O garoto riu da irmã. – Você foi para o mundo da lua. Está bem?

- Não, quer dizer. Sim.

- Sim ou não? – ele insistiu.

- Não sei. Vai depender. – respondeu Emma.

- Do que está falando? No que estava pensando? – ele quis saber, começando a se preocupar.

- Nada de mais. Voltando ao assunto, para que ela possa se apaixonar você precisa fazer com que ela se apaixone, e para isso acontecer, você precisa ficar mais próximo dela, ir a luta, só assim vai conseguir conquistá-la. – disse Emma.

- Tenho medo de ser só mais um na lista de crush sem importância da Angeline. – disse Isak, e ele foi sincero.

O garoto sempre teve as garotas aos seus pés, nunca precisou se esforçar para conquistar ninguém antes, na verdade, o fato dele ser um rapaz legal, com bons sentimentos, sempre fez com que muitas meninas se encantassem, não é verdade que as garotas só querem os maus meninos. Elas também gostam dos bons meninos, porém, como são difícil de encontrá-los, os maus meninos costumam sair no lucro, quanto a Isak, ele se encaixava na categoria dos bons meninos, e isso era o que fazia muitas meninas darem suspiros apaixonados. Claro que ele já magoou algumas meninas, mas não por que quis, na verdade, ele sempre foi muito sincero com suas relações amorosas, nunca mentiu um sentimento para agradar, o que acontecia era que sua paixão impossível não permitia que ele se entregasse por inteiro a outra garota, enquanto ele não resolvesse logo essa situação, ele jamais poderia seguir em frente. Poderia ser que ao conseguir Angeline, desencantasse, mas também poderia acontecer ao contrário, se apaixonar mais. Mas ele só teria sua resposta se tentasse algo logo.

- Impossível você ser só mais um na lista de crush sem importância de alguma garota.

- Você fala isso porque é minha irmã.

- Eu falo isso porque você tem tudo para ser o grande amor da vida da minha melhor amiga, e bom... Porque também é o meu irmão, e eu te amo tanto. Sei quem você é, e o quanto a garota destinada a você terá sorte por te ter. – disse a garota, sorrindo no fim.

- Obrigado, eu também te amo. – respondeu o irmão, e os dois se abraçaram fortemente.

... ... ...

No dia seguinte, a garota dos cabelos escuros encaracolados, se produziu toda para ir ao colégio, tinha a intenção de encontrar o Francis, e claro, estava nervosa e com um pouco de medo do "seu Francis" ser o mesmo "Francis" de Angeline. Ela podia ter ligado ontem à noite, para esclarecer logo essa dúvida, mas Emma tem a mania de evitar as coisas, no fundo, ela tinha medo de que fosse o mesmo cara, e ela não saberia como lidar com essa situação, por isso, ela achou melhor não ligar, evitando assim, desentendimentos por celular com sua melhor amiga. As duas nunca precisaram se preocupar em relação aos garotos, porque as duas nunca tinham se interessado pelo mesmo cara, sem contar que ambas tinham gostos bem diferentes nesse aspecto, mas uma coisa que Emma não podia negar era que Francis era muito interessante, pelo menos a primeira vista. O que poderia sim fazer com que Angeline se interessasse por ele. Mas a garota estava com medo, será que era o mesmo garoto? E o que faria se fosse o mesmo garoto? Uma das duas iria entrar em algum acordo? Quem tinha visto primeiro era Emma, ela poderia usar isso como defesa, mas esse garoto valeria a pena? Eram muitas dúvidas, e as inseguranças da garota estavam a deixando completamente perdida. Mas uma coisa ela não podia negar, estava completamente a fim desse garoto, desde o dia em que ele a ajudara, pegando suas balas do chão. Depois que o encontrou no instagram e viu suas fotos, ficou ainda mais caidinha. Não conseguia tirá-lo da mente, tudo no que pensava em relação a ele era beijá-lo, conversar, conhecê-lo melhor.

E isso há deixava um pouco insegura, pois já fazia muito tempo que nenhum menino causava todas essas emoções nela. Enfim, ela se produziu, quis ficar mais bonita do que de costume, queria impressioná-lo, caso o visse no colégio.

Quando estava perto do horário de irem para o colégio, Emma desceu as escadas de sua casa correndo, assustando seus pais que a esperavam sentados no sofá. Sua mãe quase "surtou" ao ver sua filha correndo daquele jeito naquela enorme escada. – Emma! Quantas vezes vou ter que dizer para não correr nessa escada?! É perigoso de mais, um dia você pode cair e se machucar feio! – dizia Isabelly, um pouco alterada pela falta de juízo da filha.

- Ai, mãe... Eu sei desse discurso todinho! Desculpa, é que eu não percebo, quando vejo já estou descendo correndo. – a menina tentou se explicar.

- Filha, precisa ter mais juízo quanto a coisas assim, não pode facilitar a queda, sua mãe tem toda razão de ficar brava com você. Essa escada é enorme, em um dia você pode cair caso esteja correndo assim. Que Deus não permita, mas... Correr nessa escada é colocar sua vida em risco, é facilitar a queda. – disse Fabiano, seu pai.

Emma estava cansada dos exageros de seus pais, ela os amava, e adorava que eles a amasse também, mas ás vezes, ela se sentia sufocada com tanto zelo da parte deles. Isabelly e Fabiano são pais super protetores, e amorosos. Mas a superproteção que eles tinham com Emma, a deixava farta ás vezes Não só com Emma, eles eram assim também com Isak e até com a irmã mais velha, Alícia, que já estava fazendo faculdade em outro país. Mas havia uma diferença notável entre os três filhos, Alícia nunca foi muito obediente, gostava de festas, e sempre batia de frente com os pais, quando ambos não a deixavam fazer ou ir a algum lugar, e na maioria das vezes, ela ia assim mesmo, conseguia fazer o que queria, mesmo que fosse contra a vontade dos pais, e por querer total liberdade na faculdade, ela estudou muito para passar na prova que a faria estudar nos EUA. Ela queria viver sua vida sem dar satisfação aos seus pais, e como sempre quis estudar cinema, fazer faculdade nos EUA sempre foi à meta de seus sonhos. Ela juntou o útil ao agradável. Então, Alícia era o tipo de filha que não deixava se controlar de mais.

Isak era o filho mais "reservado", não era de contar coisas de sua vida para os pais, mas conversava coisas normais com eles, por ser mais na dele, e nunca ter causado nenhum problema ou desgosto para os pais, Isabelly e Fabiano o consideravam mais "ajuizado", tinham total confiança no garoto, por isso não se preocupavam tanto com o que ele fazia, pois sabiam que ele jamais colocaria sua vida em risco. Sabiam que ele não cometeria nenhum tipo de maluquice, como Alicia cometia quando mais jovem. Por confiarem no garoto, não o enchiam tanto com a superproteção exagerada que Emma sempre reclamava.

Emma era a filha mais "frágil" aos olhos dos pais, por ser um pouco mimada, vaidosa, e completamente distraída. Não costumava desrespeitar os pais, mas ás vezes os contrariava, por amar de mais os pais, e não querer decepcioná-los, ela nunca dizia realmente como se sentia em relação à tamanha proteção. Sempre guardava para si, a garota não era exatamente como os pais a viam, e isso ás vezes, fazia com que ela se sentisse culpada. Emma tinha um pouco de Alicia em si, gostava muito da liberdade e adorava se aventurar, mesmo que sentisse medo de ser descoberta pelos pais, a garota gostava de curtir sua adolescência da melhor forma que encontrasse, seja dançando e bebendo em uma festa desde fazendo coisas que seus pais considerariam "atos rebeldes", ou "atos de meninas más".

Mas Emma não considerava isso atos de meninas más. Ela enxergava como atos de uma garota sensata, que só quer aproveitar essa fase e ser feliz, pois ela sabia que a juventude não iria durar para sempre, só se é jovem uma vez, e ela não queria ter arrependimentos no futuro. Na juventude, uma hora pode mudar tudo, e era assim que ela se sentia constantemente, a cada hora suas emoções, seus sentimentos, ideias, mudavam. Isso é algo normal na parte de ser jovem.

Aos olhos de seus pais, Emma era a filha que precisava de mais atenção e mais proteção, por ser mais "delicada, ou princesinha". E isso a deixava muito exausta, tanto fisicamente, quanto mentalmente.

O que não sabiam era que a menina era muito mais forte do que aparentava, tinha personalidade, e por mais mimada e vaidosa que fosse, sabia cuidar bem de si mesma.

- Desculpa pai, desculpa mãe. Mas vocês dois são muito exagerados, eu não vou cair da escada. Fiquem mais calmos. – disse a menina.

- Pessoal, estamos atrasados para o colégio. Quem vai nos levar hoje? – perguntou Isak, cansado da conversa que estavam tendo.

- Vamos no meu carro, seu pai vai no banco da frente ao meu lado, a moto dele está no concerto, e vou levá-lo, já que fazemos o mesmo caminho. Vou levá-los e deixá-los em frente ao colégio.

- Sim, mãe. – respondeu Emma. E assim, os quatro entraram no carro e seguiram rumo a seus destinos. Ao chegar no colégio, Emma ficou esperando sua amiga chegar, para poderem entrar juntas, Isak ficou a seu lado, porque a menina havia pedido, ela não queria ficar esperando Angeline sozinha. E quando enfim, sua Best Friend chegou, Emma arregalou os olhos, seu coração gelou e ficou com uma leve dor na barriga, ela não podia acreditar no que estava vendo, sua melhor amiga andando de mãos dadas com o Francis, e era o mesmo Francis das "balas".

Emma e Isak se entreolharam, o garoto havia ficado com a mesma reação, ou talvez pior, já que era apaixonado por Angeline há tanto tempo. – Eu vou indo. – ele disse, e antes que Emma pudesse impedi-lo, o garoto já havia se afastado, antes que os outros dois pudessem chegar e cumprimentá-lo. Emma estava sozinha e precisava encarar aquela situação.

- Amiga! – gritou Angeline, abraçando forte a garota dos cabelos encaracolados.

Francis enfim pareceu notar que a amiga de sua nova ficante era a mesma garota que ele havia ajudado um dia, pegando algumas balas do chão. – Olha, esse é o Francis! Meu... Estamos nos conhecendo. – disse Angeline, para não ter que dizer a palavra "ficante".

Emma estava muito sem jeito e nervosa, triste também. Ela não entendia como em tão pouco tempo os dois estavam juntos, quer dizer, ontem quando a loira nadou nua em sua casa, ela nem havia saído com ele.

- Oi, é um prazer conhecer você. A garota distraída. – disse Francis, estendendo a mão, para cumprimentá-la.

Angeline arqueou a sobrancelha. – Vocês dois já se conheciam? – perguntou a garota.

- Sim. Uma vez peguei as balas que ela havia deixado cair no chão. – explicou o garoto.

Imediatamente, a loira arregalou os lindos olhos azuis que tinha. Se dando conta de que estava beijando o garoto por quem sua melhor amiga estava interessada.

- Você é o...

- É, é ele sim. – respondeu Emma sem jeito.

- Desculpa, estou perdendo algo? – perguntou Francis, sem compreender sobre o que as duas estavam falando.

- Como aconteceu? – Emma quis saber.

- Ele me seguiu ontem no instagram, assim que eu saí da sua casa, aceitei e começamos a conversar, ele me chamou para sair, e como eu já estava na rua, topei, saímos e ficamos. – disse Angeline.

De repente, Emma se lembrou de que havia seguido o garoto ontem à noite, e o arrependimento bateu forte, ela esperava que ele ainda não tivesse visto, mas de nada iria adiantar, já foi.

- Que rápidos. – disse Emma.

- Amiga, podemos conversar sobre isso? – perguntou Angeline, sentindo-se mal por estar com Francis.

- Bom, eu vou indo. Depois nos falamos. – disse Francis, para Angeline.

O garoto abraçou a loira e beijou seu rosto. Olhou para Emma e sorriu. – Até mais, só tente não deixar mais nada cair no chão. – ele brincou e ela deu um sorriso fraco. Assim que o rapaz entrou, as duas ficaram se olhando por alguns segundos.

- Desculpa... Eu não imaginava que ele era o garoto das balas. – disse Angeline.

- É, eu também não. Desconfiei ontem à noite, quando o achei no instagram, mas... Estava muito tarde e resolvi não te incomodar com suspeitas. – disse Emma.

- Ai amiga... Estou me sentindo tão mal. O que fazemos agora? – a loira perguntou.

- Nada. Não fazemos nada.

- Mas ele é o...

- Carinha das balas. Apenas isso. É só um garoto que me ajudou, está tudo bem, confesso que eu estava muito interessada nele e até o segui no instagram ontem a noite, mas... Como você está com ele, isso acaba. Eu vou desencanar, já desencanei, afinal, é só um garoto bonitinho, posso me interessar por outro. – falou Emma, tentando convencer a si mesma.

- Mas... Não é justo. Você o viu primeiro. – falou Angeline.

- Mas você tomou a iniciativa primeiro, e ele que te convidou para sair, o que significa que ele quis ficar com você. Ele está interessado em você, não tenho motivos para me intrometer nisso. – respondeu Emma.

- Se eu continuar com ele, tem certeza que isso não te incomoda? Eu posso acabar com ele, já que só estamos nos conhecendo.

- Não Angeline. Para, continua com ele. Se você gosta dele, continua com ele. Eu já disse que estou bem, isso não me incomoda. Eu vou esquecê-lo, quer dizer, já esqueci.

- Não se esquece de alguém assim tão fácil. – disse a loira.

- Eu nunca nem conversei com ele, isso torna as coisas mais fáceis. – disse Emma, mas era mentira. No fundo ela estava com um pouco de raiva e triste, mas ela não podia simplesmente pedir para sua amiga terminar com ele, só porque ela o queria. Não era certo. Não parecia certo.

- Amiga, olha. Eu amo você, e se for necessário, eu termino as coisas com o Francis.

- Não. Eu não sou egoísta a esse ponto. Se você gosta dele, não tem porque terminar por mim. Amizade acima dos garotos. – disse Emma.

- Obrigada, você é a melhor amiga do mundo. – disse a loira, sorrindo.

Emma sorriu e a loira a abraçou forte. Emma segurou para não chorar, ela tinha ficado com vontade de chorar, mas não iria derramar qualquer lágrima por isso, não mesmo. Angeline não sabia que era o mesmo garoto, não tinha culpa, e por isso não iria se intrometer em nada, porque a loira era sua melhor amiga e ela amava aquela garota, ela sabia que tinha que tirar o Francis da cabeça, esperava conseguir.

Na sala de aula, Emma estava sentada, enquanto Angeline estava beijando seu ficante do lado de fora da sala. De repente, ela se assuntou, quando a mão de Nathan pousou em cima de sua mesa. – Aquilo ali, é sério mesmo? – ele perguntou, estava um tanto revoltado.

Emma olhou para Angeline e Francis se beijando e depois voltou a olhar Nathan.

– É. Muito sério. Mas por quê?

- Não sei se percebeu, mas eu estava afim dela.

- Sinto muito. Eu estava a fim dele. – disse Emma.

Nathan arqueou a sobrancelha e se ajoelhou, para ficar na altura da garota, que estava sentada. – Sério?

- É. Estávamos a fim do mesmo cara e não sabíamos, até hoje, quando os vi juntos, aí descobrimos tudo. Mas como ela estava com ele, eu deixei para lá, só espero conseguir tirá-lo da minha cabeça.

- Nossa isso é triste. Ele é meu irmão. – disse Nathan.

- Nossa... Isso é triste. – disse Emma e os dois riram.

- Sua melhor amiga e meu irmão juntos, eu afim dela, e você a fim dele. Acho que nós dois não temos muita sorte, não é?

- Pois é. Sério mesmo que vocês dois são irmãos? – a garota perguntou.

- Sério. Não somos muito próximos, apesar de que houve uma época em que éramos muito unidos.

- E como foi que vocês dois chegaram a esse ponto? – a garota quis saber.

- Longa história, Emma. Quem sabe em outro dia, eu te conte. – disse ele.

- Tudo bem, como quiser. Nathan. – disse ela.

- Não fica triste não. Você é linda, vai conseguir alguém facilmente.

A jovem sorriu. – Obrigada. Você também é lindo, vai conseguir outra facilmente. – Emma falou, ele sorriu. Foram interrompidos, quando o professor entrou em sala, pedindo para que todos se sentassem em seus lugares, o que fez Angeline entrar também.

Nathan piscou o olho para Emma, e ela sorriu para o garoto. E pela primeira vez naquele dia escuro, a garota sentiu o dia se iluminar.

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