Primeira Vez, Amor.
Ana Júlia não havia conseguido encontrar com Isak no final de semana, o que significava que só poderia vê-lo na segunda feira no colégio. Ela nunca ficou tão contente por ter de ir a escola, olha o que a paixão fazia com as pessoas... A garota havia mentido para Isak durante todo o final de semana, ele a chamava para sair e a mesma recusando, sempre inventava uma desculpa, sua mãe havia apresentado uma piora no quadro de depressão e a menina não queria deixar a mãe sozinha em casa, a jovem não havia tido coragem de contar a Isak sobre o quadro de depressão de sua mãe, sentia medo de fazer com que ele ficasse com pena e dentre outros motivos...
Mas tudo estava bem, pois naquela manhã, ela enfim o veria e isso a alegrava instantaneamente.
Ao chegar ao colégio, encontrara Emma, sua mais nova amiga. - Olá! - a menina grita por trás da garota, dando-lhe um susto. Emma cai, havia se assustado e soltou um pequeno gritinho.
- Minha nossa, você me assustou...
- Desculpa. Ei... Aconteceu alguma coisa com você? - perguntou Ana Júlia, percebendo que algo estava estranho, a menina dos cabelos encaracolados estava com uma carinha muito triste. Emma soltou um pequeno suspiro. - Você não ficou sabendo de nada?
- Não.
- Pensei que soubesse, é o assunto do instagram de fofoca... - Emma diz com a expressão derrotada.
- O que aconteceu, amiga? - Ana Júlia estava começando a se assustar.
- Promete não me julgar?
- Por que eu te julgaria?
- Você é a única amiga que eu tenho no momento.
- Brigou com a Angeline de novo? - Ana Júlia se sneta ao lado de Emma, segurando na mão da garota carinhosamente.
- Dessa vez é para sempre.
Ana Júlia sorri. - Não seja boba, vocês duas são amigas há tanto tempo, e se gostam muito, não vai durar para sempre.
- Ana Júlia... Eu traí a Angeline. Ela me pegou na cama com o Francis. Eu fiz sexo com ele pela segunda vez na última festa que fomos, a primeira vez que em entreguei a ele foi quando eles haviam terminado pela priemira vez, mas voltaram no dia seguinte e naquele festa eu me entreguei a ele de novo, mesmo sabendo que ele estava com a minha melhor amiga. Eu não consegui resistir, eu amo o Francis e ele diz que me ama também. Ele só estava com a Angeline devido as circunstâncias, vou te contar com calma toda a história entre nós três... Mas a questão é que ela nos pegou juntos e brigamos feio, ela me odeia agora, saímos no tapa... Eu sou uma péssima amiga, Ana Júlia... Acho melhor você se afastar de mim, posso acabar te traindo em algum momento... - Emma termina a frase de forma exagerada e Ana Júlia tenta se controlar para não rir desse drama final que a amiga dissera.
A garota estava chocada com a história, mas algo na forma como Emma contava a convenceu de que a menina não havia traído Angeline por maldade, Ana Júlia sabia o quanto aquelas duas se gostavam pela forma como sempre observou as meninas, e tinha certeza de que havia uma explicação para toda essa confusão envolvendo esse triângulo amoroso.
Era verdade que ela não conhecia Emma a fundo, mas o pouco que ela estava conhecendo fez com que sentisse confiança e um carinho muito grande por Emma, era até estranho pensar em como em tão pouco tempo, ela havia criado um forte vínculo com a garota pela qual sempre implicou. Só não se aproximava de Angeline porque sabia que a loira a detestava, principalmente por ela achar que está roubando Emma dela.
- Eu não vou me afastar de você por causa do seu problema em relação ao Francis e Angeline. Eu sei que você é uma boa amiga e que gosta de Angeline e sei que você vacilou feio com a sua melhor amiga ao transar com o namorado dela... Mas algo me faz querer escutar a sua versão da história, você não se envolveria com o Francis se o lance entre ele e Angeline fosse sério, não que isso seja uma justificativa para a sua traição, mas pode ser que essa confusão não seja apenas sua culpa. E acho que depois disso, você nunca mais vai fazer algo assim, não é?
Emma faz beicinho e uma expressão triste. - Nunca mais! Só que eu traí ela, e eu estou com o Francis, não sei o que fazer... Se eu continuar com ele, ela nunca vai me perdoar, eu sou horrível. Eu não quero desistir do Francis e isso está fazendo com que eu me sinta a pior amiga de todas!
- Calma, me conta tudo, detalhadamente, como vocês dois se conheceram? - Ana Júlia perguntou com doçura, e Emma contou toda a história. Depois de ouvir resumidamente a história da amiga, Ana Júlia suspirou fundo.
- Nossa... Que complicação em. Então você conheceu o Francis primeiro, mas Angeline ficou com ele na sua frente antes de vocês duas saberem que ele era o menino que você havia contado a ela, mas quando ela ficou sabendo, ela não quis desistir do Francis e perguntou se você se importava do fato dela estar ficando com ele, você disse que não se importava, mas esperava que ela desistisse dele pelo bem da amizade, mas não foi assim que aconteceu, seus sentimentos por ele cresceram até chegar a este ponto, e pelo que você me contou, ele gosta mesmo é de você. - ela concluiu falando apressadamente.
- Sim... Foi assim que aconteceu, e algo me diz que ela não gosta do Francis de verdade, que só estava com ele por insistência. E agora a escola toda sabe da minha traição, porque aparentemente algum aluno daqui é o dono do instagram de fofocas do colégio. E eu gostaria de saber como eles ficaram sabendo disso, será que foi a Angeline que mandou no privado? Para se vingar de mim? Todos me olham com repulsa...
- Hum... Precisamos contar a direção sobre esse perfil de fofocas do colégio. Bom... Ao meu ver, você não tem tanta culpa do que aconteceu, você errou em ter traído sua amiga sim, poderia ter contado a ela que gostava dele, talvez ela desistisse dele por você. Mas agora já foi... Não tem como voltar no passado e mudar o que você fez. Mas a Angeline também te traiu ao colicar o Francis acima do trato de amizade de vocês duas, ambas erraram, apesar do seu erro se tornar um pouco mais pesado por ter sido carnal e ... Bom, talvez ela esteja mais magoada com o fato de você ter feito isso pelas costas dela, afinal, vocês duas eram melhores amigas, se ela fizesse o mesmo com algum namorado seu, você também sentiria ódio por ela, não é mesmo? A traição entre amigas também dói, talvez mais pelo fato da amiga ter traído do que o fato do namorado ter traído... Talvez a dor da Angeline esteja no fato de você ter feito isso com ela.
- Eu sei disso... Eu tenho certeza que ela não sofreu muito pela parte do Francis a ter traído, ela está magoada porque eu fiz isso com ele... Fui eu, a melhor amiga... Como eu fui capaz de algo assim? - Emma se lamentou, alguns alunos que entravam olhavam para Emma com olhares julgadores, alguns cochichavam e outros riam.
- Viu só? Todos estão me odiando...
- Não liga para eles. Você tem a mim e ao seu irmão! Tenho certeza que uma hora ou outra você e a Angeline vão fazer as pazes.
- Não tenho tanta certeza disso... Eu devo continuar com o Francis?
- É melhor que você fique com o Francis, se você continuar reprimindo o que sente por ele as cosias vão se tornar piores com o tempo. A Angeline vai superar isso, você mesma disse que ela não gosta tanto dele. Mas em relação a amizade, pode ser que demore mais tempo para ela te perdoar.
- Eu sei... O meu medo é que ela não me perdoe nunca.
Ana Júlia abraça a menina em forma de apoio, queria animar a nova amiga, mostrar que ela não estava sozinha. A menina escutou a voz de Angeline, o que fez com que as duas se soltassem aos poucos do abraço.
- Duas cobras, agora sei porque vocês duas se tornaram amigas, são duas falsas. - a loira diz com ódio, ao olhar com nojo para as duas meninas.
- Eu permito que me ofenda, mas não faça o mesmo com a Ana Júlia, ela não tem culpa do que aconteceu entre nós duas. - Emma defende a nova amiga.
- Então a outra naja sabe o que aconteceu e mesmo assim está do seu lado? Vocês duas me dão nojo... Sinto pena do Isak que está cercado de najas.
Ana Júlia se levanta, ficando de frente a Angeline, Emma faz o mesmo e pega na mão de Ana Júlia, estava com receio de que as duas brigassem, Angeline olha com raiva ao ver as duas de mãos dadas.
- Angeline, eu não vou permitir que continue me ofendendo e nem que ofenda a Emma na minha frente. Vocês duas deveriam tentar se resolver ao invés de se ofenderem.
Angeline sente raiva e empurra Ana Júlia com força, a garota que não esperava pelo empurrão repentino, acaba caindo no chão, Emma vai até a amiga, ajudando-a se levanatar. - Angeline, está maluca? Se quer empurrar alguém, faça isso comigo, e não com ela! - Emma grita, enquando ajudava Ana Júlia a se levantar.
Angeline se aproximava das duas, quando Isak chegou e se colocou na frente da irmã e de Ana Júlia. - Não se aproxime delas, Angeline. - ele pede em um tom baixo.
- O quê? Está do lado delas? Depois do que ...
- Angeline... Eu vi você empurrando a Ana Júlia no chão. Eu entendo a sua raiva e sei que está machucada, mas a Ana Júlia não tem culpa do que aconteceu entre você e a Emma. E não é abtendo na minha irmã que você vai conseguir resolver os seus problemas, seja mais madura.
Os olhos de Angeline ficam marejados. - Tudo bem, fica aí com as duas najas, vocês três se merecem. - a loira fala e sai andando apressadamente para longe deles.
Isak vai até Ana Júlia e segura em sua mão. - Você está bem? Se machucou? - o garoto perguntou, preocupado.
- Estou bem, não foi nada sério, eu não me machuquei.
- Obrigada por nos ajudar, irmão. - Emma agradece, se sentindo envergonhada ao encarar os olhos acusadores de Isak. Ela não sabia como contar ao irmão que havia se entregado de corpo a Francis.
- Conversamos depois Emma... - ele dizia, mas antes que pudesse falar mais, o sinal tocou, anunciando que todos teriam que entrar em suas salas.
- Precisamos conversar Ana Júlia... Pode ser no intervalo?
A garota não sabia o que o menino queria conversar com ela, mas não tinha como recusar, no fundo ela estava com medo dele terminar o relacionamento que mal havia começado.
- Claro... - Ela disse com certa timidez, e se vira para ir com Emma, mas Isak puxa a mão da garota e beija o rosto da mesma com carinho.
- Tenha uma boa aula. - ele disse com ternura e esse gesto fez o coração da garota ficar quentinho e de certa forma trouxe um certo alívio a ela.
- Obrigada... Desejo uma boa aula a você também. - ela dizia, com um sorriso tímido, mas Emma riu dos dois e a puxou para longe de Isak.
- Vocês dois são fofos juntos... Nunca pensei que um dia você seria a minha cunhada e que eu fosse gostar disso... - Emma disse, enquanto caminhavam em direção a sala de aula.
Ana Júlia sorriu. - Pois é... Também nunca passou por minha mente... - ela concordou e as duas riram juntas.
... ... ...
Durante o recreio, Ana Júlia estava indo procurar Isak, quando o garoto apareceu vindo a seu encontro, ele sorriu e ela sorriu de volta. - Vamos? - ele perguntou, pegando na mão da garota com delicadeza.
Ela assente com a cabeça e o segue, os dois vão para o fundo do pátio.
- Ana Júlia... Gostaria de saber o verdadeiro motivo que a impediu de sair comigo no final de semana, pode se abrir comigo, tem algo errado? Você sempre está indo embora rápido dos lugares e nunca quer que eu te acompanhe. Tem algo acontecendo? Estamos juntos, e eu estou gostando de estar com você, eu gostaria que você sentisse confiança em mim. - o jovem Isak termina sua fala de forma branda e Ana Júlia sente que era o momento de contar a verdade por mais que não quisesse.
A garota suspira, Isak segura nas duas mãos da menina em uma forma de incentivá-la se se abrir. - É uma longa história...
- Estou disposto a escutar. Confia em mim.
A garota fica hipnotizada com o olhar calmo do garoto, ela sentia tanta confiança nele, só não queria preocupá-lo atoa, mas ela não tinha outra opção além de contar.
- Eu não queria te incomodar com isso, até porque ainda estamos nos conhecendo... Bom, lembra que eu contei que meu pai morreu há pouco tempo em um acidente?
- Sim... Lembro.
- Bom... Desde então, minha mãe entrou em depressão, uma depressão muito forte. Ela não consegue mais ser a mulher e mãe que antes ela era, ela vive deitada na cama, dormindo, se entupindo de remédios, até para ir ao banheiro sou eu que tenho que ajudá-la, é como se eu fosse a mãe dela e não o contrário, todas as vezes que eu saía, era porque minha mãe me ligava precisando de algo. Ela não consegue fazer mais nada sozinha. Para tudo ela depende de mim e eu assumi o comando da casa, de tudo... É cansativo demais... Principalmente porque preciso estudar e cuidar dela. E eu sinto falta dela, do meu pai, da família que eramos antes dele morrer... Eu sinto que minha mãe morreu junto com meu pai, ela nem se preocupa mais comigo. - A garota termina de dizer, mas seus olhos já estavam marejados.
Isak que ouvia tudo com muita atenção, mal acreditou quando escutou a história da menina, ele nunca imaginou que fosse algo tão sério assim.
- Eu... Sinto muito por isso. Deve ser tão difícil para você... Teve que passar por tanto, e continua passando... Deveria ter me contado antes, eu poderia te ajudar.
- Eu não queria que você sentisse pena...
- Pena? Não diga besteiras, garota. Eu estou ficando com você, eu me importo, a verdade é que eu te admiro muito. Sério, você cuida da sua mãe, da casa e de você, isso é muito para uma garota de tão pouca idade... Não tem ninguém da família para te ajudar com a sua mãe?
- Minha família mora longe, em outra cidade, eu não tenho muito contato com eles, meus avós paternos e maternos já morreram, então se eu tivesse que pedir ajuda de alguém da família, seria de tios, primos... E eu não quero ser um peso, uma obrigação para eles, além do mais, eu gosto de estudar aqui, não quero que minha vida mude.
- Entendo... Mas por que você não contrata alguém para cuidar da sua mãe? Para que a responsabilidade não fique só em cima de você? - Isak estava muito preocupado com a situação de Ana Júlia, ela era um ano mais nova que ele, saber que ela estava tendo que lidar com tanto o fazia ficar triste.
- Eu já pensei nisso, mas não sei se minha mãe vai colaborar com a ajudante contratada. Ela só aceita a minha ajuda porque sou a filha, é complicado...
Isak suspira e a puxa com cuidado para um abraço. Eles ficam abraçados por alguns segundos. - Vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar no que for preciso...
- Obrigada, mas eu não quero a sua ajuda, você não tem essa obrigação, estamos os conhecendo e... - ela dizia, até ele a soltar, e segurar na cintura dela, olhando - a com admiração e preocupação.
- Eu não faço isso por obrigação, eu faço isso porque gosto de você, eu quero te ajudar, não me afaste assim da sua vida... Estou gostando muito de te conhecer, e sua mãe faz parte de você, eu quero ajudar vocês duas no que for preciso. - ele disse com carinho e sorriu, um sorriso que Ana Júlia guardou em sua memória, ela não sabia se daria certo com ele e se ele esqueceria Angeline por completo um dia, mas sabia que ele estava sendo sincero em relação aos seus sentimentos por ela.
- Tudo bem... Eu aceito a sua ajuda, obrigada por se importar. Estou feliz que você goste um pouco de mim.
Isak sorriu e aproximou o rosto e o corpo em direção a garota, seus lábios se tocaram e eles se beijaram, Ana Júlia sentiu que havia tirado a sorte grande em relação a Isak, além dela gostar do garoto e estar se apaixonando cada dia mais. Mas com isso ela também carregava o medo de Isak só estar se enganando com ela para poder esquecer Angeline e agora que a loira havia terminado o relacionamento com Francis, ela sentia medo de que Isak pudesse vir a ficar com a loira, mas enquanto o beijava, sentiu que precisava confiar mais nela e nele e se entregar ao novo relacionamento. Era a priemira vez em que ela sentia isso, talvez a primeira vez que sentia o amor de forma romântica.
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