Cometa
Era cedo, mais cedo que o normal, Angeline havia acordado antes do horário costumeiro, estava sem sono pela primeira vez desde muito tempo. Sabia que o que tinha feito era errado, havia sucumbido aos desejos da carne, aos desejos que sentia por Isak. Ontem havia se entregado ao irmão de sua melhor amiga, e hoje teria que vê-lo no colégio, como se comportaria em relação a isso? Não havia trocado mensagens com ele desde que saiu da casa de Emma às pressas, quase foram pegos pela garota. Estava se sentindo confusa, não sabia se o que aconteceu era sexo casual ou se o sexo daria inicio a uma relação entre ambos, ela se lembrava de que ele havia se confessado a ela, que gostava dela, e ela até gostava um pouquinho dele e sentia uma forte atração, mas até ontem ela ainda estava com Francis. A loira não fazia ideia do que sentia por Francis e por Isak, onde havia se metido? O que ela fez foi errado, e estava se sentindo muito culpada, pois não queria magoar Isak, que gostava tanto dela, era um cara legal e o irmão de sua melhor amiga.
Sua vida estava uma tremenda bagunça, e ela tinha medo do que aconteceria ao ir para a escola. Como a loira sabia que se fosse para o colégio de carro com Emma, Isak estaria dentro, ela simplesmente mandou uma mensagem para a amiga, dizendo que iria de carro com a mãe, mas era mentira, a loira não havia pedido carona a mãe, preferia ir a pé a pedir algo a Ana Brenda.
Mas a mãe havia entrado em seu quarto, pegando a menina de surpresa, pois naquele momento estava perdida em seus devaneios, todos envolvendo a noite passada, a intensa noite ao lado de Isak.
- Bom dia. - disse Ana Brenda, sorrindo, caminhando até a filha e puxando-a para um abraço. A garota se assustou com esse "gesto maternal", pois fazia anos que não recebia um abraço de sua mãe. Ana Brenda havia mudado totalmente, desde a separação com o pai de Angeline.
- Bom dia. - respondeu a garota, sem ânimo.
Ana Brenda se surpreendeu, pois não esperava que a filha respondesse ao seu "Bom dia", mas também percebeu que ela estava estranha.
- Vou te levar para o colégio de carro. - a mulher falou.
- Ok. - a loira respondeu, com o olhar distante.
- Você está bem? Aconteceu alguma coisa? - perguntou a mulher, querendo saber se tinha algo de errado acontecendo com sua filha.
- Não. Eu não estou bem, mas isso não deveria ser uma surpresa para você, não é mesmo? - Angeline respondeu ríspida.
- Claro... E a velha Angeline está de volta. - falou a mulher.
- Não faça drama. - disse a loira, vestindo sua pose rebelde novamente.
- Quero que saiba que se estiver acontecendo alguma coisa séria com você, algum problema, por mais bobo que seja, pode se abrir comigo e me contar, estarei disposta a te ajudar, te aconselhar... Você não está sozinha. - falou Ana Brenda, um tanto sem jeito.
- Para com isso. Não sei o que está querendo com isso, sendo a "mamãe boazinha", mas não cola comigo, eu te conheço Ana Brenda, te conheço muito bem, você não é assim, para de fingir que se importa comigo. Por que não volta a esquecer de que tem uma filha? Eu preferia quando você vivia viajando e não entrava no meu quarto. - falou a garota, toda revoltada.
- É uma pena querida. Sinto te informar de que vai ter que se acostumar a me ter por perto. Ainda sou sua mãe e sempre serei. Então... Comece abaixando o seu tom de voz, e controla essa raivinha que sente aí dentro, porque se você tem toda essa vida mansa, é por causa de mim, se você nasceu rica, não foi por mérito seu, e sim meu. Deveria me agradecer, você tem tudo, sempre teve, para de ser uma mimada revoltada. - falou a mulher, estava séria e encarava a filha.
- Não é verdade que eu sempre tive tudo, o que mais importa tem me faltado há alguns anos. Mas você sabe disso, não é? Só não venha agora querendo se aproximar, porque não quero mais. - disse a menina, fechando a cara.
- Você não tem que querer, você tem que obedecer.
- Eu não quero mais ir de carro com você.
- É uma pena, mas você vai. Ande, já estamos atrasadas e pelo o que vejo, já está arrumada. - disse Ana Brenda, Angeline suspirou fundo, e tentou manter a calma. Pegou sua mochila, e seguiu a mãe até o lado de fora de sua enorme mansão.
Passaram a maior parte do caminho em silêncio, até que Ana Brenda quebrou o gelo.
- Como vai à escola? Suas notas estão boas? - a mulher quis saber.
- Perfeitas, não se preocupe, não vou envergonhar a família, pelo menos não ainda.
- Você é impossível... Não da para manter uma conversa com você, está sempre na defensiva. É de deixar qualquer um com raiva.
- Você que procurou por isso quando começou a me tratar feito lixo.
- Nunca vai me perdoar por ter me afastado? - perguntou, olhando para a filha pelo retrovisor do carro.
- Você não merece o meu perdão, afinal, não era você que nunca devia ter tido uma filha?
Ana Brenda não respondeu mais, apenas suspirou, e continuou dirigindo. Após chegar em frente a escola, Angeline abriu a porta do carro, mas antes que pudesse sair, Ana Brenda pegou em seu braço, a loira olhou para a mãe, e esperou que dissesse algo.
- Se cuida. Tenha um bom dia.
- Ok. - respondeu a menina, sem dar à devida importância para o que a mãe dissera.
- Tchau pra você também, Angeline. - falou Ana Brenda, dessa vez quando a garota já estava saindo e batendo a porta com força.
Assim que saiu do carro, a garota entrou no colégio, não queria ter que esperar a amiga do lado de fora, pois não queria ter que lidar com Isak naquele momento, pois não sabia o que fazer em relação a tudo o que havia acontecido entre eles.
Estava sem rumo, quando Nathan pegou em seu pulso, a garota se assustou, pois estava tão perdida em meio a seus confusos pensamentos, que nem havia visto o garoto se aproximar. - Nathan...
- Oi. Desculpa por ter te beijado sem o seu consentimento. Estraguei o seu namoro...
- Tudo bem, não era bem um namoro. - respondeu a menina.
- Mas ainda assim, eu causei uma briga na sua relação.
- É, causou mesmo. Mas agora já é tarde, a confusão já aconteceu e agora não tenho mais nada com o Francis. Parabéns, você conseguiu o que queria. - disse a garota, ironicamente e friamente.
Nathan suspirou, e passou as mãos por seu cabelo. - Está brava comigo. Eu mereço. Sinto muito, não era para ele ter visto, eu me excedi, deixei a minha paixão por você falar mais alto e te beijei.
- Então se ele não tivesse visto a cena, estaria tudo bem para você? Nathan... Ele é seu irmão, e mais velho. Não deveria odiá-lo tanto, não deveria traí-lo dessa forma. - falou a loira.
- Por favor... Lição de moral a essa hora da manhã eu me recuso. Ele sabia que eu era a fim de você, antes mesmo de ficar com você, e escolheu continuar seguindo em frente, ele me sabotou primeiro. O Francis não pensou em mim quando insistiu em te beijar e ficar com você, sabendo o que eu sentia. - o garoto disse, sentindo-se enjoado de repente.
- Ok... Mas eu não tenho culpa disso tudo. Eu não sabia que você era a fim de mim e nem que eram irmãos. Eu descobri essas coisas depois que já estava com ele. Não me coloque no meio do ressentimento que existe entre ambos.
- Espera... Não sentiu nada com o beijo de ontem? Quer dizer... Não gostou? - Nathan quis saber, pois era tudo em que ele pensava, naquele beijo que dera no dia anterior.
Angeline sentiu-se nauseada de repente, tantas coisas haviam acontecido ontem depois que saiu da casa de Francis, primeiro o rápido beijo entre ela e Nathan, depois a discussão com Francis, depois a casa de Emma, quando ela se envolveu fisicamente com Isak. Ela mal se lembrava do beijo com Nathan, os que ainda estavam em seus lábios eram os de Isak. Sentiu-se mal por estar magoando tantas pessoas.
- Nathan... Desculpa, mas eu não gosto dessa forma de você, claro que você beija bem, e é muito gato, mas... Eu não sinto o mesmo por você, não essa paixão que sente por mim, desculpa, sinto muito. - disse a menina, sentindo-se a pior pessoa do mundo por estar ferindo os sentimentos dele.
Ela percebeu que o olhar do garoto havia perdido o brilho de segundos antes, quando ainda tinha esperanças de uma resposta positiva. - Tudo bem, não da para controlar de quem se gosta. Desculpa mais uma vez por ter causado tantos problemas.
- Talvez você nem goste tanto assim de mim, talvez esteja confuso.
- Para de tentar me convencer do contrário. Eu aceito que não sinta nada por mim, mas não tente fazer com que eu me sinta melhor, porque eu não me sinto.
Angeline suspirou e pegou na mão do garoto. - E está tudo bem você não estar bem nesse momento. Acredite, a dor precisa ser sentida, mas não fique cego, abra os seus olhos para o seu presente, você merece ser feliz. Olha... Eu te adoro muito, se quiser ser meu amigo...
Nathan forçou um sorriso. - Acho que já sou seu amigo. - ele respondeu.
- É. Você é.
- Ok, eu vou resolver uns assuntos, depois nos falamos, até depois na aula. - disse ele, soltando a mão da garota.
A loira sorriu e observou ele se afastar, ela sabia que ele precisava de um tempo para assimilar tudo e se acostumar com a ideia de que eles nunca ficariam juntos dessa forma. Logo em seguida, viu Isak conversando com Ana Júlia e do outro lado Emma conversando com Francis. Imediatamente, se assustou com o que via, das duas partes. Não sabia o que estavam conversando, mas não conseguiu evitar sentir ciúmes.
Seus olhos estavam mais concentrados em Isak, que estava sorrindo enquanto conversava com Ana Júlia. E algo a corroeu por dentro, havia ficado com vontade de socar aquela garota, que estava naquele momento tocando o rosto do garoto. Estava tão centrada no menino, que nem percebeu Francis em sua frente, a chamando.
A loira olhou assustada para ele. - Francis...
De repente, olhou para onde havia visto ele com Emma, e logo mais a frente, havia avistado sua melhor amiga beijando em público o Nico, um dos amigos de Isak. Os olhos azuis da loira se arregalaram no mesmo momento, o que havia perdido? O que estava acontecendo?
- Não estava conversando com a Emma?
- Sim, somos amigos. - ele respondeu, com a voz ríspida.
- O que faz aqui?
- Quer voltar comigo? - ele perguntou. A loira estava tão assustada com toda a situação, principalmente com essa pergunta, que nem teve tempo de responder ou pensar, pois o moreno já havia a puxado para um beijo. Ela ficou sem reação, ou não sabia como reagir a aquilo, então, permitiu o beijo. Mas não durou muito, foi um beijo rápido.
- O que foi isso? - ela perguntou, assim que ele a soltara. Imediatamente seus olhos procuraram por Isak, que já não estava mais onde estava. A garota se perguntou se ele havia visto o beijo, buscou por Emma e Nico que também já não estavam mais nos mesmos lugares de antes, outros que haviam sumido.
- Um beijo de reconciliação. Vamos esquecer o que aconteceu de ruim entre nós, o beijo com meu irmão... Tudo bem, eu entendi que foi ele que te beijou e que não sente nada por ele. Eu não estou mais zangado com isso.
- Francis... Mas não foi só o beijo que estragou nossa relação. Você havia me chamado na sua casa para terminar comigo, o que significa que não gosta o suficiente de mim, quer que eu esqueça isso, é?
O garoto passou as mãos por seus cachos, suspirou e tocou no rosto da loira. - Eu errei também, pois estava preso a uma fantasia, estava focado em outra garota, a uma idealização minha, algo que nunca vai ser possível. Sei que foi errado ficar com você e pensar em outra, mas... Agora que percebi que nunca vai ser possível, quero tentar de novo com você, quero poder me permitir sentir algo de verdade por você. Quero me apaixonar por você, você ainda quer tentar? - ele perguntou.
Angeline não sabia o que responder, por um lado ela ainda o queria, mas por outro... Tinha Isak, ela sentia algo por ele, mas não sabia o quê exatamente, talvez fosse só atração, e tudo o que ela não queria era magoá-lo. Mas não fazia ideia de como ficariam as coisas relacionadas à Isak e a noite de ontem. Tinha essa noite... Havia transado com outro, deveria contar esse detalhe a Francis? Estava tão confusa, que tinha vontade de chorar ali mesmo.
- Podemos tentar. - disse ela, sem muita convicção de sua resposta.
- Ótimo! Vou fazer de tudo para me apaixonar por você. Desculpa por tudo...
- É tudo o que uma garota quer... Alguém que se apaixone por ela. - disse a garota, mais para si mesma do que para Francis, porém, sua cabeça estava em Isak naquele momento. Será mesmo que o garoto realmente era apaixonado por ela como dissera ontem à noite? Ou eram apenas os efeitos das bebidas?
Francis a abraçou e a garota tentou não pensar mais no irmão de sua melhor amiga. Pelo menos, não mais naquele momento.
... ... ...
Apenas no intervalo, que Angeline conseguiu conversar com Emma, assim que saiu da sala, a loira pegou no braço da amiga, a levou para um lugar mais afastado e começou a perguntar várias coisas.
- Ei... Por que estava beijando o Nico hoje cedo? Vocês dois estão ficando? - ela quis saber, olhando com muita curiosidade para a amiga.
- Não... Eu o beijei... Sei lá, acho que para mostrar a ele que não pode falar como bem entender comigo. Não sei, acho que o beijei para provocá-lo mesmo, já que ele me detesta. - disse Emma, um pouco nervosa.
Angeline riu. - Malvadinha! Quer fazer ele se apaixonar por você, mas que maldade, amiga. Mas por que isso agora? Ele te falou algo que não gostou?
- Sim. Me disse muitas coisas feias. Mas não quero falar disso agora.
- Mas e aí? Gostou de beijá-lo?
- Ai para... Não, claro que não.
- Ah vai... Fala a verdade! Sou sua melhor amiga.
- Angeline... Ele beija bem, mas não quero beijá-lo mais, só o beijei para me vingar, não vai mais voltar a acontecer.
- E a popular se apaixona pelo nerd... Isso é tão clichê! E eu amo um clichê!
- Ai meu Deus... Não, Angeline! Você está impossível hoje. Para com isso. Ninguém vai se apaixonar por ninguém aqui. Agora, e aí? Está tudo bem com o Francis?
- Sim, por que não estaríamos?
- Não tem nada para me contar?
- Ele te falou alguma coisa sobre ontem?
Emma assentiu. - Ele comentou que haviam terminado.
- Mas ele veio me procurar segundos depois que vi você beijando o Nico. Quis voltar comigo, me falou um monte de coisas, que estava preso a outra garota e que por isso não estava se permitindo sentir algo verdadeiro por mim. Enfim... Eu nem sabia que ele gostava de outra menina. Pensei que gostasse de mim, mas vi que era apenas eu que gostava dele.
- Gostava? Não gosta mais? - Emma deixou essa escapar.
- Eu não disse isso. Estou um pouco confusa... Quer dizer, eu gosto dele. Mas não sei se gosto tanto assim como antes. Entende?
- Hum... Acho que você desencantou. Se não tem certeza do que sente, por que aceitou voltar para ele?
- Porque eu ainda não decidi sobre isso. E se eu gosto dele, terminar e só perceber isso depois? Aí será tarde demais. Por isso preferi continuar com ele. Se eu realmente não gosto mais dele, vou perceber.
- E como parou de gostar dele de um dia para o outro? Tem outro cara na jogada? - Emma perguntou, estava achando estranho o repentino desinteresse da amiga por Francis.
Angeline arregalou os olhos ao escutar a pergunta, começou a ficar nervosa com a situação, principalmente por ter que mentir para sua melhor amiga, mas não tinha como contar naquele momento, seria: "Então... Transei com o seu irmão ontem, é ele que está me deixando confusa". Simplesmente contar estava fora de questão para a loira.
Até porque ela sabia que Emma amava o irmão e já tinha dito uma vez à loira que não queria que ela o fizesse sofrer, e o que ela fez? Foi transar com ele para no dia seguinte voltar a ficar com Francis. Emma jamais a perdoaria se soubesse.
- Claro que não! Nenhum cara. Acha que não sou capaz de ficar sozinha por muito tempo?
- Eu não disse isso, sua boba. Calma, foi só uma pergunta.
- Desculpa... Estou estressada com esse assunto.
- Percebi.
- Mas e você? Percebi que tem conversado bastante com o Francis, desculpa perguntar isso, mas... Sente algo por ele ainda?
Emma sentiu seu corpo estremecer e sentiu-se fraca. - Você está com ele, não eu. Eu disse que iria esquecê-lo.
- Você não respondeu a minha pergunta.
- Eu acho que você não está preparada para a verdade. - respondeu Emma, sentindo-se irritada com aquele interrogatório.
- Isso só mostra que você gosta dele. - afirmou Angeline.
- Quer saber de uma coisa? Se, é a verdade que você quer, então, tá. Eu não preciso responder a essa pergunta, porque você sabe bem a resposta! Você sabe muito bem que eu gosto dele sim, e que gostei desde a primeira vez que o vi! Mas também sabe que eu desisti dele por você! E sabe por quê? Porque eu sou a sua melhor amiga, Angeline. Sou a sua amiga há tanto tempo, que prefiro a sua amizade que a um garoto que eu mal conheço, mas eu não esperava que você fosse continuar com ele, se é que quer mesmo saber. Essa é a resposta. - disse Emma.
- Então eu sou a errada? Eu fiquei com ele primeiro e sem saber que era o mesmo garoto de que você tanto falava! Desculpa por não ter terminado assim que descobri, é que eu achei que você tivesse concordo que eu ficasse com ele, foi o que você falou, lembra? Se não queria que eu continuasse ficando com ele, devia ter me dito antes que ficasse sério! - Angeline aumentou um pouco o tom de voz. Estava irritada e frustrada com a discussão que estavam tendo por Francis.
- Sério? Pelo amor... Com que garoto você já ficou sério alguma vez?! Você fica com tantos caras e nunca se apaixonou de verdade por nenhum deles. Ele é só mais um e você sabe disso, sempre soube e ainda assim preferiu continuar com ele. - Emma despejou ainda mais a sua raiva.
A loira colocou a mão na cintura, estava por um fio com esse assunto. - Está me chamando de piranha?
- Se a carapuça serviu quem sou eu pra dizer o contrário?
Angeline abriu a boca espantada. - Sua vaca! Eu não sou uma piranha! Eu não tenho culpa se ele preferiu a mim a você! Se não fosse tão "certinha" poderia ter ficado com ele ou se aproximado dele no dia em que se conheceram! Então não vem jogar a culpa em mim!
- Eu não sou "certinha" e você sabe disso! Sou Emma Bilson, tenho uma reputação nesse colégio, e eu nunca vou dar uma de desesperada como você, que se atira no cara logo no primeiro esbarrão.
- Sua... Quer saber Emma? Eu cansei desse assunto! Não posso fazer nada se ele me quis nas duas vezes, porque havíamos terminado, e ele veio me pedir hoje pra voltar. E eu gosto um pouco dele, não vou largá-lo agora, devia ter me dito antes que eu me envolvesse.
- Você gosta é da ideia de gostar dele, mas não gosta.
- E você gosta? Você nunca conversou com ele por muito tempo! Nunca o beijou... Como pode gostar dele? Talvez seja você que goste da ideia de gostar dele. - devolveu à loira.
Os olhos de Emma se encheram de lágrimas rapidamente e ela começou a chorar, Angeline se assustou ao ver a amiga desabando assim em sua frente do nada, e antes que pudesse ter qualquer reação, a garota dos cabelos cacheados saiu correndo para longe da loira.
E Angeline ficou ali, ainda espantada com o que vira, não sabia se ia atrás da amiga ou se deixava as coisas esfriarem por um tempinho, só sabia que estava se sentindo péssima em relação a tudo, principalmente por ter feito a amiga chorar. Será que havia sido muito rude com Emma? Era o que pensara quando sentiu um toque em sua mão. Virou-se rapidamente e seu coração acelerou quando viu que era o menino Isak.
Angeline sentiu seu rosto queimar por dentro, o garoto estava ainda mais lindo que o de costume, e ela se perguntou o motivo de nunca ter tentado nada com ele, talvez fosse por Emma, ou então a garota só estava fugindo do risco de se "apaixonar de verdade".
- Por que estava beijando o Francis, mais cedo? - ele perguntou, olhando no fundo dos olhos azuis da garota.
- Desculpa... É que... Ele pediu pra voltar e me beijou. - ela respondeu nervosamente.
- Mas você não aceitou né? Voltar com ele? - o garoto perguntou, temendo pela resposta.
A loira começou a se sentir uma pessoa horrível, havia magoado Emma e agora estava magoando o irmão da melhor amiga. Ela não precisou falar, Isak compreendeu apenas pelo olhar que ela fez.
- Eu não acredito... Mesmo depois do que aconteceu ontem com a gente... Eu pensei que você me queria, eu pensei que ficaríamos juntos. Como fui tolo, você não gosta de mim, não da mesma forma que eu gosto. - disse o rapaz, sentindo seu coração partir.
- Desculpa... Eu não quis brincar com você, é que ontem... Eu estava péssima pelo término com o Francis e aí... Nós dois acabou rolando, mas... Eu queria naquele momento, queria você, mas depois... Vi que foi errado o que eu fiz, mal havia terminado com o Francis e tinha transado com você. Quer dizer... Foi quase como uma traição, mesmo não sendo. E ele chegou já me beijando e eu fiquei confusa, não soube o que fazer. - disse ela, sentindo que seu coração ia explodir de tão forte que batia.
- E acabou escolhendo ele... Tudo bem, eu devia ter esperado por isso mesmo. É do Francis que você gosta. O que sentiu por mim ontem a noite foi apenas desejo. Eu não devia ter transado com você... Não devia. - disse ele.
- É mesmo apaixonado por mim? Desde que me viu pela primeira vez? - ela resolveu perguntar.
- Você foi como um cometa em minha vida. Chegou de repente e se apoderou do meu coração, mas... Cometas sempre vão embora, eu devia ter me lembrado disso. - disse o garoto, com o olhar triste.
Angeline sentiu que algo estava se rompendo dentro dela, estava triste como o garoto e não entendia se eram pelos motivos corretos.
- Eu...
- Não precisa falar mais nada. Eu entendo que você tenha escolhido ele. Fica tranquila, eu não vou contar o que aconteceu entre nós com ninguém, nem mesmo para minha irmã. Será como se nunca tivesse rolado. Eu vou indo. - ele disse, já se afastando, deixando a loira sozinha e arrasada.
A garota sentiu que o perdeu, mas não sabia se queria perdê-lo.
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