36
— Posso ser a causa da sua morte. — falei.
O silêncio apareceu.
— Mas isso não vai acontecer, porque eu sei que você não é envolvido com coisas erradas. — tenho certeza.
— Dorme, gatinho. — pretendo.
Não demorei para pegar no sono.
[...] Coréia do Sul, Seul.
— Finalmente em casa. — saímos do avião.
Um carro já nos pegou ali, sem passar pela muvuca, fomos direto para a minha casa.
Chan por algum motivo veio junto.
— Tchau, amor! Vamos sentir sua falta! — falei por mim e pelo café.
— Tchau, gatinho! — me deu um beijo. — Certeza que não quer morar comigo?
— Agora não, só depois do casamento. — beijei a bochecha dele.
Saí do carro, já tiraram minhas malas, acenei para ele.
Fui até o portão com Chan me seguindo.
— Por que você está aqui, Chan? — perguntei.
Olhei a tranca eletrônica, coloquei meu dedo e a senha eu tive que me esforçar para lembrar.
O portão abriu, vi meus dois carros parados, cobertos por uma capa de proteção.
Os seguranças entraram com as malas, fui até a porta e abri.
— Podem deixar na sala. — deixaram na sala. — Obrigado! — saíram da casa e fecharam o portão.
— Vou ir escolher meu novo quarto. — como é?
— Hein? — não tô entendendo.
Soltei o café.
— Eu vou morar com você. — subiu levando as malas dele.
Virou hotel aqui e eu não fiquei sabendo.
— Nem vou te falar nada! — fui dar comida para o gato.
A casa está bem limpa, Hyunjin pediu para Lisa contratar alguém para limpar.
Caminhei até o cômodo que antes era livre, abri e agora é meu estúdio, está lindo!
Subi uma mala de cada vez e me dirigi ao meu quarto. Deixei as seis no closet.
Peguei uma roupa e resolvi tomar banho, tirar o cansaço da viagem de horas.
Saí renovado, limpei meus piercings, hidratei as tatuagens e vesti a roupa.
— Abrir cortinas. — abriu. — É, aos poucos irei me lembrar.
Meu celular tocou, peguei, é o Seungmin.
— Oi, Seungmin! — falei.
— Oi, Felix! Já está na Coréia? — perguntou.
— Sim, estou em casa. — respondi.
— Jennifer vai levar umas coisas para você, são presentes. — legal. — Tem bastante, já olhamos todos para ver se não tinha perigo.
— Tudo bem! — falou mais algumas coisas.
— A Channel vai te anunciar hoje como novo embaixador, eu já te mandei a foto que você vai postar. — beleza.
— Algo mais?
— Hoje é só isso. — okay.
Me despedi e ele desligou.
Desci para o primeiro andar atrás de algo para comer, olhei os armários e a geladeira.
Vazio, Hyunjin mandou tudo para a casa dele para não estragar enquanto eu estivesse lá.
— CHAN! — gritei.
Ele apareceu correndo, de roupão e cabelo molhado.
— Invadiram a casa? — perguntou.
— Não tem como invadir aqui, Chan. — doido. — É só para falar que após Jennifer trazer uns presentes para mim, vamos ao mercado fazer compras.
— Quase morri do coração por nada. — subiu reclamando.
Café subiu miando, vida difícil a sua, né?
Limpei a fonte de água dele, coloquei água e liguei. Aproveitei e coloquei areia nas duas caixas.
Ouvi a campainha, liberei o portão ao ver que se trata da Jennifer.
Abri a porta, foi entrando caixas na minha casa e não pararam mais.
— Felix, não eram uns presentes? — Chan perguntou parado no pé da escada.
— Era, me enganaram. — respondi.
— Prontinho, todos entregues. — a loira me falou.
— Obrigado! — agradeci.
— Eu já vou indo, tenho um encontro. — com quem?
— Mesmo? Com quem? — Chan cara de pau perguntou.
— Com a Bea. — sabia. — Você não vê problemas né, Felix? Se falar que não posso, tudo bem.
— Pode ir. — eu não vejo, quem vê é a sofrida da Kami.
A bichinha vai chorar.
— Obrigada! — ela foi embora.
— Eu sinto no meu mamilo esquerdo que isso vai dar alguma merda. — Chan soltou pensativo.
Vai mesmo.
— Me ajuda a abrir tudo e colocar em cada superfície. — demorou uma hora e meia para abrir tudo.
— Você tem roupa para usar todo dia por um ano sem repetir nada. — pois é.
Gravei um story para cada presente agradecendo quem enviou.
— Agora vamos às compras. — só calcei um tênis peguei meu cartão e nós saímos.
— Você lembra como dirige? — Chan me perguntou. — Eu posso dirigir.
— Não vai dirigir meus carros! — tirei a capa do mais novo, o que comprei no dia do acidente.
Entramos, coloquei o cinto, ajustei todos os retrovisores, chequei a câmera traseira, meu banco mais para frente porque minhas pernas encurtaram.
Coisa da idade.
Abri o portão e eu liguei o carro, respirei fundo.
Eu consigo!
Saí da garagem, o portão fechou, manobrei o carro e segui pela rua.
— Graças a Deus, você lembra! — sim.
Fomos até o maior mercado, lá eu estacionei no subterrâneo, subimos pela escada rolante. Com carrinhos fomos fazer compras.
Não demoramos no mercado, eu já estava com fome.
Na volta para casa compramos pizza porque é mais rápido, e tem muita coisa para guardar.
Enquanto guardava tudo, tanto na dispensa quanto em armários e na geladeira, nós comemos. Duas horinhas de trabalho, deu para cansar.
— Terminamos! — falei.
— Cansei! — sentou. — Café está com fome?
Olhei o gato, ele bem quietinho sentadinho.
— Deve estar. — coloquei ração e petisco, levantou para comer. — Vou colocar essas louças na máquina, pode subir.
— Tudo bem, boa noite!
— Boa noite, Chan! — subiu.
Coloquei na lava-louça e subi após trancar a casa toda, Café veio atrás de mim.
Entramos no quarto, fechei a porta e ele já foi para a cama dele com o meu antigo coelho.
Tomei um banho rápido, escovei os dentes, vesti um pijama fresco e deitei.
Peguei meu celular, liguei para o Hyunjin.
— Oi, Gatinho! — ouvi sua voz.
— Oi, amor! — me cobri com o edredom. — Apagar a luz. — dei o comando. — Já está em casa?
— Ainda não, estou no hotel. — difícil namorar um trabalhador.
— Vai descansar, você trabalha demais. — falei.
— É necessário trabalhar bastante, gatinho. — não acho. — Você trabalhava mais que eu.
— Mas após te conhecer eu parei, pare também. — ele riu. — É sério amor, não se desgaste tanto, esses papéis ainda estarão aí amanhã.
— Tudo bem. — ouvi ele dizendo para Lisa que estava indo embora. — Você trabalhou hoje?
— Não, só gravei muitos story agradecendo pelos presentes que ganhei, postei uma foto após ser anunciado como novo embaixador da Channel, depois fui fazer compras com o Chan. — contei. — Já guardei tudo, tomei um banho e deitei.
— Então nós já podemos sair em público? — perguntou.
— Sim, o mundo já pode saber que meu coração pertence a você. — por que meu rosto está quente?
— E o meu a você. — sim. — Mas se você não quiser revelar agora, eu vou entender gatinho.
— O que eu mais quero agora é que saibam que você é o meu namorado! — que o mundo saiba. — Se eu não quisesse fazer isso, não teria dado as informações ao site de fofoca que expôs o relacionamento falso com o Changbin, e assumido que era tudo verdade.
Meu único amor!
— Você é quem eu amo, e quem eu quero que as pessoas me vejam do lado. — apenas ele. — Mas eu quero fazer uma coisa, para de me seguir no Instagram.
— Por que? — expliquei. — Você é terrível, gatinho!
Não acho.
— Um minuto. — esperei. — Pronto, não te sigo mais.
— Obrigado amor! — agradeci. — Quando vou te ver?
— Amanhã. — amanhã?
— Mas amanhã eu vou sair com a sua mãe. — ver minhas roupas e como está a decoração do lugar da festa.
— Eu sei, irei junto. — ah. — Nós almoçamos juntos e depois vamos encontrar a minha mãe.
— Tudo bem! — comeremos juntos. — Amor?
— Sim, gatinho? — perguntou.
— Acha que a terapia irá me ajudar? Não só com a questão do acidente, mas coisas da minha infância. — dúvida real.
— Vai ajudar! Eu já fiz terapia toda semana, agora é uma vez por mês. — contou. — Você precisa bastante disso, curar traumas que nem sabe da existência.
— E quando eu estiver curado, lembrarei de tudo? — indaguei.
— Acredito que sim, gatinho. — quero lembrar de tudo logo.
— Amor, qual a diferença entre antes do acidente e depois?
— Em você? — confirmei. — Está mais sensível, comendo doce, e não fica na defensiva.
— Mas eu sempre comi doce. — contestei.
— Não gatinho, quando eu te conheci você não comia, e evitava muito isso. — por quê? — Mas agora está comendo.
Por que eu parei de comer doce?
— E como assim na defensiva? — quero entender.
— Antes que te atacassem, você atacava, estava na defensiva. — ainda está confuso. — Interpretava atitudes boas como ruins, acabava se afastando, ou atacando, com palavras ou atitudes.
Pensei, fechei os olhos e consegui lembrar disso.
— Foi com você que fiz isso, né? — perguntei já sabendo a resposta. — Desculpa, amor!
— Está tudo bem gatinho, você não tem culpa! Foi muito machucado, por isso ficava na defensiva. — mesmo assim. — Sempre entendi que não era sua intenção, mas sua forma de não ficar mais traumatizado.
— Não é motivo para atacar você! — virei na cama. — No dia do seu aniversário eu fiz isso.
— Você lembrou! — sim. — Só me mandou arrumar outra pessoa.
— Se fizer isso, eu choro.
Agora já estou quase chorando.
— Não vou arrumar outra pessoa, só quero um gatinho arisco. — sou eu.
— Você nunca pensou em desistir de mim? — perguntei com medo da resposta. — Tirando quando quis terminar comigo.
— Foi momentâneo, por insegurança. — é, bem triste. — Não gatinho, desistir de você é desistir de ser feliz.
— Mesmo?
— Sim, não vou desistir de você, prometo! — agora é dívida. — Já vai dormir?
— Quero conversar mais. — continuamos conversando, acabei por dormir enquanto ele contava algo da adolescência.
Amo ouvir a voz dele.
Tive uma noite tranquila, sem sonhos, pesadelos ou acordar assustado durante a noite, foi um sono bom.
— Felix. — Chan me acordando. — Felix.
Abri os olhos, olhando o teto.
— Dormiu em ligação com o Hyunjin. — peguei meu celular, ainda está ligado na ligação.
— Amor? — ver se ele já acordou.
— Bom dia, gatinho! Vejo que Chan conseguiu te acordar. — olhei o citado.
— Bom dia, amor! Sim, ele conseguiu. — infelizmente.
— Vou desligar, te vejo mais tarde. — me despedi e ele desligou.
— Por que me acordou? — perguntei sentando na cama.
— Não ganho "bom dia"? — não. — Eu te acordei porque o Café escalou a árvore da área de lazer e agora não quer descer.
Gato terrível.
Levantei, calcei a pantufa, saímos do quarto.
— Você não tem que estar na faculdade? — perguntei.
— Eu saí. — é cada coisa. — Bea tem razão, vou perder meu tempo fazendo administração.
— Vai mesmo. — descemos. — O que vai cursar?
— Apesar da Bea falar que posso cursar moda assim como a Jasmin, por enquanto me manterei longe da faculdade. — entendo. — Vai fazer o que hoje com o Hyunjin?
— Ele vai me acompanhar com a Antonietta na prova de roupa, mas vamos almoçar juntos. — contei.
— Posso ir? — pode. — Não no seu almoço, na prova de roupa?
— Pode. — saímos da casa, olhei para cima, Café sentado miando. — Desce já Café.
— Gatos. — Chan também olhando.
— Vem filho, desce que aí não é lugar de gatinho. — nunca foi. — Anda Café.
Miou, está discordando de mim.
— Vai descer sim, vou chamar o Hyunjin para você e cortar seu petisco. — ouviu petisco.
Começou a descer, pulou em certa altura, peguei ele.
— Parece criança. — ele é criança, Chan.
— Logo você vai ser castrado! — não quero netos.
Coloquei comida para ele, com petisco.
— Que horas são? — perguntei.
— Quase dez. — respondeu.
— Eu vou organizar as roupas que ganhei e as que trouxe da viagem. — subi e ele veio atrás.
Entramos no quarto, arrumei a cama e fui para o banheiro. Escovei os dentes, lavei o rosto.
— Felix, a Kamila está te ligando. — saí e peguei o celular, atendi.
— Oi, Kami! — falei.
— Oi, pudim! — ouvi sua voz. — Eu chego amanhã na Coréia.
— Que bom! Sentimos sua falta. — doidinha. — Está ainda na Itália?
— Sim, com a Caterina. — bem que ela podia dar uma chance à italiana. — Você está ocupado?
— Não. — entrei no closet, e Chan veio junto.
— Sozinho? — olhei Chan.
— Chan está comigo. — respondi.
— Então coloca no viva voz, quero falar com ele também. — coloquei no viva voz e o celular em cima da ilha. — Oi, Chan!
— Oi, maluquinha! Como está a Itália? — Chan falou com ela.
— Bonita. — realmente é bonito lá pelo que me lembro. — Chan, o Felix não tem novidade, mas você tem, e o Jisung?
— Estamos saindo. — comecei a organizar as roupas.
— Sabia que daria nisso, vocês tem bastante química. — tem mesmo. — A Jasmin e o irmão do Hyunjin.
— Ainda ficando. — quando vão namorar? — Mas recentemente fomos ao Brasil, e ela não foi para ficar com ele, também para fugir da família.
— Logo estão namorando. — sim. — O Felix com o Hyunjin estão bem? Eu vi que o Hyunjin parou de seguir o Felix.
— Estamos bem. — respondi.
— Estão, Felix dormiu enquanto falava com ele hoje. — sono foi forte. — E como assim o Hwang parou de te seguir?
— Tá no twitter. — ouvimos Kamila falando.
— Vocês vão entender depois. — só isso que tenho a dizer.
— Cheio de segredos. — sempre. — Então Kamila, saiu com alguém aí na Itália?
— Com a Caterina. — os dois Maria fofoca continuaram papeando sobre o encontro da Kamila. — Ela é um amor, me trata super bem.
— Qual o motivo para não namorar ela? — você nem imagina.
— Longa história. — do tipo bem grande mesmo. — E a Bea, como ela está?
— Ela está... — fui mais rápido.
— Ótima, também sente sua falta. — não vamos contar, deixar ela ver sozinha. — Que horas você chega amanhã?
— Provavelmente vocês só irão me ver na festa. — nossa. — Eu vou chegar, e ir para o hotel.
— Hotel? E a casa com as meninas? — Chan perguntou.
— Meu vestido estará me esperando no hotel, assim como quem vai me maquiar e arrumar meu cabelo. — agora entendi. — Só vou para casa após a festa.
— Que hotel? — perguntei.
— Se o namorado do meu amigo é dono de uma rede de hotéis, é no hotel dele que sempre irei me hospedar. — faz sentido. — Mas acredito que o Hyunjin nem saiba, é muita gente naquele hotel.
— Realmente, e só gente muito rica. — deve ser mesmo.
— Por que diz isso? — questionei.
— Felix, é trinta mil dólares a noite. — ainda bem que eu não pago. — Mas é um hotel completo também.
— E o único hotel na Coréia com cassino. — como meu namorado é inteligente. — Como será que o Hyunjin conseguiu liberação para ter o cassino?
— Ele tem dinheiro, Chan, quem tem dinheiro pode fazer qualquer coisa. — nossa. — Tem quarto mais barato no hotel, um de dez mil.
— Quase de graça. — Chan falou. — Só quarto e banheiro né?
— Sim, mas o básico do Hyunjin, é um quarto de trinta metros quadrados e um banheiro com hidromassagem. — humilde. — Só não pode comparar com os quartos mais caros do hotel, alguns tem até cozinha, é basicamente um apartamento de luxo, com direito a um chefe cozinhando para você.
— Felix é sortudo! — sou?
É, eu sou.
— Sorte? Não, isso é destino, sorte é eu ter ele como amigo. — que fofa! — Pudim, Caterina está perguntando, se pode usar qualquer cor, porque no convite só fala o estilo da roupa.
— Sim, qualquer cor. — respondi. — E qual a cor do seu vestido?
— Surpresa! — prefiro saber.
— Kamila. — Chan estava pensativo até chamar pela Kami. — Você gosta da Bea né?
— Não. — continuei organizando, de costas.
— Você gosta sim! — é, ela gosta. — Quando eu dormi com a Bea, você passou um tempo me olhando com raiva, pensei que fosse por causa do que aconteceu entre a Jasmin e eu, mas é pela Bea, ficou com ciúmes.
— Fiquei não. — isso, negue até onde conseguir.
— Kamila, não minta, eu sei a verdade. — não sei como. — O Felix sabe, e está evitando olhar para mim, confirmando o que eu disse.
— Passou tempo demais com a Bea. — concordo. — É, eu gosto, mas ela não pode saber.
— Ela não sabe? — pior que não. — Como ela não percebeu?
— Kamila aprendeu a esconder da bruxa. — bruxaria pura.
— Você nunca pensou em contar para ela? — se você soubesse a história inteira, não apoiaria isso.
— Ela me acha complicada, e também disse que não namoraria comigo por esse motivo. — Chan está de boca aberta. — Antes que pergunte, já fizemos sexo.
— Felix tinha razão. — tinha? No quê? — Após o aniversário da Kami, você me falou que ela sorria muito, e quem muito sorri é para esconder as lágrimas, como você.
Ah!
Agora eu não consigo esconder as lágrimas, qualquer coisa eu choro, facinho.
— Kamila, um conselho, esqueça a Bea, o mais rápido possível, se conseguir antes da festa será ótimo. — é mesmo.
Bea com certeza vai ficar com a Jennifer na festa.
— Ela está com alguém? — fiz sinal de silêncio ao fofoqueiro.
— Não, mas amanhã na festa ela pode ficar com várias pessoas e isso não seria bom para você. — pedir para deixar lenços na mesa da Kamila.
— Eu já me acostumei, faz muitos anos que vejo ela ficando com várias pessoas, virou rotina. — infelizmente. — Meninos, vou desligar, irei sair.
— Tchau, Kami! — despedimos dela, desligou.
— Talvez eu nem fosse tão ruim com os ficantes. — tem certeza? — Você acha mesmo que a Bea não sabe? Ela sabe sim, e fazer a coitada da Kamila assistir ela ficando com vários é sacanagem.
— Eu acho. — agora tô em dúvida.
— Felix, você é tão inocente. — posso fazer nada. — Eu não tinha consideração pelos sentimentos das pessoas com quem transava? Não, e tratava elas como descartáveis? Sim, mas eu nunca faria isso com um amigo.
E pior que nem posso discordar.
— A Kamila ama a Bea, e eu tô dizendo, pode cair um raio na minha cabeça, mas eu tenho certeza que a Bea sabe. — não quero acreditar nisso. — Ela nota detalhes das pessoas sem conhecer, não vai notar que a melhor amiga de anos, é apaixonada por ela? Vai enganar outro, eu, ela não engana, ela sabe sim!
— Mas se ela sabe e ainda usou a Kamila por carência, mesmo que a Kamila tenha se oferecido, é péssimo da parte dela. — horrível! — Prefiro acreditar que ela não sabe.
— Mas mesmo se ela não sabia, você não usa melhores amigos quando está com carência, alguma vez eu te procurei quando estava carente? — neguei. — Se está carente, baixa um aplicativo e chama qualquer um para transar, ou paga uma prostituta, envolver amizade de anos com carência de sexo, só um lado vai se ferrar, e nunca é do carente.
— Coitada da Kamila. — a bichinha sofre. — Nem pense em contar para ela isso que me falou.
— Ela pelo jeito já tem conteúdo o suficiente para sofrer, não vou colocar mais coisa na cabecinha fértil dela. — exatamente. — Amanhã, será uma noite longa para ela, se a Bea levar a Jennifer para a casa delas, nossa, a Kamila atirou pedra na Cruz? Ou era o carrasco que chicoteou Jesus?
— Uma dessas opções. — com toda certeza. — Agora me ajuda.
Me ajudou a organizar o closet, a roupa que estava suja na mala eu levei para a lavanderia e coloquei na máquina.
Aproveitei para alimentar o Café.
Subi novamente, Chan está olhando a janela, fui até ele.
— Espionar os vizinhos não é legal. — falei.
— Aham. — continuou olhando.
Afastei e sentei na cama.
— Felix, corre, estão brigando. — agora eu vou.
Ficamos olhando os vizinhos brigando, a casa é da outra rua, mas faz fundo com a minha casa.
— Você está me traindo sim. — a mulher fala.
— Eu me atrasei cinco minutos, não dá para te trair nesse tempo. — realmente não dá.
— Com o tempo que você dura, precisa de menos que isso. — nossa.
— Porra. — Chan chocado.
— E você se esforça muito né? Não move um músculo na cama, fica parecendo uma estátua, se não acabar rápido vou ficar traumatizado e não querer fazer sexo nunca mais. — gente.
— Geme, mulher! — abaixei e puxei o Chan.
— Cala a boca. — ele rindo.
Fomos engatinhando para fora do quarto.
— Só me faz passar vergonha, puta que pariu. — levantamos.
— Vai falar que eu tô errado? — essa não é a questão. — Quando faz sexo com o Hyunjin, fica parecendo uma estátua?
— Seria impossível. — soltei ao lembrar.
— Safados! — você que perguntou.
Descemos e ficamos na sala conversando até dar a hora de se arrumar.
Eu tomei banho, me sequei, passei creme pelo corpo, principalmente nas tatuagens. Limpei os furos, às vezes esqueço que coloquei piercing, até trombar neles e acabar gemendo, muito sensível.
Passei desodorante, e protetor solar.
Saí de roupão do banheiro, entrei no closet. Foi difícil escolher algo, muita roupa.
Vou no básico, porém chique, vai que o Hyunjin me leva em um restaurante caro.
Calça de alfaiataria preta, regata com gola alta branca, justa ao tronco, marca os piercings. Agora a parte chique, cinto da Chanel e mocassim.
Sapato de vovô, mas essa versão é mais nova.
Gostei que me deixou um pouco mais alto.
Arrumei meu cabelo, por último passei perfume.
Em uma pequena bolsa preta, coloquei o básico, kit de higiene bucal, hidratante labial, lenços, e um vidrinho de perfume.
E o último item, meu celular, antes de sair, desci e Café está de plantão perto do potinho dele.
— Café, você não acha que está comendo demais? — miou.
Coloquei só um pouco de ração, cheirou, miou de novo.
— Exigente! — o petisco, agora ele comeu.
Ouvi passos na escada, Chan apareceu.
— Todo embaixador da Chanel, chique! — obrigado! — Nós já vamos?
— Hyunjin vem buscar. — fui até a cozinha, peguei no armário, balas de melancia, uma na boca e o restante no bolso.
Meu celular vibrou, olhei, ele avisando que chegou.
— Vamos? — confirmou.
Saímos de casa, tranquei com a senha, fomos até o portão, abri e ele saiu primeiro, após sair tranco também.
Hyunjin está com motorista hoje.
Ele estava fora do carro, Chan já entrou.
— Oi, gatinho! — abracei ele. — Sentiu minha falta?
— Sim, e oi amor! — olhei para ele, me deu um selinho.
— Está lindo! — beijou minha testa.
— Obrigado, amor!
Eu entrei no carro, Lisa também está aqui.
— Oi, Lisa! — cumprimentei ela.
— Olá, Felix! — como vai caber quatro pessoas atrás? Caberia até seis.
Tem três assentos na parte traseira, e mais três na frente, mais dois na frente, um que o motorista está ocupando.
Hyunjin entrou.
— Coloca o cinto, gatinho. — procurei e não achei, ele me ajudou a colocar. — Pronto.
— Por que está de motorista hoje? Não costumava usar. — como é bom ter acesso a minha memória, não toda.
Faltam pedaços, mas aos poucos irei me lembrar.
Após os últimos acontecimentos, e eu ter uma crise por lembrar, acho melhor não forçar nada.
— Lisa esqueceu de mandar abastecer meus carros, só o que fica no hotel com motorista estava com gasolina. — explicou.
— Não é que bilionário fica sem gasolina. — Chan achando engraçado. — Por que esqueceu, Lisa?
— Essa semana foi muito corrida no hotel, e como o senhor Hwang estava fora do país, acabei me esquecendo que era semana de mandar abastecer os carros. — compreensível.
— Não é motivo para demissão, né? — esse chan fala cada coisa.
— Só vou contratar mais uma secretária pessoal, mas não vou demitir a Lisa. — excelente.
— Não pode ser um secretário? — perguntei. — Casado, hétero e com filhos?
— Ciumento! — olhei bravo para o Chan. — Menti?
— Shiu! — o silêncio te cabe, é pior que eu. — E se for mulher, como a Lisa.
— Como eu? — perguntou.
— Lésbica. — Chan explicou para ela.
— Quem contou? — ele apontou a mão dela.
— E tem a bandeira lésbica na capa do seu tablet, é pequena, mas dá para ver. — exatamente.
Por isso gostei dela de cara.
Em hipótese nenhuma o Hyunjin vai ser interessante para ela.
— Gatinho ciumento. — cuidadoso. — Que tal assim, eu escolho cinco candidatos, e você decide quem vai ser meu secretário.
— Gostei. — vai que aparece outra oferecida, eu lembrei dela após o Hyunjin explicar bem.
— Senhor Hwang, Salvatore na linha. — quem é esse?
Hwang atendeu e começou a falar italiano.
— Hai finito il lavoro che ho ordinato? Eccellente che siano morti. (Terminou o serviço que mandei? Excelente que estão mortos) — não entendi nada.
Desligou e devolveu o celular para a Lisa.
— Lisa, não atenderei mais ninguém enquanto estiver com o Felix. — prioridade.
— Sim, senhor. — mastiguei minha bala.
— Amor, o Chan descobriu sobre a Kamila. — contei ao Hyunjin.
— Aquilo? — confirmei. — Como?
— Sou inteligente! — às vezes. — E...
Olhou para a Lisa.
— Ela não pode falar nada que ouvir enquanto estiver comigo. — contrato.
— Mas a Bea vai saber no momento que falar com a Lisa, muito perigoso. — chan desistiu de falar.
— Para casos de extremo sigilo. — ela falou, tirou fones da bolsa, colocou. — Agora pode falar, é até melhor, um segredo a menos para eu guardar.
Começou a mexer no tablet.
— Então Hyunjin, o Felix muito inocente, pensa que a Bea não sabe, mas eu tenho certeza que ela sabe. — lá vai nós fofocar sobre nossos próprios amigos.
Mas não estamos falando mal, apenas comentando do assunto.
— Qual sua opinião? — Chan perguntou.
— Também penso que ela sabe, a Bea já notou coisas de mim, que pouquíssimas pessoas sabem. — espero que eu esteja nessa lista de pessoas.
— Viu Felix? — claro, meu namorado me esconde as coisas.
O que anda escondendo Hyunjin?
— A única parte ruim, se ela sabe e age tão friamente com a Kamila, é um sério problema. — por isso eu quero acreditar que ela não sabe. — Porque se ela não quer corresponder os sentimentos da Kamila, fazer sexo quando está carente não é a melhor forma de evitar dar esperanças a mais nova.
— Eu te falei, Felix! — já entendi.
Hyunjin segura a minha mão, enquanto gira minha aliança no dedo.
— Eu tive problemas com sentimentos das outras pessoas, e seria hipócrita da minha parte querer julgar, mas a questão aqui é que ela não está respeitando os sentimentos da melhor amiga. — tomara que ela não saiba. — Seria de uma canalhice enorme.
— E agora tem a Jennifer. — Hyunjin tinha que lembrar.
— O climão que vai ficar quando nós sairmos, puta que pariu! — é, vai ser difícil. — A Jennifer é legal, mas a Bea nem pense em querer trazer ela para o nosso rolê de amigos, porque a Kamila vai ficar triste pelos cantos, e quem costuma animar as coisas é a Kamila.
Pai amado, só piora.
— Jasmin do jeito que é lerda, só vai perceber quando estiver idosa. — tadinha. — Por que a Bea tinha que se apaixonar? E por quê você deixou, Felix?
— Como eu poderia impedir ela de se apaixonar? — não tenho controle sobre isso.
— A Jennifer te perguntou se tinha problema em sair com a Bea, você disse que não, e tem um problema enorme. — sobre isso.
— Eu disse isso porque a Kamila já desistiu da Bea, ela falou "A Bea é o amor da minha vida, não para a minha vida", infelizmente ela tem razão. — não tenho controle. — A Kamila não iria gostar se eu tivesse impedido a Bea de sair com a Jennifer.
— E a Bea iria querer saber o motivo para você não deixar. — Hyunjin completou.
— Tem isso também. — cada vez pior. — A Kamila vai ficar triste? Sim, vai chorar? Muito, mas desse jeito foi a melhor forma de lidar, agora talvez seja a chance dela seguir em frente.
— Eu sinto, que isso ainda vai piorar. — não joga praga Chan.
Encostei a cabeça no ombro do Hyunjin, e fui olhar meu celular, cheio de notificações como sempre.
Entrei no Instagram, postei um story, antes que meus seguidores pensem que morri.
Fiquei olhando os vídeos que eles fazem para mim, abri algumas mensagens e curti, outras eu respondi, gosto de interagir com eles, e não vai cair minha mão.
— Chegamos, gatinho. — levantei a cabeça, ele tirou meu cinto.
O motorista abriu a porta, Hyunjin saiu primeiro e me ajudou.
Chan saiu e a Lisa.
— As reservas estão no seu nome, senhor. — Lisa avisou.
— Vejo vocês depois do almoço. — Chan falou. — Quer vir, Lisa?
— Onde? — apontou a lanchonete. — Sim, bom almoço para os senhores!
Chan levou até o motorista para a lanchonete, um senhorzinho com um sorriso muito simpático.
— Vamos, gatinho? — confirmei, pegou minha mão entrelaçando nossos dedos.
Entramos no restaurante, a recepcionista foi rápida em atender, um garçom nos levou para a sala reservada.
Sentamos, serviram o vinho.
— O cardápio, senhores. — saiu após entregar.
Abri e fui olhar as opções.
— Tô com fome! — resmunguei.
— Não tomou café hoje? — é mesmo. — Você esqueceu o café da manhã, gatinho?
— Sim. — nem lembrei.
— E o Chan não tomou também? — perguntou.
— Eu acho que ele também esqueceu. — Hyunjin negou voltando a olhar o cardápio. — O que você me recomenda?
— Não sei, nunca vim a esse restaurante. — me trouxe aqui e nunca comeu dessa comida, e se for ruim. — Estou testando esse restaurante, querem um espaço para eles no novo negócio que irei abrir.
Entendi.
Por que não veio sozinho? Se a comida for ruim, ele vai ver só.
— A maioria dos pratos deles tem óleo de camarão. — comentei.
— Sobrou algo para você pedir? — sim.
Água.
— Achei um com carne e massa, outro com frango e legumes. — deve ser bom.
— Qual vai pedir? — perguntou.
— Os dois. — ele chamou o garçom.
Após pedirmos, provei do vinho.
Bom, mas não foi eles que fizeram.
Balancei a taça, senti o aroma, uva, que novidade.
— Amor... — está me gravando. — Para de me gravar, amor!
— Sorria, gatinho. — neguei. — Ou fica sem sobremesa.
Chato, idoso, ancião!
Sorri por livre e espontânea vontade.
Parou de me gravar, finalmente.
— Por que estava me gravando? — perguntei.
— Você estava muito fofinho. — obrigado. — Fazendo caras e bocas ao provar do vinho.
— Sabor de uva, nada de novo. — ele riu. — Tá rindo por quê?
— Você é uma graça, gatinho. — não acho.
Eu peguei em sua mão que estava na mesa, com meu celular tirei uma foto, mas continuei segurando.
— O que está fazendo, gatinho? — perguntou.
— Tô postando uma foto das nossas mãos. — coloquei no feed.
Ouvi entrarem.
Rápido demais, isso me deixa pensativo.
O Hyunjin recebeu o que ele pediu, colocaram dois pratos na minha frente.
Olhei.
— Um segundo. — voltou. — Está faltando a carne.
— É embaixo da massa, senhor. — mas só tem um montinho de espaguete, cem gramas é muito para descrever.
— Obrigado! — saiu.
Olhei o prato com frango e legumes, só esqueceram de avisar que era duas cenouras pequenas com duas batatas menores ainda, e um pedaço de frango.
Talvez seja um Galizé.
Olhei o prato do Hyunjin, massa e camarão, o dele tem mais que o meu.
Por que eu tô achando que peguei um prato infantil?
— Amor, eu acho que minha comida é de criança. — ele olhou meus pratos, e depois o cardápio.
— Não, você pegou comida versão luxo. — droga. — Isso vai saciar sua fome?
— Vai. — se eu comer uns cinco pratos de cada.
Comi tudo em cinco minutos.
Ele chamou o garçom, pedi sorvete para sobremesa.
Fiquei comendo enquanto ele terminava o almoço.
— Eu vou ao banheiro enquanto você paga a conta. — avisei.
— Me encontre na recepção. — tudo bem.
Saí da sala, pedi um garçom para saber onde seria o banheiro, ele me deixou na porta.
É tudo muito bonito, mas eu tô com fome!
Lavei minhas mãos, entrei na cabine, passei fio dental.
O frango estava um pouco seco, encheu meus dentes de fiapo.
Hyunjin se me trazer aqui de novo, vou considerar como um pedido de término.
Depois sai e escovei os dentes, passei hidratante labial. Saí do banheiro, caminhei pelo restaurante até chegar na recepção.
Minha barriga está fazendo barulho, tomara que o Hyunjin não escute.
Assim que chegar em casa, vou fazer comida e comer bastante.
Pegou minha mão, fiquei só olhando ao redor enquanto ele conversava com o que parecia ser a dona do restaurante.
Reprovado viu moça.
— Certeza que não reconsiderará? — não.
— Não, falta opções no cardápio para pessoas com alergia a frutos do mar. — é, eu aqui. — E as opções sem a presença do mar, precisam ser maiores, porque se você quer fazer um restaurante de luxo, sirva comidas apenas assim, mas se quer ter mais clientes nesse restaurante repense o cardápio e a proposta de comida.
Nossa, eu chorava.
— Você é inteligente e pode se firmar nesse mercado, mas não como está atualmente, por isso o H.J.Swan não terá ligações com seu restaurante. — ainda bem que não sou ela. — Quer falar algo, gatinho?
Quem? Eu?
Nem vem.
Olhei para ele.
— Felix? — ela perguntou, eu mesmo.
— Quer, gatinho? — até parece.
— Não. — você me paga. — Vamos, sua mãe está nos esperando.
Tá nada, só quero sair daqui.
— Claro. — cada vergonha que eu passo.
— Pode autografar? Minha sobrinha é sua fã. — colocou um caderno pequeno no balcão.
— Sim. — peguei a caneta. — Qual o nome dela? — assinei o nome da menina e o meu. — Prontinho.
— Obrigado! E eu vou melhorar o restaurante. — só contrate outro cozinheiro.
Porque eu tô vendo agora ele fumar lá fora.
Cigarro e comida não combinam.
Saímos do restaurante, minha barriga roncando.
Que fome!
Eu comeria um boi agora, sem brincadeira.
Chan e Lisa ao lado do carro, papeando.
— O que o Hyunjin estava falando? — Chan curioso perguntou.
— Detonou o restaurante da mulher. — entramos no carro. — Cadê o Hyunjin?
— Sei não, agora conta o que ele falou? — contei tudo que ele disse sobre o restaurante. — Eu fechava as portas, colocava uma placa "só abriremos na próxima reencarnação".
Esse Chan.
Coloquei o cinto, fica mais fácil.
— Felix, a internet está especulando agora quem pode ser o seu namorado, já que o Hyunjin parou de te seguir. — como eu havia previsto. — Seus fãs doidinhos para saber quem é.
— Logo vão saber. — sei que tem paparazzi atrás de mim desde que saí de casa.
Hyunjin abriu a porta e entrou, com sacolas.
Presente?
Fechou a porta, me deu o que está na sacola.
— Lanche, batata frita, frango, e suco. — esse meu namorado é ótimo. — Ouvi sua barriguinha roncando de fome.
— Ué, mas vocês não comeram? — Hyunjin responde, vou me ocupar.
— Obrigado, amor! — beijei a bochecha dele.
Coloquei o suco no porta copo, tirei as coisas da sacola, comecei a comer.
— Nós comemos, mas só eu realmente almocei, o Felix não foi bem servido. — exato.
— Vai se sujar inteiro. — não ligo.
Isso está muito bom!
— Ele balança a cabeça enquanto come. — Lisa falou me olhando.
— É, como uma criança. — Chan completou com um sorriso.
— Se estiver com os pés suspensos, também balança eles. — sendo exposto de graça?
Me concentrei no lanche, comi tudo.
Hyunjin segurou meu queixo, limpou minha boca, certeza que tem ketchup e molhinho.
Terminei o suco enquanto olhava a janela.
Depois coloquei bala na boca, ofereci para Chan e Lisa, só Chan aceitou.
— Quer amor? — perguntei. — É de melancia.
— Aceito. — pegou na minha mão.
O carro parou, me soltei do cinto, saímos.
De mãos dadas com o Hyunjin, entramos no alfaiate. A mãe dele estava ali, conversando com o dono.
— Felix! — me abraçou primeiro.
Se um dia ela foi mãe do Hyunjin, hoje ela não lembra mais.
Falou com o filho, meu amigo e a Lisa.
Apenas eu segui com ela e o dono, experimentei as três roupas.
— Quer que aperte mais a cintura? — perguntou da última calça.
— Não, eu vou comer bastante, não quero nada me apertando. — misericórdia não poder comer na minha própria festa.
A primeira grande festa.
— Então terminamos. — ótimo, saímos de lá com as roupas.
Quer dizer a Antonietta, ela levou minhas roupas embora.
— Tem compromisso agora, amor? — perguntei ao Hyunjin.
— Não mais. — hein? — O que quer fazer?
— Ir naquela loja. — apontei do outro lado da rua.
— Então vamos. — atravessamos a rua.
— Onde estamos indo, Felix? — Chan perguntou do meu lado.
— Loja de roupas. — mas não qualquer roupa.
Roupa de casal.
Entramos, continuei segurando a mão do Hyunjin.
— Olha esse amor. — dois moletons azul-claro, um coração branco na frente.
— Bonito, você quer? — confirmei. — Os dois, Lisa.
Ela colocou eles na sacola da loja.
— Você faz tudo que ele manda? — Chan perguntou.
Mas é curioso.
— Eu recebo trinta mil dólares, faço tudo muito feliz. — eu também faria.
— Trinta mil? — ela confirmou. — Hyunjin, sou ótimo secretário, me contrata?
— Para de ser interesseiro, Chan. — Hyunjin apenas rindo e negando. — Você já tem dinheiro.
— Posso ter mais, não ligo. — olho grande. — Qual combina mais com o Jisung? Esse verde ou o vermelho?
Segurando dois moletons.
— Vermelho. — respondi. — Uma noite e nada mais, eu não me apaixono. — imitei ele, me olhou bravo. — Menti?
— Quieto aí, toco. — foi olhar a parte de camisetas.
Eu continuei na parte de moletom.
— E esse, gatinho? — um preto com branco.
— Gostei. — Lisa pegou dois. — Tem bonés, amor. — arrastei ele.
Experimentei um preto, passei o outro para ele.
— Experimenta amor. — ele colocou.
Nossa, consegue ficar mais bonito.
Talvez eu deva esconder ele.
— Lindo amor, mas só vai usar na sua casa, não quero ninguém te olhando. — ele riu enquanto tirava, passei a mão no cabelo dele arrumando.
— Você também não vai sair. — a lá.
— Tóxico! — tirei o boné, senti a mão dele no meu cabelo. — Mais os bonés.
— Algo mais, gatinho? — sim.
— Camisetas. — escolhi umas cinco.
Depois fomos até o caixa.
Tem chaveiros de casal, que fofinho!
Peguei dois gatinhos.
Pagou por tudo, saímos da loja. Tirei os dois moletons pretos da sacola.
— Segura minha bolsa. — ele ficou segurando minha bolsa, coloquei o moletom. — Bolsa. — me passou ela, joguei dentro do carro. — Tira o terno.
— Por que? — balancei o moletom dele. — Eu te amo demais mesmo.
— Também te amo demais. — tirou o terno, vestiu o moletom. — Lindo e meu!
— Sim, sou seu. — bom mesmo.
Me deu um selinho, beijo? Nada ainda.
— Beijo. — me olhou estranhando.
— Aqui? — qual o problema? — Estamos em público.
— Tem vergonha de mim? — apelar.
— Claro que não, gatinho. — maravilha.
— Então rapidinho, amor, ainda não me beijou hoje. — sorriu para mim.
Me certifiquei que não tinha crianças, acho meio errado beijar na frente de crianças.
Quando eu era criança, morria de vergonha se visse algum casal se beijando.
Olha, eu lembrei de algo da minha infância, sem forçar.
Assim vai ser melhor.
— Perdão por isso, gatinho. — me beijou.
Se as fotos desses paparazzi não ficarem boas, vou processar, já estão me fotografando sem minha autorização, se a foto ficar tremida será o fim da picada.
— Eles sabem que estão em público? — ouvi Lisa perguntando ao Chan.
— Sabem, mas não ligam. — exatamente.
— Amo sua boca. — Hyunjin declarou.
— Também amo a sua. — muito boa de beijar.
E outras coisas.
— Onde quer ir agora? — pensei.
— Cinema, nós já fomos? — perguntei.
— Não, assistíamos na minha sala de cinema. — primeira vez.
— Então vamos? — confirmou.
Fomos andando, porque não fica longe, Chan reclamando de andar.
Preguiçoso!
Entramos no cinema, pelo horário não tem muita gente.
Olhando os filmes que estão em cartaz.
Escolhi um de comédia.
Hyunjin comprou os ingressos.
— Namorado de amigo que paga as coisas são os melhores, não termina nunca, Felix. — interesseiro que chega dói.
— Ignora ele, amor. — falei com o Hyunjin.
— Então vai terminar comigo? — perguntou.
— Claro que não, eu e você, juntinhos para sempre! — você querendo ou não.
— Bom mesmo! — amo ele e fica nessa. — Quer pipoca, gatinho?
— Sim, da grande. — comprou o balde de pipoca e refrigerante.
Seguimos para a sala de cinema, pegamos os óculos e entramos. Hyunjin achou nossos lugares, sentamos.
— Antes que a luz apague. — uma foto para eu postar mais tarde.
Chan e Lisa estão sentados na fileira da frente.
O motorista quis ficar no carro, deve querer dormir.
O filme começou, coloquei os óculos.
Uma mão com o Hyunjin, a outra para comer e pegar o copo.
Muito bom o filme, ri bastante.
Assim que terminou, nós levantamos e fomos saindo.
Um grupo de garotas nos parou, queriam foto, Hyunjin virando meu fotógrafo.
— Obrigado, Felix! — agradeceram.
— Por nada, anjinhos! — segurei a mão do Hyunjin novamente.
— Eu disse que ele estava namorando o Hyunjin. — ouvi uma falando isso.
É, eu tô.
Saímos do cinema, voltamos para o carro.
Entramos, hora de ir para casa.
Infelizmente.
Fiquei o caminho todo encostado no Hyunjin, sentindo o cheiro dele, vontade de me colar nele.
Quando chegamos, eu abri o portão e Chan entrou.
Me despedir do Hyunjin deu trabalho, eu não queria deixar ele ir.
— Amanhã nós nos veremos de novo.
— Longe. — muito longe.
— Gatinho, você precisa entrar. — discordo.
Após muita luta, quase um choro, deixei ele ir.
Aí eu entrei, fechei o portão. Chan esperando na frente da porta.
— O coitado do Hyunjin sofre com você, grude! — sou mesmo.
Abri a porta, entramos, tirei os calçados.
— Oi, filho! — miou para mim. — Com fome, né? Papai te deixou passando fome.
Coloquei comida para ele, com bastante petisco. Troquei a água da fonte, limpinha.
Subi para o quarto, pelo horário eu preferi tomar banho. Coloquei um pijama e deitei.
Cansei!
Chan invadiu meu quarto.
— Olha o que te enviei. — falou.
— É importante? — perguntei.
— Fofoca. — não é. — Olha logo, Felix.
Peguei meu celular, abri o aplicativo de mensagens, na conversa do Chan.
— Mas a fofoca é comigo.
— Leia. — tá.
Entrei no link.
"Empresário e bilionário Hwang Hyunjin, dono da rede de hotéis H.J.Swan, é visto com o blogueiro, cantor e compositor Lee Felix. Os dois almoçaram juntos, foram vistos em mais dois lugares, uma loja de artigos para casais, e no cinema."
— Leu? — fiz sinal de espera. — Que demora.
"Paparazzis registraram os dois em vários momentos íntimos, parecem não ligar de serem vistos juntos pela mídia. Tudo indica um romance entre o empresário italiano e o blogueiro coreano, mas após Hwang Hyunjin deixar de seguir Lee Felix, ficou confuso qual seria a relação dos dois."
Nossa.
"Apenas uma coisa é certeza, Hwang Hyunjin, o homem mais rico da Coréia e que esteve na lista de solteiros mais cobiçados, não está mais disponível e é gay!"
Ele não é gay.
"Esperamos que eles se pronunciem, para assumir ou negar o envolvimento. Do Hwang achamos difícil, ele é bem reservado sobre a sua vida pessoal, e nunca se envolve em escândalos de relacionamento, tentam inventar sobre ele, mas sempre negou qualquer romance, talvez seja diferente dessa vez."
Ele negava porque era mentira.
"Relembramos quando ele saiu com uma modelo, mas esse mês ela se pronunciou dizendo ser lésbica e que ele apenas a ajudou, então, Hwang vai nos dar trabalho para assumir o relacionamento com o blogueiro."
— Que modelo? — mostrou a foto.
Veio a memória, Hyunjin me contou dela.
"Assim que tivermos mais informações, estaremos atualizando vocês leitores."
— Agora entra no twitter. — okay.
Entrei, cheio de fotos minhas com o Hyunjin.
— É oficial, seu namoro não é mais reservado. — eu percebi.
— Meu plano deu certo. — falei.
Eu sabia que no momento que o Hyunjin deixasse de me seguir, os paparazzi iriam me seguir para ver se conseguiam capturar alguma coisa.
— Parabéns! — saiu do quarto.
Liguei para o Hyunjin, atendeu.
— Oi, gatinho! — ouvi sua voz. — Lisa acabou de me mostrar.
— Oi, amor! Ela já está com o texto pronto? — perguntei.
— Sim. — excelente.
— Escolheu as fotos? — confirmou.
Postamos fotos, com o rosto dos dois aparecendo.
"Meu amor" e marquei ele.
— Finalmente te assumi para o mundo.................
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