11
— Tiro todo o dinheiro que vocês têm, afinal ele é meu. — falou convicto da sua decisão. — Seria pior, mas ele disse para não me estressar com vocês, porque estavam apenas cumprindo o papel de pais em se preocupar com quem me relaciono, boa noite, tenho um avião para embarcar.
Estava saindo da mansão que deu aos seus pais, primeira propriedade que comprou após começar lucrar muito com os hotéis.
— Hyunjin, filho espera. — sua mãe o alcançou.
— Sim, mãe. — parou de andar.
— Só tenho uma pergunta, qual a opinião dele sobre você viver trabalhando? — precisava de uma confirmação.
— Nenhuma, ele disse que posso cuidar dos hotéis, viajar para Paris, falou que vai sobreviver, ele estuda muito e trabalha, não tem tempo para pensar no meu trabalho mãe, algo mais? — perguntou.
— Tudo bem, quando falar com ele, peça uma coisa, não vou pedir isso por sua ameaça. — falou seu pedido e Hyunjin ficou muito chocado pelo pedido de sua mãe.
— Tudo bem, vou pedir isso. — saiu da casa de seus pais.
[...] Felix on.
— Chave do carro, mochila, bolsa do MacBook, celular. — revisei tudo. — Está tudo certo.
Saí de casa, entrei no carro colocando tudo no banco do passageiro, abri o portão pelo controle e enquanto abria coloquei o cinto. Tirei o carro da garagem, fechei o portão, segui meu caminho.
Estou um pouco atrasado, conversei até uma hora da manhã com o Hyunjin, não deu certo na hora de acordar.
Hoje não preciso pegar o Chan, então não será tão corrido o caminho, mas se eu não tivesse carro, aí iria ficar complicado.
Não demorou para eu estar estacionando na universidade, peguei minhas coisas e entrei; direto para o armário, coloquei a mochila, tirei um dos meus chumbos para a primeira aula e o Mac.
Estava querendo tanto chegar rápido na sala que trombei em alguém, derrubei todos os papéis que estão nas mãos dessa pessoa.
MacBook inteiro, agora eu ajudo a pessoa.
— Desculpa, eu estava apressado e não te vi. — ajudei pegar aquele monte de papel, são provas da demônio, olhei para a pessoa preocupado, não é a professora. — Toma.
— Tudo bem, eu deveria sair da sua frente. — levantei e ele também. — Até mais.
— Até. — cara estranho, mas é bonito.
Fui para a sala, as meninas já sentadas conversando, sentei.
— Bom dia! — falei.
— Bom dia! — falaram.
— Dormiu bem, Felix? Parece cansado. — Kamila perguntou.
— Só fui dormir tarde, estava falando com o Hyunjin. — respondi. — Sobre o que falavam?
— Felix disse que logo após liberarem no Brasil, o dinheiro vai cair na nossa conta, Kamila está querendo ameaçar alguém para liberar logo. — Beatriz explicou.
— Calma, essas coisas costumam demorar. — falei.
— Bom dia! — olhamos para frente, é o cara que eu trombei.
Engasguei com a saliva, que susto.
— A professora Yoo, está oficialmente aposentada, eu sou o professor Lee Kwan, irei acompanhar vocês até a formatura. — ótimo! Ele já tem um motivo para pegar no meu pé.
— Ele não parece ser como ela, mas é estranho. — Jasmim sussurrou para nós.
— Vou falar a nota da última prova que fizeram com ela, quem ficou com nota que pode ser prejudicial irei chamar aqui. — sinto que vou me ferrar.
Foi falando por ordem alfabética, ele conseguiu deixar em ordem após eu derrubar tudo.
Beatriz ficou com noventa por cento, Jasmin noventa e cinco, Kamila é logo após eu.
— Lee Felix. — levantei a mão. — Parabéns, maior nota, cem porcento na múltipla escolha e noventa e nove vírgula nove porcento na redação.
Colocou a prova na minha mesa, fui olhar o que estava errado na redação, um círculo vermelho na palavra uma ceta dizendo a forma certa de escrever a palavra.
— Um S estragou minha nota, puta que pariu. — eu escrevi rápido e não devo ter visto, nossa que ódio.
— O que errou na redação? — Beatriz perguntou.
— A droga de um S, está tudo bem, eu recupero essa nota com trabalho. — falei.
— Recuperar o que seu doido, foi apenas erro pequeno. — espero que ela tenha noção que irei recuperar isso do mesmo jeito. — Por que ele te chamou lá, Kamila? Sua nota foi ruim?
— Não, noventa porcento também. — mostrou. — Ele só queria saber a forma de pronunciar meu nome, com som de A, ou E, os gringos complicando meu nome.
— Gringos? — perguntei sem entender.
— O povo dos Estados Unidos, eles mudam o som da letra, aí vocês coreanos pensam que o deles vai ser igual ao de outros países. — explicou.
— Concordo, mas me tira dessa, não perguntei como falar seu nome. — falei.
— Sim, vocês coreanos menos o felix. — corrigiu.
— Obrigado, tenta sem sarcasmo da próxima vez. — ela riu. — É sério, sarcástica.
— Não, isso eu deixo para a Beatriz. — falou.
— Vamos começar, prestem atenção, próxima semana isso vai ser assunto de trabalho. — lá vamos nós.
Passei duas aulas ali, dessa vez quem reclamou de bunda quadrada foi a Jasmin, Kamila de dor nas costas, e Beatriz as chamando de velhinhas gaga.
Mais duas aula e estávamos indo ao refeitório, eu peguei sanduíche natural, como a Beatriz, Kamila foi direito na pizza, gosta pelo jeito, Jasmin apenas suco natural.
Sentamos em uma mesa disponível, não comi nada antes de sair, estou faminto.
— Já falou com o Hyunjin hoje, gatinho? — Beatriz perguntou.
— Engraçadinha, não, ele está em Paris lá agora é madrugada. — falei.
— Nossa, quanto tempo ele vai ficar lá? — fiz três com os dedos por estar mastigando. — Três semanas? — neguei. — Dias?
— Sim, três dias. — respondi.
— Vai ficar bem? — confirmei. — Ontem estava falando com as meninas, ele é mais legal que imaginávamos.
— Pensou que ele fosse mais chato pela idade né? — eu sei, pensei o mesmo. — Não se engane, ele é bem ranzinza quando quer.
— Não achamos, ele é legal. — Jasmin falou concordando com a Beatriz.
— Quem é legal? — Chan sentou ao meu lado.
— O Hyunjin, fomos almoçar lá ontem. — Beatriz respondeu.
— Chan, onde estava? — sussurrei para ele.
— Eu nem preciso te responder. — sussurrou de volta.
— Sei bem, tem um pouco de gloss no seu pescoço, peça para essa outra não deixar rastros. — safado.
— É outro, não vou pedir nada. — pisei no pé dele. — Tá! Mandão.
— Porque ela está quieta? — perguntei olhando Kamila calada comendo.
— Está ansiosa usando a comida para se distrair, vai ficar assim por um tempo. — Jasmin falou. — Felix contou que tentou agarrar o Hyunjin, Chan.
— Eu estava bêbado, já fiz coisa bem pior, mas não colocou minha existência em risco. — é, fez mesmo.
— Toda vez que bebe ao ponto de desmaiar coloca sua vida em risco Chan. — falei sério.
— Não precisa se preocupar comigo, sei me cuidar. — claro, e eu sou o Batman.
— Vejo vocês na sala, meninas. — levantei e saí, deixa ele pensar ser imbatível.
Na hora que der merda eu vou estar lá, só para dizer "eu avisei idiota".
[...]
— Sabe que não deveria falar assim com ele né? — Beatriz questionou o coreano loiro.
— Eu não falei nada de mais. — se defendeu.
— Felix se preocupa com você como fosse o irmão mais novo dele, ele estava disposto deixar o Hyunjin e ir cuidar de você, se fosse eu essas duas iriam ficar sem cuidados para aprender não beber até desmaiar. — as outras duas sabiam bem que Beatriz não era do tipo que cuidava, só avisa que vai dar merda. — Você não é uma criança Chan, Felix não tem a obrigação de cuidar de você, provavelmente vocês tem uma história, que você ajudou ele em algo e blá, blá, blá, mas isso não o faz ter uma dívida com você fazemos coisas pelos amigos sem pensar na recompensa, apenas a gratidão, coisa que ele já deixou claro que tem.
— Cadê o Felix? — Kamila finalmente terminou o pedaço de pizza prestando atenção ao seu redor. — Olá Chan, tem gloss no seu pescoço.
— Vamos Kamila, ainda não pegamos o livro da próxima aula. — Beatriz se levantou com a mais nova. — Tchau!
— Tchau! — Kamila acenou sorrindo para os dois. — Que clima tenso, o que aconteceu? — perguntou para Beatriz.
— Longa história Kamila, longa mesmo. — entraram no corredor dos armários.
— Ainda tem gloss no seu pescoço. — Jasmin falou, bebeu o último gole do seu suco natural.
— Gloss resistente. — usou a gola de sua blusa para limpar. — Você está bem?
— Ótima, eu vou indo, seja melhor em esconder da próxima vez. — levantou saindo.
— Droga, fazendo merda de novo. — resmungou irritado consigo.
— Oi Chan. — um casal de amigos sentou perto.
— Oi. — o sorriso que conquista qualquer um voltou no rosto, ele não muda.
Pode mudar por alguém, se for um rico, pronto para bancar ele.
[...]
— Pode me dar carona? — Chan pediu antes que eu entrasse no carro.
— Entra aí. — entrei, coloquei minhas coisas no banco de trás.
— Obrigado. — falou após entrar.
— Nada, coloca o cinto. — coloquei o meu.
— Desculpa. — fiquei sem entender. — Por mais cedo, não queria te magoar com as minhas atitudes impensadas.
— Não magoou, você me deixa bravo com essas atitudes, mas a vida é sua, pode fazer o que quiser com ela. — inclusive se matar de tanto beber. — Eu sei o que está fazendo.
— O quê? — perguntou.
— Com a Jasmin, eu te avisei, mais de uma vez, e como o esperado está iludindo ela, mas essa é a última vez que irei falar, se afaste dela com suas intenções. — falei. — Ela não merece entrar para a lista de corações partidos.
— Aham. — mesma coisa de falar com uma porta.
— Beleza Chan, você foi avisado, agora eu sento e espero as lágrimas. — deixei ele em casa e fui para a minha.
Pude sentar, almoçar já que deixei pronto ontem a noite, consegui tomar banho só então fui para o trabalho.
É ótimo ter um carro!
Hoje vai abrir mais tarde, preciso iniciar o treinamento das meninas, Jasmin trabalhou um dia, mas não sabe os truques.
Entrei pelos fundos, coloquei a mochila no armário, peguei o boné colocando na cabeça.
— Boa tarde! — meu chefe falou.
— Boa tarde! — as meninas e Chan já estão aqui, mas ele foi para a cozinha fazer tortas.
— Então, agora temos três andares, os pedidos vão subir por esse elevador. — mostrou onde colocaremos a comida. — E agora cada um dos atendentes tem um tablet para fazer os pedidos, que irão aparecer na tela do computador de quem estiver fazendo, Felix escolhe onde vai ficar.
— Fazendo os pedidos, sou o mais rápido. — falei.
— Ficarei no caixa, Kamila você aqui Chan no segundo andar e Jasmin no terceiro, Beatriz você trabalhava em uma confeitaria? — confirmou. — A cozinha é sua.
— Ótimo! Não vou lidar com pessoas. — falou.
— Felix, pode começar ensinar elas como atender e fazer os pedidos. — me passou um tablet.
Primeiro vi como era o sistema dele, simples e eficiente.
— Vamos começar pelas mesas, se já estiver com um cardápio na mão, não vai até ela, a pessoa vai te chamar. — as duas que vai atender anotaram em um bloco. — De forma alguma se curve até a mesa da pessoa para entender o que ela disse, peça para repetir, assim "pode repetir por gentileza".
— E se mesmo assim eu não ouvir, tem gente que fala muito baixo. — Jasmin perguntou.
— Pegue os sinais, onde a pessoa está apontando no cardápio, terceira coisa, se viu que a mesa esvaziou já limpa tudo, não pode ficar mesa ocupada porque não foi limpa. — expliquei. — Cuidado ao perambular por aí com a bandeja cheia, no meu primeiro dia derramei café em uma mulher, até hoje ela deve estar me xingando.
— O que aconteceu? — Kamila perguntou.
— Ela só me ameaçou um pouco, nada de mais, não sigam o exemplo do Chan, deixe o celular para mexer depois, o cliente pode reclamar e não voltar por pensar que estava dando mais atenção ao celular que o pedido dele, o pedido sempre vai ser mais importante. — não é tão simples trabalhar em uma cafeteria. — Vamos ao tablet.
Expliquei para elas, cada função, como desfazer pedidos, pedir conta e tudo mais.
— Pronto? — meu chefe perguntou, confirmamos. — Vou abrir.
Ele abriu e a Jasmin com Chan subiram, Kamila estava quase infartando de ansiedade.
Não demorou muito para as pessoas entrarem, uns subiram, outros ficaram embaixo mesmo. Muitos vem ler um livro enquanto toma algo, outros estudam.
Kamila não teve problemas com os clientes, Jasmin também não, os pedidos dela chegaram sem problemas na tela do computador.
— Aonde coloca essa torta de nozes? — Beatriz perguntou.
— Ao lado da torta de limão. — respondi.
Foi um longo dia, longo mesmo, eu parei de trabalhar eram oito horas, duas horas a mais que o normal, mas amanhã será o novo horário, eu irei sair sete horas.
— Nós vamos comer pizza, você vem, Felix? — Kami perguntou enquanto estávamos pegando nossas coisas, peguei minha mochila.
— Não, eu só quero a minha cama. — falei, tirei o boné guardando, saí da cafeteria.
Fui até o carro, após destravar entrei, mochila no banco do passageiro, coloquei o cinto e dei partida para a casa da minha mãe.
Agora nesse horário lá em Paris, é almoço, espero que Hyunjin não esteja ocupado para eu falar com ele.
Dirigi tranquilo até a casa, abri o portão pelo controle, entrei com o carro. Tirei o cinto e saí com a mochila, fechei o portão.
Entrei em casa após abrir a porta, troquei o tênis pela pantufa e fui para o quarto. Pendurei a mochila, tirei o celular ele está cheio eu não mexi nele hoje.
Preciso de um banho, entrei no banheiro tirando tudo do meu corpo, tomei um longo banho, lavei meu cabelo.
Saí me secando, no quarto vesti algo confortável para dormir, peguei o celular tem mensagem do Hyunjin, do meu pai, e uma ligação perdida da minha mãe.
O que ela quer dessa vez?
Meu pai só queria saber se eu estava bem, e como estou na faculdade, respondi ele.
Liguei para a minha mãe, já me arrependendo.
— Oi mãe. — falei após ela atender.
— Felix, todos os vizinhos se mudaram após alguém comprar as casas por trezentos mil, ninguém quis comprar minha casa? — era isso.
— Não, ninguém quis comprar a sua casa. — respondi.
— Se aparecer algum comprador me liga, quero me livrar logo dessa casa. — e desligou.
Ela nem pensou em perguntar onde eu iria morar se ela vendesse a casa, mulher estranha.
Entrei na conversa com o Hyunjin, espero que ele tenha algo feliz para me contar.
Hyunjin - Bom dia, anjo.
Hyunjin - Como foi seu dia?
A última não faz tanto tempo, ele acordou de madrugada para me mandar "Bom dia!", eu não estou sorrindo igual um idiota apaixonado.
Respondi à mensagem dele, não dando muitos detalhes.
Meu celular vibrou, é ele.
Hyunjin - Então sua professora do demônio se aposentou, e o novo professor é estranho, porque trombou nele?
Sim, essa é a minha versão de não dar tantos detalhes.
Eu estava apressado para chegar na sala, e não vi ele.
Provavelmente isso vai ser motivo para ele pegar no meu pé.
Fiquei esperando ele responder, tô com fome.
Fui para a cozinha, esquentei a comida, só peguei o celular na hora que sentei para comer.
Hyunjin - Gatinho desastrado, ele não vai pegar no seu pé, quanto foi sua nota naquela prova que estava falando com o Chan ontem?
Falei minha nota, dessa vez ele não demorou para responder.
Hyunjin - Parabéns pela nota anjo, meu gatinho é o melhor da sala.
Eu sou o gatinho dele, tô ferrado mesmo puta que pariu.
Mandou outra mensagem não me dando tempo de responder a primeira.
Hyunjin - Anjo, ontem minha mãe pediu para eu falar algo com você.
Meu coração por três segundos parou de fazer o serviço dele, meu pulmão esqueceu de me fazer respirar.
O quê?
Esperei ele responder, estava nervoso.
Hyunjin - Ela quer almoçar com você, no sábado.
Vai ficar querendo, não vou.
Ela vai me oferecer dinheiro para vazar, já assisti dorama, esse roteiro eu conheço muito bem.
Hyunjin - Então? Vai almoçar com ela?
Por quê? Nós não namoramos, isso pode não acontecer, está começando a complicar as coisas. Não temos um relacionamento firmado e já vou almoçar com a mãe dele, certeza que atirei pedra na cruz na vida passada, porque puta que pariu, é só desgraça.
Hyunjin - Pela demora em responder, você não quer, vou dizer a ela que você vai estar ocupado.
Não, tudo bem, irei almoçar com a sua mãe no sábado
Que droga! Não consigo dizer "não" a ele, o fim do poço está próximo.
Hyunjin - Ótimo! Vou te passar o endereço da casa dos meus pais.
Hyunjin - 13:00 horas no sábado.
Você vai estar lá, né?
Levei as coisas para a pia, celular vibrou.
Hyunjin - Sobre isso, você teve razão em arrumar minha mala para mais dias, não sei quando irei voltar, mas é certeza que sábado não estarei aí.
Mais de três dias, mais de três dias sem ele? Talvez eu não vá sobreviver.
Tudo bem, vou ir descansar, tchau!
Comecei lavar a louça, após tudo estar guardado voltei para o quarto, escovei meu dente.
Hoje não vou revisar nada, só quero minha cama, estou muito cansado.
Deitei, olhei o celular um pouco até dar sono, coloquei na mesa de cabeceira, apaguei a luz.
Vou dormir!
[...] Sábado.
A semana estava correndo maratona, passou muito rápido, trabalhando e estudando, quase não falando com Hyunjin.
Se pensa que me toquei está muito enganado, não estou tendo tempo nem para comer, imagina fazer isso, tenho coisa mais importante para pensar.
Minha vida está muito corrida para eu pensar nisso, não basta trabalhar e estudar, essa semana uma arquiteta e uma decoradora de interiores entrou em contato comigo, Hyunjin quer que eu deixe a casa do meu gosto.
Então na segunda-feira, após eu sair da universidade irei conhecer a casa e me encontrar com as duas, faltando no trabalho.
Eu preferia deixar para o próximo sábado para não perder meu dia de trabalho, Hyunjin falou que iria pagar pelo meu dia, mas precisava ser nessa segunda, eu não quis o pagamento é óbvio.
— E essa? — saí do provador mostrando a roupa para as meninas e o Chan.
— Lindo, para que a roupa nova mesmo? — Kamila perguntou, ela estava comendo quando falei o motivo mais cedo.
— Ele vai almoçar com a sogra. — Beatriz respondeu.
— Então outra, sua calça está muito colada, para ver o Hyunjin serve, ele iria amar ver sua bunda tão marcada, mas sua sogra definitivamente não. — falou.
— Droga. — entrei no provador de novo, mas nada pareceu bom o suficiente. — Não vou mais, falar para o Hyunjin inventar uma desculpa.
— Você vai, Kamila vem comigo, vou escolher algo para você. — Jasmin falou, levou Kamila com ela.
Deixando eu com quem costuma ficar se bicando, Chan e Beatriz, ótimo! Eu preferia a morte, que ficar sozinho com eles.
Senti uma pontada no peito, brincadeira Deus, está levando tudo muito a sério.
Nem parece que esses dois ficaram, só falam o necessário, nada mais que isso.
— Por que não gosta do Chan, Beatriz? — perguntei e os dois me olharam tirando a atenção do celular.
— Quem disse que eu não gosto dele? — e gosta? — Só acho ele imaturo, egocêntrico, e egoísta, mas isso não quer dizer que eu não gosto dele, só as atitudes que são péssimas.
— Chan, porque não gosta dela? — perguntei.
— Nunca falei isso, eu já fiquei com ela, não faço isso com inimigos. — não mesmo. — Ela só crítica muito minhas atitudes, e eu não gosto disso.
— Tá! Agora parem de cu doce e conversem, esse clima tenso entre vocês é horrível, um pouco tóxico até. — voltei para o provador fechando a porta.
Sentei no puff, ouvi vozes, coloquei a orelha na porta, estão conversando.
— Felix, achamos uma roupa, vê se gosta. — Jasmin falou, abri a porta e peguei a roupa, fechei de novo. — A camisa social é por dentro da calça.
Troquei a roupa, camisa branca em seguida a calça preta, e por último o colete de lã.
— Então? — saí do provador após olhar. — Eu gostei.
— Ficou lindo, a calça mesmo não sendo larga, não é justo a ponto dela te reprovar. — Jasmin falou.
— É sua cara, menino certinho, melhor aluno da sala desde sempre, ficou ótima. — Chan aprovou.
— Sim, essa roupa ela vai te aprovar. — Beatriz falou.
— Perfeito Felix, mas vestir você é fácil, até com pano de saco ficaria lindo, sortudo. — Kamila elogiou.
— Agora tira, vamos pagar e te comprar um sapato. — Jasmin me enfiou no provador de novo.
Troquei pela minha própria roupa, calcei o tênis, saí do provador com muitas roupas na mão.
— Qual o senhor vai levar? — uma atendente nos parou no caminho, peguei a escolha de Jasmin e a calça agarrada. — Pode me passar o que não vai levar.
Tentar usar essa calça, mesmo não gostando de roupas que marquem meu corpo.
Entreguei para ela, fomos para o caixa, tirei o cartão sem limites para pagar, sorte do Hyunjin que eu não sou de ficar gastando dinheiro a toa, rapidinho ele estava pobre.
— Obrigada, volte sempre. — falou passando as duas sacolas.
Saímos dessa loja, Jasmin apontou a Gucci, fomos para lá.
— Vamos ver qual sapato combina com a sua roupa. — analisava os sapatos, os outros três estão xeretando as coisas caras da loja. — Esse aqui.
— Tudo bem. — chamei alguém para atender e pedi pelo sapato, fomos até o caixa esperando eles trazerem.
— O que eles estão fazendo? — Jasmin perguntou, olhei para eles.
— Cheirando uma bolsa. — Chan e Kamila, Beatriz está reprovando a atitude.
— Não conheço. — trouxeram o sapato na caixa, colocaram na sacola, aí eu paguei.
Nem olhei o preço, eu sei que desistira.
— Vou deixar vocês em casa, vamos. — saímos do shopping e fomos para o estacionamento, coloquei no porta-malas as sacolas, enquanto eles entraram.
— Kamila você já foi na frente, é minha vez, vaza. — Jasmin tenta tirar Kamila.
— Sou a caçula, tenho direitos. — é uma criança.
— Se não sair em três segundos vou doar seu presente. — ameaçou a mais nova.
— Como você é ruim, na véspera do meu aniversário fazendo essas ameaças. — saiu e foi para trás com Chan e Beatriz. — Não te amo mais só para deixar claro.
— Disse isso no ano passado, e ainda não saiu do meu pé, você me adora. — povo doido.
Entrei no carro, coloquei o cinto.
— Podemos ir? — confirmaram.
— Felix, hoje você vai almoçar com a sua sogra, quando o Hyunjin vai conhecer seus pais? — Kamila perguntou.
— Nunca. — falei.
— Por quê? Não pretende apresentar ele para seus pais? — Jasmin perguntou. — É por ele ser mais velho? Acredito que eles iriam gostar do Hyunjin, ele te trata bem, te faz feliz, e gosta das pessoas ao seu redor, namorados que separam o companheiro dos amigos é péssimo.
— Concordo. — Chan falou.
— Gente, acredito que vocês esqueceram, ainda existe homofobia e minha mãe é totalmente contra relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, ela falou para eu esquecer que tenho mãe se for gay. — falei.
— Eu realmente esqueci da homofobia, vivo em uma bolha diferente. — Kamila falou.
— Sua mãe é um demônio, mas sem ofender. — Beatriz falou.
— Não ofende, isso não é nem a ponta do que já passei com ela. — contei um tanto pensativo.
— A sua tranquilidade em falar isso, já diz muito sobre o que aconteceu. — Beatriz comentou. — E seu pai?
— Não sei, ele é manipulado por ela, então ele pode ser contra se ela fazer a cabeça dele. — falei. — Mas o Hyunjin, definitivamente não vai conhecer meus pais, ele não precisa ouvir todo ódio que minha mãe tem para oferecer.
— Faz bem. — Jasmin falou.
— Os pais do Felix não iremos conhecer, e os seus Chan? — Kamila perguntou.
— Vou falar com eles, minha mãe está querendo conhecer vocês, eles não são homofóbicos. — são legais.
Quando eu era criança gostava de dormir lá para não ficar com a minha mãe, o pai dele na hora de dormir fazia leite rosa e a mãe sempre assava Cookie.
Fui o resto do caminho só pensando enquanto eles conversam.
Se um dia eu namorar o Hyunjin, queria apresentar ele para os meus pais, só uma hipótese caso isso aconteça, mas sou pessimista, penso sempre no pior.
— Chegamos. — parei o carro em frente o prédio delas. — Tchau! Vejo vocês de noite.
— Até de noite. — saíram do carro e Chan passou para frente.
Porque "até de noite"? Amanhã é aniversário da Kamila, ela tem o número do Hyunjin e pediu para ele um presente, deixar ela assistir filme na sala de cinema na casa dele, obviamente ele deixou.
— Deveria tomar um chá antes de ir, ficar mais calmo. — Chan falou.
— Eu estou calmo. — tô nada.
— Não está. — foi falando coisas que posso responder se ela me oferecer dinheiro, pedir para eu sair da vida do filho dela, ou qualquer coisa do gênero ele me deixou preparado. — Tchau! Boa sorte com sua futura sogra.
— Tchau! Obrigado. — saiu do carro, fui para a minha casa.
Ainda são onze horas, vou começar me arrumar não quero chegar atrasado, quero ser pontual.
Comecei tomando banho, lavei meu cabelo, coloquei uma máscara de hidratação após sair. Fiquei de roupão enquanto secava meu cabelo com secador, passei chapinha para deixar bem alinhado.
Voltei ao banheiro tirando a máscara, escovei o dente e passei creme do dia na pele, hoje está um dia nublado e com uma brisa levemente gelada, não passei protetor solar.
Vesti a roupa com cuidado, tirei as etiquetas após terminar, peguei o sapato na caixa, calcei ele.
Tô nervoso!
Peguei meu celular, meio-dia e dez, dentro do horário.
Olhei a conversa com Hyunjin, ele me mandou "Boa sorte, gatinho!".
Peguei a chave do carro e saí, tranquei a casa, entrei no carro.
Mandei mensagem para Hyunjin, se deveria levar algo, coragem seria um boa.
Ele respondeu, disse que vinho seria ótimo, os pais dele amam vinho.
Precisei entrar em casa de novo, peguei o cartão e saí, vou em alguma casa de vinhos para comprar um.
Pesquisei no Google, fui até a mais famosa.
— O que deseja, senhor? — muita gente rica nesse lugar olhando os vários vinhos.
— Vinho bem velho, mais puxado para o adocicado e caro. — a mãe dele só deve beber se for caro.
— Sei o perfeito. — levou me até uma parte separada, tirou uma garrafa de uma área trancada, mostrou para mim o preço e o ano.
— Vou levar esse. — que negócio caro, eu fiquei deveras chocado com o preço.
— Ótima escolha. — fomos até o balcão para pagar, ele colocou na caixa do vinho e em uma sacola de papel preta com o símbolo da casa de vinhos em dourado.
Entreguei o cartão, após colocar a senha confirmou o pagamento, coloquei no bolso de novo, peguei a sacola e saí.
Entrei no carro, coloquei a sacola no banco do passageiro, a casa dos Hyunjin é dez minutos da casa de vinhos, então foi até rápido para eu chegar.
Um muro todo branco e o portão bege, a casa tem portaria, ricos.
Apertei o botão, no carro mesmo.
— Seu nome, por gentileza? — é o porteiro.
— Lee Felix. — falei.
— Só um minuto senhor Lee. — menos de um minuto, o portão grande abriu.
— Obrigado. — agradeci antes de entrar com o carro.
É uma mansão, não me sinto nem pobre, um mendigo.
Parei o carro, tem uma fonte quadrada jorrando água limpinha, três golfinhos em cima para jogar a água.
Saí do carro admirando a casa enorme, Hyunjin deu para os pais dele, esse meu velho rico é um filho maravilhoso mesmo.
Peguei a sacola e fechei a porta, caminhei ainda olhando tudo ao redor.
Parei na porta da casa, apertei a campainha, o som da campainha é bonito.
— Entre senhor Lee. — uma funcionária da casa abriu a porta, entrei.
— Obrigado. — agradeci, é para continuar com meu sapato? Cadê as pantufas?
— A pantufa senhor. — entregou, tirei o sapato e calcei as pantufas pretas, ela pegou meu sapato e levou.
Outra funcionária parou na minha frente.
— Acompanhe. — segui ela até a sala de jantar grande, essa casa se me soltar sem um mapa, nunca mais eu me acho.
— Felix. — os pais do Hyunjin.
— Olá senhor e senhora Hwang. — curvei em respeito. — Obrigado pelo convite.
— Quero conhecer melhor quem meu filho escolheu. — Antonietta falou. — O que trouxe?
— Vinho. — eu estou tremendo.
Caminhei, e passei a sacola para ela.
Colocou na mesa, abriu e tirou a caixa.
— Olha querido, nosso preferido. — Deus obrigado, respirei até melhor. — Obrigado pelo vinho Felix, sente-se.
— De nada senhora Hwang. — sentei nessa cadeira que parece de palácio, vou comer na mais perfeita classe.
— Jee-hye, chame o Jun-ho para almoçar, ele está demorando muito para descer. — falou com uma moça, ela saiu.
É o irmão do Hyunjin, conhecer o caçula da família.
Eles sentaram, o ar voltou faltar nos pulmões.
— Então Felix, onde você e Hyunjin se conheceram? — ela perguntou.
— No cassino do hotel. — contei a verdade.
— Estava lá para apostar? — não mesmo, estava precisando de dinheiro não iria apostar o que tinha, não sou doido.
— Só acompanhando um amigo, não costumo apostar. — eu nem saio de casa.
— Onde ele te pediu em namoro? — senhor Hwang perguntou.
— Em um restaurante. — meia verdade, ele pediu para me bancar e deixar ele me dar prazer, ele que insiste em falar que somos namorados.
— Romântico. — não sabe de nada a mãe dele, não foi nada romântico. — Ele não te deu aliança?
— Faz pouco tempo, então ainda não. — não estou esperando que ele faça isso.
— Ele está vindo senhora. — a moça falou, e foi para uma porta, cozinha certeza.
O cheiro está bom, estou com fome!
— Mãe, eu estava jogando. — um rapaz nada parecido com Hyunjin entrou.
— Sim, não vê que temos visita, seja educado e se apresente. — falou com ele.
— Prazer, sou Hwang Jun-ho. — falou olhando para mim.
— Olá, sou Lee Felix. — falei.
— Namorado do Hyunjin. — o pai dele completou.
— Ah! — menino estranho.
Olhando agora, ele é a cara do pai, o Hyunjin é mais parecido com a mãe, mas tem pequenos traços do pai.
— Vai ficar aí parado? — ela perguntou para ele, sentou. — Podem servir a comida, pedi que fizessem comida italiana felix, espero que goste.
— Vou gostar. — fiquem quietinhos.
— Hyunjin falou da sua alergia, não tem nada de frutos-do-mar fique tranquilo. — nossa, essa foi quase.
Elas entraram com pratos feitos, colocando na frente de cada um, tem o suficiente para me encher.
Eu sou adepto a usar hashi, mas aqui só está o garfo, faca e colher, então irei usar isso.
— Isso é um risoto com frango grelhado. — informou o que eu iria comer. — Meu preferido é o segundo, mas acredito que vai gostar desse.
— Tem mais? — perguntei.
— Sim, mais dois pratos. — eu vou sair morrendo de tanto comer.
Experimentei o risoto, ela me olhando para saber se gostei, é gostoso, está quente do jeito que eu gosto.
— É muito bom. — falei.
— Em qual universidade você está estudando, Felix? — o irmão dele perguntou, falei o nome. — Qual semestre?
— Segundo em direito. — respondi.
— Pretende seguir em qual área? — o pai perguntou.
— Primeiro advogado, depois promotor. — falei.
— Eu sou formada em direito. — a mãe dele falou. — Advoguei na área civil por doze anos.
Divórcios, ela era advogada de divórcio.
— Também quero advogar cívil. — é mais "simples", criminalista é o mais difícil, na minha opinião.
— Você pretende ter filhos? — engasguei com a comida, serviram suco para mim, bebi um pouco. — Desculpe te pegar de surpresa.
— Não foi nada, respondendo a sua pergunta sim, eu pretendo. — o arroz desceu no lugar errado, quase me matou.
— Quando exatamente? — essa senhora está louca para ser avó.
— Após terminar a faculdade. — e uns dois anos depois, esse é meu plano.
— Falta quantos anos para isso? — fiz as contas.
— Quatro. — respondi.
— Até lá você já mudou a cabeça do Hyunjin. — fiquei sem entender.
— Hyunjin não quer ser pai. — senhor Hyunjin falou.
— É, ele foi bem claro quando jantou aqui, disse que nunca quer filhos, boa sorte para conseguir fazer ele querer filhos. — obrigado. — E os seus pais, Felix? São daqui?
— Não, moram em Daegu. — respondi. — Cuidam da fazenda que era dos meus avós.
— Costuma visitar eles sempre? — neguei.
— Costumo ir no natal, mas esse ano não irei. — falei. — A faculdade vai parar dia vinte e dois, vou ficar por aqui mesmo.
— Pode vir passar aqui. — não, obrigado.
— Não quero incomodar. — eu passo sozinho tranquilamente.
— E não vai, você vai passar aqui. — talvez eu nem esteja com o Hyunjin até lá.
Faltam aproximadamente quatro meses para o Natal, muita coisa pode acontecer até lá.
Ela pediu que servissem o próximo prato, lasagna, e o outro prato foi ravioli de ricota.
Nunca comi tanto na minha vida, misericórdia, quanta comida.
— Traga a sobremesa. — não, pelo amor de Deus, eu não aguento mais comer.
— Senhora Hwang, eu estou satisfeito. — eu estou morrendo isso sim.
— Só um pedacinho, fiz para você. — Deus me ajuda.
— Claro, um pedacinho só. — falei.
Trouxeram duas tortas, não seja de morango nem de limão, se for vai ficar complicado.
Colocaram na mesa, é de maracujá, ainda bem!
Ela pegou meu prato de sobremesa e serviu um pedaço para mim, Deus amado era só um pedacinho.
— Aqui, experimente. — lá vamos nós.
— Muito boa, a senhora cozinha bem. — realmente está boa, foi ótimo ser maracujá porque se fosse muito doce eu não chegaria até o final do pedaço, o azedinho é perfeito.
— Obrigada, antes do Hyunjin nos proporcionar toda essa boa vida eu fazia mais coisas em casa, e cozinhava bastante, acho uma terapia. — para quem não tem ansiedade, se tem não vê a hora de acabar para comer.
— Aonde os senhores moravam? — perguntei.
— Itália, Hyunjin nasceu lá, mudamos para a Coréia ele estava com cinco anos. — então ele é fluente em italiano. — Toda minha família mora lá.
— Nossa. — ele nunca me contou que nasceu na Itália.
— Você nasceu aqui mesmo? — confirmei. — Quando faz aniversário?
— Treze de outubro. — falei.
— Falta pouquinho, vai fazer festa? — neguei. — Então sair para algum clube? Não sei como é o nome atualmente.
— Balada mãe. — Jun-ho falou.
— Isso, vai sair para uma balada com seus amigos e o Hyunjin, acho difícil fazer ele ir, ele vive no hotel e se está em casa fica no escritório. — bem isso mesmo.
— Não, eu não sou fã de festas, balada também não, música alta e muita gente juntas não é diversão para mim. — pareço um velhinho falando. — Prefiro minha casa.
— Então você só trabalha e estuda? — senhor Hwang perguntou, confirmei. — Nos finais de semana?
— Sábado na parte manhã após me exercitar, limpo a casa inteira, após almoçar vou assistir um filme, depois fico estudando o conteúdo que foi passado durante a semana, fazendo revisões, adiantando trabalhos, estudando para as provas, essas coisas. — contei simples.
Muito gostosa essa torta, mas não vou aguentar comer mais um pedaço, droga!
— Domingo também passa estudando? — confirmei.
— Às vezes assisto filme ou série, se for série é uma com conteúdo de direito. — eu sou muito nerd.
— Você vai se formar com honras, tenho certeza. — senhor Hwang falou.
— Obrigado. — espero que sim.
— Próximo ano vai precisar entrar para trabalhar em algum escritório de advocacia né? — Antonietta perguntou.
— Sim. — coloquei o último pedacinho de torta na boca, consegui!
— Já sabe em qual vai entrar? — neguei, e isso me assombra. — Vou conversar com uns amigos advogados e promotores, eles podem conseguir uma vaga para você, o que acha?
Hyunjin o que aconteceu com a sua mãe? A última vez que eu vi ela, quase desmaiou ao me ver, certeza que ele falou algo com eles.
Vou pensar que ela se encantou comigo, minha versão é mais aceitável.
— Acho perfeito, obrigado. — agradeci. — Bom, obrigado pelo almoço estava tudo uma delícia, a torta excelente, mas eu preciso ir embora.
— Já? — se eu ficar mais meia hora aqui, ela arruma mais coisas para eu comer, já estou vazando.
— Sim, tenho conteúdos para adiantar, foi um prazer. — levantei.
— Te acompanhamos até a porta. — ela falou.
— Até a próxima Jun-ho. — falei.
— Até Felix. — falou.
Na porta ela chamou alguém que trouxe meu sapato, calcei antes de sair.
— Até a próxima senhor e senhora hwang. — curvei educadamente.
— Até. — falaram.
Fui para o carro, destravei a porta entrando, dei a volta na fonte para sair.
Não ofereceram dinheiro, nem pediram para eu sair da vida do Hyunjin, foi tudo bem.
Sobrevivi!
[...]
— Vou ligar para o Hyunjin. — Antonietta falou com o marido.
— Por quê? Não gostou do Felix, eu gostei. — entraram e Jun-ho já subiu. — Quando esse menino vai parar de jogar videogame e conseguir um emprego?
— Não sei, mas não exija tanto dele, acabou de sair da faculdade. — falou pegando o celular. — Eu gostei do Felix, e o Hyunjin precisa casar com ele.
— Eles ainda estão namorando querida, não apressa as coisas. — foi atrás da esposa que ia para a biblioteca da casa, senhora Hwang ama ler.
— Não estou apressando, mas Hyunjin pode acabar perdendo esse menino, conheço o filho que eu tenho e ele pode muito bem demorar de mais, Felix não é ambicioso, soberbo, tem uma vida tranquila, vai ser ótimo para o Hyunjin. — falou.
— Só por isso ele precisa pedir logo? — confirmou. — Hyunjin não vai perder o Felix.
— Hyunjin é igual você, aquele menino já está inseguro com a relação dos dois, conheço um olhar inseguro de longe, eu tive um igual com você, lesma. — senhor Hwang demorou para pedir Antonietta em casamento. — Nosso filho nunca namorou, eu não esperava que fosse com um homem, mas no momento isso não importa, o menino tem caráter isso é importante.
— Eu não sou lesma, você está certa querida, Felix é a melhor escolha para o Hyunjin. — deixou sua esposa sozinha na biblioteca.
Ela ligou para Hwang, sentou no sofá que a janela da frente tem a vista para o jardim.
— Oi mãe, Felix já foi embora? — perguntou.
— Acabou de sair, Hyunjin você precisa casar com ele. — quase matou o filho do coração.
— Até semana passada a senhora não queria que eu ficasse com ele, agora quer que eu me case. — falou.
— Eu não conhecia ele, agora que conheço mudei de ideia, as pessoas evoluem Hyunjin, então quando vai fazer o pedido? — perguntou.
— As coisas não funcionam assim mãe, porque quer que eu me case com ele tão rápido? — minha mãe enlouqueceu, pensou.
— Porque ele está inseguro com a relação de vocês, você é igual seu pai, demora muito para tomar uma atitude. — falou.
— Fica tranquila mãe, eu sei sobre a insegurança dele, e o motivo é outro, não eu fazer o pedido de casamento. — contou para sua progenitora.
— É bom que seja outro mesmo, se você perder esse menino não aceito mais nenhum relacionamento seu, está avisado. — desligou.
— Sua mãe? — Jisung perguntou para seu amigo, estavam tomando café.
— Sim, falou que se eu perder o Felix não vai aceitar mais nenhum relacionamento meu. — falou.
— Ele conquistou sua mãe? — confirmou. — Quero muito conhecer o quebrador de coração de pedra.
— Minha mãe não tem coração de pedra. — defendeu a mãe.
— Não falei dela. — ganhou uma tapa na nuca do sócio. — Isso doeu, mostra foto do Felix?
— Espera. — pegou o celular, entrou no Instagram, na conta do Felix, pegou a foto mais recente que incrivelmente era com Chan. — Aí, o moreno.
— Muito bonito o gatinho. — outra tapa. — Quem é o loiro?
— Melhor amigo dele, Chan. — falou pegando seu celular. — Através dele que conheci o Felix, ele arrastou o gatinho para o evento no cassino, Felix não gosta de sair.
— Se ele foi no evento do cassino, quer alguém para o bancar né? — Hyunjin confirmou.
— Gostou dele? Vocês dariam certo, ele é interesseiro igual você, só um pouquinho pior. — falou pensativo.
— Eu não sou interesseiro, e não gostei do Chan, só achei bonito. — gostou. — Ele é muito interesseiro?
— Sim, Felix disse que ele só vai parar de pegar todo mundo quando tiver alguém para o bancar, no momento ele está iludindo uma amiga do gatinho, quando voltar terei mais notícias sobre o que anda acontecendo na vida agitada do Chan. — contou.
— Fofoqueiro, quantos anos ele tem? — perguntou.
— Vinte, estuda administração, gosta de fofoca, assiste muito dorama, e ama ir para festas, bebe até desmaiar. — falou as informações que sabia pelo Felix.
— Interessante, sabe se ele gosta de BDSM? — Hyunjin olhou bem para ele.
— Porque eu saberia isso? Mas deve gostar, Felix disse que ele perdeu a virgindade com quinze, tem muita experiência, então saber o que é ele sabe. — levantou da mesa.
— Aonde vai? — perguntou para Hyunjin.
— Falar com o gatinho. — infelizmente estava na casa do Jisung, um problema com o sistema do hotel só deixou um quarto pronto, Lisa ficou com ele e ele veio para casa do amigo.
Subiu para o quarto que estava dormindo, ligou para o gatinho, sentia muita falta de ouvir aquela voz, ver o sorriso dele.
— Oi Hyunjin. — ouviu a voz manhosa do gatinho.
Esse apelido é novo, mas ele gostou muito.
— Olá gatinho, pensei que ligaria quando saísse da casa dos meus pais. — falou.
— Não deu, eu precisei passar na farmácia antes de ir para casa. — contou.
— Farmácia? Você está doente? — perguntou preocupado.
— Sim, sua mãe me fez comer muito, minha barriga ainda está doendo, o remédio está demorando para fazer efeito. — Hyunjin gostava do jeito manhoso que Felix ficava consigo.
— Que dó desse gatinho, o que ela pediu para fazerem para você? — perguntou.
— Deixa eu lembrar. — começou pensar. — Risoto com frango grelhado, lasagna e ravioli de ricota.
— Comida italiana, você gostou gatinho? — ele sabia que mesmo se Felix não gostasse iria falar que amou tudo, e comer até o fim por ser muito educado.
— Sim, estava tudo gostoso, a torta de maracujá que sua mãe faz é uma delícia. — contou lembrando o sabor.
— Minha mãe fez torta para você? — confirmou. — É, ela gostou mesmo de você.
— Que bom! Ela contou que você não quer ter filhos, é verdade ou só falou para ela não ficar te cobrando? — perguntou.
— É verdade, eu não quero ter filhos. — Felix ficou triste, ele queria. — Por que ela te falou isso?
— Ela perguntou se eu pretendia ter, aí contou que você falou que nunca vai querer filhos. — contou.
— E você pretende ter anjo? — perguntou interessado na resposta.
— Espera um segundo, tem outra ligação. — deixou no mudo procurando a resposta. — Vou desligar, é a minha mãe, tchau!
— Tchau! — Hyunjin ficou confuso, ele quer ou não? Provavelmente não, pensou.
Iludido.
Felix on.
Ele não quer mesmo filhos, será que ele não gosta de crianças? Ou as crianças não gostam dele? Não faz diferença, ainda penso que pode acontecer o pior e eu não ficar com ele.
Fiquei quietinho na cama até o remédio fazer efeito, após estar sem nenhuma dor olhei o relógio, ainda é quatro horas.
Consegui limpar a casa, lavar a roupa, e me exercitar. Já que a parte da manhã eu passei no shopping escolhendo que roupa usaria no almoço.
Após terminar fui tomar banho, relaxei bastante com a água morna.
Saí me secando, vesti a calça moletom preta e camiseta preta que deixei separado, calcei o ALL star.
Voltei para o banheiro e escovei o dente, aproveitei para me perfumar.
Agora eu posso sair, peguei meu celular, carregador, cartão, chave do carro, peguei uma bolsa tiracolo preta colocando tudo dentro.
Peguei um casaco caso esfrie e saí, fechei a casa, fui para o carro coloquei o cinto esperando o portão abrir.
Primeiro passei na casa do chan, estava com uma mochila.
— Oi! — falou após entrar. — Como foi com a sogra? Não mandou mensagem contando.
— Foi tudo bem, Hyunjin disse que ela gostou de mim, ela até fez uma torta de maracujá especialmente para mim. — contei.
— Conquistou a sogra, e o pai dele? É tranquilo? Ou te ofereceu dinheiro para vazar? — minha vida se tornou o dorama preferido do Chan.
— O pai dele no primeiro encontro que tive com ele nem ligou muito de eu ser homem, o problema era eu ser muito novo para o Hyunjin. — falei. — Mas hoje eles viram que não sou como esses jovens por aí que só ficam em festas, não trabalham, e não pensam em um futuro.
— É, já sabia que iria conquistar eles por ter a vida tranquila, eles não querem alguém que mude o foco da vida do Hyunjin. — falou. — Perguntaram sobre seus pais?
— Sim, falei o mínimo, onde moram e o que fazem, suficiente. — quero nem pensar em um encontro das duas famílias. — Não vai acreditar no que descobri hoje.
— O quê? O irmão do Hyunjin se apaixonou por você? — ficou doido?
— Não viaja Chan, o menino é estranho, mas não nesse ponto de se apaixonar pelo suposto namorado do irmão. — falei. — Eu descobri que o Hyunjin é italiano, ele nasceu na Itália e viveu lá até os cinco anos.
— Sério? — confirmei. — Então ele fala italiano fluentemente?
— Com certeza. — concordei. — E o Hyunjin não quer ter filhos.
— Nunquinha? — infelizmente.
— Sim, nunca. — falei. — A mãe dele disse que eu posso mudar a cabeça dele, mas nem sei se ficaremos juntos, então não faz muita diferença ele querer ou não.
— Vai nessa que vocês não vão ficar juntos, só se você terminar com ele, Hyunjin não vai te deixar. — falou. — Se ele tivesse planos de te deixar na rua da amargura como você diz, não iria querer que almoçasse com a família dele, você é muito pessimista.
— Eu sei, você e a Beatriz tem razão. — falei pensativo.
— O que ela te falou? Que sou um péssimo amigo? — ficou doido?
— Ela não falou de você criatura, o que ela fala de você, é na sua cara não pelas costas. — concordou. — No dia que você nos deixou no shopping para transar, teve uma briga entre a atendente por ela não querer aceitar o cartão dizendo que roubei, Hyunjin saiu da reunião importante e veio me defender, ela disse que se ele tivesse planos de me abandonar iria mandar eu me virar.
— É, ele com certeza não vai te deixar. — falou. — Felix, Hyunjin gosta de você, e muito.
— A tá! — se eu pensar que não gosta, irei sofrer menos.
— Na hora que ele te pedir em namoro vai ver que estou certo. — parei o carro em frente ao prédio das meninas.
— Vai chamar elas. — ele saiu do carro e eu fiquei esperando eles aparecerem.
Demorou uns dez minutos para Kamila vir correndo, e entrar na frente, não sei o motivo deles amarem ficar comigo na frente.
— Oi Felix. — falou sorrindo, abriu a janela. — Perderam otários.
— Abre o porta-malas Felix? — Beatriz pediu, ela foi guardar algo.
— Nem sei porque eu tento ganhar da Kamila. — Jasmin entrou ofegante. — Olá Felix, como foi com a sogra?
— É, como foi o almoço? — Beatriz perguntou também, todos no carro.
— Foi tudo bem, eles gostaram de mim. — falei, agora é ir para casa do Hyunjin, sem ele estar lá, que tristeza.
— Hoje eu perguntei ao senhor Choi se você podia me ensinar mexer no caixa na segunda, ele disse que você não vai, então só na terça-feira. — Kamila falou.
— Aonde vai na segunda-feira? Se pode responder, o Hyunjin volta na segunda é isso? — Jasmin perguntou.
— Quem dera fosse isso, não sei quando ele volta. — respondi. — É que eu vou mudar de casa, e segunda-feira irei me encontrar com a arquiteta e uma decoradora de interiores para ver o que mudar na nova casa.
— Como assim mudar de casa? — Chan perguntou. — Desde quando sabe da mudança?
— Faz uma semana hoje. — falei.
— Você tem dinheiro para comprar uma casa nova e ainda reformar ela? Felix, você nem precisa de velho rico desse jeito. — Kamila falou.
— Vocês são lerdos de natureza ou fizeram curso? — Beatriz perguntou. — O Hyunjin deu uma casa para ele, como são lerdos.
— Verdade Felix? — Jasmin perguntou.
— Sim, ele me deu uma das propriedades dele. — contei. — E colocou as duas responsáveis pela reforma em contato comigo, alguma pergunta?
— Por que não me contou isso? — Chan perguntou.
— Não surgiu a oportunidade, algo mais? — acabar com todas as dúvidas hoje mesmo.
— Eu aqui. — Kamila. — Ainda não acredito que ele te deu uma casa, se eu não fosse ficar milionária em alguns dias já iria começar pedir para Deus um velho rico, mas o seu velho rico já me ajudou.
— Como assim você vai ficar milionária? — Chan questionou.
— Não só eu, Jasmin e Beatriz também. — explicou como aconteceu.
— Pela primeira vez eu desejei muito não nascer na Coréia. — falou. — E o Felix jura que o Hyunjin vai deixar ele, só se for no dia do nunca.
— Ele é piadista gente, Hyunjin deixar ele, hilário isso. — Beatriz falou.
— Engraçadinhos. — falei.
O porteiro me reconheceu então abriu o portão, entrei com o carro no estacionamento do prédio, estacionei próximo a um dos carros do Hyunjin.
Sei que é dele pela placa, todo carro dele tem "HY" ou "HH" na placa, rico e brega, mas não conta para ele.
Saímos do carro, abri o porta-malas e as meninas foram pegar o que trouxeram, duas mochilas, e duas caixas, uma parece ser de bolo, a outra eu não sei o conteúdo.
Peguei a minha bolsa pequena e o casaco antes de fechar o carro, e coloquei a chave dentro, fomos para o elevador privado.
Apertei para subir, Kamila está numa empolgação.
— Tô ansiosa! — falou.
— Falou isso o dia inteiro, agora que finalmente chegamos se controla. — Jasmin falou com ela. — Pior que também estou ansiosa, nunca assisti filme na sala de cinema, na casa de alguém.
— É igual a sala de cinema comum, só que sem as crianças chorando te atrapalhando ver o filme. — gosto de crianças, mas porque os pais insistem em levar para ver filme de ação? É óbvio que eles não vão gostar de todo aquele barulho.
— Já assistiu aí? — confirmei. — Quando?
— A vez que eu fiquei doente e acabei dormindo aqui. — falei.
Saímos do elevador, peguei o celular na bolsa, olhei nas conversas com hwang a senha da porta.
Digitei, e de algum jeito ele conseguiu a impressão do meu dedo, então coloquei também.
— Prontinho. — abri a porta, acendi a luz pelo interruptor próximo a porta deixando a sala de estar clarinha.
Entrei primeiro, tirei o tênis calçando minha pantufa, eles fizeram o mesmo.
— Querem deixar as mochilas aqui? Ou subir? — perguntei tirando a bolsa e colocando no sofá.
— Subir. — falaram juntos.
— A casa não é minha, mas fiquem a vontade. — falei apontando a escada. — Podem subir.
Beatriz deixou as duas caixas na mesa e foi com o restante subir.
Esperei eles voltarem, Kamila primeiro, Beatriz depois, Chan, e Jasmin.
— Vamos fazer a pipoca primeiro? — concordaram.
Na cozinha eu achei a pipoca no armário em um pote de vidro.
— Procurem os potes de pipoca, estão em um desses armários. — falei.
Hyunjin tem uma pipoqueira, não foi tão difícil fazer a pipoca.
— Achei. — Kamila falou, o resto parou de procurar. — Porque ele tem dez potes de pipoca morando sozinho?
— Ele recebe os primos aqui, tem alguns que a mãe dele não é fã. — como ela gostou de mim, vou ficar do lado dela se tiver briga de família.
— Pega cinco e guarda o resto. — Beatriz falou. — Olha, ele também tem copos fechados para refrigerante, ele fez realmente um cinema em casa, podemos pegar?
— Pode, mas vou avisar ele para não dar merda. — peguei o celular, mandei mensagem para ele.
Hyun, as meninas acharam os copos de refrigerante, pode pegar?
Aproveitei o tempo que ele vai demorar para responder, e tirei a pipoca da pipoqueira, coloquei nos potes, faltou dois.
— Escolhe de quem vão ser esses, e pode salgar como quiser. — peguei o sal no armário colocando perto.
Meu celular vibrou, enquanto eles brigam para decidir quem vai ficar com os potes cheios vou olhar a mensagem.
Hyunjin - Pode anjo, pode fazer o que quiser, pegar o quiser, fique a vontade.
Agradeci ele, coloquei o celular no bolso.
Coloquei mais pipoca na pipoqueira.
— Pode encher os copos. — falei.
— Felix, o velho rico é seu, você abre a geladeira. — Beatriz falou.
Fui até a geladeira, abri e peguei refrigerante, ela encheu os cinco copos.
Mais alguns minutos consegui colocar mais pipocas nos potes que faltaram e acrescentar mais nos outros.
— Vamos. — cada um com seu pote e copo me seguiram, entramos no corredor, abri a primeira porta.
Acendi a luz, Beatriz nem o Chan viram, então agora ficaram chocados.
— Incrível. — ela falou.
— Escolham seus lugares. — falei.
Kamila pegou o lugar próximo a parede na parte debaixo, Jasmin e Chan os dois sofás do meio eles sentaram, Beatriz foi na última fileira pegar o lugar ao lado da parede.
Subi colocando minha pipoca e meu refrigerante no meio entre meu sofá, e o da Beatriz.
Peguei os controles que estavam no apoio entre Jasmin e Chan.
— Quantos graus vocês querem o ar-condicionado? — perguntei.
— Quero me sentir na sala de cinema, gelado. — Kamila falou.
— Todos concordam? — a resposta foi "sim", coloquei em dezenove graus, é suficiente. — Quem sentir frio tem as cobertas finas nos sofás, é só se cobrir.
Agora escolher o filme.
— Aniversariante, qual filme você quer? — entrei no catálogo para ela escolher.
— Pode ir passando, quando eu ver algo interessante te falo. — fiz o que ela pediu e fui passando, passando. — Esse, volta.
"Ponte para Terabitia"
— Você já assistiu esse filme. — Jasmin reclamou.
— Quero ver de novo na tela grande. — falou.
— Tudo bem, vamos ver esse. — falei. — Vão querer inglês com legenda em coreano?
— Tem só em coreano, eles falando em coreano? — confirmei. — Pode ser.
— Prontinho. — peguei o controle do volume e fui aumentando até estar em uma altura agradável.
Comecei comer minha pipoca, o filme começou.
Estava concentrado na tela, até ver Beatriz balançando as mãos sem parar, olhei para ela, apontou para frente.
Olhei o lugar que ela está apontando, Jasmin indo de fininho para o sofá que Chan está.
Safados!
Voltei olhar para Beatriz ela fez que estava atirando na própria cabeça, contive o riso.
Prestei atenção no filme de novo, essa ponte vai dar merda, nunca assisti esse filme.
Ela morreu, ela morreu? Que filme depressivo é esse?
Fiquei triste agora, pensei que o filme se tratava de melhores amigos que namoram depois, mas ela morreu, estragou o clichê.
Queria o Hyunjin aqui, poderia ficar aconchegado nele nessas cenas mais tristes, mas ele não está aqui.
Agora eu realmente estou triste, que depressão!
Meu refrigerante acabou, ainda tenho pipoca.
— Eu não lembrava que ele era tão pequeno. — Kamila reclamou quando acabou.
Finalmente posso ir no banheiro, porque oitocentos ml de refrigerante não dá em uma bexiga que o máximo do máximo é setecentos ml.
— Toma Beatriz. — passei o controle para ela. — Alguém quer mais pipoca.
— Eu. — Jasmin e Kamila.
Peguei o pote das duas e saí, primeiro banheiro.
Bebi muito refrigerante, agora preciso beber dois litros de água para eliminar tudo, isso vai dar trabalho, vou viver no banheiro.
Em alguns minutos voltei com a pipoca delas, aí Jasmin foi ao banheiro, todos foram.
Sempre é assim, bebeu muito refrigerante no cinema, na hora que acaba o filme falta pular de alegria, eu não saio no meio do filme nem pagando.
— Qual filme escolheram? — perguntei.
— "Um olhar do Paraíso". — nunca assisti também.
Vamos ver como é.
[...]
— O próximo filme eu escolho, Kamila deu de tristeza, tem lágrimas nos meus olhos. — falei quando acabou. — Gostei não, gosto de filme que todos ficam vivos.
— Eu gosto de filmes dramáticos. — percebi.
— Vamos comer agora. — Beatriz falou.
Saímos da sala de cinema com os potes de pipoca e os copos, fomos para a cozinha.
— Vão comer mais pipoca? — negaram. — Então vou lavar isso.
— Quer ajuda? — Beatriz ofereceu e eu neguei. — Onde tem travessas?
— Travessa? — não entendi.
— Refratário de vidro. — a tá!
— Ali. — apontei a porta do armário, ela pegou. — Para quê precisa disso?
— Colocar os salgados para esquentar. — entendi.
Lavei enquanto ela fazia o que falou, seco e guardo para não deixar nada na pia.
— hwang tem vinho? — Kamila perguntou.
— Vocês querem? — confirmaram.
Abri uma porta do armário, puxei a estante de vinhos que fica dentro.
— Chique. — Jasmin falou. — Não pega o mais caro, um simples está de bom tamanho.
— Vou pesquisar, não entendo de vinhos. — sei que gosto dos adocicados, apenas.
Peguei o celular e fui pesquisando por nome, o mais "simples" como diz a Jasmin, é doze mil dólares.
Peguei a garrafa, coloquei a estante dentro do armário de novo e fechei.
Achei o abridor de garrafas chique dele, tirei o lacre, coloquei ele em cima após apertar um botão começou puxar a rolha.
— O cara é podre de rico mesmo, olha o abridor de garrafas dele. — Kamila falou.
Quando saiu, tirei, coloquei na mesa e fui pegar as taças.
— Eu te ajudo. — Jasmin pegou duas, levamos para a mesa.
— Salgado quentinho. — Beatriz colocou a "travessa" na mesa, que cheiro gostoso.
Sentamos, servi vinho para todos.
— Podem comer. — falou, Kamila foi a primeira.
Peguei um salgado com formato engraçado, parece uma gota.
— Qual o nome disso? — perguntei.
— É muito bom. — chan falou.
— Coxinha. — Jasmin respondeu. — Beatriz faz, além de doces ela também manda bem nos salgados.
— Coxinha? — arrisquei falar o nome.
— Isso, e isso que vai comer agora é empadinha. — Beatriz falou.
— Muito bom também, é tudo do Brasil? — confirmaram. — Sabia que a culinária de vocês é boa.
— Tudo do Brasil é gostoso. — Chan falou, Jasmin ficou com vergonha e Beatriz revirou os olhos, não entendi.
— O que aconteceu? — perguntei.
— Não entendeu? — Beatriz perguntou, confirmei. — É melhor assim, quem precisa acabar com sua inocência é o Hyunjin.
— Ah, foi putaria. — mas ainda não entendi.
"Tudo do Brasil é gostoso" o que isso significa? Ele já experimentou coisas do Brasil antes? Muito confuso.
Continuei comendo e Kamila no mundo da Lua como sempre, pode falar dela o quanto quiser, ela não vai ouvir.
— Hora de cantar parabéns. — Jasmin falou.
Beatriz tirou o bolo todo decorado com muito chocolate em cima da outra caixa, colocou as velinhas.
— Em português ou coreano? — perguntou.
— Coreano, já ouvi em português dezenove vezes. — Kamila respondeu.
Ótimo! Eu vou saber cantar.
Cantamos parabéns para ela, ela assoprou as velinhas e bateu palmas, ela é muito feliz.
Por trás de um sorriso lindo, tem muitas lágrimas.
Eu sei exatamente como é.
— Bem-vinda ao clube dos vinte. — falei abraçando ela. — Prefere o parabéns hoje ou amanhã?
— Espera. — Beatriz falou olhando o celular. — Pronto, é oficialmente aniversário dela.
Dei os parabéns, Chan e as meninas foram os próximos.
— Felix não precisa me dar presente pelos próximos seis anos, o restante tem até o final do mês. — falou.
— Por que o Felix não? — Chan perguntou.
— Ele me deu uma bolsa da Dior e um óculos do Louis Vuitton. — respondeu. — Não é difícil me presentear, se for de coração é o que importa.
Tiramos uma foto com todos, Kamila postou no Instagram e marcou todos.
Beatriz serviu bolo para todos, o morango que estava em cima passei para o prato do Chan, o restante do bolo eu comi.
— Não gosta de morango? — Beatriz perguntou, neguei.
— É assim desde criança, ele sempre passava para mim. — Chan falou. — Única fruta que você não gosta né?
— Sim, tem umas que não sou fã, mas eu como. — falei. — Muito bom o bolo, porém incrivelmente doce.
— Obrigado, e só está muito doce porque a formiga Kamila gosta de bolo assim, precisa ser doce ao ponto de enjoativo. — Beatriz falou.
— Então, querem voltar para sala de cinema ou dormir? — perguntei quando todos acabaram, ainda sobrou bolo, guardamos na geladeira.
— Sala de cinema. — Kamila falou.
— Podem ir na frente, vou pegar uma coisa. — eu subi e eles foram para sala.
Fui para o quarto do Hyunjin, peguei uma blusa dele de manga longa azul-escuro, perfume que ele mais usa e espirrei na blusa.
Balancei no ar para ficar com cheiro mais suave, vesti ela.
Desci para o primeiro andar, andei até a sala de cinema, a luz já estava apagada, fui para o meu lugar.
Beatriz deu play no filme, vamos assistir Barbie: a Fashion Fairytale, pelo menos não é os filmes dramáticos que a Kamila gosta.
Kamila, Chan e Jasmin cantando as músicas foi incrível, eu sei as músicas, mas não vou cantar.
Coloquei a barra da manga da blusa perto do nariz, sentindo o cheiro do Hyunjin, sinto falta dele.
Estou com saudade do meu velho rico..........................
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