Nosso jogo.

O sorriso estampado no rosto de Lili só fazia o ego de Cole inflar ainda mais.

O banho teve seu final e Lili mesmo em êxtase se lembrou de prender as mãos do rapaz. Claro, que Cole vestiu uma muda de roupa limpa, deixando suas roupas sujas no banheiro e logicamente o celular embaixo delas.

A menina deixou Cole sozinho dentro do quarto e trancou o mesmo depois de sair, e aquela foi a deixa para o rapaz correr atrás do celular e fazer o combinado.

Com o celular bloqueado ele discou o número de emergência e esperou olhando pela janela para ver algumas pistas do local que eles estavam. A ideia de contatar a polícia pela internet fora descartada ao Cole perceber que chamadas de emergência poderiam ser mesmo feitas mesmo na ausência de um chip.

Foi tudo muito rápido. Ele murmurando assustado no celular, pedindo por socorro, falando algumas coisas no qual ele via pela janela, e desligou o aparelho falando que alguém estava vindo, mesmo sendo uma grande mentira. Ele adorava atuar e julgou aquela atuação perfeita por ter "enganado" perfeitamente a atendente da polícia.

Correu para o banheiro jogando o celular embaixo da pia, voltando para o quarto e sentando-se na cama como estava antes de Lili sair do cômodo.

No andar de baixo Lili era toda sorrisos enquanto suas amigas a olhavam com os cenhos franzidos.

— Que porra de bicho a mordeu? — Cami perguntou olhando diretamente para Madelaine que ainda encarava Lili que estava meio embasbacada sentada no sofá.

— Imagino que o bicho pau. — a ruiva falou cruzando os braços.

— Nossa, piadinha ridícula, senhor. — Cami falou negando com a cabeça.

— Não foi uma piada! — A ruiva afirmou fazendo sua amiga loira girar seus olhos e voltar a encarar a morena no sofá. —  Lili você fez sexo com o galã do Paraguai? — perguntou após estalar seus dedos no rosto de sua amiga.

— Oi? — Lili falou dispersa.

— Sexo, foder, meter, fornicar... — explicou sem paciência. — Você fez com o Cole! — Desta vez ela afirmou.

Lili piscou algumas vezes encarando Madelaine que a olhava séria, depois buscando algum tipo de ajuda olhando na direção de Camila.

— Não precisa falar nada. — Cami gesticulou e começou a rir. — Sério, não diz o que é mais que óbvio! — Afirmou.

Lili engoliu em seco, encolhendo os ombros após olhar para Madelaine, que ainda estava séria. Um bufar escapou dos lábios da ruiva, que logo em seguida negou com a cabeça.

— Eu sinceramente espero que tenha sido bom e que você tenha o amarrado depois dele enfiar o pau dele em você. — ditou de maneira autoritária o que fez Lili gargalhar.

— Nossa, ultimamente você anda desbocada. — Cami falou olhando na direção da menina de cabelos ruivos.

— Vocês me irritam. — ditou. — Estou sem meus jogos, faz um muito tempo que não mecho no twitter, faz séculos que não sei o que é comer direito e eu quero dormir em uma cama, não no sofá ou no chão do lado daquele ruivo idiota! — Embolou-se nas palavras. — Eu quero ir pra algum lugar que não tenha que ver a cara daquele imbecil, ele é irritante eu só quero meter minha mão na cara dele ou...

— Beija-lo. — Lili completou sorrindo.

— Vai se foder. — Mad falou séria.

— Isso é algum tipo de paixão incubada. —  Lili murmurou. — Ou é falta de sexo.

— Cala a boca. — rosnou.

— Lili, por favor. — Cami interviu. — Sabe que para ela meter a mão na sua cara falta pouco e eu não irei fazer absolutamente nada para ajudar-te pelo simples motivo que você está a irritando.

Lili riu elevando suas mãos em rendimento e abaixou suas mãos tateando os bolsos do short jeans que usava e arregalou os olhos.

— PUTA QUE PARIU! — A voz da loira soou alta e logo ela correu na direção das escadas seguida por Cami e Mad.

A menina praticamente arrombou a porta fazendo com que Cole desse um pequeno pulo na cama, olhando-a de cenho franzido, suas amigas entraram no quarto segundos depois ainda tentando entender o que estava acontecendo.

Cami riu ao ver Lili de quatro no chão do banheiro a procura de algo.

— Que porr...

— Achei! — Lili falou segurando o celular de Cole como se fosse um troféu.

— Eu sabia que ela iria perder essa porra. — grunhiu – Eu sabia! — ditou saindo do quarto para não gritar com Lili, que mexia no celular do rapaz como a procura de alguma coisa que nem ela mesma sabia o que era.

Cole ainda se encontrava sentado no meio da cama de cenho franzido e agindo como se não tivesse feito nada – mal sabia as duas meninas que estavam no quarto que suas passagens só de ida para prisão estavam compradas.

— Olha, não pede desculpas. — Camila pediu assim que Lili abriu a boca. — O pau desse aí deve ser incrível pra você esquecer o que a Madelaine falou umas quinhentas vezes.

Cole bem que tentou segurar a risada, porém não conseguiu e riu abertamente atraindo os olhares das meninas na sua direção.

— Desculpa. — O rapaz falou ainda rindo. — Ninguém nunca falou assim do meu pau abertamente. — Brincou.

— Nossa seus filmes são mais engraçados que você. — Cami falou baixo e saiu do quarto lançando um olhar severo para Lili. — Se forem transar novamente me dê a porra do celular. — Esticou a mão.

A loira soltou um suspiro e saiu junto a amiga do quarto de Cole fechando a porta em seguida.
Não demorou muito para que o assunto do sexo voltasse a tona e trouxesse uma pequena discussão, cá para nós, desnecessária, entre Madelaine e Lili, fazendo com que Camila se sentisse incomodada com o clima pesado entre as duas amigas e deixasse a sala.

Camila deu duas batidas na porta do quarto em que Charles estava — desnecessariamente, já que era impossível o garoto estar fazendo algo que ela não pudesse ver, já que estava amarrado. — e entrou em seguida, o encontrando deitado na cama encarando o teto.

— Te incomodo? — Cami colocou o rosto para dentro do quarto.

— Claro que não. — Charles sorriu abertamente. — Entra aí. Tá entediada também?

— Na verdade, eu estou apavorada. — riu nervosamente e adentrou o quarto. — Tô achando que a Madelaine mata a Lili, antes mesmo de nós descobrirmos o que diabos vamos fazer com vocês. — Sentou-se no chão.

— O que aconteceu pra você estar pensando isso? — Charles sentou-se com dificuldade na cama.

— A Lili aprontou uma com a ajuda do seu amigo. — Informou ficando com as bochechas coradas.

— O que eles aprontaram? — Charles se fez de desentendido e se levantou da cama com dificuldade, sentando no chão de frente para Camila em seguida.

— Eles... Bem.... Eles fizeram.... — Cami falou totalmente sem graça, e pediu silenciosamente à Deus, que Charles entendesse o que ela havia dito.

— Eles transaram? — Charles berrou fingindo surpresa.

O garoto já sabia que o amigo conseguiria aquilo. Cole era do tipo que fazia de tudo pra conseguir o que queria, ainda mais quando se tratava de mulheres.

— Ok, agora até os argentinos sabem que eles tiveram relações. — Cami bufou, fazendo Charles rir.

— Me desculpa, é que eu fiquei animado. — Gargalhou. — O Cole é louco nessa garota, desde o dia de uma festa aí. — Charles mentiu descaradamente.

— Isso é sério? Que fofo! — Cami falou sorrindo, já podendo imaginar a felicidade de sua amiga quando soubesse daquilo.

— É sim. Mas me fala de você. Tô entediado e cansado de falar. — Desconversou.

— Falar o que? Não sou boa em falar de mim. — Encolheu os ombros.

— Posso te perguntar algumas coisas e você vai me respondendo? Sei lá, só pra passar o tempo. — Charles deu de ombros.

— Tudo bem, não temos nada pra fazer mesmo. — Riu.

Pobre Camila. Mal sabia que Charles estava apenas usando de seu tédio e inocência para depois usar tudo o que descobrisse contra ela e as amigas.

— Ok. Primeira pergunta. Uma coisa que você tenha muito medo, ou muito nojo? — Charles questionou e Camila o encarou.

— Hm, minhocas. Eu tenho pavor, pavor de minhocas. — Falou se encolhendo. — E você, do que tem medo?

— Acho que de altura. Mas não de altura numa roda gigante, tipo altura, sei lá, de uma pedra. — Charles divagou. — O que você e suas amigas nunca fariam?

— Nós nunca deixaríamos uma a outra, sob nenhuma circunstância. — Afirmou.

— Então é por isso que você está aqui? Porque nunca deixaria suas amigas?

— É. Se uma de nós precisamos de ajuda pra fazer algo, as outras duas estarão lá, independente do que seja, mesmo que seja algo idiota com passagem só de ida para uma prisão, como esse sequestro. — Riu sem ânimo.

— Vocês deveriam nos soltar enquanto há tempo, antes de começarem a estranhar nosso sumiço. — Charles se aproximou desajeitadamente de Camila.

— Eu sei. Mas aquelas duas lá em baixo são cabeças dura demais. — Encolheu os ombros e encarou os olhos de Charles que estavam próximos de mais.

— Posso te dizer uma coisa, que não tem absolutamente nada a ver com isso? — Charles umedeceu os lábios e alternou o olhar entre os lábios e olhos de Camila.

— Hm, pode. — Camila disse sem jeito.

— Acho que estou sofrendo de síndrome de Estocolmo. — Charles riu e Camila arregalou os olhos.

— O que você quer dizer com isso? — Camila uniu as sobrancelhas em total confusão.

— Pode ser que eu esteja me apaixonando por você. — Confessou.

Charles não estava apaixonado por Camila, mas definitivamente sentia algo estranho pela garota, mesmo sabendo toda a besteira que ela e as duas amigas loucas estavam fazendo.
Camila o encarou sem nenhuma reação. A garota encontrava estática a sua frente, então, Charles decidiu tomar uma atitude, e mesmo com os braços amarrados e em uma posição horrível, resolveu unir seus lábios com os da garota a sua frente.

Camila retribuiu o beijo, mesmo assustada. Ela o beijava com carinho e acariciava seu rosto, como se Charles pudesse se desfazer em sua mão a qualquer momento.

Era esse jeito doce e cuidadoso que chamavam atenção de Melton, pra ele, aquilo era raro em uma garota hoje em dia.

Um barulho estrondoso assustou os dois, fazendo com que eles se separassem em um pulo.

No andar de baixo, Camila e Lili encontravam-se caídas no chão, com as duas mãos no peito por conta do susto.

— Policia! [n/n: de novo mana?] Coloquem as mãos na cabeça e fiquem de pé. — O policial gritou.

As duas não esboçaram nenhuma reação, de tão assustadas que ficaram. Acataram as ordens do policial, e começaram a rezar para que Camila tenha ouvido o que estava acontecendo ali em baixo.

— Revistem a casa! — O policial ordenou para os outros dois que estavam junto dele.

Os policiais começaram a revistar o andar de baixo da casa, a procura dos tais sequestrados. As garotas suavam frio e Lili tentava com todas suas forças não chorar.

No andar de cima, Camila ouviu exatamente tudo o que aconteceu lá em baixo e logo se desesperou.

— Ei, eu vou ajudar você. — Charles a segurou. — Me desamarra, rápido. Eu vou te ajudar a soltar o KJ e o Cole.

— Você promete que não vai denunciar a gente, Charles? Pelo amor de Deus. — Camila pedia em prantos enquanto desatava os nós da corda nos pulsos de Charles.

— Prometo. Agora vai soltar o Cole, que eu vou soltar o KJ. — Beijou o rosto da garota e saiu correndo em direção ao quarto que KJ estava.

— Agora é com você. — Falou desamarrando o amigo. — Desça e faça seu papel de namorado confuso.

— Deixa comigo. — KJ passou as mãos pelos pulsos e desceu as escadas correndo. — O que está acontecendo aqui? — Falou assim que chegou na sala e encontrou a cena de Mad e Lili como duas criminosas, que para ele, era cômica.

— Nós recebemos uma denúncia, meu amigo. Dizendo que três garotos haviam sido sequestrados. — O policial informou direcionando o cano da arma para KJ que levantou as mãos.

— Isso com certeza é um engano. Parece que estou sendo sequestrado? — KJ debochou e abraçou Mad por trás, o que deixou a garota que estava de olhos arregalados ainda mais confusa.

— Nós só estamos nos divertindo. — Cole falou descendo as escadas. — Sumimos sem avisar porque eu não poderia dizer para minha namorada que estava indo me divertir com dois amigos, e nossas ficantes, não acha? — Cole parou ao lado de Lili e tirou as mãos da garota da cabeça dela e a abraçou de lado.

O policial os encarou desconfiado por um tempo e pareceu pensar. Charles e Camila desceram de mãos dadas.

— O que está pegando? — Charles perguntou fazendo-se de desentendido.

— Nada, foi apenas um engano. — O policial abaixo a arma e a guardou. — Vamos pessoal, parece que recebemos um trote. — Os policiais se retiraram da casa, e KJ fechou a porta.

Os três rapazes se alinharam na frente das meninas, as encarando com um sorriso perverso estampados nos lábios.

— Agora, vocês vão jogar o nosso jogo. — Os três falaram em uníssono.

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Falta pouquinho pro fim da história! ): Só mais seis capítulos! O que estão achando?

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