|Chapter 2|
Good Enough
As semanas seguintes á mudança de Mad foram cheias de organização, já que as caixas contendo o restante de seus pertences haviam chegado no dia anterior e, sendo a boa Monica Geller que era, ela
foi rápida em desembalar tudo e dar um jeito na bagunça.
O quarto foi aos poucos ficando mais com a sua cara, a cama agora tinha seu lençol com estampa de folhas, a janela foi coberta com uma fina cortina, que ainda permitia a entrada de luz solar. No chão, um tapete foi posto ao lado da cama, em frente á uma pequena estante, onde Mad guardou sua coleção de livros. A cômoda foi preenchida com as roupas que ela havia trazido, além de sapatos e outros objetos pessoais. Na parede acima da cama, ela pendurou fotos, desenhos e um cordão de luzes que deixou tudo mais aconchegante.
Se no quarto ela fazia progresso, com os garotos, seu relacionamento era praticamente o mesmo. Tom continuava á ignorando completamente, enquanto Harrison fazia de tudo para ter certeza de que ela estava mesmo se sentindo em casa, inclusive á consolando ao encontrar um presente que o ex-namorado havia lhe dado em uma das caixas e não conseguido conter a emoção. Não é que ela não tentasse fazer amizade com Tom, ela tentava, mas entre a organização, tanto de seu quarto, quanto da casa, o início das aulas, sua adaptação e os treinos de rugby do garoto, que não eram poucos, ficava difícil até para eles se encontrarem, mesmo vivendo na mesma casa.
O que ela com certeza aprendeu nos poucos dias dividindo a casa com os britânicos, foram suas rotinas. Harrison acordava cedo todas as manhãs, tomava café e ía para a cafeteria, onde trabalhava todos os dias da semana até o meio dia. Por esse motivo, o loiro não tinha aulas pela manhã, diferente de Tom e Mad, que muitas vezes acordavam e tomavam café da manhã no mesmo horário, antes de irem, separados, para a faculdade. Mesmo sem trabalhar, Tom tinha uma rotina ainda mais pesada que Harrison, entre as aulas e os treinos de futebol, ele praticamente não parava em casa. Nos fins de semana, Harrison, sua namorada Lisa, que Mad havia conhecido alguns dias depois de sua mudança e já feito amizade, e Tom se arrumavam e íam para alguma festa que estava acontecendo naquele dia. O loiro e sua namorada até que a convidaram para se juntar á eles algumas (muitas) vezes, mas depois de receberem a mesma resposta repetidamente, eles desistiram de fazê-la sair de casa. No fim da maioria dessas noites, Tom voltava pra casa com uma garota e não para surpresa de Mad, cada dia uma diferente, o que piorava ainda mais sua reputação, já desgastada, aos olhos da morena.
Era domingo, Harrison e Mad estavam na cozinha fazendo waffles para o café da manhã, algo que já havia virado tradição pra eles, quando o som de uma porta se abrindo, logo seguido por sussurros, foi ouvido. Do quarto de Tom, saiu uma garota, da qual eles nunca haviam visto, calçando o par de saltos que ela usava na noite passada. Ele veio logo atrás dela, sem camisa, o que também era comum, sussurrando coisas no ouvido da garota, a fazendo perder o balanço e quase cair. A loira ria, envergonhada com seu quase tombo, quando percebeu a presença de outras duas pessoas na casa.
—Oh, eu achei que morasse sozinho! — sussurrou a, no entanto, desconhecida.
—Não, não, eu divido o apartamento com o meu melhor amigo! — Tom respondeu, completamente ignorando Madison.
—E ela? — perguntou a garota, apontando uma de suas longas unhas para Mad.
—Oh, ela é... — disse ele, fingindo pensar, fazendo Mad rolar os olhos.
—Madison, eu também moro aqui! — ela afirmou.
—Oh, eu sou Sydney! Você me assustou, achei que fosse a namorada, imagina que constrangedor isso seria? — a loira respondeu caindo na gargalhada, enquanto os outros três a observavam.
—A... Sydney já tava indo embora, não é? — insistiu Tom, a acompanhando até a porta.
—Oh, espera... você me liga? — ela perguntou em um tom sedutor, fazendo Haz rolar os olhos dessa vez.
—Claro! Tchau! — respondeu Tom, praticamente a colocando para fora.
Quando a porta fechou, ele encostou a cabeça nela e soltou um longo suspiro, antes de voltar para o quarto em passos rápidos, sem dar atenção alguma á Harrison e Mad, que deram algumas risadas assim que ficaram sozinhos.
Um mês dividindo o apartamento com Harrison e Tom havia passado e tudo estava indo bem. Mad já havia se adaptado completamente á cidade, feitos novas amizades e agora, sem nada para tirar seu foco, se dedicado ainda mais na sua faculdade.
A morena sentava no chão da sala, em frente á mesa de centro, onde a maioria de seus cadernos e livros se espalhavam pela superfície de madeira, enquanto ela estudava, pois mesmo estando no meio da semana, um de seus professores havia passado um trabalho com data de entrega para sexta-feira, a deixando sem opção há não ser chegar em casa, juntar suas coisas e fazer o trabalho de uma vez. Madison se concentrava em terminar a redação quando de repente uma dor, que ia das costas até sua barriga, chamou sua atenção. Uma rápida ida ao banheiro foi suficiente para confirmar sua desconfiança. Aquela época do mês havia chegado. Sabendo que sua cólica só iria piorar dali pra frente, ela decidiu encerrar os estudos, tomar um remédio, fazer um chá e assistir um de seus programas favoritos, enquanto se aconchegava embaixo de um cobertor.
Algum tempo depois, o barulho da porta e as vozes (e risadas) dos garotos foram ouvidas, chamando a atenção de Mad, que ainda estava encolhida no sofá.
—Oi Mad! — Haz foi o primeiro á cumprimentá-la, seguido por um quase que inaudível "Oi!", da parte de Tom.
Ela os respondeu, mas assim que os olhos de Harrison caíram na cartela de remédios, sua expressão que antes era animada, mudou para uma de completa preocupação.
—Tá tudo bem?! — ele logo questionou.
—Sim, só... cólicas. — ela respondeu, fazendo careta ao sentir uma das fortes.
—Oh, merda! Eu sei como isso acontece, quando minha irmã fica assim ela sempre precisa de muitas coisas, absorventes, remédios, chocolates. Tom, você fica com ela enquanto eu vou na farmácia. Ah, e tenta não incomoda-la, as emoções ficam altas quando estão assim. — o loiro exclamou e antes que Madison pudesse o impedir, ele já havia saído.
Tom ficou parado no meio do caminho entre a porta e a sala, sem saber o que fazer, até criar coragem e decidir se aproximar lentamente.
—Você... quer alguma coisa? — ele questionou dando passos desconfiados até a garota, que rolou os olhos.
—Tom, eu não sou uma bomba prestes a explodir, o Harrison estava exagerando. Eu estou bem! — Mad afirmou, mas sua voz alterada dizia outra coisa.
—Tá bom! Desculpa, desculpa! — disse o moreno levantando as mãos e sentando perto dela.
Alguns minutos de silêncio passaram, apenas os grunhidos de Mad eram ouvidos, o que fez Tom se sentir desconfortável e coçar a garganta.
—Tem alguma coisa que eu possa fazer? — ele voltou a questiona-lá.
—Não, mas... obrigada! — Mad respondeu com um leve sorriso.
Tom apenas assentiu e voltou a ficar calado, mas os remédios não estavam fazendo efeito para a garota, que sentia a cólica aumentar a cada minuto.
—Na verdade, você poderia esquentar um pouco de água e colocar na bolsa térmica que está no meu quarto, por favor? — ela questionou, sabendo que essa era uma das únicas maneiras de aliviar sua dor.
—Sim! Eu... eu posso fazer isso! — respondeu Tom levantando e indo até a cozinha.
—Obrigada! — Mad agradeceu, voltando a sorrir e a perceber que só nessa pequena interação, Tom e ela já haviam trocado mais palavras do que no último mês todo.
Alguns minutos depois, ele voltou com a bolsa térmica pronta e a alcançou para Mad, que sentiu a pele queimar ao aproximar o objeto ao corpo.
—Tom, está muito quente!!! — ela gritou.
—Você disse pra esquentar a água! — Tom retrucou.
—Mas não era pra ferver!!! — bufou a garota.
—Desculpa, me desculpa! Eu fui criado com três irmãos, eu não entendo nada disso! — exclamou ele.
—Só... pega uma toalha. — disse Mad, respirando fundo.
Em segundos, Tom estava de volta com uma toalha de banho, que Mad enrolou na bolsa térmica, para proteger seu corpo.
—Obrigada Tom e... desculpa por gritar! — Mad se desculpou.
—Esquece! — ele respondeu dando de ombros.
Tom estava pronto para deixá-la sozinha e ir até seu quarto, quando Mad decidiu fazer a pergunta que tanto a incomodava, de uma vez.
—Porque você não gosta de mim? — ela questionou.
—O que? — ele respondeu, confuso.
—Foi porque eu falei "lata de lixo"? Porquê eu já pedi desculpas. — Mad voltou a questionar.
—Não... não foi isso. — ele esclareceu.
—Então o que é? Foi porque eu não caí nas suas investidas e fui pra cama com você? — ela insistiu.
—Hey! Eu sei como ser amigo de uma mulher sem levar ela pra cama. — Tom rebateu, fingindo estar ofendido.
—Ah, é? Fala uma! — a morena cruzou os braços, com um leve sorriso no rosto.
—Ok, é... deixa eu ver... a Lisa! — ele exclamou.
—Ela não conta! Ela é namorada do seu melhor amigo, é claro que não vai levá-la pra cama. — Mad exclamou, esperando por outro nome. —Viu? Você não consegue! É o seu jeito! — ela afirmou.
—E qual seria o "meu jeito"? — ele questionou, dando sua total atenção á garota a sua frente.
—Você é... como um predador! Que só se aproxima de mulheres quando tem a intenção de levá-las pra cama, fora isso, é como se elas não tivessem mais serventia pra você. — ela respondeu, percebendo que havia sido dura demais, mas relaxando ao ver o meio sorriso no rosto de Tom.
—Então é isso que você acha de mim? — disse ele.
—Quer dizer, eu já vi você expulsar as garotas com quem você dorme vezes o suficiente pra ter certeza disso. — Mad respondeu dando de ombros.
—Você está errada e eu vou provar! — Tom afirmou.
—Provar o que? — disse ela, rolando os olhos.
—Que eu posso ser amigo de uma mulher, sem levá-la pra cama. — afirmou o moreno.
—Bom... boa sorte com isso! — Madison sorriu.
—Você vai se arrepender do que disse! — disse ele confiante.
Depois da interação, Tom e Mad continuaram no sofá da sala, assistindo televisão até Harrison voltar com uma sacola cheia de produtos. Sem deixar que ela se mexesse, ele prometeu que faria o jantar e com a ajuda de Tom, não demorou muito para que os três estivessem comendo, enquanto continuavam vendo a série da qual Mad estava viciada.
Depois de ter que praticamente obrigar Harrison á deixá-la ajudar com a louça e prometer que ela havia mesmo melhorado, Mad e os garotos voltaram para a sala, onde passaram o resto da noite, dessa vez, com um filme na tv e os chocolates que o loiro havia trazido. Ao olhar ao seu lado e ver os garotos que haviam cuidado dela, rindo de uma piada idiota, o pensamento que rondava a cabeça de Mad era: "É, eu posso me acostumar com isso!"
(...)
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top