Um Reencontro Digno da Realeza!
Capítulo 11 – Um Reencontro Digno da Realeza
— Então, esses dois... — Taehyung deixou no ar sua pergunta, enquanto se inclinava da direção de Jimin no meio do jantar de boas-vindas.
— Sim. — Concordou segurando o riso enquanto encarava o Lorde e o Visconde em uma conversa sem fim sobre as terras de Thule. — Acho que talvez o visconde aproveite a temporada para finalmente fazer o pedido. — Segredou a Taehyung, que riu fraco, feliz em ver Lorde Kim, o homem que havia se sacrificado pela sua criação, finalmente seguindo sua vida e sendo feliz ao lado de alguém.
Jimin também sorriu. Haviam chegado a poucas horas, mas já havia recebido tanto carinho que era comovente de se ver. Sua mãe havia o agarrado e contado todas as novidades, e Jimin ficou feliz em ouvi-la dizer, que graças ao fato de que seu filho estava se casando com um príncipe, ela não tinha mais que trabalhar na cozinha e que agora morava em um dos quartos para convidados, com direito a vestidos finos e joias caras.
Jimin riu das histórias engraçadas e aproveitou cada momento feliz daquela noite. Até mesmo os absurdos de Hoseok, que insistia em afirmar que na última caçada, havia encontrado um urso.
Todos estavam felizes, mas Jimin ainda tinha o coração apertado, esperando pelo momento em que veria Jungkook novamente, e foi quando as grandes portas do salão de jantar foram abertas, que imaginou ter chegado a hora, mas para sua surpresa, não era o alfa.
O valete que o acompanhava anunciou sua presença e assim como todos, Jimin também se levantou para reverenciá-lo.
— Majestade.
— Desculpe-me pelo atraso. Acabamos ficando presos em uma reunião com o conselho. — Noah explicou com um sorriso gentil, enquanto se sentava em uma das cadeiras de madeira entalhada a mão. — Sinto que Gustave e Jungkook não conseguirão se juntar a nós essa noite, mas ele pediu que eu desse as boas vindas e avisasse que ele me garantiu que faria de tudo para chegar na hora do chá.
— Não estamos surpresos. — Taehyung resmungou revirando os olhos, logo se virando para Jimin. — Jungkook e Gustave acabam ficando horas presos em reuniões intermináveis com o conselho.
— Quem é Gustave? — Jimin perguntou baixo, mas foi o próprio rei quem respondeu.
— Você deve ser o Lorde Park Jimin, certo? — O ômega sorriu em direção ao mais novo, com os olhos brilhando em uma animação assustadora.
— Acho que sim. — Disse inseguro, confuso pelo título, fazendo o rei rir.
— Gustave é o conselheiro real. Está nos ajudando em alguns assuntos. — Jimin concordou, confuso, mas sem coragem para questioná-lo.
— Ele também está me treinando. — Yoongi contou animado para o irmão. — Jeon me convocou para ser o conselheiro dele. — A boca de Jimin se abriu.
— Está falando sério? Meu Deus, Yoon. Isso é incrível. — Jimin exclamou verdadeiramente animado, segurando a mão do alfa por cima da mesa.
— Tenho tentado aprender a função nos últimos anos, mas passei a vida puxando a orelha do futuro rei, sem saber que ele era rei, então isso vai me ajudar a lidar com ele. — Jimin riu, era bom ver que seu irmão, sua mãe e seus amigos estavam felizes.
No final, isso era tudo o que importava.
— E quanto a você, Lorde Park? Tem gostado das terras de Reynes? — Jimin encarou o rei com um olhar confuso, aquele homem parecia ter algum interesse particular nele e sentia que aquilo tinha a ver com Jungkook.
— Sinto muito, majestade, acho que está se confundindo. Eu não sou um lorde. — Corrigiu com a voz educada, mas Noah abriu um sorriso largo e encantado.
— Não seja bobo. Seu irmão irá se casar com um príncipe e um duque em breve. Será o conselheiro real. Ele receberá títulos. — Jimin iria rebater, afirmar que mesmo que Yoongi recebesse títulos, não eram irmãos de sangue e legalmente o título não o pertencia.
— Jimin me ajuda a administrar Kisley, majestade. — O visconde contou com um sorriso no rosto. — Ele tem um jeito para os negócios. É inteligente e firme quando necessário.
— Fico muito feliz em ouvir isso. — O rei disse sorrindo para o ômega. — Tenho visto tantos ômegas com ouro demais e miolos de menos, que é bom ver que o mundo ainda não é uma causa perdida.
Jimin sorriu, envergonhado e sem saber o que dizer, então apenas deixou que Taehyung entrasse em outra conversa sobre o casamento para que a noite terminasse tranquila.
Após o jantar, quando todos se juntaram na sala ao lado para o chá e sobremesa, Jimin disfarçadamente tentou se esquivar de todos e ir para o próprio quarto, mas antes que pudesse abrir a porta, ela já era aberta, e de repente, Jungkook estava na sua frente.
Os olhos brilhantes, a boca semi aberta, o cabelo escuro caindo por cima da testa, em um topete tão bem arrumado que Jimin teve vontade de bagunça-lo. O alfa estava mais alto e encorpado, era um alfa adulto afinal, sem o menor sinal da criança raquítica que havia sido um dia.
— Jimin... — Suas voz murmurou com emoção e saudade, os olhos transbordando emoção e Jimin sentiu que seu coração sairia do peito de tão forte que batia.
Sua boca abria e fechava e nada saia. Sentia que desmoronaria de saudades a qualquer segundo e precisou dar um passo para trás para conseguir respirar.
— Você voltou. — Exclamou bobo, completamente perdido na visão que era ter o ômega de volta.
— Eu disse que viria para o casamento. — Jimin murmurou desviando o olhar.
— Certo, você disse... — O alfa encarou por cima do ômega, notando que a atenção de todos estavam sobre eles e tomando uma atitude impulsiva e arriscada falou. — A noite está linda hoje, não é?
Jimin sentiu seu corpo vacilar, porque sabia o que aquilo significava. Nunca esqueceria do código que criaram para marcar encontros furtivos na frente de todos, nas doces palavras que usavam para mascarar seus segredos.
E aquilo significava que Jungkook queria o encontrar sozinho, no mesmo lugar onde haviam se amado, e Jimin sabia que não deveria ir, que não deveria voltar a cometer os mesmos erros de sempre, mas estaria mentindo se dissesse que não estava morrendo de saudade e cheio de perguntas.
Então soltando o ar que havia prendido sem ver, respondeu com a voz doce.
— Nunca vi tão bela...
A frase saiu baixa e fragilizada, mas Jungkook sorriu, porque sabia que naquela noite, o ômega iria ao seu encontro.
//~//
Quando abriu a passagem de pedra, sentiu a nostalgia o socando com força e não se surpreendeu ao ver o alfa deitado de barriga para cima na enorme cama.
O quarto parecia intacto, deveria ter sido limpo a pouco tempo pela forma como tudo estava organizado, mas as janelas permaneciam trancadas pela falta de uso. Jimin suspirou, e em passos leves foi até a cama, hesitou antes de se deitar de barriga para cima, paralelamente ao príncipe, mas no final fez, porque sentia saudade de como as coisas eram.
— E então...— Começou a dizer ao notar que Jungkook não seria o primeiro a falar. — Veio me contar o que você e Noah Baker estão tramando? — Jungkook pareceu se assustar e logo o encarou.
— O que?
— Aparentemente, assim que fomos pra Reynes, Noah mandou uma carta para Lorde Kim, pedindo que ele atrapalhasse qualquer possível tentativa minha de me casar. — Contou, como se Jungkook não soubesse, sem nunca desviar os olhos do teto, evitando o olhar curioso do alfa. — E agora, ele mandou outra carta, insistindo que Lorde Kim me trouxesse para a temporada. E quando chego aqui, descubro que ele tem te acompanhado em todas as temporadas sociais, te ajudando com sabe Deus o que.
— Não é nada demais. — Jungkook mentiu e Jimin riu fraco.
— Porque dessa vez não tenta me contar o que tá acontecendo. Pra pelo menos uma vez na nossa relação eu saber no que tô me metendo. — Jungkook engoliu em seco, não deixando de notar o ressentimento no tom de voz falsamente bem humorado do ômega.
— Noah está tentando achar uma brecha nas leis, para me ajudar a convencer o conselho de que posso me casar com quem eu quiser. — A fala era baixa e assustada e Jimin não conseguiu evitar de olhar para o alfa, com o coração apertado e os olhos arregalados.
Jungkook o olhava com expectativa, preocupado com qual seria a reação de Jimin e notando o quão perto o alfa estava, o ômega só conseguiu se sentir melancólico e abalado. Um sorriso morto escapou de seus lábios e teve que desviar o olhar para não se permitir chorar.
— Kisley é quase como imaginávamos. — Jungkook estranhou a mudança de assunto, mas não interrompeu o ômega. — É quente o ano todo, e na primavera é lindo. E também tem a cachoeira ao lado da casa, e às vezes durante a noite, é tão silencioso que consigo escutar a água caindo. — O ômega se virou para o alfa, ficando de lado e a emoção nos olhos e voz de Jimin eram de apertar o coração. — Era quase como havíamos sonhado.
— Jimin... — Jungkook havia entendido onde o ômega queria chegar e aquilo machucava. Também havia pensado nisso, imaginar que Jimin havia ido para Kisley sozinho, depois de terem feitos tantos planos juntos para o futuro, o torturava mais do que tudo, mas ouvir Jimin falando sobre parecia ainda pior.
— Eu pensei que quando voltasse, você já seria rei, já estaria casado e feliz. — Suspirou e Jungkook iria o rebater, afirmar que nunca conseguiria ser feliz sem o ômega, mas Jimin foi mais rápido. — Eu queria que você tivesse feliz, porque seria tão mais fácil lidar com tudo isso, se ao menos você tivesse conseguido seguir em frente. — Agora o ômega já parecia trêmulo, com os olhos molhados e a voz embargada. — Mas você passou todo esse tempo tentando achar uma solução que não existe, e eu passei tentando odiar você.
A boca de Jungkook se abriu ao ver uma lágrima escorrendo pelo rosto bonito do ômega, mas não sabia o que dizer. Jimin estava machucado, os dois estavam e aquilo parecia o matar de dentro para fora.
— Porque passei minha vida toda te amando e agora não sei o que fazer com todo esse amor. — Suspirou, aliviado em poder falar aquilo para o outro. — E eu tentei, Jun, tentei com todas as minhas forças, mas eu só conseguia me odiar, por mesmo depois de tudo ainda te amar mais do que tudo.
— Eu não podia desistir sem tentar. — O alfa garantiu, tão fragilizado e abalado quanto.
— E conseguiu? — Jimin questionou, sem nenhuma esperança, porque sabia que não daria certo.
— Achamos uma brecha. — Admitiu baixo, incerto. — O contrato que assinamos com Burly previa que no caso de algum dos dois lados quebrassem o acordo, e não se casassem, teríamos que nos casar com um pretendente à altura.
— Você era prometido a um príncipe, e o acordo era de juntar os dois reinos em uma aliança, que provavelmente seria regida por você. — Jungkook prendeu a respiração, surpreso e Jimin explicou. — Lorde Kim me explicou tudo. Desde o motivo para vocês se esconderem até o quão desolado você ficou ao perder o seu ômega destinado. — Jungkook desviou o olhar, ainda se sentia culpado sempre que pensava em Miles.
Talvez aquele nunca deixasse de ser um tema sensível.
— Certo. — O alfa limpou a garganta, desconfortável.
— Porque isso é uma brecha? — Jimin questionou confuso.
— Porque eles alegavam que eu teria que me casar com um herdeiro à altura, mas no contrato, não existe a palavra herdeiro. Apenas pretendente.
— Certo. Então isso abre o leque para outros nobres. — Jimin concordou, tentando tratar o assunto com frieza, como um simples amigo trataria.
— E para você também.
— Eu não tenho nada a oferecer. — Jimin respondeu frustrado por ter que lembrar o alfa do fator mais importante de tudo aquilo.
— Amanhã vamos conversar com Noah. Você vai entender melhor. — Garantiu, antes de descer o olhar para o rosto do menor e suspirar. — Não teve um dia em que não pensei em você.
— Deveria ter pensado. — Jimin negou, se levantando, se recusando a criar esperanças e a ouvir palavras doces que o destruiriam mais tarde. — Pelo o que soube, é sua última chance.
— Não preciso de mais chances, você vai estar lá dessa vez. — Jimin o encarou.
— Não vou participar ativamente da temporada. — Contou como se fosse óbvio.
— Mas...
— Não tem "mas". Eu não sou nobre. Não tenho dote. E por mais que mais ninguém saiba, eu também não tenho mais honra. — Listou, com um tom amargo. — Lorde Kim não teve que fazer nada para atrapalhar futuros casamento, porque eu decidi por conta própria que não vou me casar. Passarei o resto da minha vida em Kisley, ajudando o Visconde com as terras e no que ele precisar, e então morrerei sozinho como tem que ser.
— Não tem que ser assim...
— Tem. Tem, porque estraguei tudo por conta própria e vou passar o resto da minha vida pagando por isso.
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