Perfeitinha demais

Da última vez que chequei o celular, passava das 02:50 da manhã. Isso já deve fazer mais de trinta minutos. Eu estou na cama, mas tudo que consigo fazer é rolar de um lado para o outro, com os olhos fechados, tentando pensar se devo devolver o colar ou sumir com ele. Viro de um lado, de outro. Nada de o sono aparecer.

Levanto-me para pegar um copo d'agua, acendo a luz e meus olhos reclamam da claridade. É quando ouço três batidas fracas na porta de entrada. Quem está batendo a esse horário?

Passa das três e trinta da madrugada, então, quem quer que seja, vai ter que lidar com o meu pijama de cetim rosa choque, e os cabelos presos em duas trancinhas nas laterais. Espio o corredor pelo olho mágico.

Não me surpreendo ao ver Kennedy do lado de fora. Honestamente, quem mais poderia ser? Ele está usando calça de moletom, e uma camiseta branca lisa. O que ele quer?

Eu abro a porta com um suspiro exaurido.

— Que é? — Minha voz soa mais impaciente do que sonolenta.

— Não consigo dormir, gatinha. — Ele puxa da minha cabeça a máscara rosa com orelhinhas.

De raiva, não contenho um riso. Puxo o meu acessório de volta.

— Você não consegue dormir, e então ninguém mais do prédio pode tentar? — Arqueio uma sobrancelha.

— Eu não acordei o prédio todo, Barbie. Só acordei você. — Sorri.

Eu reviro os meus olhos agora castanhos, sem lente de contato.

— Tanto faz. Também não estou com sono.

— Eu sei. Vi a luz acesa, por isso te chamei. Posso entrar?

Sem esperar resposta, vai abrindo o caminho para dentro da kitnet, indo em direção ao balcão da cozinha. Eu espio o corredor antes de fechar a porta e passar a chave.

— Você já entrou, né?

Kennedy dá risada. Vai até a geladeira e abre, caçando alguma coisa.

— A propósito, fica à vontade! — Ironizo.

— Obrigado! — Ele rebate, tão ironicamente quanto. — Estou morrendo de fome, o que você tem de bom por aqui?

Mexe nas coisas, tentando achar algo, mas eu tenho principalmente frutas e outras coisas saudáveis. Então ele desiste e fecha a porta. Puxa o celular do bolso.

— Já sei! Vou pedir uma pizza — anuncia. — Você gosta de pizza de quê?

— Está doido? Não tem pizzaria aberta a esse horário.

Ele mostra o celular.

— Achei uma! — Se gaba. — Entrega 24 horas. Peperonni? Ou mussarela?

— Tanto faz, eu não vou comer.

— Ok, mussarela. — Ele digita alguma coisa no celular, e então me encara. — Eles não têm Sex on the beach, o que vai querer para beber?

Quero estar irritada, porque ele está sendo irritante e inconveniente, mas só o que consigo fazer é rir brevemente, e sacodir a cabeça.

— Tanto faz — repito.

Aproximo-me dele pelo lado oposto do balcão.

— Cerveja — decide. — Você bebe cerveja?

— Não! — Ele me encara assustado, como se eu estivesse cometendo um crime federal. —São quase quatro da manhã! Quem bebe cerveja às quatro da manhã?!

— Coca-cola então? — Sugere agora, arqueando uma sobrancelha.

Eu viro os meus olhos. Não quero beber nada, não sou do tipo que assalta a geladeira de madrugada, mas apenas cedo para acabar logo com o assunto.

— Sem açúcar.

Blé! — Ele faz uma careta. Digita mais alguma coisa e então deixa o celular de lado, no balcão. Me encara. — Chega em vinte minutos.

— Agora será que dá para dizer o que quer aqui?

— Eu não disse?

— Não.

Ele sacode os ombros.

— Não achei justo só você tirar a minha noite de sono, Barbara.

— Eu não... — Começo a me defender, mas me interrompo na metade. Um sorriso desnecessário escapa dos meus lábios.

Kennedy estava acordado pensando em mim. Um pedaço meu quer achar isso fofo, o outro pedaço me lembra que ele é o mesmo cara que me beijou e logo em seguida deu em cima da Tabitha, nas escadas. Ser fofo definitivamente não faz o tipo dele.

— Você está aprontando alguma coisa, Ken. — Ele ri, culpado. — É melhor começar a desembuchar.

— Você é muito espertinha, Barbie — diz. Morde o lábio e puxa minha trança de novo. — Eu não ia querer enganar você.

— Não, você não ia querer mesmo. — Dou um tapa fraco na sua mão para soltar meu cabelo. — Então começa logo a falar.

— Tá legal. — Ele suspira. — É só que... Posso dar uma olhada naquele colar outra vez?

Eu franzo o cenho. Ele estava acordado pensando no mesmo que eu, mas...

— Por quê?

— Só me deixa dar uma olhadinha nele — insiste.

Eu sei que, de um jeito ou de outro, vou acabar cedendo, então faço isso logo. Abro o guarda roupa. Na gaveta de peças íntimas pego a caixinha branca, dentro da qual a joia valiosa está escondida. Levo até o balcão.

— Não sei porque quer ver — falo abrindo. — Já disse, é tão autêntico quanto os seus truques de mágica baratos.

Kenny ri brevemente.

Pega o pingente de ouro cravejado e analisa com cuidado. De um lado, de outro. E lá está a sua unha raspando a marcação outra vez.

— Não sei onde arrumou esse colar, Barbara. Mas nem ferrando é uma falsificação.

Puxo a joia da sua mão, guardando na caixa.

— Dessa vez vai me contar a onde aprendeu a avaliar joias? — Desafio.

— Você não ia querer saber.

— Pode apostar que eu quero.

Kenny dá risada.

— A Dama de Copas adorava diamantes — conta. — Eu falei com ela hoje. A gente não se via há meses. Foi... estranho.

— Por que falou com ela?

— O colar — aponta. — Me lembrou de uma coisa. Queria saber o que ela fez com um colar que eu dei. Só isso.

— Algo me diz que você está escondendo algo.

Ele ri.

— E algo me diz que você está metida em um problemão — rebate. Ainda estamos falando do colar.

— E você está se metendo onde não foi chamado!

— Considerando que você pediu minha carona para ir até a joalheria, e depois me fez sair correndo da polícia feito doido... — Ele contabiliza os seus feitos com os dedos. Primeiro o polegar, depois o indicador. — Eu diria que eu fui chamado sim.

— Eu não pedi sua carona! — Faço questão de esclarecer. — E nós dois concordamos que você estava me devendo aquilo.

— Concordamos sobre carona. — Ele pega a caixinha da minha mão e sacode. — Isso aqui não estava no acordo.

Puxo a caixinha de volta. O tempo todo ele parece estar testando o meu limite.

— Isso é problema meu, não seu.

Kennedy sacode a cabeça numa negação frustrada.

— Se eu quisesse ferrar com você, eu teria ligado para a polícia, Barbara, e não vindo aqui. Será que eu não mereço um voto de confiança?

— Eu não pedi para você me proteger de nada, Kennedy. Se acha que eu sou uma criminosa, vai em frente e liga para quem quiser ligar. — Pego o celular dele sobre o balcão e estendo. — Você adora supor o pior de mim de qualquer jeito.

— Não estou supondo nada! Estou tentando te ajudar.

Okay, super-herói — debocho irritadiça. — Caso não esteja óbvio, isso não é nenhum conto de fadas, e eu não sou a donzela em perigo. Não preciso ser resgatada.

Ele ergue as duas mãos, se rendendo.

— Não estou tentando te ofender.

— Você nunca está. — Viro os olhos.

— Às vezes eu estou sim. — Ele dá risada, me deixando ainda mais furiosa. — Mas é só para implicar com o fato de que você é perfeitinha demais para ser de verdade.

O meu rosto cora.

Detesto quando o Kennedy faz isso. Fala alguma coisa que, por um segundo inteiro, me faz pensar que eu gosto um pouquinho dele, porque o meu coração acelera. E eu reluto comigo mesma, dizendo: Barbara, foco. Ele é o mesmo Kennedy babaca e implicante com quem você estava muito irritada há exatos dois segundos atrás.

Babaca, implicante e bonito, claro. Com esse sorrisinho provocante dele.

FOCO!

— Seus elogios dissimulados não vão me ludibriar, mágico.

— Não são dissimulados — garante. — Te acho tão perfeitinha que chega a ser enjoativo de olhar.

Eu viro os meus olhos. Babaca.

— Isso soa mais como o Kennedy que eu conheço.

Ele ri.

— Só para saber, eu estou blefando. Não enjoo de olhar pra você. O seu apartamento sim... — Faz que está tonto. — É muito rosa. Como é que você consegue viver aqui dentro, Barbara?

Eu só dou risada.

Não digo nada, mas percebo uma coisa: Ele fez de propósito. Emendou o elogio com uma reclamação desnecessária, porque Kennedy é um babaca narcisista e orgulhoso que não sabe elogiar.

— Se não gosta é só não vir mais me visitar.

— Daí você ia ficar com saudade — provoca.

Você ia ficar com saudade — corrijo.

Ele desliza a ponta da língua pelo lábio inferior. Sorri.

— Me pegou! — O celular apita. Ele encara a tela. — A pizza chegou. Eu vou lá buscar. É bom estar com fome.

Não estou com fome, mas não falo nada. Apenas sacudo a cabeça em negação e fico com um sorriso bobo. Ainda estou sorrindo quando ele volta com a pizza e os refrigerantes, dois minutos depois. Coloca sobre o balcão. Abre a caixa, e o cheiro exala pelo ambiente, fazendo a minha boca salivar.

— Primeiro as damas — diz gesticulando com a mão.

— Isso foi machista — eu reclamo.

— O quê?

— Você disse que queria aprender sobre feminismo, não disse? Isso foi machista.

— Foi cavalheirismo.

— "Cavalheirismo" parte do princípio que as mulheres são menos capazes, e por isso os homens precisam fazer coisas simples por elas como abrir portas, e pagar a conta, por exemplo. Não existiria "cavalheirismo" em uma sociedade igualitária. Entende?

Ele sacode os ombros, com jeito de "tanto faz". Pega seu pedaço primeiro, com a mão. Dobra e leva até a boca, dando uma mordida.

— Você vai pagar a conta quando sair comigo? — Levanta uma sobrancelha.

— "Quando" eu sair com você? — Rio, arqueando as sobrancelhas.

— Se for pagar, eu vou escolher um restaurante japonês bem caro.

Eu dou risada.

— A gente vai rachar.

— Hm... Então você vai sair comigo. — Sorri satisfeito. — Na sexta depois do show eu estou livre, se você estiver, claro.

Balanço a cabeça. Não acredito que estou mesmo cogitando essa ideia.

— Essa semana não dá, Ken. Já tenho compromisso.

— Domingo então? — Sugere.

— Não sei... Tenho muita coisa para resolver.

— Tem a ver com o colar?

— Não!

Quer dizer, de certo modo sim. Mas eu estou ajudando a Dominique com a correria do leilão, e tenho clientes para atender. Vai ser uma semana e tanto, não preciso acrescentar um encontro com Kennedy na minha lista de afazeres.

— O que vai fazer com ele?

— Já disse, é uma falsificação. Vou jogar fora, ou sei lá.

— Posso ficar com ele?

— É claro que, não! — Me apresso em dizer. — Esquece esse colar, ok?

— Só me promete que...

— Esquece, Ken!

A contragosto, ele me obedece. Deixa esse assunto para lá, morde outro pedaço da pizza e me passa a latinha de coca zero.

— Toma isso aqui se tiver coragem.

Rio. Abro a latinha e viro um gole. Não é minha bebida favorita, normalmente eu optaria por um suco natural, mas bebo assim mesmo.

— Deixa eu ver do que tem sabor... — Ele pega a lata e prova um gole curto. Quase cospe. — Isso é nojento, Barbara.

Faz uma careta. Eu dou risada, e ele abre a lata de refrigerante normal para tomar por cima e apagar o sabor.

— Para de ser dramático! Não é tão mal!

— É horrível. — Ele põe a latinha para longe. — Você não vai tomar isso. Pega pizza.

— Não quero — minto.

Encaro o prato. Parece apetitoso, mas comer queijo sempre acaba com a minha pele. Não quero acordar com Anabelle II no nariz amanhã.

— Você está brincando comigo? — Ele parece frustrado. — Peguei de queijo por sua causa.

— Eu nunca disse que queria queijo! Eu não como queijo! — Protesto. — Você decidiu isso sozinho.

— Por favor, me diz que isso não é por causa de uma dieta!

— Não é por causa de uma dieta — digo o que ele quer escutar. — Eu só não como algumas coisas que me fazem mal.

— E que supostamente vão te engordar.

— Também — admito. — Mas não é só o peso. Você pensa que é fácil ser tão "perfeitinha"— repito sarcasticamente a mesma palavra que ele mesmo usou para me definir ainda há pouco.

Ken sacode a cabeça em negação.

— Alguns quilos a mais não te fariam menos atraente, Barbara — diz.

— Ok — debocho. Não pedi a opinião dele.

— Sério. Você é inteligente, segura e divertida. Qualquer cara que te mereça, tem que ter tesão por você, não só pelo seu corpo.

— Já passou pela sua cabeça que uma mulher pode fazer alguma coisa simplesmente porque ela gosta, e não para despertar o tesão de ninguém? — Rebato.

Kennedy solta um grunhido longo, como se estivesse sofrendo tortura.

— Desisto! — Exclama.

— O quê?

— Eu estou tentando, mas é muito difícil elogiar você!

— É porque você é um babaca narcisista que está acostumado a receber elogios, e não o contrário.

— Quem está fazendo suposições sobre quem agora? — Levanta uma sobrancelha.

— Não são "suposições" se eu estiver certa — refuto.

— Você está errada! — Garante enfaticamente, e estufa o peito para dizer propositalmente: — Eu não sou narcisista. Eu só sou bonito, e atlético, e talentoso, e...

— Ridículo! — Interrompo com uma gargalhada.

Ele ri também. Fica me encarando e sacode a cabeça. De repente estamos em um silêncio tenso, trocando olhares.

— Você vai achar nojento se eu te beijar logo depois de comer pizza?

— O quê? — Rio.

— É que a Dama de Copas, ela nunca me beijava se... — Sacode a cabeça. — Esquece. Qual o meu problema? Por que eu estou falando da minha ex?

— Eu não faço ideia.

— Desculpa. Acho que você me deixa nervoso, Barbie. — Ele cora bem pouquinho, rindo, o que eu acho fofo. — Só o que eu estou tentando dizer é: Posso beijar você?

— Não se estiver pensando na sua ex — brinco.

— Eu não...

— Cala a boca e vem cá.

Eu me debruço sobre a bancada. Puxo o seu pescoço até colar os nossos lábios. Automaticamente, a sua língua procura a minha e elas se encontram. A distância se torna um obstáculo desconfortável. Eu empurro a comida para o lado, e ouço o som da lata se estatelando no chão. Kennedy deixa um sorriso escapar entre beijos.

Ignorando a bagunça, escalo o balcão, engatinhando até perto dele.

Sua mão encaixa na lateral do meu rosto. Kenny beija tão gostoso e tão intenso, que eu nem pensaria duas vezes se começasse a tirar a minha roupa bem aqui. Mas ele se afasta um pouquinho e me encara. Desliza o dedo pelo meu queixo, e eu imagino que esteja vermelho pelo atrito com a barba dele. Deposita outro beijo curto, e se afasta outra vez.

— O que foi?

— Nada. — Ele ri. — É que eu beijo de olho fechado e daí não consigo olhar para você.

Sinto meu rosto ruborizar. Coloco minhas duas mãos sobre os seus olhos, enquanto reviro os meus. Sento na beira do balcão, e ele se encaixa entre as minhas pernas, chegando mais perto.

— Você é a pior pessoa, Kennedy.

Ele dá risada. Sacode a cabeça para se livrar das minhas mãos.

— Viu? O problema não sou eu. É você que não sabe aceitar elogios.

— Não quando você só está fazendo para me irritar — rebato.

Com um riso, ele coloca as duas mãos na minha cintura fina, e eu enrosco as minhas na sua nuca. Ele deposita nos meus lábios um beijo curto, eu retribuo outro beijo curto, e o próximo beijo é longo e úmido.

Kenny comprime o meu corpo contra o seu. Suas mãos firmes escorregam para sob a blusa de cetim, pelas minhas costas. Cada pedacinho do meu corpo reage ao toque. Enlaço o seu quadril com as pernas. Quero tanto tanto fazer isso, que chega a ser doloroso.

Para alguém que tem fama de "comedor", esse filho da mãe já está me cozinhando há tempo demais. Nem posso colocar a culpa na minha carência física. Poderia ter um orgasmo sozinha de novo, mas percebo que eu não quero só um orgasmo, eu quero sentir o toque dele.

— Você tem camisinha? — Vou direto ao ponto. Kenny enfia a mão no bolso da calça, e eu me apresso em grunhir: — Não se atreva a fazer um truque agora, ou eu mato você, mágico.

Ele ri. Me beija.

— Você é uma estraga prazeres, Barbara.

— Tá. Cala a boca.

Eu o puxo para outro beijo. Entre risos baixos, começo a tirar a sua camiseta e ele termina por conta própria. Em seguida é a minha vez. A sensação da sua pele quente contra a minha só me faz querer ainda mais.

Seus beijos úmidos escorregam, traçando uma rota do meu pescoço para a barriga, passando pelos seios, onde se deixa demorar um pouco a mais. Eu sinto cada centímetro por onde sua barba áspera desliza fazendo cócegas gostosas, minha pele nunca esteve tão sensível a um toque antes. Então a sua boca está na minha outra vez.

É diferente de um jeito bom.

Começamos em cima do balcão, depois passamos para a cama estreita, mas acabamos transando mesmo no sofá. Eu chego ao orgasmo primeiro, sentada por cima dele. Kennedy chega logo depois. Ao final, nossas respirações estão ofegando, o cabelo dele está bagunçado e sua pele reluz um pouco de suor.

Preciso dizer que ele fica excepcionalmente bonito desse jeito.

Afasta uma mecha loira do meu cabelo, e beija os meus lábios suavemente. Levanto do seu colo e junto as roupas espalhadas. Entrego as peças que são dele. Visto meu pijama, e ele veste primeiro a calça, em seguida a camiseta.

— Precisa de ajuda para arrumar essa bagunça? — Pergunta sobre a coca-cola espalhada pelo chão.

Nego com a cabeça.

— Estou cansada. Faço isso amanhã.

Ele esboça um sorriso.

Não fico esperando nenhum gesto de carinho. Apenas ajeito a minha cama para poder me deitar, mas Kenny se aproxima por trás e me envolve pela cintura. Deposita um beijo no meu pescoço.

— Se precisar, ou se só quiser, sabe onde me chamar.

— Boa noite, Ken — falo.

— Me deseja um "bom dia", Barbara. —Ri. — Falta menos de uma hora para o sol nascer e, de qualquer jeito, a minha noite já foi boa com você.

Sorrio, ainda envolvida em seu abraço. Ele tem um cheiro gostoso, e um toque reconfortante. Não raciocino direito, só murmuro:

Pode ficar mais se quiser...

Recebo outro beijo, esse bem na divisa entre o que é rosto e o que pescoço.

— Vou deixar você descansar. Até mais, Barbie.

Até...

Depois que Kenny se afasta, sinto o corpo gelar e cansaço. Deito na cama e, mesmo exausta, ainda não consigo pregar os olhos. Tenho tanta coisa para pensar, mas tudo que se passa pela minha cabeça é ele.

O beijo, o toque, a transa, o jeito irritante como disse que eu sou "perfeitinha demais". Droga! Ele é perfeitinho demais, e o ego dele... (risos). Preciso dizer, o ego dele não tem a menor chance.

Droga! Eu tenho mesmo um crush pelo Misterioso Ken? A que ponto da carência eu cheguei?

***

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