Capitulo XIX - Início do Verão

Ravena se olhou no espelho, ainda era assustador se ver muito arrumada. O vestido amarelo era rodado e com detalhes dourados, o colar de corvo foi "encontrado" pelo Adam e estava em seu pescoço, o cabelo foi preso em um coque e embaixo uma peça de ouro em formato de V estava presa. Ela estava grata por ter se livrado do corpete e da estrutura de metal para armar as saias, assim ela teria mais liberdade de se movimentar.

- Olha só! - Amélia falou entrando no quarto da amiga - Adam vai ter um ataque. Está linda!

Amélia não vestia mais como uma criada, na verdade nem era mais uma, agora vestia vestidos elaborados e o cabelo sempre perfeitamente preso. O rosto parecia mais descansado e feliz, a bariga já tinha um tamanho considerável.

- Obrigada! - Ravena se olhou no espelho mais uma vez.

- Mas está faltando algo... - Amélia disse ainda olhando para a amiga.

- E o que seria? - Ravena disse estranhamente preocupada.

- Sorria... - Amélia disse isso segurando os ombros dela.

Ravena ao sorrir percebeu que a amiga estava repleta de razão.

🌹

Adam tinha mandado limpar o salão de festas, além de fazer arranjos diferentes de rosas, o local estava como quando sua mãe estava viva e tão perfeito quanto ele gostaria. Passando a mão no seu cabelo mais uma vez para certificar que estavam bem presos, suspirou contente.

Queria que ela tivesse ali com ele agora, conhecesse a Ravena, as duas iam se dar bem.

Ao se virar viu a garota no topo da escada. Prendeu o ar, ela estava muito bonita. Dando um sorriso meio tímido, ela começou a descer as escadas bem devagar.

- Oi - ela falou quando eles estavam frente a frente.

- Oi - ele fez um sinal para os músicos que começaram a tocar, passando a mão pela cintura dela começaram a valsar.

Ravena sentiu que a música era parte dela, sua alma que não continha e dançava. Era próximo a tocar, mas um pouco mais forte, ela tinha certeza que isso era por causa de Adam.

Cada vez que rodavam, pisavam, trocavam olhares, ficavam mais próximos. A cada nota nova, uma batida de coração era tocada pelos corações deles. Ainda parecia um sonho, quando os músicos pararam de tocar Adam a levou para a varanda.

Um vento quente vinha do lado de fora, o céu estava muito estrelado e um cigarra tocava ao longe.

- Parabéns! - Adam falou levando ela a um banco de pedra próximo aos vasos de rosas.

- Obrigada... - ela respondeu sem graça

- Seu presente. - ele disse confiante pegando uma caixa escondida debaixo do banco.

- Adam... - ela falou um pouco incomodada - Não precisava!

- É claro que precisava! - ele disse colocando a caixa no colo dela.

Ao abrir ela vi uma rosa colocada no centro da caixa forrada de cetim. A rosa era completamente dourada, levou um tempo para ela perceber que era de ouro.

- Adam! - ela ficou surpresa com o valor daquilo

- O que? - ele riu - Isso era da minha mãe...

Ravena olhou para a caixa e a pequena flor dourada no fundo, se virou de deu um beijo no rapaz ao seu lado.

- Muito obrigada... - ela sorriu, ele passou um braço ao redor dela e a puxou para mais perto.

Ficaram em silêncio por um longo tempo, até que Adam deu uma risada.

- O que foi? - Ravena se afastou para poder olhar nos olhos.

- Estava pensando no casamento de Tailin, você não precisava me ver tão bêbado.

- Foi engraçado... - ela riu em resposta.

- Aquele dia foi bem bonito... - ele falou olhando com ternura para ela, então uma ideia passou pelos olhos dele - O que você diria se fosse nos dois casando?

- Meio cedo para pensar nisso... - Ravena corou, rindo.

- De acordo. Mas o que você diria?

Ravena olhou para Adam, completamente vermelha, não tinha ideia do que falar, ele fez uma expressão desafiadora.

- Ah! Vamos! Não é tão difícil! - ele pegou uma fita vermelha que enfeitava o vaso, passou pelos dedos dos dois e deu um nó com o auxílio da boca.

- O que? - ela deu uma risada da mão amarrada.

- Vamos, entre na brincadeira!

- Já entrei! - Ravena levantou uma sobrancelha - Mas é o noivo que fala primeiro.

- Minha bela... - Adam começou a falar - Podia ficar anos tentando descrever em palavras o que eu sinto com você. Podia suportar a pobreza, a tristeza, doenças, qualquer coisa, contando que ainda me amasse. Sua vez...

- Adam, eu te amo. - Ravena a riu - E nada vai mudar isso.

- Curto, mas bonito. - ele disse puxando ela para um beijo.

Os dois deram um beijo suave, sorrindo e rindo. Quando terminaram, Adam tirou a fita do dedo de ambos e discretamente, colocou no bolso.

- Vamos dançar mais? - ela se virou até ele.

- Claro! - ele estendeu a mão e a levou para dentro do salão mais uma vez.

🌹

O baile particular terminou mais tarde que o esperado, quando cansados de dançar eles sentaram e ficaram rindo, conversando e beijando. Assim que o sono veio, Adam se ofereceu para levar Ravena até o quarto.

Andaram pelos corredores rindo e pedindo para um e outro falarem mais baixos. Até chegarem no quarto de Ravena, Adam já a carregava rindo, enquanto ela pedia para ser colocada no chão, tentando parecer brava, mas falhando.

- Pronto! - Adam falou a colocando no chão na frente do quarto - Peço para que a senhorita pague...

- Como eu iria pagar? - ela disse rindo.

- Assim. - ele puxou ela pelo cintura e beijou apaixonado.

Ravena riu, sentindo as pernas ficaram moles e seu coração disparar a medida que o cheiro de rosas a completava. Os lábios dela queimaram ao contado e procurou um apoio ao passar os braços ao redor do pescoço dele. Apertando a cintura dela, saiu trilhando beijos até o seu pescoço.

- Alguém... alguém pode nos... pegar assim.

- Que peguem! - ele sussurrou no ouvido dela antes de morder de leve.

Perdendo o equilíbrio, ela se encostou as costas na porta e ele se aproximou mais, tomando de volta seus lábios. Ravena não pode deixar de notar que ele estava bem mais intenso que antes.


- Eu... eu... tenho de... - ela disse tentando se afastar, não estava pronta para avançar mais - Eu tenho que dormir.

- Certo... - ele olhou com carinho para a mulher na sua frente, deu mais um beijo apaixonado e espaço para que ela entrasse.

A vontade que Adam tinha era de impedir ela entrasse naquele quarto sozinha, mas tinha de respeitar o tempo dela. Mesmo que aquilo o matasse.

Ravena fechou a porta, segurou o ar, e o soltou sentando com a porta encostada nas costas. Aquilo era tão insano, deu uma risada satisfeita. Olhando ao redor achou a caixa na mesa, tinha pedido para um dos criados deixa-la no quarto.

Se levantou e caminhou até ela, abrindo, viu a rosa e a pegou com todo o cuidado que possuía. Era pesada, ouro puro. A rosa dourada em seus dedos pareciam um típico presente de casamento dos nobres.

Sem saber Ravena e Adam estavam unidos. Tinham feito um casamento, mesmo que de brincadeira, eles tinham se tornado marido e mulher no momento que prometeram se amar com a fita vermelha nos dedos.

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