Capítulo 23
3692 palavras - Arco viagem
Por Edan
Mal posso acreditar como essa semana passou rápido. Sinceramente, não sei dizer se essa é uma coisa boa ou ruim. Em parte é muito bom poder ficar em casa, ir dormir bem de madrugada e poder ficar na cama até tarde sem me preocupar com o despertador, nada de provas ou trabalhos... Mas ao mesmo tempo, a primeira coisa que tenho programada para essas férias é a tal viagem da Anne que fui convidado por algum motivo desconhecido, e de longe isso está parecendo a pior coisa possível para mim.
Viagem que por detalhe, é amanhã.
Não sei o que pensar sobre essa tal viagem, e querendo ou não eu crio algumas expectativas de como vai ser, apesar que eu sequer sei porque estou assim, não tenho motivos para estar dessa maneira. Continuo sem me importar com nada disso, e também não me importo com nada nem ninguém que estará nessa viagem, mas... Porque não consigo apagar essa ansiedade?
- É amanhã!!! – Carol diz ao meu lado, completamente animada. Tanta animação de uma vez me arranca dos meus pensamentos – Uma viagem na primeira semana das férias, que maravilha!
- Você realmente está animada em ir nessa viagem? – Ergo uma sobrancelha e cerro o olhar.
- Claro que sim, porque a pergunta?
Penso um pouco, relembrando dos últimos tempos que convivi com Carol. Foram poucos meses, mas o bastante para conhece-la o suficiente. – Sei lá, você é alguém tão social, da cidade. Vive saindo, indo em festas, e nem sei quantas vezes você apareceu no meio da noite lá em casa depois de uma balada... Detalhe que você já apareceu em casa com algumas amigas suas que eu nunca vi.
Ela ri quase que na hora que termino de falar. – É só uma mudança de ares. Vai ser ótimo ter uma viagem assim, poderei descansar a cabeça, relaxar e respirar com calma...E eu fui convidada pelo Fabiano, meu melhor amigo de anos. Não poderia negar.
Permaneço em silêncio e olhando para a garota. É quase uma surpresa ela querer ir em uma viagem e ficar longe das várias festas que ela já me comentou.
- E mais uma coisa, eu não poderia perder a viagem em que você também vai, isso eu preciso ver. Tenho certeza que essa viagem será incrível... – Ela termina de falar, quase que cantando.
- Por que diz isso? – Questiono.
Ela para de andar, me fazendo parar também. Carol começa a balbuciar algo de um jeito que somente ela consegue ouvir, e logo seu tom fica audível de novo. – É só uma impressão de que essa viagem será melhor do que estou acostumada a ver...
Eu a encaro, arqueando as sobrancelhas. – Essa resposta não me convenceu.
- Tá, então vou explicar melhor meu querido. – Ela diz, pegando minha mão e começando a contar nos meus dedos – Primeiro que você está saindo de casa, segundo que é uma viagem com meus amigos da escola, terceiro é que meu amigo de anos Fabiano ferve de ciúmes só de imaginar você falando com a namorada dele... E tem algo que fiquei sabendo que pode tornar tudo isso ainda bem mais interessante, e quarto que essa viagem tem tudo para ser divertida.
- Você ta querendo ver o circo pegando fogo né? – Pergunto, balançando a cabeça negativamente. Percebi que enquanto falava, Carol pareceu até ter mudado um pouco o tom da sua voz para algo mais maldoso. Deve ter sido só impressão minha.
A garota faz um bico, cruzando os braços e virando o rosto, me olhando de canto – Não exatamente, falando assim eu fico parecendo uma má pessoa. O que eu quero dizer é que são coisas que tornam essa uma viagem muito boa. Por mais que eu seja uma pessoa caótica, que gosta de ver tudo acontecendo, eu espero que não tenha nenhum problema nessa viagem, para ninguém.
Dou um largo suspiro. Algo nela me faz dar crédito a suas palavras, então respondo me rendendo. – Ta bem, acredito em você.
Carol muda seu olhar por um segundo, se tornando um pouco mais séria – Quero te perguntar uma coisa, é aleatório, mas também algo que me veio em mente agora.
Admito que isso atraiu minha curiosidade – A vontade, pode perguntar.
- O que você acha sobre fidelidade? – Ela questiona, me pegando de surpresa.
- O que? – Ta, isso foi muito inesperado. Não entendi a pergunta da Carol, e isso foi muito do nada. Onde será ela quer chegar com isso?
- É isso que ouviu. Quero que você me diga o que acha sobre fidelidade. – Ela insiste.
- Bem... Eu... – Acabo parando um segundo para poder pensar em uma resposta. – Acho que é algo necessário. Eu acho que é isso.
Ela cruza os braços, cerrando seu olhar para mim. – Sim, concordo. Agora me fale, em qual situação você acha que fidelidade é necessária?
- Não sei... Em um relacionamento talvez? – Eu realmente não estou entendendo – Sei lá, entre empresa e cliente? Entre pessoas?
- Quero dizer entre pessoas em um relacionamento... Podemos dizer, em um namoro, vamos nos focar nisso por enquanto. Você acha necessário fidelidade? – Eu olho para Carol, e acabo cruzando os braços enquanto pendo a cabeça um pouco para o lado. Demoro alguns segundos, passando os olhos pelo chão e depois para ela, e acabo balançando a cabeça concordando com ela. – Então eu darei um exemplo, o que você diria se soubesse que um amigo seu acabou traindo a namorada?
- Espera, o que? – Estranho essa pergunta na hora. Começo a imaginar se ela está querendo me dizer que o Leandro traiu a Iris ou algo assim. – Onde você quer chegar?
Ela me da um sorriso e um olhar malicioso. – Só me responde meu querido.
- Então ta... Quem traiu é errado, só isso. – Respondo dando de ombros.
- E agora vem a melhor pergunta... – Pelo olhar de Carol, ela parece estar se divertindo – Você acha que quem foi traído pode retribuir na mesma moeda?
Essa é uma pergunta muito boa, nunca pensei nisso antes. – Acho que é desnecessário, mas se a pessoa que foi traída quiser devolver a traição ao invés de terminar, é escolha dela.
Ela da um largo sorriso, e então diz se virando – Perfeito, podemos ir agora.
- Que? Ah não, espera um pouco. – Eu apresso o passo e paro na frente de Carol, cruzando os braços. – Você tem algumas explicações para dar, não acha?
Me respondendo com um sorriso, ela então começa – Não pense que isso tem alguma coisa haver com nós dois... As vezes ficamos e tudo mais, mas se me lembro bem, não preciso ser fiel a ninguém, nem mesmo a você, afinal não namoramos... Podemos ficar com quem quisermos.
Eu cerro o olhar antes de falar qualquer coisa. – Mas eu nem pensei nisso.
Carol me observa de cima a baixo – Não pensou? – Eu nego com a cabeça, arqueando as sobrancelhas – Então, o que você quer saber Edan?
- Só quero saber onde você quer chegar.
Carol então segura minha mão, seu olhar muda da maldade de antes para algo mais calmo. Ela me da um sorriso e diz – Sabe, esse é mais um motivo para você ir nessa viagem... Eu te contarei melhor quando chegar a hora, e você vai entender tudo. Eu te garanto.
Balanço a cabeça de leve, mantendo meu olhar nela. Essa garota as vezes consegue me surpreender, não é só uma maluca igual pensei na primeira vez que a vi. Tem alguma coisa que me faz acreditar nela. – Promete?
Ela aproxima de mim e me da um suave beijo, segurando minhas mãos – Sim, eu prometo. Tem minha palavra. – Antes que eu pensasse em falar mais algo, Carol me puxa pelo braço – Vamos logo, temos que fazer suas malas.
- Você não deveria se preocupar em fazer as suas? – Pergunto, revirando os olhos.
- Já estão prontas desde ontem a noite. – Ela responde rápido enquanto fica rindo. – E eu duvido que você tenha começado.
Realmente Carol estava certa. Eu sequer tinha começado, acho que foi uma forma que achei para renegar essa viagem. Fazer o que né, terei mesmo que ir nisso.
Durante toda essa semana fiquei cogitando várias saídas diferentes pra tentar escapar dessa viagem, mas em todas elas a Raquel aparece do nada e me convence de algum jeito maluco que só ela consegue. Pensando agora, ela conseguiu me convencer de ir sem nem precisar ter feito nada, só minha vontade de querer evitar ela já foi o bastante. Agora é tarde demais para fazer qualquer coisa, é ir mesmo nessa coisa.
*****
Estou a noite toda em claro, sem o menor pingo de sono. Me questiono se tudo isso é ansiedade por causa da tal viagem.
Estico o braço em direção a estante ao lado da cama, agarrando meu celular para ver as horas. Já passaram das duas da manhã. Saco, tudo isso está me deixando agoniado. Porém, toda vez que fecho os olhos uma silhueta de uma pessoa sombria surge em minha mente, junto ao que parecem ser grandes asas negras.
Olho para Carol deitada ao meu lado, bem no canto da parede. Ver ela me faz lembrar de ontem, ela chegou em casa comigo, fez questão de me ajudar a fazer as malas do começo ao fim. Não era nem final da tarde e eu já tinha tudo pronto, foi quando ela saiu daqui e foi reaparecer quase as nove da noite com a mala dela. A justificativa que ela me deu para ter voltado aqui foi ter certeza que eu iria mesmo viajar com todos, então acabou que ela dormiu comigo. Só não tenho certeza pela quantidade de casacos que ela me fez colocar, e agora que pensei melhor, ainda nem tenho muita ideia para onde vamos. Aliás, eu nem me preocupei de perguntar isso para alguém. Esse meu costume de esquecer de me informar das coisas vai acabar me matando alguma hora.
Percebo Carol tateando a mão suavemente em minha direção, se aproximando e me abraçando assim que sua mão encosta em mim. Fico olhando para ela, vendo ela dormir tão calmamente. Seu rosto tem uma serenidade que eu sei ser impossível para mim alcançar. Já perdi a conta de quantas vezes pensei no porquê essa garota resolveu ficar por perto, mas em nenhuma das vezes eu cheguei a descobrir o motivo.
Mas ela pelo menos foi uma boa companhia na maioria das vezes, e sendo sincero comigo mesmo, teria sido muito pior sem a companhia de Carol, e eu a agradeço por isso. Acabo por ajeitar a coberta sobre seu corpo e acabo retribuindo o abraço que ela me deu, fecho os olhos e tento dormir outra vez.
*****
Não sei bem que horas são, mas pelo jeito que escuto Carol andando de um lado para o outro, deve ser bem tarde. Penso comigo mesmo, buscando algum motivo, ou o mínimo de motivação que seja para sair da cama. Bufando me empurro para ficar sentado na beirada da cama, me espreguiçando como posso para espantar o sono.
É... Chegou o dia da viagem... Finalmente chegou o dia. Não sei o que dizer a mim mesmo, nem mesmo sei como reagir. Tenho um frio na barriga só de imaginar ir nessa viagem. O que será que meus pais me diriam? Concordariam que eu fosse, ou iriam me proibir de ir? Só de pensar nisso sinto um estranho aperto no peito, mas ignoro, isso não importa.
Vou ao banheiro, levando algumas roupas comigo. Faço questão de tomar um banho quente e demorado, torcendo para que qualquer pensamento não apareça, ou simplesmente seja levado pela água batendo no meu rosto. Tudo que quero evitar são pensamentos desagradáveis, dos mesmos que surgem toda vez que fecho meus olhos.
Ao sair, encontro com Carol no quarto alisando seu cabelo de frente ao espelho. Vejo que ela já está quase inteira arrumada, usando uma calça jeans clara e uma camisa de manga longa, mas ainda descalça. Ela me olha pelo espelho, me lançando um sorriso.
- Bom dia. – Ela me diz, sem se virar. – Dormiu bem?
- Bom dia... Bem, dormi um pouco melhor do que esperava... E você? – respondo com certa sinceridade. Apesar de praticamente todas as noites serem um pesadelo para mim, eu consegui descansar melhor essa noite. Observo Carol por alguns segundos, a analisando de cima a baixo, e com isso continuo – Já está arrumada?
- Depois de uma certa hora eu acabei dormindo bem melhor... Quase, só falta terminar de alisar o cabelo. – Ela vira em minha direção, e continua – Você bem que poderia alisar o seu também, ainda temos algum tempo antes de sairmos.
- Eu dispenso a proposta. – Digo.
- Você é quem sabe, com um cabelo do tamanho do seu, com certeza ficaria ótimo... Se bem que ele é liso naturalmente, não precisaria... – Eu a vejo se voltando ao espelho – E além disso, seu tio passou aqui a uns minutos, ele falou que ficaria com uma cópia da chave para cuidar do Mítico. Ele queria falar com você, mas quando disse que estava dormindo, ele só pediu para que você se cuidasse na viagem.
Concordo balançando a cabeça. Essa garota cuidou bem das coisas, nem sei como agradece-la. Arrumo a cama enquanto sinto que Carol está me observando, e assim que termino, me sento. Olho de um lado ao outro, dando falta de algo. – Onde estão as malas?
- Já deixei na sala. Tomei a liberdade de separar blusas para nós, está bem frio hoje, e para onde vamos é mais frio ainda. – Ela me diz, quase cantarolando.
Eu permaneço em silêncio, gradualmente olhando para Carol ou algo aleatório no quarto, tentando passar o tempo. Antes que eu percebesse, Carol começa a guardar suas coisas e deixando de canto na estante, ela calça um tênis e se olha uma última vez no espelho.
Me levanto e vou para a sala, olhando de canto o vaso onde as duas rosas estavam. Eu não sabia que rosas podiam resistir tanto tempo, estão vivas a meses. A rosa branca não está tão bonita como de costume, mas continua grande e bem chamativa. A rosa preta também está no seu normal, murcha e caída. Vou na cozinha, improvisando um umidificador usando uma garrafinha cheia de água e deixo no vaso, para pelo menos se manterem vivas nesse tempo longe.
Carol passa por mim, colocando o carregador do seu celular na mala, e vejo que o meu foi junto. Pego a chave de casa, minha mala e a de Carol, visto uma blusa de moletom de zíper e visto o capuz, enquanto Carol coloca uma jaqueta mais pesada, e assim saímos.
Bem, chegou a hora de ir.
*****
Sinceramente, eu gostaria de poder mudar de ideia. Soltar as malas e sair correndo de volta, ficar trancado dentro de casa e não sair. Querendo ou não, essa viagem me deixou muito ansioso, e de alguma forma assustado e sem reação. A cada passo que dou, minha cabeça da voltas e mais voltas, tanto que sequer escuto o que Carol diz em alguns momentos.
Vamos lá, eu tenho que fazer um esforço, pelo menos dessa vez, um mínimo esforço que seja. Tanta coisa está passando na minha cabeça, tentar aguentar toda essa ansiedade, essa sensação de ter pterodátilos voando no meu estômago, a sensação estranha no peito, tentar me interessar, ser positivo, me divertir... Não deve ser tão difícil... Isso não deve ser tão difícil.
Faltam duas quadras para chegarmos no ponto de encontro. Na casa de Anne. Caminhamos pela rua. Uma quadra apenas, a próxima esquina e já chegamos.
Me concentro nos nossos passos, até mesmo no som das nossas malas correndo pelo chão. Tento pensar no que Carol está dizendo, mas só agora que percebo que em nenhum momento ela estava falando comigo, e sim cantando as músicas que tocam em seu fone de ouvido. Puxo pela memória, e todas as vezes que Carol está de fones, ela puxa minha camisa antes de falar algo, e se isso aconteceu...
Bem, eu estava ignorando a Carol, e sem ela sequer falar qualquer coisa.
Seguimos o passo, e antes de entrar na rua, Carol para de andar de repente e me segura pelo braço. Me viro em sua direção, ela está me olhando como se enxergasse meus pensamentos.
- Só relaxe, essa viagem será boa para todos, principalmente para você. – Ela diz, descendo a mão pelo meu braço até segurar minha mão com firmeza. Posso sentir muito bem como sua mão é suave, apesar do frio a mão de Carol é quente de um jeito que consegue me passar um pouco de conforto, não esperava sentir isso vindo de Carol.
- Como pode ter certeza? – Questiono.
- Eu não sei... – Ela responde, me dando um pequeno sorriso. Carol balança a cabeça negativamente, dando um rápido suspiro. Ela mantém o silêncio por um tempo – Eu não tenho ideia, só sei que vai ser. Confie em mim.
Balanço a cabeça negativamente. – Está sendo bem difícil acreditar nisso.
- Eu imagino como deve estar sendo... – Ela da um leve aperto na minha mão. Dando uma risada contida, ela aproxima aos poucos de mim – Esse é um dos momentos da vida que você deve ir, sem pensar muito.
- Tipo quando voltamos lá nos fundos da escola? – Pergunto.
Carol continua rindo, concordando comigo – E tipo o desafio de comer pimentas que vimos na internet e acabamos fazendo lá em casa.
Concordo com a cabeça – Só lembrando que isso das pimentas não foi uma ideia minha.
Ela me olha, dando um sorriso – Foi uma ideia dos dois. Nem tenta jogar a culpa em mim.
Reviro os olhos – Ta, eu tenho que admitir que foi.
- E foi mesmo. – Carol confirma com a cabeça – Mas você entendeu onde quero chegar?
- Entendi... Então só devemos ir, sem pensar muito?
- Isso, senão nós acabamos pensando demais e não faremos nada. Você pegou a ideia – Carol pisca para mim. Ela agarra a manga da minha camisa, aproximando de mim e me dando um beijo, lento e ao mesmo tempo intenso – E por mais que talvez você não goste, se precisar de companhia, eu estarei lá para você quando precisar.
Eu não sei como, mas quero, e vou tentar confiar na Carol. Voltamos a andar e passamos então pela esquina, vendo uma van cinza escura enorme parada bem em frente a casa de Anne. Olho em volta da van buscando por qualquer um conhecido, mas não tem ninguém por ali. Carol por sua vez está digitando algo no seu celular, e antes de chegarmos no portão, alguém sai, com duas malas nas mãos. Reconheço de imediato pela alta estatura e cabelo loiro, Fabiano.
- Olha só quem chegou. – Ele diz olhando para Carol, claramente ignorando a minha presença. Bem, estou acostumado com esse tipo de tratamento. Por algum motivo, Carol acaba apertando um pouco minha mão quando Fabiano se aproximou de nós – Demorou em, achei que você seria a primeira a chegar aqui. Me surpreendeu menina.
- Demoramos, mas nós viemos. – Ela diz enquanto olha na minha direção. – Só precisamos resolver algumas coisas antes de vir pra cá.
- A surpresa foi ele ter vindo. – Fabiano diz, olhando na minha direção. Percebo como seu tom de voz foi meio áspero, por mais que tenha sido disfarçado. Ele passou a mão pelo rosto devagar, parecendo tentar pensar em algo. Acabo percebendo uma larga aliança prateada e bem brilhante no dedo dele. Pelo jeito, ele e Anne estão em um relacionamento ainda mais firme do que antes. Ele então fala dando um pesado suspiro – Mas ainda bem que chegaram.
- Falta chegar mais alguém? – Carol questiona.
- Não, vocês são os últimos. Estávamos apenas esperando que chegassem. Avisei a todos assim que você mandou a mensagem Carol. – Ele se vira e estende a mão em direção a porta – Ta todo mundo lá dentro pegando as coisas para pegarmos a estrada.
Dito isso, posso ver cada um saindo da casa, Raquel e Ricardo, os pais de Anne, Leandro e Iris, Tamires e Paulo, e por fim Anne. Todos saem com suas malas, algumas gigantes e outras pequenas. O nervosismo volta a surgir tanto na minha cabeça quanto no meu peito, mas tanto ignorar como posso. Todos aqui nos cumprimentam animados, riem e perguntam o que esperamos sobre a viagem, e enquanto falam um pouco sobre a viagem, guardamos as malas no bagageiro da van, o que da pra resumir apenas como a última fileira de bancos. O pai de Anne abre então a porta lateral para entrarmos, corro para um banco ao lado de uma janela, sentindo o conforto assim que me sento, prendo o cinto e olho para fora, apoiando o rosto na mão. Carol se senta ao meu lado, a próximos de nós estão Tamires e Paulo.
Escuto então a porta lateral se fechando, e segundos depois os pais de Anne entram nos bancos da frente. A van então é ligada. Está na hora, agora não tem mais como voltar atrás.
Considerações Finais:
Ficamos por aqui nesse capítulo, ele foi bem pequeno para os padrões de Rosas Gêmeas.... Alias, tenho uma pequena novidade. Para quem é apressado, ou no minimo extremamente ansioso na leitura essa é uma noticia agradável: Os capítulos 23 até o 28 serão publicados todos juntos. Então sim, são 6 capítulos postados de uma só vez, todos fazendo parte do 'Arco da viagem'.
Esse foi outro capítulo bem pequeno, sem tantos acontecimentos... Ta, teve coisas que podem levantar perguntas que logo serão respondidas. Além disso, aqui marca o inicio de uma série de eventos potencialmente divertidos na história.
Espero que sigam a leitura, que estejam gostando de cada novo capítulo... E bem, até o próximo capítulo.
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