O Soldadinho Romano de Playmobil e o Conto de Natal atrasado
Depois de escrever e publicar o meu livro "Abaruna" e outros contos derivados desse mesmo universo, sempre alimentei o desejo de escrever um conto de Natal. A princípio, pensei numa coletânea inspirada no pequeno mundo de "Abaruna", depois uma adaptação do Conto de Natal de Charles Dickens com os Reis Magos no lugar dos fantasmas dos Natais do passado, do presente e do futuro, e assim por diante. No entanto, o conto só me veio semanas depois de um Natal já vivido, 14 de janeiro de 2025 e de forma inesperada enquanto aguardava para assistir aulas online da UFPA onde estudo Pedagogia.
De forma inesperada, porém inspirada num elemento que jamais imaginava... Um soldadinho romano de Playmobil!
Tirando brinquedos antigos que guardo até hoje, nunca me interessei em colecionar a mais do que já possuía até descobrir que existiam presépios de Playmobil e outros brinquedos dessa mesma marca, os quais escolhi para compor o cenário que estava prestes a montar. No meio do percurso, fui vitima de um golpe financeiro, mas logo consegui o bendito presépio de brinquedo como um "autopresente de Natal". Passado mais um tempo, resolvi adquirir novos brinquedos e acessórios para a mini-coleção e me encantei à primeira vista por um soldado romano que diferente dos outros transparecia um pouco mais de simpatia e doçura, o único revestido de azul e por consequência, serviu-me de inspiração para criar o soldado Estêvão que de tanto sonhar com o Menino Jesus deu a vida por ele embora desconhecesse Escrituras e profecias que pertenciam aos judeus.
E em meio à inspiração, optei por uma licença poetica e concedi ao soldado protagonista o nome de Estêvão, fazendo memória e referência a outro Estêvão, conhecido por muitos como o primeiro mártir. Se existisse de verdade, embora desconhecido, o Estêvão deste conto de Natal se juntaria aos que são conhecidos no catolicismo como os Santos Inocentes, meninos abaixo de dois anos que sucumbiram a lanças e espadas ordenadas por Herodes que estremecia só de imaginar um Menino, escrito com "M" maiusculo ocupar o trono que até então lhe pertencia.
De forma resumida, este conto de Natal atrasado é sobre um jovem que desde criança sonhava com anjos e estrelas que apontavam para o Menino que deveria conhecer, ainda que vivesse sob os ritos e costumes de seu tempo. Desconhecendo Escrituras e elevado a condição de soldado de Herodes, basta ouvir dos Magos palavras-chave como "Estrela" e "Belém da Judeia" para abandonar o seu posto e sair à procura do Menino enquanto os conhecedores das profecias que anunciavam sua chegada se perturbaram e sequer se colocaram à caminho da gruta.
Aos que são acostumados com finais de contos de Natal como o final do Sr. Scrooge, talvez o desfecho de Estêvão tenha soado agridoce como o Pequeno Príncipe e da Pequena Vendedora de Fósforos (Um dos contos mais agridoces de Hans Christian Andersen), mas de certo modo, a história de Estêvão terminou com um "felizes para sempre" porque este cumpriu com a profecia involuntária da mãe de se tornar como uma rosa sem espinhos e floresceu para sempre!
Agradeço à MicheleMic por ter lido este conto de Natal atrasado e também me receber de volta no Wattpad! 🥰
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