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˖࣪ ❛ CAPÍTULO CENTO E TRINTA E UM
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SE MIYEON TINHA algum mau hábito, um dos piores era o constante esquecimento de ligar um alarme para acordá-la na manhã seguinte. Embora a maneira como ela acordou não combinasse exatamente com suas circunstâncias normais.
Sua visão estava meio filtrada por material escuro quando seus olhos se abriram, levantando a cabeça e levantando a mão, esfregando os olhos para tirar o sono. Ela ainda estava no sofá, as cortinas da janela ainda bem abertas e embora a tela da TV não mostrasse nenhuma imagem, a luz laranja abaixo dela indicava que ainda estava ligada.
Um cobertor de tricô estava colocado sobre suas pernas, e uma das almofadas decorativas estava amassada de maneira disforme sob seus braços. Mas acima de tudo, seu foco estava naquilo em que ela estava se apoiando.
O que não era necessariamente uma coisa, mas uma pessoa.
Seojun pareceu acordar quando os olhos dela se fixaram nele, gemendo e esticando o braço para fora do que devia ser uma posição desconfortável. Miyeon pulou quando sentiu algo em seu ombro, apenas para olhar para baixo e ver a mão dele apoiada ali, puxando a garota ao lado dele para mais perto sem pensar duas vezes.
— Acho que adormecemos então. — ele murmurou apoiando o queixo no topo da cabeça dela, os dois ainda no meio do caminho entre voltar a dormir e acordar adequadamente.
— Bem, isso é bastante óbvio. — Miyeon respondeu, virando-se para olhar para ele. — Você não está desconfortável? Minhas pernas estão me matando por tê-las assim. — ela não tinha ideia de como havia permanecido tão calma ao se encontrar naquela situação, mas lá estava ela.
— Sim, estou com muita dor. — Seojun assentiu, sibilando quando Miyeon bateu em seu joelho. — Para que foi isso?
— Se você estiver com dor, levante-se então. — ela respondeu. — Por que você ficaria deitado aí se está com dor?
Os dois lutaram para se levantar, a garota Hwang não percebeu seu comentário sobre como havia permanecido ali porque acreditava que ela estava confortável. Logo, depois de esticar os membros doloridos e Miyeon começar a limpar a louça suja que haviam deixado na mesa de centro, eles descobriram o que fariam durante o dia.
Foi uma espécie de ideia espontânea passar o dia juntos; nenhum dos dois tinha planos e já estavam juntos, então realmente fazia sentido. Eles primeiro iriam até a casa dos Han para que Seojuun pudesse se trocar, e considerando que era tarde demais para eles tomarem café da manhã, então eles iriam almoçar. E então iam fazer compras um pouco, ver o que a tarde lhes trazia.
— Então agora que você sabe que tenho sentimentos por você, você acha que terei uma opinião sobre o que você veste? Você fica bem em qualquer coisa. — Seojun perguntou, sentando na ponta da cama enquanto a observava vasculhar o armário.
— Não, só estou aproveitando o fato de você estar aqui. E isso também. — Miyeon encolheu os ombros. — Rosa ou creme. — ela se virou e ergueu dois cabides, ambos contendo conjuntos de saia e jaqueta curta combinando.
— Você não tem nada em preto? — Seojun ergueu as sobrancelhas. — Você sempre usa cores mais claras.
— Eu pensei que você disse que eu fico bem em qualquer coisa.
— Você fica.
— Então não vejo problema. — Miyeon respondeu, virando-se para olhar um pouco mais. — Se você acha que fico bem em tudo, então você me ajudará a decidir.
— Deixe-me escolher. — Seojun ofereceu, a garota congelando antes de olhar por cima do ombro para encará-lo. — Deixe-me escolher o que você vai vestir. Se quisermos ser vistos juntos, você terá que se encaixar na minha imagem.
— Não seja um idiota. — Miyeon revirou os olhos enquanto se sentava ao lado dele. — Vá em frente então, mas não estou usando nada que possa congelar até a morte. — ela observou enquanto ele desaparecia no armário, ouvindo o som de cabides movendo-se ao longo da grade de metal.
— Se estiver frio... Você pode simplesmente usar aquela minha jaqueta de couro. — Seojun chamou, a bochecha de Miyeon queimando em rosa. — Você tem muitas roupas - sabe?
— Você presumiria que sim, considerando o que há naquelas portas. — a garota respondeu, pegando o telefone e esperando que ele escolhesse alguma coisa. Eventualmente ele o fez, reaparecendo na porta segurando uma pilha de roupas escuras. — Eu nem percebi que possuo metade disso. — ela comentou, Seojun segurando a pilha.
— Bem, eu encontrei. Agora vá se trocar. — ele disse, pensando em tomar o lugar dela na cama, mas em vez disso indo até a penteadeira, sentando-se e usando o espelho para pentear o cabelo enquanto olhava para a complicada mistura de produtos de maquiagem espalhados pela superfície reflexiva.
A garota desapareceu no banheiro, vestindo o que ele havia escolhido. Não era nada muito diferente do que ela costumava usar, mas consistia em tons bem mais escuros. Em vez dos jeans enormes de sempre, ele conseguiu encontrar uma calça preta estilo combate com botas de couro combinando com o salto mínimo. Seu torso estava coberto por uma camisa preta enfiada no cinto, bem como uma camisa xadrez preta e branca aberta na cintura.
— Você me transformou em uma versão feminina de você. — Miyeon abriu a porta e ficou ao lado dele. — E se eu usar aquela jaqueta de couro, será como uma cópia carbono.
A garganta de Seojun ficou ligeiramente seca enquanto ele olhava para ela, levantando-se de repente da cadeira. — Você parece bem. Eu sabia que fiz as escolhas certas, você não deveria ter duvidado de mim. — ele riu quando ela empurrou seu cotovelo para trás, virando-se para olhar as joias expostas em um suporte. — Fique parada, últimos retoques.
Ele colocou vários colares sobre a camisa, certificando-se de que estivessem enfiados sob a gola da camisa xadrez, tirando um anel do dedo mindinho e deslizando-o para o indicador dela, além de escolher alguns brincos, estendendo-os para ela colocar.
Seojun ficou quieto enquanto a observava fazer a maquiagem e escovar o cabelo, olhando ocasionalmente para as pulseiras circulando em seu pulso, uma que combinava com a dele e a segunda que havia sido dada a ela por Seyeon.
Se ele ficou sem palavras ao vê-la pela primeira vez com aquela roupa, a aparência completa praticamente o surpreendeu. Nenhuma palavra lhe veio à mente quando ele finalmente viu tudo junto, simplesmente olhando para a garota. — Você deveria usar coisas assim com mais frequência. — ele finalmente engasgou, a garota Hwang sorrindo levemente enquanto girava o pingente de um dos colares em seu dedo.
— Eu deveria mesmo? — Miyeon balançou a cabeça levemente com a reação dele, pegando a bolsa preta e enfiando algumas coisas nela. — Vamos, eu só preciso tomar algumas vitaminas e então você pode ir se trocar.
— Vitaminas? — Seojun repetiu, claramente confuso enquanto a seguia escada abaixo. — Desde quando você toma vitaminas?
— Desde que me mudei... Eunjoo expressou ao meu pai sua preocupação de que eu não pudesse comer refeições adequadas agora que moro sozinha, que adicionou uma cláusula de saúde ao contrato. — Miyeon balançou a cabeça enquanto se servia de um copo de água e pegava algumas pequenas garrafas plásticas. — Meu pai também trabalha muitas horas, então agora nós dois temos uma nutricionista que nos prescreve vitaminas e coisas assim.
— Você é tão rica. — Seojun balançou a cabeça, claramente nunca tendo ouvido falar de tal coisa. — Eu poderia te dizer quais vitaminas você precisa tomar, você não precisa pagar ninguém.
— Vá em frente então.
— Lembro que você teve deficiência de vitamina C no ensino médio. Você só bebeu suco de abacaxi durante semanas. — o menino Han respondeu, observando enquanto ela engolia os comprimidos um por um, pegando o casaco de couro e entregando-o a ela assim que terminasse.
— E agora quase não chego perto de nada com isso. — Miyeon disse, puxando o casaco sobre os ombros e ficando parada enquanto deixava Seojun separar o resto das camadas. — É melhor assim e ajuda depois dos meus problemas alimentares.
— O que é bom. Você precisa comer bem. — Seojun segurou a porta aberta para ela e esperou enquanto ela a trancava, os dois caminhando lado a lado em direção ao elevador, os braços tão próximos que estavam roçando um no outro.
— Então você continua me contando. — Miyeon sorriu para ele. — Obrigada pela sua ajuda com isso... E com todo o resto.
— Eu não poderia viver comigo mesmo se não o fizesse. — foi um pouco dramático, mas foi outra coisa que veio à tona no meio de Seojun percebendo seus sentimentos - ele faria quase qualquer coisa por ela, e às vezes ficava preocupado com o estado dela.
Parecia-lhe que, nesse ritmo, ele nem precisaria confessar a Jugyeong para superá-la. Miyeon estava ajudando-o a fazer isso sozinha, sem necessidade de ajuda.
Mas ele consideraria tudo igual, tentaria ajudar a acelerar o processo para que ficasse mais fácil para os dois.
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