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˖࣪ ❛ CAPÍTULO CENTO E VINTE E TRÊS
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FORAM ALGUNS DIAS estranhos e, com toda a honestidade, Miyeon estava exausta. As últimas vinte e quatro horas foram muito ocupadas, com ela, Seojun e Chorong fazendo o máximo que podiam para tentar encontrar o webmaster.
E agora eles a encontraram, Seojun a ameaçou e o posto foi retirado. A provação ainda não havia acabado, mas estava começando a chegar ao fim, e tudo o que restou foi Jugyeong - e descobrir o que fazer com Soojin.
Um cobertor estava enrolado sobre o joelho de Miyeon enquanto ela se sentava ao lado do teclado no pequeno quarto de hóspedes de seu apartamento. Era raro ela entrar lá, mas depois de tudo, algo parecia diferente, era confortável estar ali. Mas ela ainda não estava tocando, apenas olhando para o padrão de teclas pretas e brancas.
Desde tenra idade, antes de sua mãe se transformar no monstro resultante de muitos casos e do desejo de simplesmente ser rica e não ter o marido que veio junto, Kwon Yujin pressionou Miyeon a fazer coisas que ela gostava.
E desde a primeira vez que Miyeon viu sua mãe e seu pai perto do piano de cauda que agora estava empoeirado e desafinado, ela sabia que gostava de música. As aulas de balé aconteciam durante seus fins de semana, aulas de violino e violoncelo eram algo que ela tinha sessões semanais e aprendeu até ser praticamente um prodígio. Mas aulas de piano eram coisa dos pais dela.
Horas e horas teve uma versão mais jovem de si mesma sentada ao piano, sua mãe inclinada sobre seu ombro, Eunjoo observando com carinho enquanto ela preparava o jantar e seu pai chegando em casa do trabalho com um sorriso no rosto enquanto Miyeon tocava uma peça particularmente difícil.
Mas então tudo azedou. Hwang Sangwon trabalhava até tarde, Yujin desaparecia por semanas com seus 'amigos' e todo o tempo de Miyeon era ocupado como trainee e na escola. As aulas de piano tornaram-se obrigatórias quando sua mãe estava em casa. Ela havia perdido o elemento no amor, não permitia erros e quase quebrou todos os ossos dos dedos direitos da filha ao deixar cair a capa sobre eles.
Desde a abundância de ossos quebrados, dedos fraturados e o uso forçado da mão esquerda enquanto a direita estava envolta em bandagens, Miyeon não tocava piano. Ao escrever uma melodia para acompanhar suas letras, foi Seojun, Seyeon ou Suho quem tocou para ela.
E agora que ela estava fora daquela casa, longe das memórias contaminadas de tocar piano e de sua mãe se transformar em um monstro, Miyeon queria começar de novo. Miyeon estava em um nível incrível para sua idade quando tocava, e se continuasse tocando talvez não tivesse acabado vivendo a mesma vida. Então, talvez, apenas talvez, ser capaz de escrever uma música completa a fizesse se sentir melhor.
Foi apenas uma música. Uma música e ela sairia daquela jaula em que se forçou. Ela conseguiu começar a escrever músicas novamente, e agora seu próximo objetivo era tocar piano mais uma vez.
Mas estava sendo mais difícil do que Miyeon esperava. Sua mão ficou pairando sobre o dó central por um longo tempo, incapaz de pressionar a tecla. E quando ela estava se aproximando, a menos de um centímetro entre ela e o instrumento, houve uma batida na porta.
A garota deu um suspiro do que poderia ter sido de alívio enquanto se levantava do banco, fechando o piano, desligando o interruptor de luz e trancando a porta do quarto de hóspedes atrás dela. Ela tentaria novamente outro dia.
Abrindo a porta da frente, Miyeon congelou, os olhos arregalados ao ver Jugyeong, os olhos cheios de lágrimas. — Oi... — a garota Hwang ficou chocada para dizer o mínimo, hesitando sobre quais palavras ela queria dizer. — Espere aí - vou pegar meu casaco e as chaves e vamos dar um passeio, certo?
Jugyeong não disse nada, apenas assentiu, enxugando as lágrimas do rosto nu e observando Miyeon puxar a jaqueta de couro que não lhe pertencia sobre os ombros, pegando o telefone, as chaves e a carteira e enfiando-os no bolso.
Depois de trancar a porta e descer para a rua, as duas caminharam lado a lado em silêncio, o braço de Jugyeong ligado ao de sua melhor amiga. — O que aconteceu, Ju? — Miyeon sabia que era algo diferente da situação na escola, sobre a qual ela decidiu não falar, caso isso a incomodasse ainda mais.
— Soojin - eu... Ela... — a emoção nos olhos de Miyeon escureceu ligeiramente quando Jugyeong começou, fungando as lágrimas. — Eu perguntei a ela se era ela e... Ela disse... — suas palavras foram interrompidas por uma fungada áspera. — Ela não poderia me dizer o que eu queria ouvir.
— Você quer dizer...? — os cílios de Miyeon tremularam enquanto ela decifrava as frases interrompidas da garota Im, juntando as peças o mais rápido que podia.
— Foi ela quem carregou as fotos. — as palavras de Jugyeong estavam cheias de tristeza, novas lágrimas caindo de seus lábios.
— Oh Ju... — Miyeon parou de andar e puxou sua amiga para um abraço, a cabeça de Jugyeong apoiada no ombro de Miyeon, tremendo enquanto ela chorava. Sua mão estava acariciando os cabelos macios da garota, puxando-a para um banco e sentando-se, deixando-a expressar suas emoções.
— Você sabia, não é? — não foi perguntado com malícia, mas sim com curiosidade de Jugyeong.
Miyeon assentiu lentamente. — Não acredito que ela admitiu abertamente. Eu e Seojun... Já estamos desconfiados há um tempo. Então ontem descobrimos que o vídeo estava sendo postado, fomos ao Yongpa High e confrontamos Semi, que não tinha postado. Então voltamos e perguntamos a Soojin. Ela explicou. Também conseguimos encontrar o webmaster e excluir o vídeo. Eu sei que não vai mudar o fato de todos terem visto, mas... — a garota Hwang encolheu os ombros, oferecendo a Jugyeong um lenço de papel da mochila em seu bolso.
— Obrigada... É verdade. — Jugyeong suspirou, enxugando os olhos e farejando mais uma vez, engolindo em seco para limpar a garganta. — Me desculpe por não ter retornado suas ligações, só precisava de um tempo.
— Está tudo bem, não se atreva a se preocupar com isso. Estou feliz que você não pensou que era eu. — Miyeon passou a mão pelos cabelos e sorriu. — Eu estava preocupada que você fizesse isso.
— Soojin tinha um motivo para contar às pessoas. Ela descobriu sobre o meu relacionamento com Suho e gosta dele. — Jugyeong encolheu os ombros. — Eu duvidava que você contasse a alguém - você já sabe há muito tempo e nem falou com ninguém, na verdade. Suho sabia desde que comecei na escola. Nenhum de vocês diria nada a ninguém, o que deixou Soojin.
— Ela foi particularmente... Rancorosa quando mencionou isso quando a confrontamos. — Miyeon assentiu. — Mas estou feliz que você sabia que eu não contaria a ninguém, nunca planejei isso.
— Você é uma boa amiga, Miyeon. Me desculpe, eu estava perdendo suas ligações. — Jugyeong ofereceu um sorriso fraco. — Então, aconteceu mais alguma coisa? Parece que você teve uns últimos dias bastante ocupados.
— Eu e Hyunwoo decidimos isso... Bem, percebemos que não estou me sentindo exatamente da mesma maneira que ele. — Miyeon disse a ela, levantando-se e trazendo Jugyeong com ela.
— Mas você parecia tão feliz com ele. — Jugyeong sorriu levemente ao ver a expressão de Miyeon. — Ele foi gentil com isso, não foi?
— Para sempre o cavalheiro. — Miyeon confirmou. — Mesmo que a garota de quem ele gosta esteja apaixonada por outra pessoa. — ela acrescentou baixinho, antes de se virar para Jugyeong e unir seus braços mais uma vez. — Vamos, vou te levar para casa.
E enquanto as duas melhores amigas voltavam para a casa da garota Im, as conversas giravam em torno do desejo de Jugyeong de frequentar a escola de maquiagem, Miyeon sabia então que tudo daria certo para Jugyeong. Ela estava cercada por pessoas que se importavam, e ela sabia quem não se importava e sabia o que queria fazer.
Era apenas uma questão de tempo até que tudo se resolvesse.
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